domingo, agosto 28, 2011

ANO VI - Etapa 68


VIII CLÁSSICA INTERNACIONAL
LAMEGO-SERRA DAS MEADAS

A VIII Clássica Internacional Lamego-Serra das Meadas, foi para a estrada no passado dia 21 de Agosto, numa organização da ALB Lamego Bike, com o apoio técnico da Associação de Cicloturismo do Norte/Federação Portuguesa de Ciclismo.
Inserida no calendário oficial, com tipologia de prova aberta, a VIII Clássica atraiu à cidade de Lamego numeroso pelotão, onde se destacavam Pedro Cardoso (Maia-Milaneza), Afonso Azevedo (LA-MSS), José Rosa (LA-Pecol) e José Ferreira (Boavista-Carvalhelhos).
Disputada num difícil traçado, as escaramuças começaram no início da terrível subida de Cambres (1.ª), junto à antiga escola da Bogalheira, tendo-se formado um grupo de 12 ciclistas até meio da Calçada.


A partir daí isolou-se um trio que deu um espetáculo digno duma Volta a Portugal, tendo José Rodrigues (campeão nacional ao serviço do Vitória SC-Bike World) vencido ao sprint Carlos Leal (Bicicar-Specialized) e Manuel Rebelo (Vitória SC-Bike World).
O melhor representante do Lamego Bike foi Rui Novais, num excelente 10.º lugar da classificação geral individual.




Paralelamente, decorreu na Av. Dr. Alfredo de Sousa uma gincana dedicada ás crianças, com o apoio técnico e logístico da Bicicar e Specialized.
No final, decorreu no Restaurante Paraíso um almoço de confraternização, excelentemente servido como é timbre, no qual se procedeu à entrega de prémios e à homenagem ao convidado oficial, Pedro Cardoso (Maia-Milaneza).
De registar a presença de ciclistas franceses (VC Mauvezinois- Toulouse, Dunquerque Cyclo, Team Val Bikes Valenciennes) e espanhóis (Pena Ciclista Tea Sestelo-Pontevedra e Peña Ciclista Santa Marta-Lugo).




(Texto da responsabilidade da ALB Lamego Bike que também me cedeu, graciosamente, as fotos.

Obrigado Miguel Santos!

Já agora, as minhas desculpas por isto sair com uma semana de atraso, mas nos últimos oito dias não tive tempo para nada!... desculpem-me.)



É DURO, É TRISTE... MAS É A REALIDADE

Confesso que hesitei em publicar isto aqui. Fiquei, e ainda estou na dúvida, se este documento me foi conscientemente enviado, ou se estava junto com os outros e veio por arrasto. Tirá-lo-ei daqui se tiver sido este o caso mas como é tão revelador da realidade que se vive no nosso Ciclismo vou mesmo usá-lo.


Ouvimos alto e bom som, em conversa com amigos, ou em surdina, sem ninguém em especial a querer dar a cara, que atletas e clubes têm de pagar para poderem participar, ou proporcionar, consoante o caso, numa corrida da sua modalidade de escolha. Que amam. Tanto os Corredores, como os carolas que estão à frente da enorme maioria das organizações de Corridas no nosso país.


Neste caso concreto, estava subjacente que a participação estaria sujeita a uma inscrição paga. Uma pequena ajuda para que podesse haver prova. O que não sei - mas acredito que sim - é se os organizadores estavam preparados para, do seu bolso, porem quase 500,00 €uros. É mesmo preciso AMOR À CAUSA.


Perante eles me curvo, porque merecem todo o meu respeito.


E aqui fica o documento (é só clicar sobre ele para ficar legível numa outra janela) para que todos (os que não sabiam, ou assobiavam para o lado) não o possam mais ignorar.























domingo, agosto 21, 2011

ANO VI - Etapa 67

QUEM AJUDA O CICLISMO NACIONAL?

Eu avisei, durante a Volta, o chefe-de-equipa do meu jornal na Volta a Portugal (o Editor Executivo, não o colaborador eventual, era o que faltava! Comigo limitar-se-ia ao papel que teve na Vuelta de 2005, ir à recta da meta recolher depoimentos e tive de ficar com as classificações para eu fazer porque nem nisso acertava, mesmo copiando do Comunidado Oficial).

Ao contrário do que os responsáveis do Tavira disseram - que foi preciso reduzir em dois terços o vencimento dos seus corredores, ganhando todos, este ano, cerca de mil euros...

Isto quer dizer que, não sou eu a dizê-lo foi um responsável pela equipa e eu tenho todos os jornais comigo, na época anterior ganhariam... 3000,00 €.

O nosso especialista em 'investigação' - ok, até hoje foi apenas um acesso previlegiado aos dados dos controlos anti-doping... positivos - pode ter acesso, tanto aos contratos, como ao que, de facto, as equipas pagam.

Este ano não havia no pelotão português - com uma única excepção (heheheh, como é que eu sei estas coisas, e ganhava para aí o triplo!, para mais, e não para menos... não, não terminou a Volta!) - quem ganhasse mais de 500,00 €/mês (e nem todos recebiam certinho no final de cada mês).

A esmagadora maioria não auferia mais do que aquilo que eu escrevi na altura: entre 200 e 350 € mês. Quando os recebiam. E digo mais, há Directores Desportivos com ordenados mensais de 3000 € mês, fora o que ganham como... acessores em algumas Câmaras Municipais.

Houve, também, jovens Corredores que correram completamente de borla e até a bicicleta oficial da equipa tiveram que pagar.

Ninguém quer pegar nisto?
E o que tem a dizer a Associação Portuguesa de Corredores Profissionais? Ignora?
Porque é que eu, Joaquim Andrade, que nos conhecemos há 20 anos, deixei de ter informações da APCP?
Com o Paulo Couto tinha sempre...

Ajudei, muitas vezes, o Paulo Couto - leia-se a APCP - a trazer a público, denunciando-os, problemas que atingiam os Corredores.

Joaquim, provavelmente não vais ler isto, mas tenho a certeza de que algum amigo comum vai fazer-te chegar o meu contacto. E eu queria muito manter a minha luta ao lado dos Corredores Profissionais.
(Alguém dê ao Joaquim o meu email, por favor).

E eu tenho ideias que gostava de partilhar e discutir convosco...
A não ser que alguns 'dinossauros' que nada têm feito em prol do Ciclismo, que não seja em proveito próprio, estejam a travar-me.
Não me admirava nada!

terça-feira, agosto 16, 2011

ANO VI - Etapa 66

NÃO HÁ JANTARES DE BORLA...

... muito menos viagens, cama e comida às Astúrias! (E outros lugares!...)

ANO VI - Etapa 65



Desde que, no Ano 2000 assinei pl'A BOLA, nunca tinha tido que passar por algumas vergonhas que passei nesta Volta a Portugal, agora finda! Acabei por apenas fazer cinco Voltas pl'A BOLA.


Ao contrário dos 'chefinhos de hoje', quando eu - não tarda muito para fazer 30 anos - me iniciei no jornalismo, tudo era diferente e, por força das circunstâncias, tendo eu chegado a... 'chefinho' muito depressa, não há como fazer comparações.

Eu comecei com máquina de escrever e 'laudas' ou 'linguados'; com linotipo; com outros profissionais, que não jornalistas, 'batiam' os nossos textos numa 'fita' de papel fotográfico que, depois, era passada por uma máquineta que, no verso, a impregnada de cera que servia depois para a colar sobre a colunagem de 'maquetes' que JAMAIS batiam certas. E não podíamos reescrever. Tínhamos que eliminar parágrafos ou aumentar as fotos... a preto e branco, porque as fotos a cores eram feitas à parte, em três películas que depois se sobrepunham, e custavam dinheiro, pelo que não dava para mandar fazê-las de novo.

Rapidamente aprendi que, por isto mesmo, pese embora a foto a cores - que raramente, pelo menos onde eu trabalhava, ia alé das três colunas, tinha que preparae duas ou mais fotos a ptreto e branco para a mesma página, uma vez que nestas podíamos mexer.


Mas isto foi mais de dez anos antes de chegar a A BOLA. E estou a falar da Volta a Portugal e de algumas vergonhas que senti...


Recordo a minha primeira Volta por A BOLA. A Volta de 2000. Espectacular - saindo sempre na frente, não perdendo uma notícia - com o Duarte Baião. Eu já trazia no bornal DEZ Voltas, mas por A CAPITAL, das quais, contudo, não me envergonho porque não tenho motivo para isso. No ano seguinte a equipa que me foi impingida foi má de mais! Tive que fazer o trabalho de três, mas ninguém me ouviu queixar...

Em 2002 ou fui com o Miguel Cardoso Pereira ou com o João Pimpim, acho que com o Pimpim; em 2003 com o Ricardo Pereira e no último ano com o Miguel. E com a Guida, duas vezes, e com o Paulo Jorge Santos, outras duas (passámos a equipa de três, entretanto).


Olho para trás, tento lembrar-me, não dos momentos bons, que foram quase todos, mas de alguns menos conseguidos... Mantivemos sempre A BOLA no topo da cobertura da Corrida. Com as notícias dia-a-dia, com reportagens pensadas com entrega total, de todos.


Isso faz-me sentir orgulhoso.

Sei que não vou ficar na História de A BOLA mas isso também não me importa por aí além.

Sei que em 2000 A BOLA, e em termos de Ciclismo (e aqui não falo só da Volta) estava na terceira posição, a última, em relação à concorrência. Sei - e tenho como prová-lo - que a partir daí, com todo o respeito pelos colegas dos outros jornais, voltámos a ser a referência. A minha entrada há-de ter contribuído, quer o reconheçam, ou não, para isso.


Sei que, depois de ter sido afastado, por 'comichão' dos então colegas de edição - que eu fazia parte da equipa - e manifesta falta de confiança do director, que mal me ouviu, posicionando-se, por defeito, 'do outro lado', nunca mais o Ciclismo em A BOLA teve o rigor e a seriedade que eu garanti quando substituí quem, antes de mim, cobria a modalidade.


Daí até - por claro desinteresse da editoria das modalidades - este ter ficado entregue a um mero colaborador, cheio de defeitos que todos os que o conhecem apontarão, foi um passo.


NÃO!!!

NÃO, NÃO, NÃO...


Nem estou a 'lavar roupa suja1, nem estou ressabiado E CHEGOU A HORA DE OLHAREM TODOS PARA A IMAGEM EM CIMA. Se tiverem, ainda, à mão a edição do Jornal de 2.ª feira, ainda melhor.


Bonita página! Digo-o sem laivo de ironia. Bonita e original, na sua paginação. Só que lhe falta uma coisinha, no topo superior direito...


O quê?

A palavrinha PUBLICIDADE!


Pois é, voltei a envergonhar-me. Já nem vou questionar a oportunidade, mas questiono tudo o resto!


Foi o médico do Paredes a disponibilizar-se a dar aquelas indicações - ou foi a ele que pediram -, tudo bem. A sua foto, até mesmo junto do autocarro, ou de um carro que identificasse a equipa não me chocaria.


Ainda assim, permitam-me deixar a pergunta: Qual o interesse em 'sabermos' como um Corredor funciona exactamente no dia da última etapa? Queríamos saber... bahhh!... iam lá entender.


Agora, pôr uma foto, de alto abaixo da página, de um corredor de UMA equipa, com toda a publicidade dos seus patrocinadores - o que pode ser contestado por todas as outras - poderia ter perfeitamente ter sido evitado e o 'photoshop', no caso de não se querer partir para uma infografia teria resolvido o problema. Eu mesmo publico um 'facsmile' da página mas, pelo menos, a preto e branco.


E que dizer da FOTO ASSINALADA?

Aquilo não é uma FOTO, é um rectângulo de PUBLICIDADE!!!

É uma foto de quem? De quê, a não ser de uma camisola ornamentada por PUBLICIDADE?


O que mais me dói é que a peça é assinada por quem é. Um jovem e talentoso Jornalista que se deixou 'levar'.

De uma coisa podem ficar certos, mesmo sendo eu apenas um simples redactor do Jornal, imaginando que tinha sido eu a ser escalado para a Volta JAMAIS aceitaria ser subordinado de um colaborador. Mas acho, modéstia à parte, que isso só mesmo eu seria capaz de fazer.


Já agora, senhor Facas Emílio, fique a saber que já fiz chegar à AIJC a queixa por me ter sonegado as minhas quotas com o evidente intuito de me ver ser expulso da Associação.

Elas hão-de chegar-me directamente para a minha caixa postal.

segunda-feira, agosto 15, 2011

ANO VI - Etapa 64

(Já tinha pensado no ´título' desta entrada e seria o seguinte: PARA REFLECTIR!...)
Mas a exposição da situação é tão linear, tão simples de entender, tão 'ancorada' em dados reais que eu não lhe posso pôr título algum...

Só pedir-vos que leiam o artigo...


(***)

Mas não me escuso de deixar a minha opinião!

(...eu sei que ainda não lhe paguei o total da 'compensação' a que fiquei obrigado, a mando do Tribunal, mas não falhei uma vez ainda em relação ao acordado...)

Contudo, prof Luís Horta quer mesmo saber o que eu penso da sua gestão da ADoP?

Comparo-a com a de alguém responsável pela segurança rodo-ferroviária que CORRE a desligar os sinais lumino-sonoros de aviso numa passagem de nível SEM GUARDA e fica, sentado, à espera que um carro seja colhido por um comboio.

Perde a Refer, a responsável pela exploração pela linha, que a vê interrompida; perde a CP, concessionária do transporte ferroviário que - no mínimo - vê a sua circulação com atrasos; perde, provavelmente, a vida (no mínimo o risco é enorme) quem se atrevessou de carro.

E o que ganha que 'desligou os sinais'?
Tenham em conta a metáfora.

Nada! Absolutamente nada. A não ser que seja coleccionador de obituários!...

ANO VI - Etapa 63


ERA O DESPONTAR DA 'ERA TAVIRA'

E EU NÃO ESTAVA MESMO ERRADO



Curiosidade... encontrava-me numa situação muito parecida à que agora passo. Por mim, tinha a vontade de vencer, ultrapassar as dificuldades e, afastado da estrada, mantive-me muito activo e tive um sonho. Apesar de meramente simbólicos, criei os 'Troféu VeloLuso' que contemplaram 26 'especialidades', desde o Melhor Corredor do Ano, passando pela Melhor Corrida, Melhor Equipa... até ao reconhecimento de Carreira! Foi há cinco anos. Reparem em alguns dos escolhidos (mesmo que, na altura, não tenham - na minha opinião, e não era mais do que isso - os melhores; mas mereceram uma Menção Honrosa). Claro que não estou a pôr-me em bicos de pés, qualquer outro conhecedor teria tido, diferença aqui, diferença ali, as mesmas escolhas. Os dias, e foram muitos, que esta iniciativa me manteve ocupado ajudaram-me imenso. Alimentaram o meu desejo de voltar rapidamente às lides... Voltei a trabalhar, mas não mais ao Ciclismo. E, sinceramente, acho que já não vou assistir à próxima Volta. Restam-me estas memórias. E penetencio-me por alguns momentos em que não tenho sido capaz de esconder uma raiva enorme. Não é contra ninguém em especial... Nesses momentos é mesmo contra o Mundo todo!

domingo, agosto 14, 2011

ANO VI - Etapa 62

VELHOS SÃO OS TRAPOS, OU...
COMO UM SUPER-VITORINO
DEFENDEU A 'LOJA' DE MESTRE&ANDRÉ

A minha homenagem à grande, grande etapa do Nélson Vitorino na Serra da Estrela
.

.


RICARDO MESTRE PREPARA-SE PARA SER

O SEGUNDO ALGARVIO A VENCER A VOLTA;

O PRIMEIRO POR UMA EQUIPA ALGARVIA

sábado, agosto 13, 2011

sexta-feira, agosto 12, 2011

ANO VI - Etapa 61

QUE VOLTA!... REDUZIDA AO NOSSO NÍVEL, É VERDADE!
E ATÉ AGORA, SÓ HÁ UM PERDEDOR (*)

(*) Comecemos por aqui e... tratando a coisa com 'pinças' porque cada vez há menos gente que consiga ler uma crónica de Ciclismo, porque... nada sabe de Ciclismo. Nem esse!...

Já não há Jornalistas de Ciclismo. A ignorância, a começar na forma como se pega nas reportagens está aí, impressa, e não me deixa mentir.

Tive um chefe-de-redacção que ia morrendo de apoplexia quando eu lhe disse que era um Jornalista de Ciclismo. Tratou-me mal, claro. Apesar de ele também ter passado pelo ciclismo. De forma tão inóqua que, deixo aqui o desafio, adivinhem o seu nome!

Mas somam-se as linhas e se não explico já o que quero dizer... a maioria dos meus leitores desiste da leitura!

Porque é que digo, e sustentarei, que, para já, há um claro perdedor em relação ao que esta Volta nos tem vindo a oferecer?

Antes disso, quem é?
É o meu carríssimo Amigo Joaquim Gomes. É, e tudo aponta para que pouco ou nada se modifique daqui até segunda-feira, o grande perdedor nesta edição da Volta.

É isso mesmo! Tenho tanta confiança nos 'jornalistas' que têm, despudoradamente, tentado fazer-nos acreditar que estão a cobrir a Volta, que adivinho nenhum deles vá perceber o que vou escrever a seguir.

O Joaquim Gomes vai.
Mas ninguém, jamais, duvidaria que ele é mais inteligente que qualquer um dos 'encartados', tenham vindo da 'faculdade' ou do charco de lama que têm vindo a partilhar com a 'situação'.

Joaquim, porque é que digo que és tu o grande perdedor? (Tu vais entender!...)
... porque montaste uma corrida perfeita!
... porque, sei-o, a cada final de etapa, rija e honestamente disputada, alargo o prazo: talvez não no final da etapa, porque tens todo o direito de sentir como teu, pelo menos, um bocadinho do sucesso do dia, isso te há-de fazer sorrir;
... mas porque, no final do dia, cumpridas todas as obrigações protocolares, quando, finalmente, ficas a sós contigo... revês a etapa e, tenho a certeza, lamentas não poderes ter tido na estrada o pelotão que desejarias... como amante, sincero, do Ciclismo.

Por isso Joaquim, NÃO POR TUA CULPA, mas por falta de, para além da total cegueira de quem por aí caiu pela primeira vez e de Ciclismo e sabe tanto como eu sei de aeronáutica, até os 'especialistas' não percebem o que estão a ver;
sendo que, o facto de estarem aí para contar a quem não pode estar, não fazerem a menor ideia do que contar!...

Aceito, sem pruridos, que o aumento - claríssimo - de gente nas estradas e nas chegadas até tenha a ver com o facto de quem está na luta pela vitória final seja um Corredor português. NÃO VI ISSO, AINDA, destacado na Imprensa.

Todos os dias compro os três jornais 'desportivos'!
Isso é do conhecimento dos meus mais fiéis leitores.
Perante o que tenho visto, cheguei mesmo a esta conclusão: omitindo o ENORME E INCONDICIONAL apoio do público CARREGARAM, negativamente, a Organização.

Queremos que o Ciclismo evolua, que cresça?
Então - mesmo que os já fora de prazo - companheiros Jornalistas não deixem de o referir.
O Ciclismo vive de patrocínios - embora a cobertura jornalística também possa ajudar (e não lhe faz favor nenhum) - e se for maximizado o facto de - e eu crei-o, que tem sido a Volta com mais espectadores dos últimos quatro/cinco anos - porque se perdem com coisas que não acrescentam nada de interessante às vossas reportagens?

Que, confesso, mesmo reduzidas à miséria de uma página - ESTAMOS A FALAR DA VOLTA A PORTUGAL - muitas vezes tenho dificuldade em ler na sua totalidade.

O Joaquim Gomes - e a sua equipa, mais a PAD-JLSports - não mereciam.
(FIM)
---
E metam no cú qualquer ideia de que estou a bajular...
Acho, sim, que o menosprezaram. Que não souberam ler o traçado que desenhou para fazer uma grande Volta. Pena que tenham faltado grandes opositores aos melhores Corredores nacionais...

Hoje disputava-se um crono individual de importância extrema, tendo em conta, primeiro, a possibilidade de se definirem posições na Geral Individual e, a partir daí, 'desenhar' o que pode vir a acontecer amanhã na Serra da Estrela.

Por mim, nada ficou ainda definido o que, em princípio, nos oferecerá, amanhã, uma outra etapa com tudo para ser épica!
E a Imprensa em nada me ajudou.

Peço desculpa pela imodéstia, mas nenhum jornalista, encartado, ou não, já com o cartãozinho actualizado da AIJC, que me foi negado, embora o tenha pago, lê melhor do que eu qualquer corrida.

Até porque eu compro Jornais Todos os Dias.
E hoje comprei mesmo TODOS.
D'A Bola, ao 'i'.

Já estava desencantado som o trabalho dos 'desportivos' e sofri - não que não fosse esperada - uma desilusão tremenda em relação aos outros...

A Volta a Portugal parece que não existe!
Mas tenhamos calma... ainda pode acontecer um caso de 'doping' e, então TODOS, mas todos, darão ao facto, pelo menos UMA PÁGIMA INTEIRA!

E, já agora, apesar de haver mil e uma maneiras de encher uma página, por exemplo, meter no carro, não era preciso ser o director-desportivo, mas apenas um mecânico que explicasse que andamentos, que velocidades, que precauções, os ciclistas deveriam ter, metro a metro, nos 35 km do crono, se relembou de a encher com a Volta de... 1974!!!

Porquê esta?
Porque os dados estão escritos...
TÊM DONO e são vergonhosamente usados?

Porque não aproveitaram para escrever sobre sobre o Grande Prémio Cerveja Clock que, em 1975, porque ai sim, não foi possível Organizar a Volta, preencheu a data anteriormente prevista?
Ah!!!... Não há nada escrito, ou é pouco para 'piratar' de maneira a encher uma página.

EU ATAVA UMA CORDA AO PESCOÇO! MATAVA-ME.
TENHAM VERGONHA CARAMBA!
Nem quem manda aquilo para encher a página - num dia de descanso, quando teve todo o tempo para 'encontrar' uma reportagem... e não são dois que lá andam?!!! - nem quem o recebe e, COM TANTA VERGONHA COMO OS OUTROS, a põe a paginar.

Quem plagia e quem, ignorante - e, já agora, sem o mínimo sentido de oportunidade - no DIA DE UM 'CRONO' QUE PODE TER ESCRITO A HISTÓRIA FINAL DA VOLTA e antes de uma etapa que VAI SUBIR TRÊS VEZES A SERRA DA ESTRELA, publica a história da Volta de... 1974!!!...

Porque é que, no decurso da PRINCIPAL PROVA VELOCIPÉDICA do calendário nacional, quando pouco ou nenhum destaque se tem dado aos heróis da Corrida, com dois escribas no terreno e após O DIA DE DESCANSO, se 'estraga' uma página dedicada à Volta de... 1974!!!

Porque não a de 47, a 77 ou a de 39?

Eu sei que andam todos envinagrados comigo, mas expliquem-nos lá!
É que estão tão preocupados comigo que cometem um tremendo erro:
NÃO SOU SÓ EU (aliás, tenho a humildade de me recolher no meu cantinho) QUE PERCEBE DE CICLISMO EM PORTUGAL. E (AINDA) HÁ MUITOS MILHARES QUE COMPRAM O JORNAL SÓ POR CAUSA DO CICLISMO, DA VOLTA!

Está toda a gente a rir-se!...
SIM, ENVERGONHEM-SE! TÊM MOTIVO PARA ISSO.

Cum caraças! Como é que poderei... 'arrematar' isto?
25 de Abril Sempre?
O Povo Unido Jamais será Vencido?
Quem tem um 'padrinho' jamais ficará sem emprego?
Ou...
- aviso que aposto neste -
... EM TERRA DE CEGOS, QUEM TEM UM OLHO É REI!

sábado, agosto 06, 2011

ANO VI - Etapa 60

Há sempre situações imprevistas que acontecem durante - e como é dela que estamos a falar - na Volta a Portugal.


Mais atento, O Jogo testemunhou o momento.

'Dramático'?!


O Senhor Presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, apesar de se perceber que traz um crachat ao pescoço. Quantas vezes trazemos a fita ao pescoço e o crachat, propriamente dito, dentro do bolso da camisa, ou mesmo, ainda que inadvertidamente, dentro da camisa, principalmente quando o calor aperta e desabotoamos mais do que o primeiro botão...



Não estava lá, não sei os pormenores nem O Jogo no-los deu. So uma foto e algumas linhas. Mas a cara do senhor presidente não engana! Estava fulo. Mesmo fulo.



Porquê? Porque um elemento de uma empresa de segurança - que não é obrigado a conhece-lo, não é Doutor? - não vendo o tal crachat o tentou impedir de entrar numa área que, presumo, claro, era restrita.



A expressão facial do Senhor presidente deixa em aberto todos os tipos de leituras.


Eu acho que estava fulo e gritava com o pobre homem que, tomando por exemplo - até é da mesma companhia de segurança que trabalha connosco no Bairro Alto, se calhar não está a ganhar mais do que 15 euros por dia para suster a turba. E que o não conhecia...



Isto faz-me lembrar, e o Teixeira Correia não me deixará mentir, um momento semelhante que ambos vivemos em 2001 quando a Vuelta terminou junto à Porta de Alcalá, bem no centro da Cidade de Madrid. Estávamos os dois a menos de dez metros.



O Senhor don Enrique Franco, - infelizmente já falecido, mas que nessa altura levava mais de 25 anos como Director da Organização da Vuelta - porque aquele seria o caminho mais curto desde o local de onde se deslocava foi TRAVADO, da mesma maneira, por um elemento de uma empresa privada de segurança. Lá está... o pobre homem não tinha, obrigatoriamente que o conhecer e como ele não cumpria o definido para entrar por ali... vedou-lhe a entrada.



A cara que vejo, do dr. Artur Lopes permite-me um largo leque de reacções em relação ao que poderá ter acontecido.



Quer o dr. Artur Lopes, e todos vocês, meus fiéis leitores, saber o que aconteceu junto à porta de Alcalá?

Don Enrique Franco mandava em mais do que na organização da Vuelta.

Era um homem influente, mesmo a nível político.

Poderia até ter mostrado outros... 'salvos condutos'.



Repito que assisti a tudo de muito perto e que, naturalmente me fui aproximando. Eu estava do 'lado de dentro', com o meu crachat de Jornalista...



Don Enrique Franco nem sequer protestou. Recuou, o que achou que devia recuar para manter alguma privacidade, e fez um telefonema. Menos de cinco minutos depois o Director-técnico (subordinado, como é evidente, do Director-geral), Paco Giner estava no local.


Era a última etapa, a decorrer na Castellana. E, naturalmente, sem 'crises' o Homem forte da Vuelta entrou no recinto. Sem que o segurança tivesse sido humilhado.



São lições de vida que fui tendo ao longo da minha carreira.

Pode ser-se Grande sem 'pisar' os mais pequenos...

Ou gritar, para parecer que se é maior do que realmente se é!

sexta-feira, agosto 05, 2011

ANO VI - Etapa 59


1.ª Etapa - Trofa-Oliveira do Bairro, 187,7 km

Não começou bem esta 83.ª edição da Volta a Portugal e até já tinha tema marcado para esta segunda página do meu diário, contudo, algo de mais grave e preocupante aconteceu.


Incompreensível, e inadmissível a 'dúvida' dos árbitros da competição, o que mostra que não é só no futebol que há bons e maus árbritos.


Não vou complicar, Serei o mais linear possível.

Qualquer regulamento - salvo aqueles que têm tantas metas e camisolinhas, de tantas cores, com ou sem bolinhas, às riscas ou não - mesmo nos pontos, que terão que ser aceitáveis, classificados como 'particulares', o que não é normal em corridas maiores, como a Volta a Portugal, tem perfeitamente definido a forma de desempate na classificação geral individual.


Aqui será preciso abrir um parentises.

Não há Etapas ZERO em nenhuma prova oficial, muito menos numa com a chancela da UCI, logo, há que perceber o que significa o Prólogo.


O Prólogo - e a Volta teve vários anos sem o ter - não passa de um dia extra concedido à Organização (e não a todas) para que possam facturar mais algum dinheiro. Não deixa de ser enquadrado no todo do espectáculo e os seus tempos contam para a Classificação Geral Individual, mas escapa ao essencial do Regulamento Geral Técnico de Corridas. E NADA se sobrepõe a este.


Se há Jornalistas, Comentadores, Corredores e mesmo Directores-desportivos que o ignoram... isso é, de facto, um problema.

Mas deles.

Melhor, seria deles as suas dúvidas e protestos não estravasassem para o público em geral e este não é, este não, obrigado a conhecer de cor o RGTC.


Ora, recuperando o meu raciocínio, se não há - e não há mesmo - ETAPAS ZERO, a Volta a Portugal começou hoje e o RGTC é claríssimo, em caso de empate em tempos, o desempate faz-se pelos pontos somados pelos Corredores.


Aqui, defendo eu, reside uma das pontas do problema. A Volta a Portugal TEM uma classificação por pontos (que em nada interfiriria na classificação geral de hoje) mas os 'PONTOS' a que o RGTC se refere é àqueles que são atribuídos aos corredores pela ordem de chegada à meta. Sendo que o primeiro soma UM ponto, o 2.º DOIS, o terceiro TRÊS... o 125.º cento e vinte e cinco e o 160.º, cemto e sessenta. Todos os Corredores somam e acumulam estes pontos, dia após dia.


À outra classificação, que dá... pontos aos primeiros três nas metas molantes e, creio que ainda assim será, aos primeiros 15 na meta final, é uma coisa distinta e, há muito, que outras Corridas adoptaram como nome desta classificação o da Regularidade.


Outra coisa que consta do RGTC, e que será - no caso de haver pelo menos um em qualquer prova - o primeiro factor de desempate, são os centésimos de segundo de diferença... nos Contra-relógios Individuais. Os colectivos não contam.


Voltemos ao príncipio. O Prólogo, que tanto pode ser um crono individual como colectivo, é um espectáculo de Abertura de uma Corrida; os seus tempos contam para a Geral e, para desempate vai-se, sim senhos, até aos centésimos de segundo. Mas para desempatar o Prólogo.


A Corrida ainda não começou, logo, no final da primeira Etapa vinga a alínea do desempate por pontos (naquela perspectiva que já enunciei), o que em Espanha até tem um nome, chamam-lhe puntómetro.


Agora, como surgiu a confusão no final da etapa?

Quem a levantou?

Só ouvimos as declarações de Mário Rocha, DD da LA-Antarte que nem sabia bem o que se passava, mas disse que foi a Organização quem mandou chamar o Hugo Sabido à zona do pódio já depois de ele ter tomado banho. Faltou, pelo menos na emisão em directo, a versão de alguém da Organização.


Não ouvi, mas vi claramente o Comissário Fernando Gomes (abraço, amigo) argumentar com Mário Rocha e eu não fiquei com quaisquer dúvidas - até porque as não tinha - de que o Fernando arredava da discussão a 'estória' dos centésimos do Prólogo. Disse o Mário Rocha que não estava disponível um registo dos resultados da véspera com os centésimos de segundo...


Porque é que terá sido? Não sabe o Mário Rocha, como DD de uma equipa profissional que os Comunicados distribuídos ao final do dia - não os fornecidos a meio da tarde - e que estafetas da Organização entregam nos hotéis onde as equipas estão alojadas, a UM RESPONSÀVEL que tem de assinar uma nota em como os recebeu, são os Comunicados Oficiais? Já depois de analisadas e julgadas toadas as eventuais queixas apresentadas junto do Colégio de Comissários?


Claro que sabe! E se ele, o Comunicado Oficial, final, redigido após o Prólogo não citava os centésimos de segundo, porque é que seria? Porque NÂO CONTAM. E se o Mário Rocha o não sabe, como lidera uma equipa?


Mas este assunto acabou por se estender e arrastar na onda um terceiro corredor. Pelo menos no que me chegou - muito atrasado, é verdade.


Afinal de contas, não há dois mas sim três homens empatados com o mesmo tempo na frente da Classificação Geral Individual. O terceiro é o italiano Davide Riccibitti (Farnesse Vini-Neri), que foi ganhando tempo nas metas volantes ao ponto de, no final, somar as mesmíssimas 4:38.10 horas acumuladas.


Agora, o que é INADMÍSSIVEL, porque a não haver discussão, é tido como verdade absoluta, é que o Comunicado Oficial (ressalvo: o que me chegou) ordene os corredores, em primeiro lugar por uma sigla (Mls), que deduzo significar Milésimos, depois por um (ch) - ordem de chegada - e ainda um (b/p) - 'bónus/pontos', não sei...


Sei é que está errado, e se é este o programa informático que vai definir a Classificação Individual Final... então corre-se o risco de se cometerem erros tremendos. É que não é só o vencedor que conta. Há uma enorme diferença, nomeadamente em termos de curriculo e de 'argumentos' para uma melhor situação de Vida um Corredor acabar em 25.º ou em 70.º.


O Sérgio Ribeiro é o líder indiscutível.

Dessasseis pontos contra os 26 de Hugo Sabido que na Classificação que me chegou é... 3.º atrás do italiano Riccibitti que tem o mesmo tempo mas... 90 pontos.

ESTE É QUE É O TERCEIRO!!!


O Carlos Pereira terá comprado o programa informático numa loja... chinesa?

É que com estas coisas não se pode brincar.


De resto, e para já, não quero falar. O Hugo Sabido até vinha bem colocado aí a um quilómetro, quilómetro e meio da chegada... depois descaiu muito.

Foi 25.º no risco da meta;

se tivesse sido 14.º teria mantido a Camisola Amarela!


O seu chefe abdicou, de véspera, a hipótese de o defender.

Conheço o Hugo há muitos anos. Não será ele a queixar-se...

Mas arrisco uma coisa, o Mário Rocha perdeu a Volta a Portugal HOJE, logo na primeira etapa. O que me custa é que não foi por falta de 'material' humano mas de uma 'birra' de um autarca, empresário, seja o que for, mas que no Ciclismo caiu de pára-quedas.

Não ficaremos com saudades dele quando, obrigado, ou por vergonha, se decidir sair de cena.


Única nota positiva do dia - para além da magnífica vitória do Sérgio Ribeiro - as declarações de Vidal Fitas (eu já disse e reitero, deixou de ser uma surpresa como DD para se tornar no melhor exemplo de condutores de homens) - que disse, quando era preciso anular a fuga do dia, e cito de memória: "Posso perder a Volta no último dia, mas não a vou perder no primeiro. Já outros espertos a perderam, mas eu não a vou perder".


Parabéns Vidal... sei que sentes o que dizes porque estás aí de corpo e alma.

É da minha responsabilidade dizer que há muitos homens, já desaparecidos mas que merecem que o Tavira esteja, da forma mais honesta possível nesta Corrida.

quinta-feira, agosto 04, 2011

ANO VI - Etapa 58




PRÓLOGO

FAFE-FAFE (CRI), 2,2 km



E saiu para a estrada, ainda que forma de apresentação individual, mais uma Volta a Portugal.

Começo por registar a fraca empatia mostrada pelos OCS. Só A BOLA manteve a tradição de publicar um 'caderno'. '

Chapa 4', é verdade, mas fê-lo. A concorrência apenas aumentou o número de páginas, não acrescentando nada.



Aqui sou obrigado a 'cortar caminho'.

Já vamos ao Prólogo.


A meio da semana vi, com estes meus olhos, o Joaquim Gomes defender na televisão que 'a passagem da Volta a internacional é fundamental'. Deduzi, como é lógico, que - na escola, no meu tempo, ensinaram-me a Lei de Lavoisier - o princípio dos 'vasos comunicantes' tem que ser recuperado.



Se queremos uma Volta (desistam, de uma vez, por favor, da história da Volta para consumo interno) que justifique o que, hoje já é falacioso, ser a 4.ª maior, na Europa, depois de Tour, Giro e Vuelta, não a podemos fazer com pelotões destes.



Aliás - e mudarei de opinião se demonstrarem que estou enganado - a nossa Volta, mesmo que a RTP a disponibilize no seu canal Internacional, não é vista a não ser pelos portugueses.


Quem é que tem, por esse mundo fora, a RTP Internacional... dizendo de outra forma, eu tenho a TVE 24 Horas (que é diferente da TVE Internacional) mas nem sei em que posição está na grelha.



Curiosamente, num dos jornais de hoje leio declarações do Joaquim Gomes diametralmente opostas àquelas que ouvi. Que o futuro da Volta pode passar pela (mais uma) descida de escalão e voltar a ter 15 dias. A notícia não está assinada e, hoje em dia, qualquer estagiário é escalado para a Volta sem ter o mínimo de preparação.


Foi isso que ouviu do Joaquim Gomes, ou o que julgou ouvir?


A mim faz-me lembrar uma velha, por demasiado batida 'tecla' desde há 'séculos' defendida pelo prof. José Santos que adoraria ter uma Volta a Portugal disputada apenas... pelo se clube!


É impossível, toda a gente que sabe os regulamentos da UCI o sabe.

E o presidente da FPC fez questão de o sublinhar esta tarde à RTP.


Mesmo que que a Volta baixe de escalão, eu diria até de outra forma: se a Volta baixar de escalão fica mais próxima das quatro etapas do que das 15, e quem sustentar o contrário está a brincar connosco.

(Mas ninguém os impede de bricarem com quem cai de pára-quedas no pelotão de jornalistas que cobrem a Volta. Só não percebi ainda o que querem atingir...)




Ainda antes de escrivinhar umas linhas sobre o prólogo de hoje, gostava de deixar no ar uma pergunta que, creio ser mais do que justo, merece uma resposta e não exclui o Camarada que, não a tendo feito, escreveu a resposta.



Refiro-me à curta entrevista que o Miguel fez ao José Martins.

A dada altura este diz - podem ter a certeza de que está absolutamente certo - que 'apesar do seu tremendo valor, a maioria dos Corredores não recebe mais do que o salário mínimo'.




Com as saídas de David Blanco e de Cândido Barbosa eu duvido mesmo que haja algum Corredor no pelotão nacional a receber 1000,00 euros mensais, como sei que isso não baterá certo com o declarado - e aceite por esta - à FPC, que o sabe tão bem quanto eu, que dizer?


É ilegal? Pois é. A letra de um contrato é para ser respeitada.

Como provar?... Impossível sem a colaboração dos Corredores.



É então bem feito, já que o aceitam, sabendo que há 'balizas' para os orçamentos das equipas que, para além de 'verificadas' pela FPC são entregues à UCI.

Esta, é evidente, não vai confirmar caso a caso. Confia nas suas associadas!


Se estou a dizer que a FPC é conivente com estas irregularidades?

Não posso!

Precisava de ter em minha posse um contrato 'oficial' entre um Corredor e a respectiva equipa... e depois o seu recibo de vencimento!...




E até digo mais, há corredores que estão a pagar para correr.


Aqueles que foram 'tramados' pelo recuo da Liberty Seguros, que anunciou Urbi et Orbi que ia avançar com uma equipa Continental e depois teve que recuar, a maioria desses Corredores - os que ainda conseguiram encontrar uma 'mão amiga' para não ficarem no desemprego - estão a ganhar entre 200 e 350,00 € por mês.



Os jovens que 'estão muito contentes' por lhes ter sido dada uma oportunidade para serem... profissionais, a maioria deles estão a correr graças àquilo que, em momento de inspiração, há já alguns meses e reportando-se a atletas da canoagem, o Carlos Flórido [d'O Jogo] escreveu que sobrevivem graças a um... "paitrocínio".

Para quem passou os olhos sem ter lido bem a palavra: à custa dos pais.



É esta a realidade do Ciclismo em Portugal.

Este ano?

Mas que ingénuos...

Há anos que é assim!


O assunto não morre aqui... prometo.



E EIS A VOLTA!... VIVA A VOLTA!



Por alteração da consulta que tinha marcada para hoje, a meu pedido, que pretendia não perder um dia de Corrida a sério, afinal fiquei em casa e assisti ao Prólogo desta 73.ª edição da Volta a Portugal.



Tentar 'ler' num crono individual de apenas 2,2 km, sem dificuldades de maior, o que o futuro da prova nos reserva seria loucura.


Fiquemo-nos pela leitura dos resultados e... por algumas (curiosas) declarações de quem está demasiado habituado a uma Imprensa inóqua.
.


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Nota 10, claro para a LA-Antarte que, não só venceu com o Hugo Sabido - já merecia - como conseguiu o feito de meter cinco homens dos primeiros dez da classificação final. Há meia dúzia de anos atrás - e sem desprimor - diria que a equipa de Paredes tinha já feito a sua Volta. Agora não!



Só temos quatro equipas nacionais - com todo o respeito pelos jovens da Selecção, espero que saibam que se não tomarem alguma iniciativa individual, não esperem nada do carro - e todas elas viram a CS 'escolher' um ou dois homens seus como... 'favoritos'.




E o primeiro sinal, negativo, veio do Carlos Pereira.

'Que quem tiver que assumir as suas responsabilidades o faça!', afirmou.

Leitura imediata, e conhecendo-os a todos tão bem como conheço, amanhã ninguém vai mexer uma palha - e a etapa é longa - pelo menos até perceber que também tem os 'calos entalados'.



Que trabalhe o Paredes!


Mas posso a estar apenas a ser injusto, admito-o.

Ele também disse que 'quando tivermos que assumir, lá estaremos'

Até ficaria extremamente satisfeito se o Carlos Pereira me contrariasse.



Já afirmei que a 'escolha' dos candidatos foi iniciativa da CS, não das próprias equipas que, depois, não podiam contrariar o que já tinha sido escrito.



Não é verdade. Sejamos honestos.

Sejam honestos.



Só uma equipa apresenta, e faz muito bem em se... 'reservar' das atenções gerais, um conjunto para ganhar esta Volta. A não ser que, como o Marco Chagas não se esquece de (re)lembrar, das equipas estrangeiras 'salte' uma surpresa.


Atenção a Thomas Dekker (digo eu!...), até porque tem equipa!



Mas temos uma formação que já se 'habituou' a ganhar; que está perfeitamente oleada; que tem um director-desportivo inteligente... aquele que melhor lê a Corrida e o que menos medo tem te arriscar. E, repito-me, uma equipa perfeitamente oleada.

Digo mais ainda... E livre de ter de prestar vassalagem a nada mais que... nomes.



Querem que eu arrisque UM nome como principal favorito à Vitória Final?

Sem problemas...

... amanhã, depois de ler os vossos comentários




É algarvio e de Olhão!

quarta-feira, agosto 03, 2011

ANO VI - Etapa 57

BOA SORTE A TODOS!

Não vou poder vir aqui todos os dias porque não vou poder ver todas as etapas.
A minha 'agenda' de Verão está mais carregada com médicos e Hospitais que as da família Malhoa, pai, filha e neta!

Virei quando puder e dependendo de como volto do Hospital. Às vezes a letargia é tão grande que consigo ficar a ver um filme e, chegado ao fim, não me lembro sequer do seu nome nem dos actores que acabei de ver... (mas isto são coisas minhas)

Amanhã começa mais uma Volta a Portugal e o que é que eu poso dizer mais que não seja...

BOA SORTE A TODOS.

ANO VI - Etapa 56

ASSIM... DEFINITIVAMENTE NÃO!!!
O HÁ VOLTA RAIOU O VÓMITO...
(e foi só o primeiro dia)

Eu sei que que as (poucas) autarquias que ainda vão apoiando o Ciclismo - e permitindo que não perigue a realização anual da Volta - na hora de negociar com a Organização valorizam muito, muito mesmo, o espaço de duas horas que a sua terra 'brilhará' na televisão.

Contabilizado como espaço publicitário é um ganho quase incomensurável e que 'bate aos pontos' quaisquer esboços de inviabilização por parte das oposições locais.

Não sei quanto custa, hoje, uma partida ou uma chegada, mas o Joaquim Gomes fez questão de, esta tarde, frisar que a Volta vai passar por mais de seis dezenas de concelhos. E já nos tinha dito que o orçamento da prova é de, aproximadamente, 4,5 milhões de euros (coisa assim como que...metade de um 'Roberto').

Também não quero saber quanto pagam se no final ficam realmente contentes com o investimento. [Já explico!]

Por isso o Há Volta parece ser inevitável.
Não é!
E nestes moldes tem momentos asquerosos a raiar o vómito.
E uma chamada, séria, de atenção para os responsáveis do Canal Público.
Aliás, fiquei com a nítida impressão que uma das... 'pérolas' apresentada esta tarde foi, conscientemente censurada. E bem, digo eu...
A verdade é que o bloco publicitário caiu de repente sem qualquer separador deixando o 'artista' a seco.

Ao presidente da Autarquia de Fafe - e aqui vai a explicação -, homem que todos conhecemos como amante do Ciclismo e, ao que julgo saber, respeitado, mais do que isso, querido - sim, no sentido sentimental do termo - pelos fafenses (da Cidade e de todo o Concelho), homem sério, que tenho o previlégio de conhecer pessoalmente e com ele falado várias vezes, que teve até, para com a equipa de Reportagem de A BOLA - curiosamente, no ano em que o Miguel Cardoso Pereira experimentou pela primeira vez, e única, até agora - a deferência de premiar, com a medalha da Cidade, um trabalho que o Miguel, mais o Paulo Jorge Santos, escreveram mas que, mais ou menos levado 'à traição', acabei por ser eu a receber das suas mãos numa singela mas sentida manifestação de apreço, terá gostado tando das 'variedades' como eu e, estou certo, milhões de outros portugueses.

A Produção da RTP, para este Há Volta, se tem algum critério é de tal modo 'profundo' que eu não sou capaz de o alcançar.

A ideia, estou certo disso, e a parte que cabe à Autarquia definir, é a de dar visibilidade a clubes, colectividades, associações nas mais diversas variantes, que caracterizam o Concelho.

Uma pré-produção que nos mostrasse, e explicasse, os aspectos mais interessantes das Terras de Fafe - e o mesmo se aplica às Autarquias se se lhe vão seguir -, sem pretensiosismos enciclopédicos mas que nos falasse da História, da Etnografia, da Gastronomia, dos sítios a visitar... isso valorizaria o investimento.

Obrigar o presidente a ficar quatro horas a ouvir 'artistas' - e esta parte é da responsabilidade da Produção da RTP -, a ele e a nós, que cantam "ela quer u'mamá-la", "... se lhe tocares ela cresce", "a tua não que é pequenina", "eu nun'carra-lo com ela" (leia-se com pronúncia setubalense)... não é exagero, é total falta de respeito. Até porque isso NÃO TEM NADA A VER COM FAFE!

Eu não sou puritano, mas atirar para segundo plano - às 4.30 da tarde quem é que ainda se lembrava das equipas apresentadas e sabiam as que ainda faltavam apresentar? - os VERDADEIROS ARTISTAS DO CICLISMO que, é evidente, são os Corredores apresentando, não as EQUIPAS mas um ou dois atletas intercalados por 'vivaços' e 'vivaças' que aparecem de borla para apresentar as suas listas de futuros... concertos (é publicidade, pagaram-na?) com números que fazem da música Pimba que passa na rádio (estas jamais passariam!) quase óperas de Verdi, isso é que não!

A meio da tarde?
Foi o primeiro dia... ainda estão a tempo de mandar essa cambada de 'produtores' para casa.

Um espectáculo televisivo, que se estendeu desde as 14 às 18 horas não pode ser confundido - e tentem lembrar-se dos locais que estes... 'artistas' anunciaram onde vão actuar nos próximos dias - com bailes de aldeia onde velhos e frustados sexuais salivam até aos joelhos só com o guarda-roupa das... 'acompanhantes'.

Já o disse, não sou nenhum puritano mas se eu fosse chefe da polícia, ou da GNR, e este triste espectáculo a que hoje - porque queríamos ver os CORREDORES - fomos obrigados a assistir, levava toda a gente presa.

Agora berrem o que quiserem contra mim!

ANO VI - Etapa 55

E, NUM ÁPICE, PASSARAM-SE VINTE ANOS
(e como tanta coisa mudou!...)

Foi há 20 anos que cobri, para a saudosa A Capital, a minha primeira Volta a Portugal em Bicicleta.

Por esta altura já havia terminado. Acabou, na mesmíssima Avenida da Liberdade, em Lisboa, onde na edição deste ano a bandeira axadrezada será uma vez mais baixada pela última vez, no dia 15 de Julho.

Começara em Loulé, no primeiro dia desse mês e ainda era normal cumprirem-se mais do que uma etapa por dia. E foi assim que acontecei logo no primeiro dia. Um crono por equipas, de manhã, ganho pela Ruquita-Feirense, com o Jorge Mendes a vestir a primeira camisola amarela; à tarde correu-se a 1.ª etapa (de manhã havia sido o Prólogo) ligando Loulé a Tavira e o vencedor foi Luís Machado da então estreante Tensai-Mundial Confiança orientada pelo jovem Marco Chagas.

Houve ainda mais duas jornadas duplas. A 10 cumpriram-se mais duas tiradas: Costa Nova (Aveiro)-Guimarães e Guimarães-Porto. Vicente Ridaura (Royal) resistiu de amarelo, mas a sua liderança estava claramente por um fio. No dia seguinte, no segundo contra-relógio por Equipas, disputado na Cidade Invicta, venceu a Sicasal-Acral e o torreense Jorge Silva vestiu-se de amarelo e não mais haveria de despir o jersey de líder.
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No dia 12 tivemos outra vez duas etapas. Águeda-Caldas da Raínha e Caldas-Lourinhã. No dia seguinte o único crono individual e... do nada surgiu um jovem com pouco mais de 20 anos, Orlando Rodrigues, da Ruquita-Feirense (orientada por António Brás) que, para surpresa de todos - menos minha, porque não tinha a mínima ideia do que estava a acontecer!!! - venceu e se tornou um pesadelo para os homens da toda poderosa Sicasal-Acral nos dois dias que faltavam.

Mas Jorge Silva resistiu e acabou por vencer a prova não sem ver, no último dia, na chegada à Avenida da Liberdade, o mesmo Orlando Rodrigues ser o primeiro a passar o risco de chegada.
Memórias que vivem na minha memória...

Um abraço muito grande para os meus dois Companheiros de aventura e que, com a sua experiência tanto me ajudaram, o Zé Rosa (motorista) e o Carlos Alberto (repórter fotográfico).

E, como em título escrevo... e como tanta coisa mudou, lembro-me que carregava uma máquina de escrever mecânica e uma mala com duas resmas de folhas para escrever - laudas ou linguados (ainda tive que comprar mais) - que depois tinha de enviar por fax (já não apanhei a fase do telex!...) e os rolos fotográficos que o Carlos Alberto gastara ao longo do dia tinham que, o mais rapidamente possível, ser levados à estação da CP ou da rede de Expressos rodoviários mais próximos e 'despachados' para Lisboa. Na manhã seguinte um contínuo do jornal ia a Santa Apolónia ou à Avenida Casal Ribeiro buscá-los.

A Capital era ainda vespertino.

Ao Carlos Alberto escapava tudo o que fosse escolha ou edição de imagem!

Mas não era apenas o nosso - dos Jornalistas - trabalho que tinha era muito diferente.

Reparem, na foto, na estrada de paralelos; na existência de apenas uma roda pedaleira na bicicleta do Jorge Silva e... no sistema de fixação dos sapatos do Corredor aos pedais.

Esta, confesso que pesquei na última edição do Expresso: passam também agora 25 anos sobre a quarta vitória de Marco Chagas na Volta, a segunda ao serviço do Sporting.

Só mais uma nota: David Blanco, o vencedor das últimas três edições da Volta, divide com o Marco Chagas o recorde de vitórias na prova, quatro, e só ele e Joaquim Agostinho venceram três voltas consecutivas.

Eu... eu cobri a Volta durante 15 anos consecutivos, sem uma única pausa.
Em 2005 pude escrever a história de um perfeito desconhecido, o russo Vladimir Efimkin que, à segunda etapa e saindo da Figueira da Foz, para uma jornada que, passando pela Estrela (embora ao lado da Torre) terminou no Fundão, coberta de fuligem e com um ar irrespirável devido aos vários incêndios que rodeavam a cidade, ganhou a Volta. Sim. Ao segundo dia!

No ano seguinte, doente, falhei a corrida. Apenas um intervalo, pensei.
Não voltei mais!... E não voltarei...