[Acordo Ortográfico] # SOU FRONTALMENTE CONTRA! (como dizia uma das mais emblemáticas actrizes portuguesas, já com 73 anos, "quem não sabe escrever Português... aprenda!») PORTUGUÊS DE PORTUGAL! NÃO ESCREVEREI, NUNCA, NUNCA, DE OUTRA FORMA!
terça-feira, julho 31, 2007
732.ª etapa
731.ª etapa
segunda-feira, julho 30, 2007
730.ª etapa
É evidente, para todos, que a UCI perdeu completamente o controlo sob a mais apetitosa das fatias do Ciclismo. A criação do ProTour foi a última e desesperada tentativa para conseguir manter em casa a galinha dos ovos de ouro.
A União Ciclista Internacional, enquanto “mãe” de todas as federações, com a única responsabilidade de aconchegar sob a sua asa de “mãe-galinha” toda a modalidade, não é nada de… apetecível. E a verdade – mas isso não acontece só no Ciclismo, atenção!!!! – é que está dado o sinal quando há gente que tenta perpetuar o seu lugar.
Hoje em dia já ninguém acredita no menino jesus.
A profissionalização – diria mais, a alta profissionalização – das modalidades gere, de há umas décadas a esta parte, dividendos que não são, de forma alguma desprezíveis. Daí o “sacrifício” – que às vezes tem de ser batalhado – de algumas figuras para… ficarem. Ficarem… eternamente. Mesmo que coloquem no topo figuras a que, geralmente, se chama… “testas de ferro”.
E isso acontece em nome do desenvolvimento da respectiva modalidade? – não estou só a falar a de Ciclismo –, claro que não.
É por demais evidente.
Por isso, ainda não há muitos dias, eu falei dos cartões de crédito sem plafond definido, das reuniões cirurgicamente marcadas para locais de intensa actividade social e – porque é verdade e por isso, disso falei – nas suites de luxo com direito a esculturais escorts.
É verdade!
Agora, e voltamos à pequena família do Ciclismo, o que é que aconteceu nos últimos anos?
Enquanto, com dois lamirés se comprometia um patrocinador para um período de quase uma década – e ao mesmo tempo que as grandes empresas deixaram de ser controladas por UM homem, o dono, senhor… única voz dentro da mesma estrutura empresarial, que até podia ser “dobrado” apenas por questões “sentimentais” – o panorama empresarial mudou.
Hoje as grandes empresas já não são geridas do escritório situado na divisão da casa ao lado da sala de estar. Há directores-gerais – que não são tão “gerais” quanto isso –, há conselhos de administração onde são várias as vozes com poder, há directores de marketing cujo desempenho é sujeito a avaliação, há directores de imagem… há toda uma cadeia que, de vez, eliminou a empresa unipessoal.
Hoje em dia, mesmo que se seja o dono de uma empresa, não se pode decidir sozinho. Acabou, em termos empresariais o “quero, posso… mando”.
Mas as estruturas federativas da maioria das modalidades SÓ agora atingiram esse patamar.
Quando há dez anos se chegava junto ao dono de uma empresa e se pediam 10 mil contos para fazer uma equipa… se o homem gostasse de ciclismo bastava um telefonema para a tesouraria e… o dinheiro estava disponível.
Agora tudo mudou.
E se complicou.
E chegámos à antecâmara daquilo que pode, mesmo, vir a redundar numa definitiva sesseção na estrutura mundial do Ciclismo.
O... sim, mas espera aí, talvez, entretanto… não sei, talvez… com certeza, mas sim claro!, o que é preciso? Ok… vamos ver… com certeza, não… sim… está controlado… esperem, foi apenas um caso… não…
Com, por um lado, a mais alta estrutura federativa, a UCI, presa ao “tacho”;
Exemplo académico: a National Basketball Assotiation. Ou a Fórmula 1.
Nem a primeira está sob a alçada institucional da Federação Internacional de Basquetebol, nem a segunda se integra na Federação Internacional de Automobilismo.
Dentro destas duas modalidades foi criada uma figura não prevista.
Vai ser por aí que o Ciclismo vai “sair” da sua crise.
Falhou.
Então, o que é que vai acontecer?
Simples… e não demorará mais do que 24 meses, podem crer.
Um grupo de investidores, organizados – não como o ProTour, onde ainda eram as “equipas” a procurarem patrocinadores – vão dividir entre si uma dezena, dezena e meia de equipas que vão disputar um calendário completamente à margem daquilo que a UCI comanda.
Que “perigo” correm? Não serem admitidos nem nos Campeonatos do Mundo, nem nos Jogos Olímpicos.
O que podem fazer com todo o dinheiro que podem disponibilizar?
Criar um Circuito que nada ficará a dever, nem aos CM, nem aos JO.
Porquê?
Porque terão os melhores atletas nas suas corridas.
É o que acontece com a NBA que, ainda assim, é o modelo melhor… copiável.
Nos primeiros dois ou três anos – não acredito!, se calhar ganham logo desde o início… – têm de perder dinheiro, “comprando” as transmissões televisivas?
Mas isso será “prejuízo” previsto, para uma recuperação a curto prazo.
Não perceberam ainda?
Uma Liga Profissional de Ciclismo total e completamente FORA da UCI.
Com regras próprias.
Se eu concordo?
Eu estou farto de dizer que o Ciclismo de Alta Competição, nos dias de hoje, é MAIS ESPECTÁCULO que desporto.
Estou farto!
Espectáculo paga-se.
Se, como no caso do Ciclismo, não há maneira de fazer cobrar entradas… paga-se de outra maneira.
Com chorudos e aliciantes contratos a celebrar com duas ou três redes de televisão. Que depois diluem esse investimento vendendo os respectivos direitos.
Num calendário onde vão estar os maiores nomes mundiais do Ciclismo e onde não vai haver escândalos.
Como os não há na NBA.
Porque a AMA, ou seja lá quem fôr… fica à porta.
Como?
Exactamente da mesma forma como agora – e sem que ninguém se escandalize – fica à porta dos pavilhões da NBA.
Pagando.
Ah, pois!!!!
Parem de ser ingénuos…
Mas, e para terminar, a salvação do Ciclismo de alta competição vai acontecer, mais vírgula, menos vírgula, tal qual a “desenhei” aqui.
E mesmo a ver o quanto vai causar comichão ao próximos patrões do Ciclismo o seu voto de “jamais verei uma corrida”.
Mentira, claro…
Mas o que vale mesmo é que isso não interessa lhes interessa nem uma caganita.
729.ª etapa
728.ª etapa
727.ª etapa
Pois!... dou de caras com um empate.
Tanto a Liberty Seguros, de Vítor Paulo Branco, com Américo Silva enquanto responsável técnico, como a Riberalves-Boavista, do eterno professor José Santos, já somaram, até agora, 16 triunfos.
Entre vitórias em etapas, provas de 1 dia, vitórias à geral (em provas por etapas) e vitórias nalguma das quatro classificações secundárias, mais as contas referentes aos triunfos por equipas em cada uma dessas provas.
16 faixas amarelas, portanto, para a equipa dos seguros e para a do bacalhau demolhado…
O que é que pode desempatar? O número de pódios alcançados.
E aqui a formação de Vítor Paulo Branco dá um salto enorme:
Na terceira posição aparece a LA-MSS-Maia, com 13 triunfos, seguida do SL Benfica, com 10, e da Madeinox-Bric-Loulé, desse querido amigo que é Emídio Pinto, com oito.
domingo, julho 29, 2007
726.ª etapa
OS REIS DOS PÓDIOS
Nas 35 corridas disputadas esta temporada e nas quais participou, pelo menos, uma equipa portuguesa, e imaginado que no final de cada etapa (ou corrida de um dia) os três primeiros subiam ao pódio; que no final de uma corrida por etapas o mesmo acontecia, e somando a isto o vencedor final das quatro principais classificações chamadas secundárias (pontos, montanha, metas volantes - ou sprints especiais - e juventude), o Corredor que mais vezes subiu ao pódio, antes da Volta a Portugal, foi o valenciano Javier Benitez do SL Benfica, que o fez por 17 vezes. Manuel Cardoso (Riberalves-Boavista) esteve no pódio por 15 vezes e o argentino Martin Garrido (DUJA-Tavira), por 12.
Benitez venceu
8 etapas
foi segundo em
3 etapas
e terceiro noutras
3 etapas
e foi vencedor da classificação por pontos
3 vezes
Cardoso venceu
6 etapas
foi segundo em
2 etapas
e terceiro em
1 etapa
foi terceiro na geral final em
1 corrida
ganhou
3 provas de um dia
e foi segundo em mais
1 prova de um dia
Garrido venceu
1 etapa
foi segundo em
3 etapas
e terceiro em
5 etapas
foi segundo, à geral, em
1 prova
segundo final em
1 prova de 1 dia
e terceiro em
1 prova de 1 dia
725.ª etapa
724.ª etapa
3.º, Joaquim Agostinho (1978 e 1979)
5.º, Joaquim Agostinho (1971 e 1980)
5.º, José Azevedo (2005)
6.º, Joaquim Agostinho (1974)
6.º, José Azevedo (2002)
8.º, Joaquim Agostinho (1969, 1972 e 1973)
10.º, Alves Barbosa (1956)
11.º, Joaquim Agostinho (1983)
12.º, José Martins (1976)
13.º, Joaquim Agostinho (1977)
14.º, Joaquim Agostinho (1970)
15.º, Joaquim Agostinho (1975)
16.º, José Martins (1977)
18.º, Fernando Mendes (1973)
19.º, José Azevedo (2006)
22.º, José Martins (1978)
25.º, Ribeiro da Silva (1957)
26.º, José Azevedo (2003)
27.º, Fernando Mendes (1977)
30.º, José Azevedo (2005)
33.º, José Martins (1977)
33.º, Orlando Rodrigues (1997)
41.º, Marco Chagas (1980)
45.º, Herculano de Oliveira (1973)
54.º, Orlando Rodrigues (1996)
61.º, Acácio da Silva (1992)
61.º, Fernando Ferreira (1975)
64.º, Joaquim Andrade, pai (1973)
64.º, Acácio da Silva (1987)
65.º, Alves Barbosa (1960)
65.º, SÉRGIO PAULINHO (2007)
76.º, Alves Barbosa (1958)
77.º, Marco Chagas (1984)
82.º, Acácio da Silva (1986)
83.º, José Amaro (1975)
84.º, Acácio da Silva (1989)
87.º, Orlando Rodrigues (2000)
92.º, Acácio da Silva (1988)
94.º, Manuel Zeferino (1984)
108.º, Acácio da Silva (1990)
118.º, Eduardo Correia (1984)
119.º, José Xavier (1984)
122.º, Carlos Marta (1984)
Desistiram: Alves Barbosa (1957), António Batista (1958, 1959 e 1960), Sousa Cardoso (1959), Joaquim Andrade, pai (1972), Fernando Mendes (1972 e 1975), Herculano de Oliveira (1974), Firmino Bernardino (1975), Joaquim Carvalho (1975), Manuel Silva (1975), Joaquim Agostinho (1981), Benedito Ferreira (1984), Paulo Ferreira (1984), Orlando Rodrigues (1998)
723.ª etapa
E pronto! Chegou ao fim o Tour que estava fadado para ficar na história pelo facto de os Corredores terem sido obrigados a assinar uma Carta de Ética que, a estas horas, já deve ser órfã. Pelo menos abandonada pelos “pais”.
Vamos esperar uns dias mais, que tenho praticamente a certeza de que tudo o que aconteceu nesta última semana virá a ter consequências.
Mas seria extremamente injusto que o triunfo do jovem – 24 anos – Alberto Contador (descoberta de Manolo Sáiz que terá muitos defeitos mas percebe de Ciclismo) fosse, propositadamente, manchado.
Não foi, em definitivo não foi ele, o responsável por nada do que aconteceu.
E assim se tornou hoje no 5.º – ou será o 6.º? – espanhol a vencer a Grande Boucle.
E passaram mais 12 anos até hoje.
Comparando a morosidade em relação à decisão quanto a quem venceu o ano passado, com a celeridade com que este ano se mandou para casa – sem quaisquer motivos palpáveis para isso – aquele que, na altura, era praticamente o virtual vencedor, é algo que me confunde…
sábado, julho 28, 2007
722.ª etapa
721.ª etapa
ABUTRES!...
O Ciclismo vive dias difíceis, todos nós - os que gostamos mesmo da modalidade - o sabemos. Na verdade, não está a acontecer nada de tão diferente assim, em relação a... sempre.
À excepção do vôo mórbido dos ABUTRES.
O Ciclismo ainda não morreu. Não vai morrer, todos sabem isso.
Mas, talvez por o saberem, há quem não resista e, ao vê-lo caído, não consegue esperar que, como desejaria, ele deixe de dar sinais de vida. E os ABUTRES atacam, e tentam debicar o corpo ainda com vida.
O Ciclismo vai resistir. Assim se juntem todas as boas vontades.
Está doente, isso está. Não o podemos negar. Mas ainda não morreu.
Por isso, exercícios destes, como o do France Soir, são inadmissíveis.
Ao menos as televisões públicas alemãs assumiram que não falavam mais deste Tour.
Este jornal francês não pretendeu mais do que, com esta primeira página, GANHAR MAIS DINHEIRO com o Ciclismo que... "mata" desta forma.
O Ciclismo ainda não morreu, mas já há quem debique, do corpo ainda vivo, aquele que acha ser o seu quinhão.
Vergonha!
E repare-se. Não falta ali, naquele mórbido exercício, ninguém?
Para além de Bjarn Riis, de Ullrich e de Pantani... Pois! A "besta negra" para os franceses.
O único homem que venceu a corrida por sete vezes consecutivas.
A grande, verdadeira e única razão pela qual todo o "hexágono", de ministros à policía, de alguns adeptos - não podem ser muitos que todos os dias vejo milhares de pessoas a aplaudir o pelotão - à Imprensa, declarou, desde há seis ou sete anos, guerra ao Ciclismo.
Mas, e quem é que hoje, aqui, agora... ousa sequer garantir que os triunfos daqueles... "heróis" foram imaculados? Quem?
Mas quem é que, e quando é que se descobriu que o doping no Ciclismo é coisa de há meia dúzia de anos?
Claro que não é!
Mas não serei eu - JAMAIS!... - a dizer que A, B e/ou C... mesmo quando, ao contrário do que hoje, por exemplo, acontece, ganhava 25 e 30 corridas na mesma temporada o não fez por... ser capaz de o fazer. Quando se ganhava no mesmo ano o Giro e o Tour; o Giro e a Vuelta; a Vuelta e o Tour... para além de um rosário infindável de outras corridas!
O que fica claro naquela 1.ª página é que, em definitivo, houve... FILHOS e há ENTEADOS.
Perante examplos destes eu só digo: há falta de rigor, há desonestidade.
Estamos perante uma gritante manipulação de meias-verdades... "papa para tolos".
E há tanto tolo que a come sem sequer pestanejar.
Bendita seja a santa ingorância.
Mas, se não gostam mesmo nada de Ciclismo... PAREM DE FAZER DINHEIRO à sua custa.
O senhor Desgrange, seu pai;
Os senhores Garin e Cornet, seus filhos;
Os senhores Bobet, Anquetil, Thévenet, Merckx, Poulidor, Hinault, LeMond e Indurain, seus netos
Comunicam dolorosamente o falecimento do
Tour de France
Acontecido a 25 de Julho de 2007, em Orthez, com a idade de 104 anos, após doença prolongada
As exéquias serão celebradas na mais estrita intimidade
720.ª etapa
sexta-feira, julho 27, 2007
719.ª etapa
quinta-feira, julho 26, 2007
718.ª etapa
Não sei, já não percebo nada.
Com (quase) toda a gente a tentar empurrar o dinamarquês para fora da corrida; depois de ontem de ter passado pela humilhação pública – os elementos de oito equipas, as seis francesas e duas alemãs, atrasaram a corrida, parando, em protesto contra o doping deixando-o ali, à mercê dos apupos dos populares – quando, apesar disso, ainda foi ganhar no alto do Aubisque, cimentando um pouco mais a sua liderança, foi retirado da corrida pelo… patrocinador!!! Ou por ordem do patrocinador.
Não foi apanhado por nenhum controlo; alguns dias antes, e apesar de terem sido várias (e importantes, dentro da organização do ciclismo mundial) as vozes a apontarem-lhe o dedo, as mesmas vozes eram obrigadas a reconhecer que… nada tinham contra ele mas, eis que acontece mesmo o seu afastamento. Às ordens do patrão. Quando estava na liderança e a muito pouco de conseguir ganhar o Tour.
É evidente que, dentro da Rabobank JÁ se sabe qualquer coisa que, eventualmente, nós nem chegaremos vir a saber.
Não sei, já não percebo nada.
Entretanto, e quanto à expulsão do italiano Cristian Moreni – ontem escrevi francês, mas rapidamente fui emendado –, olhando para as fotos que hoje os jornais publicaram, olhando só para as fotos, sem ler e ignorando aquilo que já sabia desde ontem… olhando só para as fotos eu diria que o homem, pelo menos, roubou alguma coisa no hotel. Alguma coisa muito valiosa.
É chocante a imagem de um Corredor – mesmo que apanhado na rede da luta contra o doping – escoltado por dois polícias, como se de um vulgar ladrão se tratasse. Haveria necessidade?
717.ª etapa
quarta-feira, julho 25, 2007
716.ª etapa
715.ª etapa
714.ª etapa
Olho, de soslaio, para o monte de caixas de medicamentos que pousam aqui ao lado. Quais serão os que ainda me podem salvar? Os brancos vidrados? Os laranja e vermelhos? Os amarelos e azuis?
Acabo de ler que o Michael Rasmussen, líder do Tour, depois de hoje mesmo ter ganho uma das etapas-chave da prova foi… convidado pela sua equipa, a holandesa Rabobank, a já não sair amanhã. Isto quando leva mais de três minutos de vantagem sobre o segundo classificado. Quer dizer… com o Tour praticamente ganho.
Não me vou alongar até porque, para além da falta de informação concreta… também não me apetece. E atingi o bendito estatuto de não passar o mínimo de cartão ao que não me interessa e/ou não me apetece falar/escrever sobre…
Só deixo duas notas para os inevitáveis teóricos da “coisa” Ciclismo…
O ano passado, quando se estreitou ao mínimo a participação de alguns corredores, o vencedor do Tour acabou por dar… dopado.
Este ano, e apesar de uma Carta Ética que TODOS foram obrigados a assinar… parece-me que amanhã já teremos menos três equipas em prova.
O que é que fará falta para que se perceba, de uma vez por todas, que não é na Secretaria que se resolvem os problemas do Ciclismo?
713.ª etapa
Chamem-me picuinhas.
É verdade, veio hoje a público o SEGUNDO caso de doping no Tour.
O francês – ai!!!, logo francês! que chatice!... – Cristian Moreni, da Cofidis, acusou testosterona num controlo que lhe foi feito à chega a Montpellier.
O primeiro caso aconteceu com o alemão Patrik Sinkewitz.
Sim! Esse foi o PRIMEIRO caso de doping nesta edição do Tour.
É que, quem nunca olhou para o Ciclismo, quem nunca escreveu sobre Ciclismo, quem nunca esteve numa corrida de Ciclismo, quando se trata de bater no Ciclismo parece-me que, em alguns casos fazem… fila!
N’O Jogo prossegue-se uma política puritana, há muito iniciada.
Nem sempre com a clarividência necessária, mas ao menos é coerente.
A BOLA deixou o comentário a cargo de alguém que, de facto, sabe muito de Ciclismo e o seu escrito é para ser recortado e guardado.
Mesmo que, desculpe lá Santos Neves, a começar no exemplo da posição extrema tomada pelos canais da televisão alemã – não consegue ler aí uma certa atitude xenófoba? Se o nosso [deles] grande Ullrich é alvo das intentonas francófonas… assim que apanharmos alguém desligamos os feixes! (tiveram azar, que o primeiro a ser apanhado foi… o alemão Patrik Sinkewitz) – e a terminar no que, em relação ao Vinokourov, pôs toda a gente a escrever sobre Ciclismo… mesmo que da disciplina não conheça nem o rudimentar, a verdade é que a Comunicação Social está perfeitamente desorientada.
Por perfeito desconhecimento.
E já dou os exemplos.
Primeiro, o grande paladino, aquele que há muito ajustou a armadura, mostrando-se preparado para lutar contra tudo o que fuja ao que está estritamente definido nos regulamentos – falo do L’Équipe –, deixou escapar a notícia do positivo de Moreni, apanhado à 11.ª etapa, mas tirou de imediato a espoleta à bomba quando em causa estava um estrangeiro.
Sejamos claros, o caso Vinokourov aconteceu dois dias depois do do francês.
Que só rebentou 24 horas mais tarde.
Não basta ser sério.
Pois é!...
Também convém que se pareça sê-lo.
E há a questão do pormenor. Aí é que eu sou capaz de ser um pouco picuinhas. Mas não pretendo desculpar ninguém.
O alemão Patrik Sinkewitz e o francês Cristian Moreni são os DOIS ÚNICOS CASOS – até agora, que já não punha as minhas mãos no fogo por NINGUÉM, e agora ainda menos – de doping detectados no Tour.
O Alexandre Vinokourov foi apanhado, não como tendo recorrido ao doping, mas por recurso a práticas proíbidas.
Aliás…
Aliás não posso consentir que passe em claro o facto de, jornalistas que de Ciclismo nada mais sabem para além de que é praticado usando uma bicicleta, se achem com autoridade para vir a público perorar sobre um assunto do qual nada percebem.
Prevaleça a verdade.
Não sabem ponta de corno.
Houve um, hoje, que gastou os caracteres que tinha à sua disposição para, numa encenação de virgem enganada, vir reconhecer… que NADA SABE DE CICLISMO.
Convém, nestas situações, que fiquemos calados.
Foi apenas um exercício de puro onanismo.
“Eu fiquei excitado com uma etapa do Tour, mas agora parece-me que o orgasmo foi em vão. Estou muito desiludido.”
Tadinho dele!...
No mesmo jornal, assinado por outra pessoa, “derreto-me” perante a santa ingenuidade de um outro artigo. E, perante o escrito, só lamento que essa pessoa nem o seu próprio jornal leia. Vejam os documentos 1 (reporta a... 1908!!!) e 2…
Foram ambos publicados pelo mesmo jornal.
(E, já agora, não deixem de prestar atenção ao… documento 3)
Entretanto a vestuta AMA, que hiberna mais meses que o próprio Urso Branco, após – e é SEMPRE APÓS – estes casos, volta a dar sinais de vida.
Pede agora que as penas sejam vitalícias.
Ok. Ok… Já estou por tudo.
Que sejam!...
Mas que os cartões de crédito a que os dirigentes da AMA têm direito não sirvam apenas para pagarem opíparos jantares e para alugarem suites de luxo, nos mais luxuosos hotéis.
Tentem – ao menos tentem – fazer o trabalho pelo qual se fazem pagar.
E não são só os senhores da AMA…
Há cartões emitidos na Suíça que não servem para outra coisa.
Descer é tão fácil...
712.ª etapa
Percursos
A propósito de tudo o que tem sido dito e escrito nos últimos dias, permitam-me voltar a um tema recorrente.
Existem, tradicionalmente, vários tipos de ciclistas dentro do pelotão. Há os que são conhecidos pela sua capacidade de sprintar, os trepadores puros, os que se destacam na luta "solitária" contra o relógio, aqueles que não sendo dos melhores em quase nada se pautam pela regularidade em todos os tipos de terreno, etc... Temos, no entanto, assistido a uma clara redução de territórios, nos últimos anos.
Para o "adepto médio" já não chega que alguém seja o melhor a subir, se depois perder muito tempo nos contra-relógios. Como se só a classificação geral fosse importante. Até o trabalhar-se para os colegas de equipa passou a ser marca de inferioridade. Fulano já não é um excelente équipier, é o que se limita a carregar com o líder porque "não dá para mais". A um bom rolador, que tenha um bom desempenho num contra-relógio plano (desses que, aparentemente, deixaram de ter tanto interesse, face à perspectiva de ter contra-relógios em montanhas que, por norma, recebem a classificação de "Categoria Especial") é pedido que vá muito mais além das suas capacidades físicas, é-lhe pedido que "engula" parte do seu corpo e suba as montanhas a par de quem tem metade do seu peso.
Vem isto a propósito de um dos corredores que, inegavelmente, marcou a década de noventa - Mario Cipollini. Ele podia ter todos os defeitos do mundo, mas há duas coisas que poucos lhe poderão negar: o carisma e a falta de hipocrisia. E, de repente, voltou uma dúvida que me assolou durante algum tempo. Teatro à parte, os adeptos habituaram-se ao papel mais ou menos regular do Super Mario na Volta a França - ele era o que aparecia com estilo, batia a concorrência ao sprint e, assim que a estrada empinava demasiado para o seu gosto, voltava para casa no mesmo registo em que tinha chegado. Vimos estas cenas durantes anos. Até que a organização a proibiu e afastou o velocista italiano da sua prova. Acusaram-no de falta de respeito para com a Volta a França. É verdade que ele nunca chegou ao fim da prova, é verdade que não se preocupava muito em fingir e não é menos verdade que o seu feitio também não terá ajudado. Mas é aqui que - voltando à questão - surge a minha dúvida: seria a sua forma de abandonar a prova apenas a evidência de falta de capacidade de sofrimento e vontade ou seria também uma forma de, calando, dizer que há limites?
E, não me alongando muito mais, deixo a questão. Será aceitável insistir-se em provas com etapas que contemplam duas ou três contagens de montanha de categoria especial, seguidas de etapas com cinco ou seis contagens de montanha de 1.ª e 2.ª categoria, seguidas de contra-relógios de mais de 40 quilómetros, seguidos de mais etapas de montanha, antecedidas de várias etapas cujas quedas massivas se deixam adivinhar mesmo por aqueles que não possuem bolas de cristal e isto tudo compactado em pouco mais de vinte dias? Será que é aceitável ou continuamos apenas a querer engarmo-nos a nós próprios e fingir que os hiprócritas são os outros?
terça-feira, julho 24, 2007
711.ª etapa
710.ª etapa
CADA VEZ MAIS CONVENCIDO QUE VÊM DE "DENTRO" OS ATAQUES AO CICLISMO
Não sou, nem a favor da caça às bruxas nem, como será evidente, pelo branqueamento de casos em que seja provada a culpa de, seja que Corredor fôr.
Contudo, e olhando a sequência das notícias que têm vindo a ser produzidas esta tarde algo me cheira a esturro.
Primeiro, é o próprio presidente da União Ciclista Internacional a vir a público defendendo que… “não seria bom que Michael Rasmussen ganhasse esta edição do Tour”; depois o “caso” Vinokourov e agora o “chefe” da ASO – que não é, pelo menos directamente, o responsável pela organização do Tour – a pedir que o dinamarquês seja afastado.
Tenho pena de não ter, na devida altura, citado aqui um artigo publicado, creio que no Mundo Deportivo. E que chamava a atenção para o desenquadramento, no tempo, do falatório sobre Rasmussen.
A federação dinamarquesa já sabia que ele faltara a três controlos surpresa mas, ainda assim, não o impediu de participar nos campeonatos nacionais daquele país para virem depois a anunciar o seu afastamento compulsivo, tanto da selecção nacional que virá a disputar os próximos mundiais, como dos próximos Jogos Olímpicos.
Perguntava-se o signatário da notícia… porquê tão tarde – porque o deixaram correr os “nacionais”? Porque tão cedo? Os mundiais são só em Setembro e os JO apenas daqui a um ano.
E, de repente, acende-se-me uma luzinha. De suspeita.
A ASO, organizadora do Tour; a RCA, organizadora do Giro, e a Unipublic, organizadora da Vuelta, fizeram valer o seu peso e opuseram-se ao projecto nascido nos corredores do mega-edifício da UCI, em Aigle, na Suíça. Exactamente… o ProTour.
Sem as três grandes – às quais há a acrescentar as demais corridas organizadas por aquelas três identidades – o ProTour (a galinha dos ovos de ouro, com a qual a UCI contava) definha.
Yo no creo em brujas, pelo que las hay, hay…
Um dia saber-se-á qual o papel da UCI, ou de funcionários seus (que, enquanto funcionários, apenas cumprirão ordens), nesta autêntica intentona contra o Tour.
E volto aqui a afirmar… Estas fugas de informação, em relação a casos de doping, sejam concretos ou apenas potenciais… são tudo menos inocentes.
Vamos cá estar todos para ver se tenho razão ou não.
Mas há uma coisa que é inegável.
Como é que o L’Équipe sabe, três dias depois, que o Vinokourov acusou positivo no sábado?
E porque é sempre o L’Équipe?
A reacção imediata da Astana, que decidiu abandonar a corrida, carimba, de facto, como real o resultado do controlo de Vinokourov. Mas está consagrado nos regulamentos que, até à realização da contra-análise, este tipo de casos são para ser mantidos em segredo.
Quem será o “Garganta Funda” ?
Lembram-se de “Os homens do Presidente”, que levou à queda de Richard Nixon?
É demasiado “larga” a zona cinzenta nestes casos todos.
Demasiado larga para que não se desconfie que nela caibam acções perfeitamente organizadas para descredibilizar o Ciclismo.
709.ª etapa
Leio hoje que o Manel critica a presença nesta edição da Volta a Portugal do Futuro do seu antigo comandado, Rui Costa, hoje ao serviço do SL Benfica, pelo facto de o corredor já ter integrado a equipa profissional dos encarnados.
Manel, a memória dos homens tende para ser curta, mas ainda há alguns que resistem um pouco mais em preservá-la. Chatos, como eu. Que li aquilo que te é atribuído e fiquei pasmado.
Quem é que ganhou a edição de 2006 desta mesma Volta a Portugal do Futuro?
Nota
Tinha acabado de colocar aqui o artigo da 407.ª etapa quando fui dar com a notícia [de A BOLA] que transcrevo na 408.ª etapa. Chocado, claro!
Venho, há meses, a bater-me aqui ao lado dos Corredores e, embora continue a acreditar - e a defender - que a grande maioria anda "limpa"... com que cara fico eu depois de uma "bomba" destas?
Ainda bem que mister McQuaid não revelou que, em vez do Rasmusen, o Vinoukurov é que daria um bom vencedor. Lá tinha eu ido na "embalagem".
Fico sem saber mais o que dizer...
708.ª etapa
A notícia, esta tarde adiantada pelo diário francês L´Equipe, na sua edição on-line, revela que Vinokourov sujeitou-se a um controlo anti-doping no sábado à noite depois da sua vitória no contra-relógio individual disputado em Albi. Alexander Vinokourov, até agora vítima de duas quedas no Tour que lhe provocaram um atraso considerável em relação aos restantes favoritos à conquista da grande prova, ocupava o 23.º lugar na classificação geral, depois de ter vencido a duríssima 15.ª etapa ontem disputada.