ANO VIII - Etapa 11

GLÓRIA PARA QUASE TODOS!...

Queridos amigos, não se trata de uma crítica fácil, muito menos ferida de quaisquer outra intenção que mais não seja a de sublinhar alguns... pequenos detalhe que, ditos uma vez, passavam, mas repetidos duas, três, quatro, cinco, seis vezes... talvez ela vos ajude a melhorar porque, embora haja, ainda que muitos a pretendam ténue, uma linha que separa, o 'deslize' da ignorância o que também serve para as repetidos, e de repente chatas, faltas de informação rigorosa.

Como disse, um 'deslize', um lapso de memória, ainda por cima num directo e cometido por gente que acredito piamente estar a construir uma carreira no Jornalismo, aprendendo agora com os erros, se alguém lhes chamar a atenção, não com uma censura, mas com um braço amigo sobre o ombro lhos sussurrar, então vão com certeza melhorar. E vão chegar lá!

Eu estive aí, nesse patamar. Estreei-me há 19 anos e, mesmo afastado involuntariamente, ainda hoje continuo a aprender. Porque sei que, cem anos que vivesse, ou os que viver que ser~
ao, evidentemente, muitos menos, estarei sempre a aprender. E, à medida que os 'velhos Lobos' vão desaparecendo de entre nós, torna-se claro que terá que ser com os jovens que irei somando novos conhecimento.

Mas antes disso...

... parabéns à Federação Portuguesa de Ciclismo e a todos os que contribuíram para pôr esta ideia de pé, e para que ela se realizasse , esta 'Subida à Glória' - efectivamente uma 'imagem', quase parábola,  extremamente feliz - pode tornar-se numa 'marca', do Ciclismo, nomeadamente em Lisboa. Assim os homens de boa vontade a não percam, ou terceiros não deixem esmorecer a iniciativa por falta de apoio.

Não fora esse o nome escolhido para a prova e, de certeza, mais logo não me admiraria que fosse o título de peça de jornal, encabeçando a reportagem e, se calhar em mais do que um jornal.

'Subida à Glória' foi, é, uma brilhante ideia de 'marketing'. E a independência do Jornalismo manda que seja mantida como tal. Claro que as imagens de televisão e fotografias a mostraram, mas também foi a pensar nisso que ela foi criada.

Aonde é que eu quero chegar?´
Para quem não conhece Lisboa, descendo a Avenida da Liberdade do Marquês para o Rossio, o último arruamento que aparece à direita, e que liga aquela ao Bairro Alto e a São Pedro de Alcântara, chama-se Calçada da Glória. Rua íngreme, como viram, ainda com o velhinho empedrado e na qual, desde o último quartel do Século XIX se mantém em funcionamento aquilo que por aqui, pelo sul, chamamos elevador. Num curto espaço de tempo foram construídos quatro. Três para ajudarem a vencer o desnível entre a zona baixa da cidade e o a zona Camões/Chiado (Elevador da Bica), do Carmo (Elevador de Santa Justa, o único verdadeiro 'elevador', porque é vertical) e do largo da Anunciada, menos de 100 a norte do da Glória, só que do lado esquerdo de quem desce a Avenida, para acesso à zona de Sant'Ana.

À excepção do de Santa Justa, que é arquétipo do elevador que hoje todos nos nossos prédio (salvaguardando, é evidente, a monumentalidade, ou não fosse ele obra de um discípulo de Gustavo Eiffel), todos os outros sobem, hoje em dia com a electricidade como força motriz, rampas que são de extrema 'violência' para subir a pé.

É o caso da Calçada da Glória!

Ora bem, e aqui entramos nas 'gaffes' ditas e repetidas pelos meus jovens companheiros. Sem desculpa, mas também se a intenção de os 'achincalhar'. Mas tenho a certeza que outros companheiros, de outros Órgão de Comunicação Social cometeram os mesmos e, provavelmente ainda mais... só que não os ouvi. Ainda!

Erro mais vezes repetido: SUBIDA À CALÇADA DA GLÓRIA!
(E aqui compreenderão o intróito sobre... 'a Subida à Glória!'

Caramba, já que nenhum dos dois repórteres percebeu a asneira, ninguém na 'régie', realizador, anotador, coordenador, director, NINGUÉM foi capaz de emendar os rapazes?

Não se subiu À (conjunção da preposição a com o artigo singular feminino a) mas... A (artigo) Calçada da Glória.
A prova começava - se a cabine inferior do elevador [meu ponto de referência] estivesse encostada ao abrigo para os passageiros - seis ou sete metros acima do passeio da Avenida/Restauradores - NA CALÇADA DA GLÓRIA; e terminava, num cálculo que não posso confirmar - mas subi, a pé, e desci, tantas vezes a Calçada da Glória - doze a 15 metros antes dos degraus que dão acesso à Rua S. Pedro de Alcântara. Na... CALÇADA DA GLÓRIA, claro, que não tem saída pois há seis ou sete degraus que a elevam à altura da Rua S. Pedro de Alcântara.

Subida DA Calçada da Glória e NUNCA à CALÇADA DA GLÓRIA. (a dada altura, já perto do final do directo, o elemento que estava no cimo, junto à meta até lhe chamou 'Subida à Graça').

Talvez influenciado por um 'bitaite' antes avançado por um 'especialista' da casa que avançou com a LUMINOSA IDEIA de se tentar a mesma experiência 'nos elevadores' do Lavra - o que na próxima década é impossível, pois hoje nem o elevador funciona porque a Travessa está fechada devido ao perigo de aluimento de... vários prédios - da Bica, o que é fisicamente impossível pois o corredor viário é totalmente ocupado pelo funicular, e os passeios são em escadinhas, e falou na Graça e no Castelo. Gostava de saber por onde...

Mas 'especialista é especialista'... aliás, como ficou comprovado na sua primeira intervenção em que, sem dúvidas, apontava dois jovens corredores de estrada, sem qualquer experiência numa 'aventura' como esta como 'claros favoritos'.

Por mau fado, não deu para os ver. Tentar vencer especialistas de BTT, com o seu equipamento normal, montando uma bicicleta de estrada? A chover, ainda por cima? E o 'pormenor' dos andamentos? Bate-me aqui uma coisa na cabeça, tenho gravado mas não tenho já tempo de ir rever, é tarde... falaram em 33x30 ? Numa bicicleta de estrada? Gostava de ter visto...

Agora, os tempos.

Claro que era preciso que todos acabassem para se saber quem seria o novo recordista da Subida....
Atenção! A distância percorrida foi exactamente a mesma? Mas isso também importa. Francamente não importa, não apago para que vejam que também eu consigo ser palerma. Que interessa isso se o que realmente contou, e funcionou, foi que tivemos uma noite de festa em plena 'baixa' Lisboeta, de festa do Ciclismo, mesmo tendo de 'engolir' «os milhares de pessoas que aqui se encontram»!

Duas (dois passeios)n vezes 265 metros dá 530 metros... há zonas sem passeio e outras que não têm mais de 30 cm de largo, e são mais largas... mas 400/500 pessoas poderiam lá ter estado. E isso foi óptimo!

Conseguiram ser mais dos que os elementos da FPC, comissários, cronometristas, amigos convidados...

Não devia lá ter estado um representante da Câmara Municipal de Lisboa? Não vi, quero dizer, não vi no ar, ser entrevistado... Vá lá que não entrevistaram o Artur Lopes!!! Porque todos vimos um senhor de fato e gravata - e credencial ao pescoço, coisa que os Jornalistas em serviço não tinham - a tirar o microfone da mão do repórter e pôr-se ele a fazer entrevistas...

Cronometristas, cronometragens.
A coisa começou mal. Não funcionava.
«Estava a ser difícil coordenar a cronometragem», ouvi, do que, deduzo, lá em cima, na meta, deveria estar outro painel electrónico com os tempos dos corredores.
Como não funcionou, deduzo, outra vez, abdicou-se deles e os tempos eram vistos na partida mas não na chegada, daí a aflição do repórter que não sabia se o velho recorde tinha, ou não, sido batido. Que fazia o seu companheiro lá em baixo?, ou aquele painel também deixou de funcionar?

E chego à outra parte - para além da 'subida à Calçada da Glória' - que me deixou de queixo caído...

Caramba, já que nenhum dos dois repórteres percebeu a asneira, ninguém na 'régie', realizador, anotador, coordenador, director, NINGUÉM foi capaz de emendar os rapazes?

Disse, SEMPRE, o que estava na partida que o novo recorde era de 39 segundos e 777 CENTÉSIMOS!!!!

Disse SEMPRE, o que estava na chegada que o novo recorde era de... 39 segundos.

Comecemos por este.
Há já umas centenas de anos que o homem sabe que o ano não tem, exactamente, 364 (ou 5) dias, mais 24 horas.... Não, acrescem, ou faltam, conforme o dita o Universo, sempre mais... um ou dois décimos de milésimo.

Já não há corridas a ficarem-se pelos segundos. Entre um segundo e o seguinte existem dez décimas de segundo que são necessárias para desempatar...

E se o de baixo dizia que o tempo era de 39,777, porque é que o outro ignorava esses quase 8 décimos de segundo?

Mas o pior nem foi isso.

39 segundos mais 777... centésimos de segundo!
Chumbo na primeira classe do 'meu' ensino primário!

777 'centésimos' - como disse o desamparado repórter - de segundo são têm que ser lidos como 7 segundos e 77 CENTÉSIMOS DE SEGUNDO!
Então?
A marca foi de 39 segundos ou de 46?

Se a unidade está dividida em 100 partes, 700 SÃO, EM TODO O LADO DO MUNDO... SETE UNIDADES!

O recorde ficou, tanto quanto a reportagem me deu, em 39 segundos e 777 MILÉSIMOS de segundo!

Se alguém me disser que isto são preciosidades, que sou picuinhas... então, ainda bem que estou a morrer!