terça-feira, fevereiro 15, 2011

ANO VI - Etapa 22

"IN DUBIO PRO REO"

Chamo a título uma expresão jurídica, normalmente intocável, pese embora o assunto em causa não tenha chegado aos Tribunais. Também não sou assim tão ingénuo que acredite que a 'coisa' fique por aqui. Pode lá chegar, até porque, e não é só por cá, as instituições que têm como objectivo a luta contra a dopagem no Desporto já mostraram, por diversas vezes, que não sabem perder. Não aceitam, diria... não admitem, serem postas em causa.

Como se fossem as donas da Verdade Absoluta. E isto não existe, como todos sabem, logo... há dolo nos seus recorrentes recursos.

Os 'centuriões' de guarda à 'verdade desportiva' - que montaram tenda à porta do 'acampamento do Ciclismo', com a preciosa ajuda da CS que, rapidamente, se não branqueia, apaga da agenda casos idênticos noutras modalidades - não se vão ficar.

A foto ao lado já desvendou que estou a falar do 'caso' Alberto Contador.

O natural de Pinto, arredores de Madrid, foi envolvido num processo com o seu quê de kafkiano.

Na última edição da Volta a França viu várias amostras suas recolhidas durante a prova, não foram só aquelas naquele espaçozinho de três/quatro dias...

Infelizmente, como o grande objectivoda CS é o de criar 'casos', sempre e só em relação ao Ciclismo, aquelas foram parar ao ÚNICO laboratório mundial com equipamento capaz de de, héllas!, detectar isto: 0,000.000.000.05 gramas/mililitro de uma substância com nome de supositório - o Clembuterol - no seu organismo.

Sim! são DEZ zeros depois da vírgula até chegarmos ao primeiro algarismo não redondo.
50 picogramas, li hoje. E aprendi uma palavra nova.

E foi com... ISTO TUDO (recupero, detectado numa análise, depois de todas as anteriores terem sido limpas, embora tenham remanescido vestígios nos três controlos seguintes) que se criou um 'caso'.

Caramba... então ia terminar um Tour sem que houvesse 'casos'?

Há uma faixa da CS, que chega aqui, à nossa, que das corridas não acrescenta mais nada àquilo que todos podem ver na televisão.
Porquê?
Porque escrevem as crónicas exactamente a partir do que veem na tv.
Qualquer coisinha que apareça a mais 'vale' uma página de jornal.
É boato? É rumor?
Não interessa. Enche a página.

Este ano coube ao Contador, com uma desonesta margem de dúvida em relação aos casos anteriores. O Landis, recordo, 'morreu' num dia e no seguinte 'deu um banho' a todo o pelotão.

Não somos todos parvos, e o controlo travestiu-se da famosa imagem do algodão... não enganou!

Eu nunca disse que não havia batoteiros no Pelotão. Mas não tomenos a núvem por Juno.

O 'caso' Contador foi, claramente, um 'facto' criado fora do pelotão e que contou com a ajuda da CS menos cuidadosa.

Já admiti que as instituições que foram criadas, a expensas públicas, para o combate contra a fraude desportiva, não tenham ficado satisfeitas e que não vão deixar morrer, de imediato, o assunto. Num quadro judicial isento e imparcial, isso não me apoquenta.

E, pondo-me na pele de um decisor, é evidente que dormirei sempre mais descansado se tiver deixado na rua um hipotético transgresor do que ter condenado um inocente.


Já agora, leiam isto...
(XXX)

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