quarta-feira, julho 11, 2012

ANO VII - Etapa 40

CICLISMO vs FUTEBOL
OU OS INCONFESSÁVEIS INTERESSES DOS 'JORNALISTAS'

No dia 10 de Julho de 2011, passou ontem um ano, numa etapa do Tour, uma viatura com ‘convidados’ da televisão francesa ‘viajava’ pelo interior do pelotão aproveitando o facto de haver um pequeno grupo de fugitivos. O que está previsto e é aceite pelos Regulamentos. Às viaturas ‘oficiais’, como as dos ‘convidados’, que não aos jornalistas!

A estrada não era larga e as bermas inexistentes – quem segue o Giro, o Tour e a Vuelta sabe que é assim; só em Portugal quase se exige que as etapas decorram todas nos IP, SCUTS (agora é mais difícil) e não nas Auto-estradas porque é, definitivamente, proíbido! -, o motorista distraíu-se por um segundo e quando olhou em frente tinha um tronco de árvore para aí com 80 centímetros a um metro de diâmetro pela frente. Guinou, instintivamente, para a sua direita não dando conta que, a escassos centímetros rolavam, alheios às vistas panorâmicas e às conversas de circunstância, três Corredores: Thomas Voeckler, Juan António Flecha e John Hoogerland.

O primeiro, passou, apenas com o susto; o segundo deixou parte do equipamento – e da sua própria pele – no rugoso asfalto de uma estrada de 3.ª categoria, perdida num meio rural profundo.

John Hoogerland que, para além do impacto do carro, ainda levou, por arrastamento, com Flecha em cima, foi… de ‘costa-a-costa’, isto é, até à outra berma – não existente – ostensivamente limitada (acontece, nas propriedades privadas, possivelmente pastagem para gado que não convém que invada a estradada) por uma cerca de… arame farpado.


O pobre até poderia ter batido de lado contra as ‘farpas’, mas não, esbarrou num poste de suporte da vedação e ‘escorregou’ por ali abaixo. Como podem ver, ‘não falhou’ uma das farpas sequer.
Resultado… o que a foto mostra.


Ao que acrescento mais de cem pontos de sutura que foi necessário levar para coser aqueles rasgões todos.


Ah!... No dia seguinte apresentou-se, todo ‘agrafado’ e ligado, mas apresentou-se à partida.
Imaginem como terá passado a noite.

Terá dormido?
Sentado?...
Não sobraram histórias sobre isso para a qui recordar.


A foto, juro, e peço desculpa ao Jornal Ciclismo por a ter ‘piratado’ (também não é deles e não atribuem o crédito…) não é um sádico exercício de manipulação no ‘photoshop’… É mesmo real!
E sabem uma coisa?

Quando vejo um futebolista [ohhhhhhhh, eu sei que estou a pisar terrenos ‘sagrados’ e basta olhar para os jornais ‘desportivos’…] rebolar-se no chão agarrado à perna direita quando o – eventual (que na maioria das vezes não vislumbro nem na repetição, três segundos depois – ‘toque’ só poderia ter sido na esquerda, e berra que nem um bezerro que não sabe da vaca-mãe e obriga à entrada dos bombeiros com maca, para a qual sobe sem ajuda e da qual salta ainda antes de ter saído das quatro linhas, ficando depois a verberar com o 4.º árbitro porque não o deixa entrar de imediato…
Quando vejo isto, e no dia seguinte não leio nesses mesmos jornais – que são os três – a, mais que descarada… desonesta atitude do ‘artista’ que os ‘jornalistas’ e ‘comentadores’ respaldam… apetece-me esfregar-lhes esta foto nos narizes.


Mais, gostava mesmo era de lhes esfregar as ligaduras que este pobre usou até ao fim. Depois de retiradas, claro.

Vemos, em filmes históricos – e aceitamos, porque não sabemos se era mesmo assim – que os reis, na Idade Média, tinham ‘bobos’ para fazerem palhaçadas e os entreter. E davam-lhe qualquer coisinha em troca.
Hoje, no futebol, são os ‘bobos’ quem, de bandeja, dão de comer aos ‘reizinhos’. Encobrindo as suas trafulhices, fechando os olhos e, pior, ‘garantindo’ que aconteceu uma coisa que MEIO MUNDO TEVE OPORTUNIDADE DE VER QUE NÃO ACONTECEU…

Tenho pena dos dois.

Nem um, nem o outro, são bons oficiais nos respectivos ofícios. Pior... são desonestos!

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