[Acordo Ortográfico] # SOU FRONTALMENTE CONTRA! (como dizia uma das mais emblemáticas actrizes portuguesas, já com 73 anos, "quem não sabe escrever Português... aprenda!») PORTUGUÊS DE PORTUGAL! NÃO ESCREVEREI, NUNCA, NUNCA, DE OUTRA FORMA!
quarta-feira, julho 19, 2006
159.ª etapa
MAS QUEM É QUE FALHOU? DE VERDADE?
Falhou!
Foi esta a palavra que fez o pleno, pelo menos nos jornais que hoje li e com os diversos articulistas - que, se já "fizeram" ciclismo há muito não andam na caravana - referindo-se, todos eles, à etapa de ontem do Zé Azevedo. O facto de, numa homenagem de todo merecida, se ter ontem inaugurado o singelo monumento a Joaquim Agostinho, na subida do Alpe d'Huez, parece, lendo apenas aqueles prosadores, que "obrigava" José Azevedo a ganhar a etapa. Passar pelo local à frente de todos; sei lá...
A verdade é que, embora estivessemos em pleno campeonato do mundo de futebol - que é o que faz a agenda dos diários desportivos - houve quem (não interessa apontar nomes) por sua própria conta e risco tivesse traçado uma fasquia demasiado alta para o corredor português da Discovery Channel. Nunca, em nenhuma declaração, a nenhum dos jornais, o Zé Azevedo se pôs de bicos de pé. O que também não é de estranhar. Nem quando "descobriram" que ia sair com o dorsal n.º 1 - já agora, e esta minha tendência de corrigir não acontecia só num dado "sitio" ou por embirração minha, longe disso - um dorsal não se "enverga". Enverga-se uma camisola, uma camisa... um fato. Envergar quer dizer: usar vestido. Ora, não se "veste" um paninho de 25x15 centímetros...
Fizeram-se, no mais negativo que o termo tem, notícias sobre o facto do Zé ir sair com o número 1 no dorso. Depois, à viva força - e aqui não foram só os portugueses - quis-se que Johan Bruyneel dissesse claramente quem era o chefe-de-fila de uma equipa onde essa questão nunca se pôs, de tão evidente que era. Faltando Armstrong, está a ver-se, tudo ficava baralhado.
Mas voltemos àquilo que a Comunicação Social criou e que agora, sacudindo responsabilidades, quer fazer passar por um incrível e inesperado "falhanço" do Zé Azevedo.
Com a selecção de futebol a "dar o berro" nos últimos dois jogos, e quando se aproximavam as etapas de montanha, os mesmos jornais que um dia fazem manchete com a extraordinária contratação de um dos três clubes grandes e, depois de tudo se revelar... inconsequente, não têm a preocupação de se retractar, vieram hoje "cobrar" ao Zé Azevedo algo que eles mesmo tinham "sonhado" como meta, levando a crer que o corredor teria prometido algo que, no final não cumpriu. Falso. Errado. Pouco ético.
O Zé Azevedo nunca disse a ninguém mais do que disse a mim. Que "ficar dentro dos primeiros dez já seria positivo".
Nem ganhar o Tour, nem ganhar etapas... Muito menos passar na frente no Alpe d'Huez.
O estranho é que até jornalistas que estão completamente por fora da realidade que é o ciclismo se tenham dado ao luxo de opinarem. E como é que, em consciência, quem dá as "medalhas" num diário desportivo atribui a de "lata" ao Zé Azevedo? E quem é o responsável pela página 2 do Correio da Manhã para dar uma nota "negativa" ao mesmo Zé? Quantas corridas acompanharam? Quantas vezes escreveram sobre ciclismo? Quantas vezes estiveram junto a um corredor no final de uma etapa de "morte" quando este mal respirar consegue?
Mas a mensagem negativa passou.
E quem não é dado a seguir esta coisa estranha que é o ciclismo registou: "lata" e "bota abaixo" para José Azevedo.
E houve quem, menos contudente, tenha escrito que o Zé esteve "abaixo do esperado". Mas o que é que era esperado? Que um corredor, um "forçado" desta disciplina bastante mais exigente do que o "rei" futebol repusesse os níveis de auto-estima que a selecção de futebol deixou ir abaixo? Embora ninguém o tenha assumido...
Volto, por isto tudo, a um tema que já "esquentou" mas que veio, lentamente, a "perder gás", o ciclismo, como qualquer modalidade que não o futebol, tem que ser escrito por quem percebe alguma coisa de ciclismo. De futebol todos sabem, agora julgar um atleta em função de "alvos" que foram os próprios jornais (neste caso) a escolher... por favor, poupem-se. Poupem-nos...
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4 comentários:
Esses jornalistas e treinadores de berma, devem ter suposto que o Zé faria, queria fazer e prometera fazer, o que nunca fez. Sempre disse que queria o top-10, mas sempre quereram fazer dele mais.
Quanto a criticar o Zé com essa medalhas........fico sem palavras. Quando atacou e foi 4º no Mont Ventoux deram-lhe o ouro?
Não sei Rui... se deram, foi justo que o tenham feito. Agora... a "lata" é que não. Como me apetece dizer... ganda lata!...
O José Azevedo falou nos dez mais. Ontem hipotecou a hipótese de entrar nos dez melhores.
Falhou ou não falhou?
E tu arriscas palpites, Zé Carlos? Quem diria que o Oscar Pereiro, depois de ter "descansadamente", sem problemas, entrado numa simples fuga quando tinha mais de 28 minutos de atraso agora era o camisola amarela?
A verdade é que o Zé não deixou de ser o excelente trepador que sempre foi e... não é ele um "aliado" que todos os que queiram atacar o Pereiro não desdenhariam de levar consigo, hoje, por exemplo?
Eu já não digo nada!
Mas respondendo à tua questão. "Se" o Zé tivesse dito que na etapa do Alpe d'Huez ficava nos primeiros dez... tinha falhado!
Tendo ele dito que o seu objectivo era "chegar a Paris dentro dos primeiros dez...", vamos esperar até Paris. Ainda não falhou. Pelo menos nesse aspecto não. É evidente que todos nós o queríamos já dentro dos dez melhores, e mais do que nós, acredita, o primeiro a desejá-lo era ele próprio.
Ontem, quando partiu para a etapa, o Landis era primeiro. Quando a etapa acabou era 11.º, a 10 minutos do lugar que fora seu.
Ontem o Zé era 20.º...
Claro que eu sei que é muito mais fácil cair e rebolar "montanha abaixo" que subir... mas do 20.º ao 10.º são menos "degraus" que do 1.º ao 11.º.
Mas nem a mim quero alimentar ilusões, quanto mais tentar "vender" a hipótese de alguma das coisas que atrás só exemplifiquei venha a acontecer, de facto. Esperemos então...
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