terça-feira, maio 31, 2011

ANO VI - Etapa 44

CONTRAPONDO À RESPOSTA
DO MEU CARO NUNO
'POSTADA' NA ETAPA QUE ANTECEDE ESTA

Não compete ao Manel Zeferino, com quem não falo há largos meses - nem a qualquer pessoa, em posição idêntica, voltar à Praça Pública (para onde o trouxeram) num caso destes.
Nem a tal notícia de título garrafal e a preencher uma página inteira, tem que ser rectificada. Foi notícia!

O que podemos, e devemos, todos os que primam pela Justiça, questionar, são critérios jornalísticos.

A irregular, logo, fora do 'chapéu de chuva' de qualquer Lei, cível, criminal ou desportiva, acção a que chamarei 'Operação PCC' foi, tendenciosamente, proposta e 'comprada' por quase todos os OCS sem que tivessem respeitado a presunção de inocência daqueles, que nos primeiros momentos, nem arguidos eram. E, isso, creio que no seu devido tempo teve a resposta correspondente sendo que, valha a verdade, tarda em ter o seu epílogo.

Mas não vou aqui, agora, escrever sobre Direito.

Jornalisticamente, a rusga então feita era notícia. Para tão 'generoso' espaço?

Comparem-no com o que foi dado ao caso Clube Ciclista da Charneca (CCC) que 'rendeu' uns gordos três positivos com a mesma substância.

No caso PCC não houve casos positivos. Apenas a apreensão de fármacos - as vitaminas que ando a tomar há meses também são sintéticas, logo, fármacos - que nem PJ nem ADoP conseguiram demosntrar o que seriam.

Actuando, obrigatoriamente, em consequência da intervenção da PJ o Ministério Público (MP), apenas fez o seu papel. Sei que, desde o início, sem grande convicção porque entre mãos tinha... NADA!

Aquando da decisão do Tribunal da Comarca da Póvoa de Varzim que, em primeira instância decidiu decidiu ilibar, tanto o Manel, como o dr. Maynar - como toda a gente não comprometida jamais duvidou que viesse a acontecer - também não causou estranheza que o MP tivesse recorrido.


Infelizmente - e a culpa, ou não é de ninguém, ou é de TODOS nós - o nosso 'sistema judicial' não permite outra saída. Recursos, mesmo sem razão de ser, avolumam o número de processos a que os Tribunais não conseguem dar vazão e atrasam outros bem mais prementes , seja em que sentido fôr. Libertar pessoas do pesadelo de terem em cima um processo criminal, ou dar mais tempo a quem, de facto, acabará por ser condenado...
É a realidade!

Se chego à última página de um jornal 'desportivo' - e há mais de um ano que só temos dois no mercado, não sei se tiveram a perspicácia de dar por isso, embora continue a comprá-lo - sem ver uma notícia de Ciclismo volto atrás e procuro de novo. É impossível não haver notícias de Ciclismo, a não ser por opção editorial. Foi quando descobri aquela 'moldurazinha' em O Jogo, no passado dia 25 de Maio.

E que dizia, como podem confirmar na 'Etapa' anterior, «a decisão foi conhecida na passada semana...», ou seja, entre 16 e 20 de Maio...

Não sei como O Jogo a soube, mas deu-no-la a saber... uma semana depois.
E, dos jornais que leio, foi o único.
Pu-la aqui, para que todos - claro que são cada vez menos; tive mais de um milhar de leitores por dia... agora tenho 30 - os ainda aqui vêm. Para que, se a não tivessem lido n'O Jogo ficassem a saber.

Hoje, a notícia foi publicada noutro jornal.
Duas semanas após a decisão do Tribunal da Relação do Porto ter reconhecido a validade do julgamento em primeira instância e ordenado, sem hipóteses de recursos, o arquivamento do processo.

Não faço a mínma ideia porque só hoje. E nem voltaria ao assunto não fora o caso de, conferindo o correio, ter dado com a mensagem do Nuno.
E, porque mesmo que em decomposição ainda tenho tripas, agoniei-me.

Escrever a 'notícia' deve ter custado muito a digerir - muito mais do que as dezenas de almoços e jantares comidos na própria casa do Manel (ou do sr. Aires Azevedo, que não tem absolutamente nada a ver com isto) - tando que foi impossível 'arrematar' com um patético «recorde-se que Marcos Maynar encontra-se suspenso por dez anos pela justiça desportiva...»

Patético é pouco!
Em primeira instância, se uma coisa destas pretende fazer de todos nós parvos, o que não somos... é insultiva!
Por outro lado, a mim, lacera-me a alma...
Descer tão baixo (eu sei que, de facto, esse 'castigo' está registado) é algo que só gera em mim um sentimento de compaixão.

Mas descodifiquemos para quem não está 100% por dentro deste episódio...
O dr. Marcos Maynar, como médico, só pode ser condenado - e castigado - pela respectiva Ordem. A portuguesa não o pode fazer porque ele nunca nela esteve inscrito, aliás como consta do processo. A espanhola nem sequer sabe o que se passou porque nem a ADoP, nem a FPC têm sobre ela qualquer tipo de influência.

Mas foram a ADoP e a FPC que condenaram o dr. Marcos Maynar a... 10 (dez) anos de suspensão.
Passe a comparação, mas alguém está a ver a Federação Portuguesa de Futebol a impôr um castigo de UM DIA ao treinador do Sydney FC, da Austrália?
Claro que não.
Foi 'notícia' para papalvo engolir...
Mas, já agora, qual foi o castigo imposto ao médico do CC da Charneca?
'Evaporou-se', mas o efeito mediático - que não mais do que isso, que outro não teria porque também não estava inscrito na nossa Ordem dos Médicos, porque TAMBÉM não era o médico oficial da equipa - perdeu-se...

Um dia destes e podíamos ter uma notíciazinha a dizer-nos que tinha sido condenado a... dois almoços de suspensão!
Não brinquem connosco!

7 comentários:

Nuno Inácio disse...

Olá Madeira,
Já tinha saudades de ter opiniões distintas das tuas ;)
Neste caso concreto, o MZ tem muito a ganhar com a exposição mediática da decisão do tribunal, pelos motivos que vou enumerar:

1ª O nome dele foi envolvido em algo que não se provou, pelo que é inocente.

2º Todos sabemos que se fizermos, hoje, um inquérito de opinião aos amantes de ciclismo, a maioria vai associar o nome do MZ a um escândalo de doping.

3º Quem gosta realmente de ciclismo, sabe que o projecto do MZ faz falta ao ciclismo nacional.

Por estas três razões, a única forma de "limpar" a imagem do MZ é propagar aos 4 ventos que o tribunal entendeu que não existem provas, e que tudo não passou daquilo que tu sabes que se passou...

Podes ter a certeza que se o MZ fosse meu cliente, o que estaria hoje a fazer era a limpar a imagem dele e a preparar o seu regresso à nossa pobre modalidade.

Um abraço,

Marina Albino disse...

Meu caro Nuno Inácio
A minha opnião é diversa.
Calaram a maioria dos jornais a absolvição do Manuel Zeferino; os que a papaguearam serviram-se da notícia efectuada pela Lusa, que sem procurar saber o que diz a Relação, agarra em trechos desinseridos do contéudo para fazer uns considerandos sobre a sentença proferida na Póvoa.
Defendi o Manuel Zeferino, num dos processos mais complexos que tive até hoje e posso garantir que ele foi legitimamente absolvido, não porque a Justiça funciona mal, mas porque o libelo acusatório tinha fragilidades notórias, persecutórias sem substrato probatório concludente ou verídico.
Agrada-me ler no acordão que a Relação além de dar razão ao colectivo de juízes da Póvoa do Varzim , dá razão à defesa de Manuel Zeferino( porque jurídicamente bem fundamentada).
Por mim a imagem do Manuel foi denegrida e achincalhada por muitos, mas ninguém poderá negar que é o melhor e maior estratega no ciclismo de sempre, em Portugal.
Os que o vilipendiaram não passam de invejosos, ressabiados e pessoas sem carácter.
Os que amam o ciclismo vão sempre ter consideração pelo Manuel Zeferino e quem anda no ciclismo sabe sempre que a questão do doping lhe anda associada.
O problema é que quem tem responsabilidades na luta antidopagem, não tem nunca a preocupação com a saúde do atleta nem com o homem que se apresenta perante si, mas um meio de atingir o protagonismo, numa autêntica atitude inquisitória e brulesca.
Esperemos que o futuro político do país encarregue pessoas com uma visão mais humanista e mais correcta da luta antidopagem que é imprescindivel e necessária.

mzmadeira disse...

Isso de o Manel Zeferino vir a ficar na memória de alguns, irremediavelmente ligado ao doping, caro Nuno, ou é brincadeira tua, ou fruto de qualquer confusão que, momentâneamente, quero acreditar, te toldou a razão. Primeiro, porque não houve 'casos de doping', depois, porque é a ele, isso sim, que está ligado o período de ouro do Ciclismo português, com a sua equipa, com muito menores recursos, a bater-se de igual para igual com as grandes potências do Ciclismo Mundial, nomeadamente na Volta a Espanha.
Depois, porque se alguém tiver 'tomates' para assumir qualquer espécie de perseguição ao Manel, por meras suposições, vai ter que os ter bem grandes porque, só à laia de exemplo, a maior figura do Ciclismo nacional de todos os tempos, sim falo do Joaquim Agostinho, foi apanhado uma meia dúzia de vezes com positivos, desde os tempos em que isso apenas dava penalização de tempo, até às duas Voltas a Portugal que perdeu... mas há outros nomes, ainda hoje idolatrados que passaram pelo mesmo. Tirando aqueles que foram cirurgicamente 'abafados'.

O Manel, mesmo conhecendo a pessoa que assumiu a sua defesa em tribunal e a sua competência, jamais poderia ter ignorado que qualquer coisa corresse mal, mas nunca deixou de dar a cara. Ao contrário de outros que, ainda a equipa não tinha oficialmente acabado e já se haviam sumido. Até hoje. Mais grave, sem que a Comunicação Social tivesse feito sequer uma tentativa de cumprir o seu dever... Trazê-los, em letras gordas, a textos de página inteira, como fizeram com o Manel.
Porquê? É essa a pergunta que, todos os que amam o Ciclismo e gostam da Modalidade enquanto fonte de espectáculo, devem por a si próprios.
E estranhas lesões no início de duas, três temporadas consecutivas... e estranhos impedimentos à última hora, logo seguidos de castigo a terceiros, que, em lágrimas, me disse a mim que "a gente assina papéis sem ler..."

Mas fiquemos por aqui.
Aqui quero que se enalteça o Ciclismo, os Corredores, os (bons) técnicos... pretendo fingir que não há doping no Ciclismo? Claro que não.

Querem que abra um Blog para falar de doping? Antes disso investiguem quem era a figura - entretanto já falecida - que foi apontada por quase todos os jornais ibéricos e de França como principal municiador de EPO para o pelotão internacional e que foi apanhado no caso Festina, em 1998. Quando toda a gente soube do constante e regular desaparecimento desse produto do Hospital de São João, no Porto. E qual era a equipa portuguesa que mais vezes corria em França, nessa altura... algumas vezes... com essa pessoa como director-desportivo.

Já agora, outro dia li que o recorde mundial dos 10.000 metros, em atletismo, que durante quase uma década pertenceu ao português Fernando Mamede, ainda hoje suscita dúvidas a muita gente por essa Europa fora. Foi um tempo do outro Mundo. Conseguido muito à custa do 'trabalho inimaginável' das suas duas 'lebres' que o levaram 'ao colo'.

Procurem saber quem eram essas... 'lebres'.

Nuno Inácio disse...

Como nenhum de vocês os dois leu bem o que escrevi, vou citar o meu texto:
"Todos sabemos que se fizermos, hoje, um inquérito de opinião aos amantes de ciclismo, a maioria vai associar o nome do MZ a um escândalo de doping."

SE LEREM COM ATENÇÃO, vão perceber que eu não digo que o MZ está ligado a um processo de doping, mas sim que a opinião publica o conecta com isso...

E a opinião publica conecta o MZ a esse escândalo, porque TODOS OS OCS portugueses, e alguns estrangeiros, abriram noticiários ou fizeram primeiras páginas com a noticia.

É por esse motivo que entendo que a noticia da absolvição, principalmente quando se prova que " ele foi legitimamente absolvido, não porque a Justiça funciona mal, mas porque o libelo acusatório tinha fragilidades notórias, persecutórias sem substrato probatório concludente ou verídico.", deveria ser publicada em todos os OCS.
E essa publicação deveria ser FORÇADA, porque de outra forma, só uma minoria dos milhões que contactaram com a noticia inicial, vão saber da sua absolvição e, principalmente, da sua inocência.

Paulo Sousa disse...

Não podia estar mais de acordo com o texto do Nuno Inacio.
Possa ser que quando alguem passar para o Comité Olimpico Portugues em substituição do sr.Moura as coisas no Ciclismo evoluam positivamente. Salvo melhor opinião +e uma vergonha o que se está a passar com a junção das corridas de sub 23 com a dos profissionais (corridas do escalão 12 com o 13). Acabaram-se as corridas do escalão 13 e os sub 23 de 1º ano que vem muito mal formados das equipas que tiveram até juniores tão pouco se sabem alimentar numa corrida, passam de corridas com uma média 70km e com andamentos limitados para corridas em média com 140km sem limitação de andamentos e com percursos bem duros, mas que importa isso, o que iporta memso é que ainda vão havendo algumas provitas...

aamorim disse...
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Rui Quinta disse...
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