quarta-feira, fevereiro 14, 2007

424.ª etapa


ELE HÁ COISAS QUE NÃO PERCEBO!...


(Como não sou completamente tolo… concerteza que, se mo explicarem, eu compreenderei.)

Volto aqui, no VeloLuso, a assumir a crítica ao que os “desportivos” dão como informação credível aos seus leitores. É uma posição que assumo, frontalmente. Medidas as consequências.
Hoje, um deles – os “desportivos” – informa-nos que a principal “contratação” do Boavista, equipa que está à beira de completar 25 anos de estrada, é… Joaquim Sampaio.
O Joaquim, que conheço há década e meia, é um dos mais velhos corredores do pelotão – e o “velho” aqui não significa mais do que o ter mais anos de vida do que os demais, sendo que considero ter o Joaquim mantidas intactas as suas qualidades – e está no Boavista há um bom punhado de anos. O que aconteceu então?
Fácil. Impreparação do jornalista que fez a reportagem e desatenção de quem, na redacção lhe deveria cobrir o flanco. Resultado: uma informação errada.

Os leitores sabem julgar estes casos.

Mas, e lamento ter de escrever isto, num outro “desportivo”, a meio da semana surge-nos a notícia de que, alegadamente, dois responsáveis por duas das equipas que vêm à Volta ao Algarve se queixaram da corrida invocando argumentos que não são fáceis de digerir.

Primeiro, seria sempre deselegante a, seja quem fosse, tratar um organizador que tudo fez para os ter na sua corrida como Maomé tratou o toucinho. E estou certo de que, se fossem coerentes, até teriam feito um favor grande em terem recusado o convite. É que, apesar de tudo, houve equipas interessadíssimas em vir correr a Algarvia que a sua não presença valeria tanto como um “dois” no Totoloto…

Mas há mais. Primeiro, deixa-me a pensar o facto de dois responsáveis por duas das equipas mais habituadas a correrem as Clássicas do Calendário Mundial se queixem daquela forma quando, e todos o sabemos – e é isso que lhes garante serrem das provas mais mediáticas do planeta –, corridas como o Paris-Roubaix ou a Volta à Flandres são corridas por “caminhos” municipais, em estradas de 2,5 metros de largura, em constante sobe-e-desce, para não falar dos paralelepípedos… e até a lama.
Pior, deixa-nos a pensar quais os fundamentos de um responsável por uma das equipas que declara “creio que não existem condições para um pelotão igual ao das grandes voltas…», quando essa equipa NUNCA correu no Algarve. Como sabe o homem das características da corrida se nunca cá esteve?

São “armadilhas” em que o jornalista só cai se quiser.

Ouve, anota e transcreve, mas faltou ali uma coisa que teria vindo muito a propósito, o famoso “contraditório”, isto é, confrontá-lo com a uma simples pergunta: «De onde é que tirou essa ideia de que as estradas do Algarve não servem para este pelotão?»
Seria muito mais interessante a resposta a esta pergunta do que aquele… «desabafo» (chamemos-lhe assim).

Se fosse eu o organizador, uma coisa era certa… para o ano o pelotão seria mais pequeno de certeza. É que a essa equipa não mais seria endossado um convite. Aliás… sê-lo-ia já este ano porque já o teria retirado. Falta agora saber qual vai ser o discurso do senhor aqui, em Portugal, no Algarve. Quando os jornalistas o confrontarem com estas declarações. E confrontá-lo-ão, de certeza. Sobre isso não admito quaisquer dúvidas.

Ah!... e a outra equipa que se queixou, por acaso há dois anos até ganhou duas etapas. Mesmo correndo por estradas… «sem condições».

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