terça-feira, dezembro 14, 2010

ANO VI - Etapa 5

ATÉ SEMPRE COMPANHEIRO

Só hoje o soube.

Os jornais traziam a notícia que nenhum jornalista gosta de escrever, a da morte de um camarada.

Morreu o Zé Mateus.
Foi-se mais um dos nossos.
Não sei quantas Corridas fizemos juntos, foram tantas, desde Voltas a Portugal a outras por este país fora. Jornalista da Antena 1, tinha 60 anos e partiu ontem, segunda-feira, um ano e pouco depois de se ter reformado com problemas de saúde.

Recordá-lo-emos, naquele seu jeito bonacheirão, amigo do seu amigo, profissional exemplar que todos respeitávamos.

Não foi fácil encontrar uma foto dele, mas queria perpertuá-lo aqui. Achei-a.


Ao mesmo tempo, no sítio da RDP encontrei aquele que terá sido o últo 'Tempo de Desporto' que realizou. Tem a data de 17 de Novembro de 2009, a 1 de Dezembro reformar-se-ia.

(José Mateus)

Há já alguns anos que o não via. Agora já não vou a tempo e temo que o mesmo acontecerá com outros.

Vai diminuindo o 'pelotão' da Velha Guarda do Jornalismo de Ciclismo, quando este era formado por Jornalistas e formava uma grande família.

Adeus Zé, Até Sempre!

(foto: albertohelder.blogspot.com)

2 comentários:

mzmadeira disse...

Acho que é a primeira vez que o faço aqui, venho de propósito confessar-me chocado.

Abro um parentises para pensar em 'voz alta'. Quem serão os 60 leitores que me sobraram?

Nenhum Corredor? Nenhum director-desportivo? Nenhum colega Jornalista?

Choca-me que a morte do José Mateus não tenha tocado ninguém. Ele já andava no Ciclismo quando eu lá cheguei. Não se lembram dele?

Nem uma reacção à perda de um Homem e de um Jornalista que deu ao Ciclismo o que podia dar - e a mais não somos obrigados.

Aquando da dolorosa perda, por exemplo do João Carlos Garcia, ou do Sousa Casimiro houve reacções de pesar.

O Zé deixou-nos e parece que ninguém deu por nada. Aliás, no dia seguinte à sua morte, quando dela tive conhecimento, apressei-me a ir ao sítio da RTP - Rádio e Televisão de Portugal - nomeadamente à página da Antena 1. Nada!

O Zé foi sempre um Jornalista descomprometido, independente. Mas que fazia com extrema isenção e dignidade o seu trabalho. O que é que isso vale nos dias de hoje? Vê-se.

Isto é também um pré-auto-obituário. Ou acham que me esqueci de quem me ligava dia sim-dia-não a pedir uma noticiazinha "porque a equipa precisa de motivação" e de quem há quase cinco anos não enho uma palavra? Um dia destes, no Hospital de Santa Maria, onde ando a ser tratado, dei de caras com um deses 'amigos'. Senti-me observado, sabem a sensação, e olhei, desviou os olhos. Ia levantar-me para ir ter com ele mas parei. Se já me tinha visto e não dissera nada, porque haveria de ser eu a fazer fosse o que fosse? Mais, levantou-se da cadeira, na sala de espera para as consultas de Ambulatório, passou a dois metros e meio de mim, tirou uma garrafa de água da máquina distribuidora automática existente no local, voltou a passar por mim e sentou-se... noutro local, de costas para onde eu estava.

Quando eu morrer vai-me acontecer a mesma coisa que a ti Zé. Não acredito em mais do que, mortos, ou os vermes nos comem a carne, se formos enterrados, ou tudo acaba num frasquinho com as nossas cinxas, mas permite-me brincar com a hipotética situação de podermos mesmo reencontar-nos. Seja onde for. O que vamos rir deles, companheiro.

Maria João Gouveia disse...

Não me recordo do senhor :( sou novata...

Que descanse em paz!

MJ