sábado, janeiro 14, 2006

20.ª etapa - 2.º sector


Tudo o que aqui escrevi sobre o caso dos três corredores que, sendo iguais, eram menos iguais que os outros, confirmo-o agora, que estou na posse de mais dados.

Em relação à decisão do Conselho Juridiscional (faço um parêntises, para citar alguém que prezo muito: Prefiro a Justiça às Leis)...

Os três corredores em causa foram juridicamente (porque o dito Conselho, sendo composto por Juízes, funciona... sobre a letra da Lei) considerados livres da acusação lavrada pelo Conselho de Disciplina porque... houve erros processoais na instrunção dos espectivos processos. Não foi porque os doutos Juízes se tenham decidido pela Justiça, contornando, se fosse esse o caso, a Lei... Não!... Tomaram a Lei a peito e - eu sou insuspeito até porque já aqui deixara escrito que se fizera justiça - e, pouco ligaram àquela.

Como vemos nos policiais estadunidenses, um polícia sabe que um malfeitor está atrás daquela porta, mesmo sem mandado judicial atira a porta abaixo, dá dois chapadões no meliante, acorrenta-o e arrasta-o para a esquadra. O Juíz irá libertar o fora-da-lei porque: o polícia não podia ter forçado a entrada, porque usou de violência física e porque, no acto da captura, não leu, em voz alta, os direitos do prisioneiro. TODOS sabem que o malandro fez do piorio, mas como não foram observados os procesos predefinidos... a detenção é ilegal, não pode haver acusação, o prevericador sai em liberdade e o polícia leva uma repreenção... É a tal diferença entre Lei e Justiça.

segunda-feira, janeiro 09, 2006

20.ª etapa


(este tópico iniciei-o na Etapa 19, por isso, e para que faça sentido...
é melhor puxar isto um pouco abaixo e, já agora, ler tudo desde o princípio...)



Parte II


Temos então as brigadas do CNAD a depararem-se com... faltosos. E houve tanta história recambolesca que cada uma delas dava outra história - desde quem tenha saltado muros e regressado à estrada, a quem, cruzando-se, cara a cara com os inspectores, tivesse negado ser quem, na realidade é... passando por quem, avisado, de casa, que os médicos estavam à sua espera, tivesse acabado com o treino e, a partir de porto seguro, e em ligação permanente com o seu médico, tivesse gasto duas ou três horas a tomar pílulas de diversas cores de forma a que, quando chegasse a casa, se o CNAD ainda lá estivesse, o que mijasse para o frasco saísse tão puro como as virgens das histórias de fadas, que hoje por hoje... isso é coisa de história de fadas.

Temos então (ou teríamos, se fosse o caso de querermos enveredar assim pelo género policial) meia dúzia de casos engraçados, para rir (ou talvez não, ou talvez não!!!) e 11 corredores que não estavam em casa quando as brigadas aparecerem, nem apareceram, enquanto as mesmas brigadas não se foram...

Relatórios feitos, autos levantados e comunicados ao Conselho de Disciplina da FPC - ao CD, porque é este órgão que tem de se ocupar disto, não a Direcção cujas funções, estatutariamente são, como é evidente, outras -, este (o CD) chama os 11 absentistas e ouve-os.
Cada um contou a sua história, melhor ou pior e, consoante a história se segurou ou não, oito foram mandados em paz... e três, porque de tão mal contada, ninguém podia acreditar
(ou pior ainda... alguém fez saber aos relatores do processo que... quem disse que o senhor X nem sequer morava ali naquela casa fora o próprio senhor X; que o barulho estranho ouvido mas que não puderam, por uma questão de cortesia, confirmar - o contrário seria saltarem dos sofás onde tinham sido convidados a esperar e então dariam de caras com o senhor Y a fazer marcha atrás e a desaparecer atrás do quintal, para não ser visto - e, mesmo a história do rapaz que procurou desesperadamente anular o rasto daquilo que o CNAD gostava de lhe ter apanhado, tomando um atrás de outro, "dissipadores" de evidências)
aabaram castigados pelo CD que, preso de mãos e pés, perante as fragilidade das defesas... pouco mias podia fazer.

Ditaram-se os castigos.
Aqui dou a minha opinião: regulamentos são regulamentos, é certo, e todos devemos aceitá-los, mas o castigo que foi dado a Rui Lavarinhas tinha todo o ar de machado afiado para que a cabeça rolasse de forma a servir de exemplo.
Os conselheiros são homens e parto do príncipio de que são homens do ciclismo. Se o Lavarinhas já tinha sido sacrificado num castigo anterior (para servir de exemplo???) porque raio penalizá-lo ainda mais? Numa situação de igualdade (salvo a possibilidade de eu estar enganado), porquê aplicar-lhe a pena máxima, abaixo da irradiação?
Esta parte escapa-se-me, mas ainda saberei o que aconteceu.

Os outros dois dois atletas levaram o mesmíssimo castigo que um outro já apanhara por ter sido apanhado... dopado! Certo que o regulamento diz que faltar a um controlo é equivalente a dar positivo, mas caramba... os conselheiros são homens e sabem (ou deviam saber) aplicar a lei de uma forma justa.

Entretanto, os três castigados apresentam recurso.
De tudo o que eu sei, e já deixei escrito, não tenho a mínima dúvida que eles (os corredores) ou já o sabiam, ou vieram a sabê-lo, ou os seus representantes (sempre partindo do princípio que são advogados conscienciosos) chegaram lá... ouvindo possíveis testemunhas.

E, ao Conselho Jurisdicional - isto sou eu a adivinhar - vão chegando, ao mesmo tempo, as histórias daquele que disse aos inspectores, quando o chamaram pelo nome, que não era ele... e do que se apressou a recolher-se em sítio seguro e, seguindo indicações do médico, foi tomando as pílulas amarela e laranja e vermelha e verde... de forma a que se, quando chegasse a casa, se os inspectores do CNAD ainda lá estivessem à sua espera... as azuis que tomara de manhã já tivessem sido completamente camufladas...

E estes homens (os juízes do CJ) chegam à conclusão de que os três "condenados" só o tinham sido porque eram piores a contar mentiras do que os demais... e resolvem "limpar" toda a gente. Custa a aceitar?
Dá algumas náuseas, aceito que sim... mas eu, no lugar deles teria feito EXACTAMENTE A MESMA COISA. Não sei explicar porquê... esperando que na próxima vez estejam todos em casa? Ou que todos sejam suficientemente espertos para enganarem o Conselho de Disciplina?
Já não sei... e também não quero saber agora...

Acho, muito francamente, que às vezes há decisões erradas, na sua génese, que são mais justas do que outras assumidas friamente. Acho que o que aconteceu se enquadra nisto.

Só espero ter feito uma leitura o mais próximo possivel daquilo que aconteceu.
Não queria um dia chegar a saber que a segunda decisão teria sido apenas (embora não tenha sido mais que isso, mas QUERO EU QUE NÃO TENHA SIDO assim tão... puerilmente) apenas um caso de... uma mão que lava a outra.

19.ª etapa


O ciclismo português está como o País que o pariu... a andar para trás.
Tirando a vintena de famílias (nem sei se ponho ou não aspas na palavra...) que são quase 4 vezes mais do que aquelas que faziam o mesmíssimo papel no tempo do Botas, hoje quem tem dinheiro e enriquece - porque alguém há-de enriquecer!... - fá-lo a nível quase individual. É o jogo da Bolsa, são as micro-empresas... resumindo e para aquilo que nos interessa, de facto: a coisa está preta no que respeita às equipas de ciclismo conseguirem patrocínios.

Em 2006 o ordenado médio no pelotão não vai ultrapassar, de certeza, os 300 contos, na moeda antiga e, se tivermos em conta que ainda há dois anos se ganhavam 2000 contos... muita coisa fica explicada.

Este arranque induz, de imediato, o (eventual) leitor num clima de pessimismo, mesmo de negativismo. Antes que seja lançado o verdadeiro tema desta crónica que vai induzi-lo ainda mais no mesmo erro logo que eu disser qual é...
Só que a minha intenção primeira não vai encaixar aí...

Hoje vou falar de erros.
Erros são de imediato conotados com falhas das estruturas ou falta de capacidade destas... e não sei se é o caso.

Hoje vou falar de três corredores que foram castigados disciplinarmemte há pouco mais de um mês e que agora foram... ilibados.

Aqui d'el Rey, exclamarão os mais apressados, os mais apaixonados e os menos informados de como isto funciona.

Primeiro, os factos: usando a prerrogativa que lhe está atribuída, pôs o CNAD, em Julho último, em campo, meias dúzia das suas equipas no intuíto claro e indisfarçável de "caçar" ciclistas.
Se calhar fez o mesmo com os homens e mulheres do atletismo, com os da natação, com os do hóquei em patins e com os do basquetebol. Confesso que, em relação a qualquer uma destas modalidades... não sei se o CNAD se preocupou ou não... A culpa também não é só minha (mesmo enquanto jornalista) já que, quando é com o ciclismo - mesmo partindo do princípio que tenho mais hipóteses de saber, a verdade é que SE SABE (parece, às vezes, que se quer que se saiba) e em relação às outras modalidades... se há controlos, são tão discretos o quanto os do ciclismo deveriam ser!...

Qual elefante em loja de porcelanas, o CNAD fez os "estragos" que se esperava mesmo à boca do início da Volta a Portugal num claro exercício de onanismo, tentando chamar sobre si as atenções.
Mal comparado, se fossem polícias, os elementos do CNAD eram o "Dirty Harry" ou qualquer dos personagens representados pelo Bruce Willis ou o Sylvester Stallone. Justiceiros, mas sempre a deixarem um rasto de cacos atrás deles... mesmo, PRINCIPALMENTE ISTO, que não fosse necessário parir um prato para fazer o que havia a fazer...

Mas o CNAD pôs-se a fazer visitas. Antes da Volta, que durante esta, escapava-se-lhe o protagonismo. Porque é que uma unidade que só deveria preocupar-se com a saúde dos atletas tem tanta vontade de ser notícia... isso já pode ser motivo para outra crónica.

O CNAD vai, então (de surpresa, claro) a casa de duas vintenas de corredores.
Alguns deles não são encontrados nos domícilios que, mandam os regulamentos - será assim com os atletas de outras modalidades também? - têm de ser facultados aos inspectores.

Estamos a, mais ou menos, um mês do início da Volta a Portugal e, tanto na FPC como directamente nos clubes, chovem os pedidos, com caracter de urgentes, de confirmação de moradas, ou a indicação das novas, de muitos corredores.

Como qualquer trabalhador - de qualquer profissão - estrangeiro, os corredores, para que lhes seja concedido visto e autorização de permanência no País, têm que provar que trabalham (têm que mostrar um contrato de trabalho) e que têm cá residência... Só uma mentalidade "chapa-4" esperaria que um corredor de bicicletas, que pode treinar perto de casa, junto da família, e apresentar-se ao serviço dois dias antes, vinha, por exemplo, da Bulgária para o Porto... em termos definitivos.

Há moradas que não são verdadeiras? Não... há cidadãos que não estão 365 dias na mesma morada... Mesmo que, num ano, só estejam lá... 10 dias.
Não perceber, ou fingir que não se percebe isto, é aceitar que estão a lidar com assuntos sobre os quais não percebem nada.

Mas os médicos do CNAD, de facto, só têm que saber recolher amostras aos atletas controlados. A culpa não é deles.

Foram dezenas, os pedidos (incessantes) do CNAD de confirmação de moradas... e os clubes acabaram por sabê-lo, o que anulava o factor surpresa... Mas no CNAD lá deverão saber como trabalham.

Resumindo, e para que isto não fique maior que uma crónica do MST n'A Bola, cumpridas todas as deligências, feitas as contas, no final dos "raids" do CNAD, 11 corredores não estavam nem apareceram em casa, pelo menos durante o tempo em que as brigadas esperaram por eles...


(continua na Etapa 20)

sábado, janeiro 07, 2006

Flash-back 1


Acontece-nos a todos, mais tarde ou mais cedo. Vamos juntando recortes, informações em avulso e, algum dia há-de acontecer a conjugaçao vontade-tempo para organizar velhos testemunhos (preciosos pedacinhos que nos ajudam a ir escrevendo a história do ciclismo em Portugal). Hoje mesmo, de um amontoado de papeis empoeirados salvei algumas dezenas de folhas que vou manter... até à próxima arrumação.

Dizia o "Correio da Manhã" de 11 de Janeiro de 1998 (oito anos passaram, entretanto): "GP Torres Vedras ultrapassou Volta a Portugal". Falava-se da classificação que a UCI atribuia às diversas provas. Com algum destaque, uma foto do homem forte da organização da Volta, à altura, servia para ressalvar: "Serafim Ferreira não se conforma com a pontuação atribuída á Volta a Portugal". A dado passo, na prosa assinada por um dos mais carismáticos jornalistas de ciclismo, em Portugal, o meu caro amigo Guita Júnior, lia-se: «... seria de toda a justiça, na hora dos comissários darem pontuação aos diversos aspectos das organizações não aplicarem a mesma bitola (...) pois o grau de exigência para Portugal não deveria ser igual ao adoptado, por exemplo, para a França, Espanha ou Itália.»

Homem há mais de 50 anos ligado ao ciclismo, o amigo Guita julgava que, com a sua opinião, poderia aligeirar as falhas que estavam na origem das notas baixas dadas às corridas portuguesas. Pretendia ele, naquela altura - como tantas vezes eu próprio o fiz - esconder (quase justificar) as falhas primárias de uma organização que primava pelo autismo de se julgar acima de qualquer crítica... pois se até tinha um director-de-corrida-adjunto cujo único papel era o de "acompanhar" os comissários internacionais, desde que se levantavam até irem para a cama, depois de terem comido nos melhores restaurantes, visitados os locais nocturnos mais in e... se o não recusassem, terem jovem, fresca, agradável e feminina companhia para... todo o serviço.

O CM não falava nisto. NINGUÉM falou nisto embora todos o soubessem. O engraçado... (substituam por triste, se fizerem favor) é que a resposta à pergunta que todos, na altura, terão feito e que ficou a pairar no ar (porque é que a Volta teve uma pontuação má?), foi dada 13 dias depois no Jornal O JOGO, numa notícia de página inteira mas que não apareceu assinada. O título era: VOLTA SEM... WC!...

A classificação da nossa Volta fora PIA ABAIXO por falta de... urinóis! Era a grande verdade. (O aluguer, que já era possível, desses WC descartáveis, seria, porventura, mais caro que o das meninas... é uma mera especulação da minha parte, porque não faço ideia de quanto custava alugar dois WC de plástico!...)

Embora sem ter a peça assinada, O JOGO mostra tudo numa espectacular foto do Jorge Monteiro. Prédios de habitação (impossíveis de identificar), dois recantos, três corredores - um da TVM, outro da Artiach e um terceiro da Janotas&Simões - a aliviarem-se contra a parede das casas das gentes que, se calhar até gostavam de ciclismo, não achariam era muita piada ao facto de as ervas junto à parede amarelecerem de um dia para o outro e de a comunidade de mosquitos residentes crescer no mesmo espaço temporal.

Mas O JOGO trazia mais.
Das provas internacionais, à altura, o Troféu Joaquim Agostinho foi o melhor classificado: nota 90,75; a Volta vinha em segundo lugar (84,75), o GP Portugal Telecom teve 84,25 e a Volta ao Alentejo 83,75. O GP Jornal de Notícias foi o mais penalizado. Teve apenas 78 pontos. O curioso foi que, com a excepção do Troféu Joaquim Agostinho, todas as outras tiveram, como UM dos pontos a valerem nota negativa a FALTA DE WC NA ZONA DE PARTIDA!

Ah! e na Volta, para além do "regulamento particular não conforme com os regulamentos UCI" - era uma corrida 2.3, à altura -, logo a seguir vinha a implacável estocada que acabava com todas as pretensões: "veículo do director de corrida (leia-se: organização) mal colocado"!!!!

Para quem não consegue acreditar, garanto que é verdade.
A principal prova velocipédica nacional levava notas negativas, porque não tinha onde os corredores pudessem mijar... e porque o director da organização NUNCA abriu mão de... abrir a corrida, ignorando os regulamentos.

Isto foi em 1998. No ano seguinte, em concurso público a FPC entregou a organização da Volta a outra entidade. O mesmo director de organização ainda andou á frente da corrida até 2000 e até mandou parar três corredores que, numa última etapa de uma Volta, iam escapados ao pelotão. Porque... naquele dia não era para haver fugas.

Felizmente (porque um dia podem fazer falta para contar a História da Volta a Portugal em Anedotas) tenho esse momento gravado em vídeo. Os corredores, todos estrangeiros, pararam, de facto, e abandonaram a corrida como forma de protesto. O vídeo (gravado da transmissão da RTP) mostra a seguir o Director da Organização a beber champanhe, fazendo a garrafa passar de carro em carro...

18.ª etapa


A notícia respiguei-a do site espanhol todociclismo.com, há bocado. A Associação de Equipas Profissionais enviou um documento, que pretende vincar a sua opinião, às organizações das TRÊS GRANDES, manifestando que não aceitará que estas estabeleçam as SUAS regras, para as SUAS corridas, em nome do que... diz a UCI no que respeita ao ProTour.

Para os menos atentos, o actual presidente da AIGCP (Associação Internacional dos Grupos Ciclistas Profissionais) é o francês Patrick Lefevere. Quem?, perguntarão muitos. O homem forte, mentor, criador, dinamizador e até mais do que isso, desta mesma AIGCP foi, desde o início, Manolo Sáiz.

Depois
inventou o ProTour; a seguir teve que assumir a gestão (detinha 1/3 do seu capital) da empresa que comprou uma posição nesse mesmo ProTour para a denominada Liberty; há muito pouco tempo, com a saída de um dos três sócios (envergonhado - o que só mostra ser um homem de carácter - com tudo o que envolveu a equipa ao longo da temporada de 2005), Saíz - nada incomodado com os dois casos de corredores impedidos de alinharem em corridas de topo, por acusarem, ambos, taxas de hemetócritods superiores às permitidas, e depois com a vergonha de ver o seu ícone, vencedor da Vuelta, despojado dessa mesna vitória por controlo positivo com.... EPO - comprou-lhe a posição, sendo, neste momento, dono de 66,6% da licença da equipa patrocinada por uma companhia de seguros... norte-americana, na mesma altura em que os norte-americanos têm de suportar mil e uma insunuações a propósito de uma das suas figuras de proa no desporto mundial que é só... Lance Armstrong)... No mínimo, tudo isto deixa a descoberto a existências de uma série de... ligações (muito) perigosas.

Ms desviei-me do assunto principal.

O que aqui, hoje, vinha falar não era de sobre como é que um tipo que era, apenas, director-desportivo da ONCE, hoje é dono de dois terços de uma das maiores equipas do grande pelotão que... ELE MESMO inventou... (por mais voltas que se dê, há voltas e reviravoltas que é difícil entender)

A minha intensão, hoje, aqui, não era falar do
empresário Manolo Sáiz, mas da carta que a AIGCP, assinada, não tenho dúvidas, pelo Lefevere, embora também não tenha a menor dúvida sobre quem a ditou...

As equipas!!! (o que será isso?) recusam a proposta das TRÊS GRANDES e,
de uma forma puramente inocente, lembram que "o governo do ciclismo compete à UCI"... e, claro, apoiam o ProTour, pedindo à UCI que faça cumprir o regulamento.

O "boy" McQuaid já deve ter ligado mil vezes ao "reformado" Verbruggen a perguntar o que fazer...

Eu sei que ficou ali uma dúvida, por isso volto atrás.

As equipas, o que será isso? Escrevi...
Passo a explicar.

No ciclismo actual, principalmente neste, dos nossos dias, QUEM é a equipa de ciclismo

-- (calma, estamos a falar de burocracias... nada de confundir aqui os profissionais que derrentem o seu suor em cima das bicicletas, ou no seu apoio directo)?...
-- O DD que andou a pedinchar patrocínios (amplie-se isto para a escala do ProTour e teríamos: o DD vendido às grandes marcas que aceitaram apoiar a equipa) ou...
... ou estas marcas?

Sim!

O senhor Lefevere não tem equipa nenhuma, por isso assina cartas a dizer que não aceita as condições das TRÊS GRANDES. Ainda bem que o presidente da AIGCP já não é o seu fundador e
guru até há 14 meses atrás.

Como é que tal personagem ia "ameaçar" as organizações do Giro, Tour e Vuelta de que a sua equipa poderia não comparecer a alguma destas provas quando o financiador principal da equipa (e aquele que lhe paga o ordenado) posto perante a possibilidade de a mesma equipa não correr em Itália, França ou Espanha - nas três provas que, juntas, têm mais espectadores que uns Jogos Olímpicos e uns Mundiais de futebol - lhe dissesse:
Sem a TV que essas três corridas nos garantem, amigo, vá ver se chove em Santander... ???

O pobre do Lefevere faz o seu papel (para receber o seu ordenado), mas a verdade é que nada... ninguém... nem a UCI e esta sabe-o, ou não pedia, desesperada, que fossem as equipas (com o
fantoche Lefevere) a aparecerem a defender uma coisa que... a UCI, se soubesse que tinha uma, pequenina que fosse, hipótese de conseguir ganhar este braço de ferro, não hesitaria em usá-la!

O ProTour viverá, em 2006, mais uma série de dissabores, só por causa da teimosia da UCI... Porque, na verdade, o que eles querem é que... os convidados mandem na festa. Ora, esta festa, estamos a falar das TRÊS GRANDES, dá muito dinheiro. Chega para muita gente, por isso as provas cresceram e cimentaram-se...

A meio deste processo de solidificação das organizações, aparece um "vizinho" invejoso que diz: «Moram no meu prédio, a partir de agora, fazem a festa, mas parte do dinheiro que ganham... é para mim... Mais... quem traz o vinho é o Zé, quem traz o pão é o Manel, quem traz a fruta é o Rui... (claro que estes davam parte do que ganhavam ao dito cujo)»...

Mas quem é que se espanta com o facto de organizações que, mais, muito mais do que a UCI, ajudaram a fazer do ciclismo uma modalidade querida por milhões, que têm os seus contratos com os tais "fornecedores" do pão, do vinho e da fruta... não queiram dar, de mão beijada o seu negócio -- PORQUE É O NEGÓCIO QUE ESTÁ EM CAUSA -- ao outro só porque o outro acha que, sendo o
administrador do condómino... tem direitos que... não tem!!!

Num eventual medir de forças a sério, alguém tem dúvidas de quem ganha?
Peço a todos um exercício:
São todos capitalistas e amantes do ciclismo, o que seria óptimo. Gastam 5 a 6 milhões de euros/ano com uma equipa de ciclimo, que possuem, porque são vocês que pagam. Um assalariado vosso, mesmo que se trate de um DIRECTOR-DESPORTIVO vem dizer que não corre o Tour...

Que fazem?

Ganharam os que disseram que mandavam o director-desportivo às malvas... E a UCI é coisa de que nunca ouviram falar. Qurem é a equipa no Tour com 20 dias de diectos na televisão a nível planetário!...

E a UCI sabe que é assim. E os organizadores das TRÊS GRANDES também sabem que será assim...

Estas
encenações, entre o drama e o burlesco, apenas servem para a Comunicação Social ir falando de alguns nomes...

Desde que se deixe levar na onda...