DESCANSA EM PAZ
VELHO COMPANHEIRO
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Só hoje, rectifico, ontem, domingo, dia 14, e - vejam lá o que eu ando a ler nos jornais!!!... - fiquei a saber que o Luís Rua faleceu. Há uma semana, porque a nota era para a nissa do sétimo dia...
E dei comigo a perguntar a mim próprio, "se leio todos os dias os três jornais 'desportivos', como é que não li nada sobre a sua morte?»
Fui ao sítio da Federação Portuguesa de Ciclismo. NADA, nicles, zero...
Eu estou doente, a cabeça, confesso-o, também não anda bem, mas não esqueço os Amigos.
O Luís Rua foi vice-presidente da Associação de Ciclismo do Algarve aquando do meu 'aparecimento' na modalidade. Era-o, creio eu, mas desculpar-me-ão se estiver errado porque já foi há tanto tempo. E depois, foi Presidente - se calhar já o havia sido antes, é algo de perfeitamente normal a rotação de líderes - após a morte [de cancro] do Zeca Teixeira!
Ainda ninguém sabia quem eram os rogérios teixeiras nem os bernardinos caliços.
Estive no Algarve, a cobrir fossem as Provas de Abertura, fosse a Semana Algarvia ainda estava n'A CAPITAL! E fí-lo várias vezes, entre 1991 e 1999!
E fiz a Prova de Abertura de 2000, já para A BOLA, mas aqui, ao contrário do que acontecera antes, completamente desamparado. Tinha terminado a minha ligação com A CAPITAL no dia 31 de Dezembro de 1999, e só viria a ser jornalista de A BOLA em Maio, creio eu, de 2000, e Prova de Abertura era, como continua a ser, em Fevereiro.
A gozar de algum tempo de descanso - já havia contactos com A BOLA - desloquei-me a expensas próprias ao Algarve. Fui de comboio e foi exactamente quando ia a meio da viagem que, num corriqueiro contacto telefónico, porque o foi com um velho Amigo, e dizendo eu que ia a caminho de Loulé ele me perguntou se eu não me importava de fazer a Cobertura da Corrida. Para A BOLA!
Claro que não me importei nada! Só havia um pequeno problema... eu fui de comboio porque não conduzia, nunca conduzi! Como fazer a cobertura da Corrida sem transporte? [esqueçam a internet.... ainda gatinhava.....]
Mas todos os 'sacanas têm sorte'!
Não é que, naquela altura e na Cidade de Loulé não havia grandes alternativas ao Loulé Jardim Hotel. Se ainda existe e, francamente, eu não sei, não pensem que estou a fazer publicidade!
Pois bem, chegado ao hotel, que eu, francamente, não tinha a mínima hipótese de ter sabido antes, era o 'Quartel-general' da prova, fui dar de caras com toda a gente que conhecia... Incluindo o Luís Rua! Era ele o Director de Corrida, daí eu, passados todos estes anos, colocar a hipótese de ser ele, na altura, o Presidente da Associação de Ciclismo do Algarve porque, felizmente - embora não concordasse por inteiro com as suas opiniões - o Zeca Teixeira ainda era vivo. E parecia de boa saúde.
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E foi no carro - descapotável - do Luís Rua [não sei se era dele, claro] que eu segui as duas corridas.
A Prova de Abertura tinha, na altura duas corridas: uma para profissionais, outra para amadores. O que rapidamente se transformou nos anos imediatamente a seguir em corrida para profissionais e para sub-23 e redundou para uma corrida só nos últimos anos.
Portanto, foi com o Luís Rua, Director de Corrida - com 'rádio-volta' especial e tudo, que eu fiz essa Prova de Abertura em... 2000! E foi ele quem 'obrigou' a funcionária da Associação a ficar comigo, enquanto eu tentava enviar os textos para Lisboa...
Claro que nos anos seguintes nos voltámos a encontrar. Fosse na Prova de Abertura, fosse na Volta ao Algarve, apesar de ele já não ostentar quaisquer 'galões', apenas se apresentar como membro da direcção que outro já conquistara.
Mas o Luís Rua foi, e durante muitos anos, diria praticamente até ao meu afastamento, em 2008, sempre figura presente e amigo verdadeiro.
Lamento ter que lhe dedicar esta singela homenagem, oito dias depois da sua morte e, porque, por acaso, vi um anúncio fúnebre num jornal!
Eu acho que isto só aconteceu porque, vertical, como sempre mostrou ser, não se dobrava para 'lamber botas'! Também por isso fiquei a admirá-lo mais.
AMIGO LUÍS, desculpa o atraso desta nota que, como lá no íntimo sabes, é para mim muito dolorosa.
PARTIU MAIS UM DOS MEUS!
DESCANÇA EM PAZ AMIGO!
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Vocês olham para a hora a que escrevo e adivinho que a maioria a questiona.
Que faço eu às três da madrugada?
E estou tão cansado!
Contudo aqui estou.
Deitar-me, fechar os olhos e dormir tornou-se aflitivamente assustador. Mentira!... Não tenho medo, não tenho medos! O que aí vem não me preocupa e há muito me habituei a dividir as noites com os meus fantasmas. Os bons e os chatos, claro! Este cansaço, ainda antes de me estirar sobre a cama já tem a ver com o cansaço que, mais logo, quando, esgotado o sono - que não o cansaço - sei que acordarei mais cansado ainda.
Se os dias se somam sem que nada aconteça - há pequenas excepções, que não vos interessam para nada, mas ontem [domingo] voltei a não acertar com a porcaria da injecção que contém sei lá eu o quê e me deveria aliviar estas dores que de insuportáveis, me dão vontade de... sei lá o quê!, e voltei a perder demasiado sangue; e já devia saber onde raio passam as minhas próprias veias e artérias... pois sou eu que as administro a mim mesmo há mais de um ano... Ou tenho mais vasos sanguíneos, ou menos músculo porque seria neles, nos músculos, que devia injectar esta porcaria... quase que se resume a isto, porque é semanal ao contrário das análises e dos RX e das RM e das Eco, hehehe, estou a ficar especialista! - que compõem a minha... 'agenda'!...
Mas dizia, se os dias se somam sem que nada de relevante aconteça - e nada do que escrevi atrás o é -, as noites, essas são um caleidoscópio alucinante. Onde eles, os meus fantasmas, os bons e os 'chatos' me levam para junto deles e com eles - mesmo que tudo saia confuso - eu repise ruas e estradas, mas, principalmente corredores e escadas que tantas vezes pisei; só que na maioria das vezes, quando acordo - e lembro-me sempre dos meus sonhos - nada bata certo... ou que tudo esteja misturado.
Daí, mesmo que com dois palitos a segurarem-me as pálpebras, haja dias em que eu tento adiar a parte «EMOCIONANTE» daquilo que me resta desta viva.
Mas, POR FAVOR, não confundam esta segunda parte deste 'post', com a primeira. E nem todos - antes pelo contrário - os meus 'fantasmas' já são... pó, cinza ou nada (como escreveu a alentejana Florbela Espanca).
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