domingo, outubro 15, 2006

268.ª etapa


AFINAL, ELES FALAM, FALAM, FALAM… MAS O BENFICA FICARÁ DE FORA!...


Sei que não “caiu” bem no seio da Direcção da FPC o artigo que escrevi na 235.ª etapa. Parece-me que, o que então fora decidido no Conselho de Estrada era para ficar dentro daquelas “quatro paredes”. Mas eu acabei por saber que havia sido aprovada uma decisão que deixaria o Benfica de fora das corridas estritamente nacionais, no calendário de 2007.

Não é por se tratar do Benfica!
Quando, em 2003, a Maia ficou impedida de correr as provas estritamente nacionais, consultei os regulamentos vigentes e tive que aceitar. As equipas da I Divisão NÃO PODIAM disputar as corridas x.12. Ponto final. Sem discussão.

Mas já questionei as alterações à regulamentação que permitiram, em 2005, à LA-Pecol e quando era uma equipa Profissional Continental, participar em TODAS as corridas do calendário, incluíndo as tais x.12. Não poderia fazê-lo, à luz dos regulamentos vigentes, mas a FPC conseguiu encontrar uma saída, uma forma de contornar os regulamentos, de forma a que a equipa da Charneca do Milharado não ficasse confinada a fazer apenas sete corridas em toda a temporada.

Não me chocou! Percebi as boas intenções da FPC, em relação a uma equipa sua filiada.

No outro artigo – a tal 235.ª etapa – que então escrevi, disse que sabia quem era o responsável pela inscrição da já LA-Liberty como Profissional Continental, estatuto do qual a equipa acabaria por não colher qualquer dividendo porque, sendo que Espanha, que é o país ao qual é mais fácil o acesso por parte das equipas lusas, estava “vedada” porque a “equipa-mãe” também precisava de corridas para fazer rodar os 25 corredores que inscrevera e à equipa-filial não era permitida a participação nas mesmas corridas que ela disputava.

Quem inscreveu a LA-Liberty como Profissional Continental foi Manolo Sáiz!

Aliás, quando a factura relativa aos juros de mora relativos à inscrição tardia da equipa chegou à Charneca, foi devolvida à procedência porque não fora ninguém dali quem inscrevera a equipa. Mais, está para saber-se como é que uma equipa da Charneca poderá voltar a inscrever-se como Profissional se as tais facturas não forem pagas. Provavelmente, nessa altura, vai ser preciso "fechar os olhos” e pagar mesmo (ainda com mais juros de mora) porque a UCI não esquece nem perdoa.

Mas voltemos ao que então escrevi.
Ficou decidido, na tal reunião do Conselho de Estrada, que o Benfica, enquanto equipa Profissional Continental NÃO PODERIA correr as provas x.12. Foi o que eu escrevi.
Menos de 24 horas depois, tive conhecimento, não só de que a Direcção da FPC ficara “incomodada” por ter sido revelado o que se passara na tal reunião como rapidamente foi semi-desmentida a notícia, garantindo-se que tudo ficaria como já estava.
Isto é, manter-se-ia “aberta” a “porta” criada com a tal figura de “equipa-mista” o que permitiria contornar os regulamentos. Foi até acrescentado um pormenor, aqui mesmo, no VeloLuso, ratificado pelo próprio presidente da Associação Portuguesa de Ciclistas Profissionais, Paulo Couto, quando enviou uma mensagem – que pode ler-se nos “comentários” à 235.ª etapa – a emendar-me quando eu escrevi que teriam de “ser inscritos PELO MENOS dois corredores de uma equipa de clube (sub-23)…”, rectificando para, “no máximo dois…”

Lendo isto é fácil de perceber que, muitos poucos dias após a tal reunião do Conselho de Estrada, e tendo as decisões então tomadas vindo a público, exactamente através deste Blog, federação e parceiros no mesmo Conselho de Estrada se apressaram a encontrar uma “desculpa”.
Uma forma de negar o que aqui se dizia.
E a primeira coisa que lhes veio à cabeça foi a de reiterarem que se manteria o “esquema” usado em 2005, com aquela particularidade de que, em vez de poderem levar sete dos seus profissionais, ficariam as equipas profissionais limitadas a “apenas” seis corredores, sendo os outros dois de uma equipa de clube.

Mas a verdade é que, tendo deixado correr alguma água sob as pontes, não é que acabo de saber [fontes não revelo] que tudo o que foi dito não foi mais do que para “português ver” e que, de facto, o que a FPC se prepara para fazer aprovar em Assembleia-geral, que se reúne no próximo fim-de-semana, é que A EQUIPA PROFISSIONAL DO BENFICA NÃO PODE CORRER AS PROVAS ESTRITAMENTE NACIONAIS? As tais x.12!

É verdade. O máximo que pode acontecer é que, SE as etapas dessas provas (no caso de serem corridas por etapas) se enquadrarem “dentro dos limites regulamentares” para poderem ser disputadas por corredores sub-23, a equipa de SUB-23 do SL Benfica poderá ser convidada (como o poderá ser qualquer outra deste escalão) podendo ser reforçada APENAS, e no máximo, COM DOIS corredores profissionais DESDE QUE TENHAM MENOS DE 23 ANOS DE IDADE.
No caso concreto do Benfica, apenas Hugo Sancho reúne esta condição.
Portanto, ao Zé Azevedo, Sérgio Ribeiro e companhia, apenas os podermos ver em Portugal nas sete corridas que fazem parte do Calendário Internacional do Circuito Europeu da UCI.

Diz-se, desdiz-se e torna a dizer-se o mesmo que no início.
Regulamentarmente, não há nada a apontar à FPC.
É isso que o Regulamento da UCI manda.
Mas lá está. Em 2005 foi “concertada” uma maneira de a LA-Pecol correr todo o calendário nacional.
Também não estou contra isto.
Como é que um patrão sustentava todo um plantel de 15 corredores só para fazerem 7 corridas em todo o ano?
E o Benfica tem prevista - e nada o impedirá de o fazer - a sua participação em várias provas além fronteiras. Mas que há diferenças de atitude por parte da FPC, tanto em relação à Maia, em 2003 e 2004, como em relação ao Benfica, este ano, isso é indesmentível que há!

E ainda não pude confirmar, mas, não sei se por cusa deste diz-que-diz-mas-não-diz, soube que o presidente da Associação de Equipas pôs, entretanto, o seu lugar à disposição. Parece que lhe foi reiterada a confiança.

Aqui há motivo para um novo artigo.
Sendo a Associação de Equipas, uma organização patronal, é-o, como é que o seu presidente pode ser o assalariado de uma das equipas.

Era o mesmo que o engenheiro Arga e Lima, administrador de A BOLA, pôr-me a mim como representante do jornal na Associação da Imprensa Diária que pretende salvaguardar os interesses das empresas jornalísticas ante as reivindicações do órgão que defende os jornalistas-trabalhadores, que é o Sindicato.

E como é que eu, sócio do Sindicato, ia defender os interesses do meu patrão!!!!?
Entretanto, e para que tomem nota, aqui fica o...

CALENDÁRIO NACIONAL
FEVEREIRO
18 - Troféu RDP Algarve
21 a 25 - Volta ao Algarve (*)
MARÇO
9 a 11 - Volta ao Sotavento Algarvio
15 a 18 - Volta a Santarém (*)
25 - Troféu Sérgio Paulinho
ABRIL
7 - Clássica da Primavera
11 a 15 - Volta ao Alentejo (*)
20 a 22 - Volta às Terras da St.ª Maria
29 - Clássica de Amarante
MAIO
5 - Circuito do Alpendre
6 - Troféu Reis Eusébio
9 a 13 - G. Prémio do Minho
17 a 20 – G. P. Rota dos Móveis (*)
JUNHO
2 a 3 - Volta a Albufeira
7 a 10 - Prémio Abimota
14 a 17 – Grande Prémio CTT (*)
21 a 24 - Prémio Dolce Vita Douro
28 a 1/7 - Camp. Nacionais
JULHO
8 - Clássica PAD
11 a 15 – Troféu Joaq. Agostinho (*)
22 - Clássica - PAD
AGOSTO
4 a 15 – 69.ª Volta a Portugal (*)
25 a 27 - Prémio Barbot
SETEMBRO
12 a 16 - GP Vinhos da Estremadura


A vermelho as únicas corridas em que poderemos ver o SL Benfica

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