quarta-feira, julho 30, 2008

II - Etapa 169

DOWNHILL URBANO
É ESPECTÁCULO PURO

O Team Mondraker dominou a primeira edição da Downhill Urbano de Óbidos, tendo colocado dois atletas no pódio, numa competição pontuável para o Troféu DHX Vodafone 2008 que viria a ser decidida apenas na última manga.

Tal como se esperava, a prova de Óbidos acabou por constituir um grande espectáculo: não só o ambiente natural empresta uma moldura única para um evento deste tipo, como a pista se revelou muito competitiva, com os pilotos a terem de aplicar toda a sua técnica num traçado quase sem necessidade de uma única pedalada e onde as zonas de travagem se revelaram decisivas para os tempos alcançados.

Com meia centena de pilotos em pista, nota ainda para a supremacia evidenciada pela categoria júnior, que acabaria por dominar as duas descidas e a geral, a demonstrar que o downhill dispõe de jovens promessas que poderão contribuir para o futuro sustentado da modalidade.

Classificação final do Downhill Urbano de Óbidos

1.º, Francisco Pardal (Team Mondraker), 1.14,550 minutos
2.º, Luís ribeiro (Team Mondraker), a 0,286 s
3.º, Duarte Mendes, a 0,680 s
4.º, Daniel Cabaço, a 1,162 s
5.º, André Egraja (CP Freeride), a 1,959 s
6.º, Márcio Rocha, a 2,413 s
7.º, Mário Frazão (Bike Box C. Rainha), a 2,836 s
8.º, Pedro Santo (Skill Bikes/CCS), a 3,161 s
9.º, Bruno Santos (Cove Bikes Portugal), a 4,762 s
10.º Rodrigo Patrício, a 4,814 s

(Texto - editado - e foto disponibilizados
pela empresa Vivex/FP)

Comentários

Estão reabertos os comentários.
Só peço aos meus caros leitores a mesma moderação a que eu me auto-sujeito.
Obrigado por colaborarem.

terça-feira, julho 29, 2008

II - Etapa 168


II - Etapa 167

QUE VINGUE O BOM SENSO
(O CICLISMO É TERRENO DE HOMENS BONS)

Segundo a edição de hoje de A BOLA, que daqui a pouco começará a estar nas bancas, a PAD-JLSports decidirá, até ao final desta semana, se vai ou não convidar a LA-MSS-Póvoa de Varzim para a Volta a Portugal.

Segundo o trabalho do meu colega, nas Modalidades, pelo menos duas equipas que estiveram - pela negativa - em destaque no recém terminado Tour vão estar no pelotão. A Saunier Duval - agora Scott-American Beef - e a Barloworld, ainda sem nova denominação conhecida, estão asseguradas.

Cai pela base a teoria do não convidar equipas com corredores envolvidos em casos de doping.

A grande dúvida é a de se vão, ou não, convidar a LA-MSS-Póvoa de Varzim. E, acrescento eu, que LA-MSS poderá se convidada? Aquela que os seus responsáveis acharem que melhor representam as suas cores?
Então vai ter que ser levantada a suspensão dos cinco corredores actualmente impedidos de correr, ainda que numa situação dúbia porque, sobre eles não pesa nada de concreto.

É esta a minha opinião pessoal, não mais do que isso, não existem - pelo menos na forma provada, e tudo o que vá além disto terá de ser devidamente cobrado à Organização - motivos legais para que a equipa da Póvoa não possa apresentar-se na sua máxima força.

Se se mantêm os convites a equipas marcadas, tão recentemente, pelo ferrete do doping, porque não há-de convidar-se uma outra sobre a qual apenas caem suspeitas, ainda por cima na sequência de uma denúncia?

Eu, pessoalmente, acho que o Senhor João Lagos já se decidiu.
Não ficaria bem ao resto do staff, nem da Organizaçao, decidirem em contrário.

Ainda assim, e só voltarei a este assunto quando se souber da decisão final do Organizador, pergunto:

Seria justo que o Pedro Cardoso, um dos grandes exemplos do Ciclismo português, ainda por cima... à beira da retirada, fosse deixado de fora da Volta?
No mínimo que se faça um esforço para que o Pedro saia por cima nesta situação tão embrulhada.

Um Corredor, um Homem, que sempre prestigiou o Ciclismo nacional não merece ver-lhe fugir aquela que, provavelmente, seria a sua última Volta a Portugal, apenas por causa de uma suspensão não justificada.

E daqui, apelo, outra vez, à Organização para que evite agir apenas com a cabeça.
Deixem que o coração também tenha alguma decisão na... decisão final.

Por tudo o que fez em nome do Ciclismo português, o Pedro não mereceria ficar de fora desta Volta!
Repito-me, espero que vingue o bom senso.

Entretanto, abre-se uma nova "novela".

Toda a papelada comum, dentro da burocracia vigente, para que Luís Saldanha fosse aceite como técnico da LA-MSS-Póvoa de Varzim deu entrada na Federação Portuguesa de Ciclismo no passado dia 16, via fax (o modo mais rápido) com as indicação que os papéis físicos tinham seguido via-correio e provavelmente não iam chegar a tempo de a FPC decidir.

Mas o fax não mente, e se mentisse, a mentira seria desmascarada mal chegassem os documentos físicos pelo correio. Logo, quando noutros casos se mostrou tão lesta a resolver alguns problemas que todos sabemos, a FPC bem que podia ter aceite como válido o fax enviado da Póvoa de Varzim e, imediatamente, conceder a autorização para que Luís Saldanha fosse, de imediato, reconhecido como substituto de Manuel Zeferino à frente da equipa.

Não foi antes de ontem que a papelada chegou à sede da FPC...
O que é que aconteceu e não foi explicado?
Isto:

O Luís Saldanha já estava inscrito na FPC como téncino - com o nível II - de BTT, e, naturalmente, já tinha consigo a respectiva licença.

Toda a papelada que chegou, no dia 16, há duas semanas, exactamente, à FPC estava correcta, cumprindo todos os pressupostos mas... ninguém se lembrou que o homem já era técnico desportivo com licença da FPC...

Logo, o que a FPC indicou à equipa da Póvoa de Varzim foi que seria necessário que o Luís Saldanha desse baixa, nos serviços de secretaria da FPC, da sua licença de técnico do Nível II, para BTT, de forma a ser aceite no seu novo estatuto de técnico de Nível III, que, de facto possui, mas que ainda não usou até ao momento.
Uma vez mais, burocracia, apenas burocracia...

Se o homem está tecnicamente habilitado para desempenhar as funções de DD de uma equipa se estrada - e isso nunca esteve em causa - bastava um pouco de boa vontade para lhe anularem a outra licença e aceitar de imediato a sua inscrição para o desempenho de novas tarefas. Mas não...
Muito gostam, na FPC, de complicar.

É esta a verdade.
Não foi um atraso de entrega de todos os documentos necessários, foi o facto de o Luís Saldanha já ser possuidor de uma licença, aparentemente - essa parte do Regulemento passei-lhe ao lado, está mais que visto - para uma vez mais a FPC ganhar tempo.

Pode engonhar durante 60 dias e parece estar disposta a fazê-lo lo mesmo.
Em prejuizo do Ciclismo português.

Mas regressemos ao Pedro Cardoso...
Aos 34 anos está à beira da despedida e ele, que sempre foi exemplar, tanto como Homem como Corredor, não merece que lhe preguem uma rasteira destas e o façam abandonar a carreira assim, saindo pela porta pequena, ele que - repito - por tudo o que fez pelo Ciclismo Nacional merecia outro tratamento.

Outros houve que com a mesma importância no pelotão que, nos dias de hoje, o Pedro é dos poucos que têm, bastou-lhes aprender - rapidamente - a mover a cabeça para cima e para baixo, sujeitando-se - porque disso não precisariam - à vontade do "dono" para hoje, finalmente, serem alguém no Ciclismo.

Anda, ou andou por aí a correr uma petição de apoio à presença da LA-MSS na Volta.
Na última vista de olhos que por lá deitei, havia 493 assinatiras, incluindo as dos brincalhões que, em mais uma nítida falta de respeito pela opinião de terceiros, se lembraram de assinar com nomes.... pelo menos estranhos.

Queremos a LA-MSS (com todos os seus melhores corredores) na Volta.
Independentemente de teram, ou não assinado a petição, lanço-vos aqui um desafio...

... não quero que escrevam mais nada. Não quero mesmo.
A este artigo quero que respondam com uma frase apenas, esta:
EU QUERO A LA-MSS-NA VOLTA A PORTUGAL.

!! - Etapa 166

TIREM AS CONCLUSÕES QUE QUISEREM
E... HONY SOIT QUI MAL Y PENSE
(eu sei que estou a abusar desta frase...)

A notícia é de ontem, 2.ª feira, e foi distribuída pela Agência Lusa.

Dos 78 atletas que compõem a Delegação Portuguesa aos Jogos Olímpicos de Pequim, que começam já no próximo dia 8, uma equipa de especialistas da Faculdade de Medicina do Porto e do Serviço de Imuno-alergologia do Hospital de São João, também no Porto, pegou em 53 deles, fez-lhes as avaliações necessárias, para englobar, mais tarde, num trabalho de ordem ciêntifica e descobriu que dez sofrem de asma.

Dez em 53, dá quase 20%.

Estes dez atletas - cujos nomes, obviamente não são citados, logo ignoro quem sejam - munidos de uma declaração médica estão autorizados a serem medicamentados com corticóides ou bronco-dilatadores, desde que na forma de inalados, não aplicados intra-venosamente.

Outra achega, que li, ou ouvi um dia estes, curiosamente a propósito do Ciclismo.

Uma das maiores figuras do Desporto português, na actualidade, dorme há mais de dois anos, todas as noites, numa câmara isobárica que, como sabem, recria, mesmo ao nível do mar, as condições de rarefação de oxigénio que começam a acontecer a partir dos 2000, 2200 metros metros de altitude.

Consequência: o pouco oxigénio presente obriga o organismo a reforçar o número de glóbulos vermelhos no sangue para que este satisfaça as necessidades do corpo. Fora da câmara, mas com um número extra de glóbulos vermelhos, não só o sangue chega mais depressa a todas as partes do corpo, como a recuperação do esforço acontece muito mais rápidamente.

Alguém tem alguma coisa contra este método - que não deixa de ser artificial - de preparação para provas que exigem um enorme esforço físico? Não!

Aliás, o método não consta na lista dos ilicitos da diversas comissões anti-doping, da AMA, ao COI.

Mas o que é que eu li, então? Ou ouvi, já não me lembro.

Coloquemos um outro atleta - pode ser Corredor ou não - a fazer um estágio de 15 dias na Sierra Nevada, em Espanha, onde existe um dos centros desportivos de Alto Rendimento mais bem apetrechado da Europa.
E eu conheço-o bem porque, das seis Vueltas que fiz, pelo menos em três delas a Sala de Imprensa ficou nele instalado - e olhem que se nota bem a falta de oxigénio, digo-vos eu.

Ao fim desses quinze dias, em que, de forma natural, não induzida, esse atleta - que esteve a trabalhar, a treinar... - enriquece em numero de glóbulos vermelhos o seu sangue, devidamente supervisionado por um médico, esse atleta retira uma unidade (aquelas saquetazinhas plásticas que, quem já deu sangue sabe bem o que são) do seu próprio sangue e a guarda para, numa altura em que se sabe vai ser sujeito a esforços anormais, voltar a recebê-lo.

É isto doping?
Repito, devidamente supervisionado por um médico - o que sei, perfeitamente, às vezes não acontece - recuperar uma parte do seu próprio sangue enriquecido de forma natural, deve ser considerado método proíbido?

Quando a mesmíssima coisa, mas feita de forma induzida - pelo uso de uma câmara isobárica, por exemplo - isso é permitido?

Só quem não faz a mínima ideia do que é fazer uma prova de 23 dias, ou mesmo uma de onze, é que pode dar-se ao luxo de "exigir" um desporto puro.

E as massas comidas às 8 hotas da manhã?
Deve essa forma de reforço dos hidratos de carbono ser proíbida também?
Afinal de contas, um pequeno almoço "normal" devia ser uma torrada com manteiga e uma meia de leite!

O que eu acho, lendo, aqui e ali, opiniões de cátedra, é que basta ter um PC e não ser paraplégico, logo, poder usar as mãos, para escrever uma série de enormidades sem pés nem cabeça.

Mas o meu drama - o MEU drama - é que continuo ser arte nem engenho para tentar, ao menos tentar, explicar o quão singular é a disciplina desportiva chamada Ciclismo.

Mea Culpa!...

II - Etapa 165

O MAL DE NÃO CONSEGUIR
FAZER-ME ENTENDER


O que eu, de há dois anos e meio, a esta parte, neste mesmo espaço - e num outro sítio onde, entretanto, foram censuradas/vetadas as minhas opiniões - tentei e, pelos vistos, falhei redundamente, foi argumentar contra a inexplicável tendência para o suicídio por parte dos - dizem-se - amantes do Ciclismo sempre que há um caso de doping.

E fi-lo, tantas vezes, mais com o coração do que com a cabeça, que as minhas intervenções chegaram a ser contraproducentes.

doping - eu creio que o termo, hoje em dia, já nem deveria ser empregue - em todas as modalidades desportivas mas só os adeptos do Ciclismo se mostram profundamente fundamentalistas, tomando, inclusive, posições, quase diria... dementes, onde nem falta (quase nunca falta) uma irreprimível - da sua parte - vontade de ver cabeças a rolar, corpos a arder em piras de fogo, homens vestidos de laranja fluorescente e, se possível, com grilhetas nos pés e nas mãos, como em Guantanamo, mesmo sem culpa formada.

Apesar de poderem achar que não, a verdade é que, multiplicando estas posições tão radicais e elevando-as à escala mundial - lembro a decisão drástica do fecho puro e simples de um dos sites mais bem conseguidos que havia sobre ciclismo, o Cycling4all - que até eu sou levado a acreditar que as autoridades desportivas se sintam pressionadas.

Mas há doping em todas as modalidades. O que não acontece em mais nenhuma é os seus adeptos parecerem todos descendentes directos da Inquisição. Bastardos, portanto, e não reconhecidos, uma vez que aos padres não é permitido casarem, ou terem filhos.

Como o professor Rómulo de Carvalho, um homem de ciências, recordo, de físico-químicas, escreveu: o Mundo pula e avança...
Sem tanto estardalhaço, provavelmente as autoridades competentes até já teriam, porque bem fundamentado, um plano exequível para, a pouco e pouco, se ir erradicando o doping do Desporto.

Mas ante uma turba de cabeça perdida, a tentação é a de apresentar resultados o mais depressa possível. E isso leva a alguns exageros.

O problema é que este... problema é global.
Leio, por dia, e numa média assim calculada à "lagardére", à volta de 250 telegramas repartidos pela Lusa e France Press, as duas agências com as quais o meu jornal tem contrato.
Nove em cada dez notícias sobre doping estão relacionadas com o Ciclismo. O aproveitamento, por parte dos jornais - não só o meu, todos - dessas notícias de doping no Ciclismo rondará os 100 por cento.

Provavelmente isto mereceria ser tema de estudo.
Como ser pensante que sou, tenho a minha própria teoria, mas vou poupar-vos. Agora.

Fiquei felicíssimo ao ver aquele artigo no Diário de Notícias.
O jornal só fala de Ciclismo por alturas da Volta a Portugal. Todas (ou quase todas) as outras corridas lhe passam ao lado.
E, precisamente num momento conturbado da vida do nosso Ciclismo, quando é raro o jornal que não aproveitou e "pintou" de cores mais ou menos garridas, o "caso LA-MSS" - que não produziu ainda prova nenhuma, passado este tempo todo - no Diário de Notícias alguém, o director, um editor, talvez a proposta de trabalho tenha vindo do próprio jornalista que o assina, mas teve de contar com a aprovação do respectivo editor, vem lembrar a todos que o Ciclismo não está morto, não pode morrer, porque continua a ser um extraordinário veículo publicitário.

E não está perdido.

Portanto, concedam-lhe algumas tréguas.
Deixem que as medidas que for preciso tomar o sejam de forma justa.

Digam não ao absurdo que é chamado de "justiça popular". Parem com os julgamentos na praça pública. Reconheçam o direito que todo o cidadão tem à presunção de inocência. Que devemos respeitar.

E... e nos casos provados, deixem de pedir a "execução" do culpado. Em termos profissionais, é evidente.

Caramba!, uma sociedade que vejo indiferente a situações gravíssimas como o é o do "caso-Casa Pia", que se está marimbando para o facto de pedófilos serem soltos ao fim de três semanas, que mostram um desinteresse total pelo chamado "crime de colarinho branco", mas se sabe de um caso de doping no Ciclismo, e só no Ciclismo, ulula ensurdecedoramente bramindo a pedir a "morte" (profissional) de alguém que um dia cometeu um erro...

segunda-feira, julho 28, 2008

II - Etapa 164

O COPO ESTÁ MEIO CHEIO...
OU MEIO VAZIO?

É um dos aforismos mais conhecidos e é usado para explicar a diferença entre um optimista e um pessimista. Aquele é o que ainda vê o copo meio cheio, o outro o que já o vê meio vazio.

Numa altura em que engrossa o pelotão dos que vêem o Ciclismo como... o copo meio vazio, e sobre isso derramam alquevas de lágrimas de crocodilo antevendo o apocalipse como inevitável, tudo isto, ao mesmo tempo que, a pouco e pouco, vão cavando um pouco mais fundo a cova onde, afinal de contas, querem é mesmo enterrar a modalidade porque o que os move não é o futuro do Ciclismo, mas sim verem, à viva força, confirmados o seu pessimismo e profundas dúvidas existenciais, só para um dia, que desejam aconteça o mais depressa possível, poderem, de sorriso no rosto, dizer: eu tinha razão!...

Numa altura em que nem a Imprensa Desportiva - incluindo a "especializada" - move uma palha em defesa de uma das modalidades mais queridas pelas gentes do Povo, povo que, apesar de tudo, continua a acorrer à beira das estradas para ver passar a Corrida...

Nesta mesma altura sou surpreendido com este trabalho feito pelo Diário de Notícias e dado à estampa ontem, sábado, dia 26 (ok... há dois dias, porque já é segunda-feira!).

Quando - e lá vem outro aforismo... - um tipo está caído no chão, todos aproveitam para lhe dar pontapés. Mesmo o que nada têm contra ele. Mesmo que dele nada saibam.
E os até lhe devem alguma coisa, se não dão o tal pontapezinho, também não lhe estendem a mão e o ajudam a levantar.

Não há mais batota no Ciclismo do que em qualquer outra modalidade desportiva.
E na vida, na nossa vida, de simples cidadãos, trabalhadores, contribuintes com os impostos em dia... também não há quem faça uma trafulhicezinha?
Ai não que não há!...

O Ciclismo de hoje só é diferente do Ciclismo de há 20 anos, como as casas de hoje são diferentes das casas de há 20 anos, ou os carros de hoje são diferentes dos carros de há 20 anos.
Como a nossa vida é diferente da vida dos nossos pais há... 20 anos.

É bem mais vistoso, veste-se melhor, tem bicicletas melhores, carrinhos melhores...
Como qualquer cidadão comum.

Mas, apesar da nova e mais sofisticada imagem, algures, sempre meio escondidos - porque não há defeito que se consiga esconder completamente - mantém exactamente alguns dos seus defeitos.

Embora haja quem pense - e disso se tenha convencido - que o problema do doping no Ciclismo surgiu em 1998, na bagageira do carro de um auxiliar da equipa técnica da Festina.

E como de Ciclismo sabem pouco - sabem muitos nomes, muitos currículos, mas isso, hoje em dia, com a Internet vulgarizada, é simples de se saber - e gostam de se ouvir, ou de se ler, resta-lhes transcrever aquilo que vão lendo, aqui e ali. Fazendo deles a opinião que outros emitiram.
De Ciclismo não sabem nada. A não ser o trivial.

Mas afastei-me do propósito deste artigo...
Retomemos o trilho.

Numa altura - e refiro-me concretamente ao Ciclismo português - em que, a alguns e não são tão poucos quanto vocês julgam saber, a memória não devia falhar e podiam fazer o que se faz, por exemplo, no futebol (vocês sabem do que estou a falar...) e mostrar a quem não está por dentro como é dura a vida de um Corredor profissional, como tem de passar meio ano longe da família, de hotel em hotel, como tem que cerrar os dentes quando o asfalto lhes rouba fatias de pele e nacos de carne, quando, quer faça sol ou chuva, às sete da manhã já estão na estrada e todos os dias pedalam uma centena de quilómetros expostos a todos os perigos que as nossas estradas oferecem, acrescidos do facto de rodarem numa frágil bicicleta...

... quando querem, à viva força justificar que, um cidadão, só porque escolheu como profissão o ser Ciclista, só tem é que se sujeitar a toda uma torpe vaga de medidas que eles próprios jamais aceitariam, que sabem serem, para além de humilhantes, feridas de ilegalidades, mas não deixam de defender a sua aplicação... aos Ciclistas em nome de uma apregoada verdade desportiva que, de facto, não fazem a mínima ideia do que seja...

... quando exigem espectáculo e num dia entronizam um qualquer Landis ou Riccò, para, no seguinte, e descobrindo-se que haviam feito batota - corrijo: haviam sido apanhados na batota, porque batota.... quem é que sabe quem faz? Só se sabe dos que são apanhados! (*) - se apressam a tratá-los como criminosos, mostrando claramente que não percebem nada, mesmo nada de Ciclismo, não sabem e nunca hão-de saber, essa gente diz-se adepta da modalidade; amiga de uma centena de Corredores; que são tú-cá-tú-lá com uma dezena de técnicos; que falam todos os dias com meia dúzia de jornalistas... "especializados".
Pois!...

E continuo a fugir ao assunto que motivou este artigo!...
Mas antes de lá ir, deixem-me explicar aquele (*) que deixei ali atrás:

Não tenho o mínimo problema em falar aqui do "caso" LA-MSS-Póvoa de Varzim, muito menos de dizer, sublinhando-o, o seguinte...

... se o senhor presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, quando posto ao corrente - e foi avisado disso - da denúncia que levou à intervenção da Policia Judiciária junto da equipa da Póvoa, pensasse, realmente pensasse que estava na hora de cortar a direito, no que ao doping diz respeito, ele, que é membro do Comité Olímpico de Portugal, membro da Comissão Nacional Anti-dopagem, só tinha que fazer uma coisa: aceitando aquele denúncia como credível, e sendo um homem ligado ao Ciclismo há mais de 30 anos, tendo sido dirigente de um clube (o Lousa), médico de um outro (o Sporting, de Joaquim Agostinho, duas vezes desqualificado por doping após ter ganho a Volta a Portugal) só tinha que ter tido uma atitude: concerte-se a coisa e façamo-la por inteiro;
não pode ser em Junho... pois que seja em Julho, ou Agosto - se tivesse coragem para isso, fá-lo-ia em plena Volta a Portugal, mas a operação haveria de abranger todas as equipas, ao mesmo tempo, para que nenhuma tivesse oportunidade de fazer desaparecer provas incriminatórias.

Aí, sim! A isso eu chamaria uma Operação de Limpeza ao Pelotão Nacional.

Perante o que estamos a assistir, mantenho a minha opinião de que se trata apenas de uma perseguição perfeitamente direccionada e com objectivos por demais concretos: acabar com a equipa da Póvoa; mais... assassinar desportivamente o Manuel Zeferino.
E, finalmente, entro no tema do artigo.

Fiquei surpreendido, repeti-me, por, numa altura em que, na sequência de uma operação claramente persecutória, houve quem tivesse aproveitado para - sabendo que a equipa em causa era apenas vítima de uma vingança e, mais dia, menos dia, hei-de saber por parte de quem e nesse mesmo dia o denunciarei aqui - dar uns valentes pontapés a alguém que tinha sido, traiçoeiramente atirado ao chão e, pior ainda, houve quem, sabendo de tudo não tenha tido a verticalidade de estender a mão para ajudar aquele grupo de Homens Bons a levantar-se.

E do muito que poderia ter sido feito, e como já referi, o mais óbvio seria - foi-o, tanto que houve quem o fez - não branquear a imagem do Ciclismo, mas não ignorar que, apesar de todos os defeitos que possa ter, ainda lhe restam algumas virtudes.

Fê-lo, na sua edição do passado sábado o Diário de Notícias, pela pena do Jornalista José Pedro Gomes. Que não conheço pessoalmente. Aliás, confesso, que não conheço de todo. Com este nome e ele que me perdoe só conheço o actor.

Jornais e Jornalistas, nem que apenas por omissão, e falsos adeptos da modalidade pintaram, ou contribuíram para isso, um quadro totalmente negro do Ciclismo. O que, aliás fazem sempre que surge um caso de doping.

Até o senhor presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, ao dizer, nesse mesmo trabalho, que, cito: «... a crise que o País atravessa, em termos económicos, e os recentes casos de doping também não ajudam.»

Isto está escrito na coluna mais à direita (maldadezinha, o homem até é de Esquerda!) da Página 13 - e creio que poderão ler o documento que publico, se o "salvarem" para os vossos PC e depois aumentarem a foto - do DN do passado sábado, dia 26 de Julho de 2008.

Que casos de doping, senhor presidente?

É que nós - simples adeptos - não sabemos de nenhum caso recente de doping...
Sabemos de dois corredores alvo de processos disciplinares - dos quais recorreram, aliás - mas por não estarem no local que indicaram onde poderiam ser encontrados. E não sabemos ainda se as suas justificações - que, parece, não convenceram o Conselho de Disciplina da FPC, e que o Conselho Jurisdicional parece não querer aceitar também - não possam vir ser aceites num tribunal comum, ao qual, tanto quanto julgo saber, recorrerão se os órgãos Disciplinares da FPC teimarem na sua cegueira.

Recentes casos de doping, senhor presidente?
Eu sei que não nos lo revelará, não depois de ter sido penalizado já com uma multa pela Comissão Nacional de Protecção de Dados Pessoais, e quando corre o risco de a ver actuar mais uma vez...
Mas o senhor presidente é taxativo: "recentes casos de doping"... hei-de descobrir.

(Já tinha que pôr o despertador para acordar, agora tenho que o pôr também para me ir deitar e ele já tocou...)

Acabemos...
Numa altura em que parece que a maioria, olhando para o Ciclismo só vê um copo tristemente meio vazio, ainda há quem, com um sorriso e uma boa dose e optimismo, afinal, veja o mesmo copo ainda meio cheio.

Quem?
Ora quem!... Ninguém de importância nesta temática.
Apenas... os patrocinadores.
Afinal de contas, quem permite manter um pelotão profissional na estrada?
Não, não são nem os adeptos, nem os Jornalistas, nem os Jornais, nem os "comentadores" de cátedra... são mesmo as empresas que investem nele.

E foi preciso que o Diário de Notícias, um generalista, descobrisse essa cacha!
É que ninguém mesmo jamais iria perceber isso... ;-)
Uns porque devem favores, outros porque não vêem, outros porque não querem ver...
Quem gravita à volta do Ciclismo, quem melhor o conhece... numa altura em que ele precisava de uma mãozinha para se reerguer... ficou a ver, de longe.

Obrigado Diário de Notícias.
Obrigado José Pedro Gomes.

Não diz em lado nenhum que não há podres no Ciclismo, mas conseguiu fazer realçar uma faceta positiva. Daí os meus parabéns.
E, já agora, uma pontinha de inveja. Queria ter sido eu a fazer esse trabalho.
.

Leitor amigo e atento, comunicou-me que não se consegue ler o artigo. É natural, teve que ser muito reduzido. São as centrais do jornal. Mas esse mesmo amigo enviou-me o link para a notícia na versão electrónica do DN. Só que não estão lá as peças todas... mas podem ler aqui.

sábado, julho 26, 2008

II - Etapa 163

BRUNO PIRES E LA-MSS SEGUNDOS
NA CLÁSSICA BASCA DE ORDIZIA

Em menos de uma semana a equipa LA-MSS-Póvoa de Varzim apresentou-se pela segunda vez na estrada, novamente em Espanha, concretamente no País Basco, na Clássica de Ordizia.

O alentejano do Redondo, Bruno Pires, Campeão Nacional de Fundo, em 2006, terminou na segunda posição, 33 segundos depois do vencedor, o russo Vladimir Karpets (Caisse d'Épargne). Tino Zaballa foi 13.º e Angel Vicioso 17.º, ambos integrados no primeiro pelotão que perdeu 1.36 minutos para Karpets, conseguindo assim que a LA-MSS-Póvoa de Varzim se tenha classificado no segundo lugar colectivo, atrás da Caisse d'Épargne.

Tino Zaballa venceu o Prémio da Montanha e foi 2.º nas Metas Volantes.

Só terminaram a corrida 73 dos 109 corredores que alinharam à partida. Na equipa da Póvoa, para além dos já referidos, Xavi Tondo foi 27,º, ainda ainda no mesmo grupo onde chegaram Zaballa e Vicioso, e José António Garrido foi 57.º, a 7.42 minutos. Pedro Romero e João Cabreira não chegaram ao fim.

O Benfica, a outra equipa portuguesa que participou na corrida, registou cinco baixas, tendo apenas o jovem Edgar Pinto - 39.º, a 3.24 minutos do vencedor - chegado ao fim.

(Tudo aqui)

sexta-feira, julho 25, 2008

II - Etapa 162

SERÁ PARA RIR... OU PARA CHORAR?

Perante esta notícia – é uma notícia Rádio Clube - não sei se devo rir, se devo chorar.
A Federação Portuguesa de Ciclismo castigou a Associação de Ciclismo de Vila Real.
Franzi o sobrolho...
Depois ouvi as declarações do presidente da ACVR e fiquei pasmo.
Então... “dá-se um jeitinho nos regulamentos porque os clubes, blá, blá, blá...” ???
Não sei se devo rir, se devo chorar!...

Vila Real - 13:53h

Actividades de ciclismo suspensas em Sabrosa

A Federação Português de Ciclismo não autorizou a Associação de Ciclismo de Vila Real organizar uma prova em Sabrosa como castigo e a direcção da Associação suspendeu todas as actividades como forma de protesto contra a penalização da Federação.

Basilio Angélico, presidente da Associação de Ciclismo, afirmou ao Rádio Clube que o castigo surgiu durante uma prova em Santa Marta de Penaguião. Basilio Angélio afirma também que a Federação não percebe que, por falta de recursos, os clubes têm que facilitar em determinadas situações para manter a modalidade.
O responsável pela Associação acrescentou que houve, da parte da Federação, um desrespeito, por isso não vão organizar mais provas até ao final do mandato.

Oiçam aqui

II - Etapa 161

ESPEREI MAIS DE 24 HORAS
(e tenho uma testemunha)
PARA REVELAR ISTO...

Não sei se se recordam, quero dizer... nem sei se o escrevi aqui!...

De qualquer modo, uns artigos aqui atrás, e em Comentário exactamente ao artigo que, após "protesto" que resolvi atender, de um dos meus leitores por não ter falado dos Nacionais de Veteranos, eu denunciei o facto de o Campeão Nacional de Veteranos A estar suspenso pela FPC.

Não me lembro se falei da lista dos atletas e outros agentes desportivos que, desde há bem poucos dias, nos era dada, no sitio oficial da FPC...

Para agora ir confirmar, tinha que fechar este artigo, ir reler o Blog e voltar a abrir a página e retomar a edição deste mesmo artigo. E não estou para isso.

Nesse novo serviço - que eu acho muito bem que se mantenha à disposição de TODOS os interessados, nomeadamente os Jornalistas, isto para que não seja sempre o mesmo a dar em primeira mão os castigos, na maioria das vezes, ainda antes de os castigados o saberem oficialmente - aparecia uma listinha já apreciável de nomes.

O primeiro era mesmo o do Campeão em Veteranos A (vamos lá ver se se confirma o seu título, mas até prova em contrário, é inocente como os outros) *, depois o André Vital, o Celestino Pinho, os cinco Corredores da LA-MSS-Póvoa de Varzim - só dois ou três dias mais tarde é que lá puseram o nome do Sérgio Ribeiro - e depois, na coluna dos "outros agentes desportivos", lá vinham o DD, o massagista e o médico da mesma LA-MSS-Póvoa... e havia ainda um outro nome de um praticante de BTT.

Nem sempre estou tão "desperto" assim para sair a público e denunciar as várias irregularidades que vou detectando no funcionamento - em termos globais (que podem até nem ter nada a ver com a Direcção) - da FPC.
E esta escapou-se-me.

Contudo, ontem à tarde, bem a meio da tarde, daí ter escrito que deixei passar mais de 24 horas para ver se alguém tinha reparado nisso, ao clicar na tal nova caixinha que o site da FPC põe à nossa disposição, deparo com um quadro bem mais pequeno do que aquele que tinha visto da última vez.

Agora só lá estão o André Vital e o Celestino Pinho - apesar de, julgo eu, terem recorrido da decisão do Conselho de Justiça para o Conselhos Jurisdicional - mais o Sérgio, que ainda tem uns meses de castigo para cumprir, e o Márcio Correia, da Fercase-Rota dos Móveis-Paredes que, apesar de, sinceramente lamentar o facto de ter caído sob a alçada disciplinar do competente órgão da FPC, se guardou a página de jornal que avançou com o seu castigo, pode emoldurá-la.

Nos últimos três anos, nenhum outro corredor do Paredes mereceu uma página inteira de jornal. Nem a contratação do Paco Mancebo, que já terminou num pódio do Tour.

Márcio, se costumas ler-me sabes que não costumo brincar com coisas sérias... perdoa-me então esta excepção á regra.

Mas, perguntei-me eu, o que é que aconteceu aos Corredores e aos outros elementos da LA-MSS- Póvoa de Varzim? E liguei ao Manel - é a minha testemunha de que deixei passar mais de 24 horas -, sei lá, com a secreta esperança que o bom senso tivesse, finalmente, desperto e, ali num curtíssimo espaço de tempo, a FPC tivesse arrepiado caminho.

Parece que não. Primeiro, o Manel não sabia de nada...
Não sabia que já não constava na lista dos "proscritos" (porque tivera conhecimento que estava lá), mas também não podia dar-me a boa notícia que eu esperava.

Não foi o Manel que mo disse, porque confessou-se, também ele, surpreendido, mas deduzo eu. E deduzo uma de duas coisas. E não sei qual terá sido senão não punha aqui as duas hipóteses.

Ou a Associação Portuguesa de Corredores Profissionais - tinha essa obrigação, mas apenas em relação aos Corredores, o que não significa que, por hipotética intervenção sua, toda a lista tenha sido corrigida - se queixou... ou foi a intervenção dos advogados constituídos pela equipa da Póvoa de Varzim, para a sua defesa, a lembrar que, mesmo que disciplinares, processos em curso, e sem terem ainda percorrido todos os trâmites, estando longe, muito longe, de serem sequer levados a "julgamento", muito mais o de terem transitado em julgado... não podem ser tidos como "resolvidos".

Se, até agora, não há nenhuma decisão do Conselho de Disciplina (não da Direcção) - a propósito, alguém é capaz de dizer, sem ir espreitar, qual o nome do Presidente do Conselho de Disciplina da FPC? - era, ou não, abusivo o ter os nomes dos nove "presumivelmente inculpados" (seja lá no que for) da equipa da Póvoa numa lista de... suspensos!

Reina a desordem na Rua de Campolide e parece - mesmo que isso me custe muito e seja claramente contra todos os regulamentos desportivos, e até das Leis, ao abrigo do Código Civil -, parece que quando alguma coisa escapa ao presidente... dá bronca!

----

* - A confirmar-se (mais) um caso de controlo positivo, entre os Veteranos - que eu julgava andarem na estrada por saudade da competição, pelo convívio, pelo amor à modalidade - fica aqui a promessa, mas uma promessa irredutível: não voltarei a falar dessa categoria no VeloLuso.
Porque não?
Pelos motivos que já adiantei antes: não concebo que, antigos Corredores profissionais ou não - e a maioria não o foi - que só deviam andar a correr pelo puro prazer de correr, mais, porque alguns são pais de jovens Corredores, muito provavelmente induzidos a entrar na modalidade por influência directa dos progenitores, que homens que não ^vivem do Ciclismo, que não têm nada a provar a ninguém, recorram a práticas, métodos ou produtos proíbidos.

Não desculpo e não aceito.
Eu sei porque corre o doping no pelotão elite. Profissional ou não. E sou capaz de avançar com meia dúzia de razões para que isso aconteça.

Agora que coirões que, em princípio, todos julgávamos andar em cima de uma bicicleta apenas por puro prazer, se dopem - e aqui o SE DOPEM é tão linear que não deixa a mínima margem para dúvidas... - isso não aceito e não contem mais com o VeloLuso para veicular os vossos "passeios" as vossas corridas, os vossos... campeonatos.
Não têm desculpa. Eu não aceito desculpas...

quarta-feira, julho 23, 2008

II - Etapa 160

MEA CULPA!
CONTUDO... O ESSENCIAL MANTEM-SE


Leitor atento, e zangado também, mas se tem razão... que mais posso eu fazer do que um mea culpa público?

De facto – estou a ficar velho e a memória começa a trair-me – há dois anos aconteceu uma situação muito semelhante, àquela que refiro na Etapa anterior, na Volta a Portugal do Futuro.

Por acaso, e concordamos nisso, até um pouco mais grave, pois o que aconteceu foi que um jovem já com contrato de profissional com uma equipa Continental, foi integrado (aquilo foi equipa mista?) numa outra formação, esta sim de sub-23 que se predispôs a trabalhar para o... convidado.

Depois de ler a sua mensagem recordei-me imediatamente e lembro-me que fui bastante crítico, na altura. Abreviando, uma das principais equipas do escalão sub-23, que até tinha nos seus quadros um ou dois potenciais candidatos a ganhar a Volta, aceitou por-se à disposição para ajudar o outro a vencer a prova. O que, realmente aconteceu.

Quanto à sua questão, não. Não me recordo se teve de rescindir o seu contrato de profissional e assinar um outro. Que me lembre, nem se falou nisso.

Portanto, e porque o “escândalo” nem é assim tão grande – até porque há antecedentes – não levem a questão tão a peito.

Mea Culpa!...

Mas...
... mas aquilo que o artigo em causa queria mesmo – queria e quer, claro – era destacar a forma acelerada como a FPC resolveu o problema do Benfica, isto quando outros problemas, bem mais graves porque estão a mexer, já não é com sete pessoas, é com sete famílias inteiras, para esse parece que não há disponibilidade para se acelerar um bocadinho.

Em relação a essa parte não retiro uma vírgula.

terça-feira, julho 22, 2008

II - Etapa 159

QUEM MANDA EM QUEM,
OU A TRISTE REALIDADE DE
SE SER "PEÃO" NUM TABULEIRO
DE XADREZ QUE OUTROS DOMINAM

A Organização da Volta a Portugal do Futuro-2008, que hoje se iniciou com um prólogo em Reguengos de Monsaraz, está indelevelmente marcada por um "caso" que, vamos lá ver se amanhã podemos ler nos jornais.

Sendo uma corrida 2.13, para amadores, a verdade é que uma da equipas apresentou à partida um jovem corredor profissional.
Calma!...

É evidente que um corredor, mesmo sub-23, mas com contrato de Profissional não pode competir na Volta a Portugal do Futuro. Não há lugar a discussão...

Mas esse Corredor, não só fez o crono de abertura, como vai fazer o resto da Volta.
E como é que a Organização o pode permitir?
Explico já a seguir...

A sua equipa, na reunião entre os representantes das equipas e o Colégio de Comissários, apresentou dois documentos de "última hora".

O primeiro, uma rescisão de contrato, enquanto corredor profissional, com a mesma equipa que no inicio da temporada o inscrevera como... profissional.

O segundo, um posterior contrato com o mesmíssimo Corredor, com a mesmíssima equipa, mas já enquadrado como amador sub-23.

Tudo sancionado pela Federação Portuguesa de Ciclismo.
Que aceitou a rescisão do primeiro contrato e, mais, aceitou de pronto a integração do mesmo atleta, na mesma equipa, mas já na condição de amador sub-23.

Não digo o nome da equipa - não digo - porque quero preservar o nome do jovem atleta que foi, nitidamente abusado, em termos de imagem e objectivos, pelos responsáveis dessa mesma equipa.

Mas quero que saibam que eu sei...

Vou passar por cima de todas as "facilidades" que esta equipa conseguiu para, em dois dias, ver a FPC reconhecer a rescisão de um contrato de Corredor Profissional, e logo de seguida aceitá-lo como amador sub-23, mas não vou deixar escapar a oportunidade para vincar a eternidade, por exemplo, a que está a ser levado o reconhecimento - uma vez que todos os pressupostos foram cumpridos - do novo DD da equipa ... MSS-Póvoa de Varzim.

Quem, de repente e saído do nada, exigiu... - mentira minha, apenas disse que se o dito corredor não fosse aceite, a equipa não participava na Volta a Portugal do Futuro - e obteve de imediato o necessário aval... pesa mais ou menos que outras congénere suas?

Atenção... eu tenho memória de elefante.
A PAD-JLSports baixou as calças e deixou que terceiros impusessem as suas condições.
Um jovem profissional foi obrigado a aceitar a despromossão... nada por aí além até porque, de facto, não perde o seu estatuto... Quando muito, será o "amador" mais bem pago do pelotão...

O drama é que as outras equipas, mesmo que não concordando com esta - e sublinho-o para que ninguém o esqueça - IMPOSIÇÃO de uma outra equipa, ficaram caladas.

A partir do momento em que calaram... aceitaram.
Mas aceitaram porquê?

Para mostrarem que não têm problemas em pôr os seus corredores - amadores - a competir ao lado de profissionais? -, mentira, mostraram apenas que falam, falam... mas na hora da verdade, todos perdem o pio. Fincassem pé e pusessem a Organização perante a necessidade de escolher entre o "manda chuva" e a verdade desportiva.
Ou esta só é válida para alguns?

Deixemo-nos de entretantos e saiamos directos aos finalmentes:
- Uma equipa do pelotão nacional (profissional) inscreveu um seu corredor na Volta a Portugal do Futuro, que é para amadores;
... fez depender da aceitação da inscrição desse Corredor a sua participação;
... sabe, com certeza, que o não pode fazer, mas...
... apresenta no acto de inscrição da equipa, uma rescisão de contrato (profissional) desse mesmo corredor com a equipa, fazendo dele, automaticamente amador...

Devemos acreditar nisto?
Acham que sim?

Mas a grande questão que aqui deixo, e não vou permitir que ma subtraiam é apenas esta:

- porque é que a rescisão de um contrato de Profissional - com o que tudo isso implica - é resolvido pela FPC na hora... exactamente no mesmo momento em que outras resoluções, bem mais prioritárias... correm o risco de se estenderem no tempo?

Já sabem que eu sei... não são obrigados a responder-me, mas se o quiserem fazer... agradecemos todos os que gostam do Ciclismo.

II - Etapa 158

COMO TUDO MUDOU...
PARA PIOR (DIGO EU!)

Ora, serviu a “Nota” anterior para me justificar pelo facto se só agora aqui aparecer com um novo artigo.
Achei engraçado, ontem, um amigo ter-me telefonado para saber se se passava alguma coisa comigo porque a tarde já ia a meio e eu ainda não escrevera nada. Um abraço para ti, Amorim!

Isto porque – e fiquem descansados que não voltarei a maçar-vos com os mesmos argumentos – de facto há, pelo menos uma mas há, notícias que hoje são dadas à estampa por um dos desportivos, que não poderia nunca deixar passar em claro.

E volto aqui a vincar as tremendas saudades que tenho de um passado que, infelizmente, não vivi.

Já aqui disso falei.
Ditou o destino que eu tivesse aparecido no Ciclismo numa altura em que todos os “velhos lobos” – à excepção do meu caro Guita Júnior – foram saindo, pese embora ainda tenha tido o privilégio de trabalhar ao lado de “monstros” como o Zé Neves de Sousa, do António Sousa, do Costa Santos, do Dias Neves… e, embora em plataformas diferentes, do Fernando Correia, do Ribeiro Cristóvão, do… Fernando Emílio (da rádio)…

Os meus jovens companheiros de hoje, mesmo os mais humildes, que não fazem questão de me esfregar no nariz o seu douto Diploma de Jornalista formado na Faculdade, não conseguem, jamais conseguirão, perceber do que eu estou a falar.

No fundo, e perdoem-me se estou a ser imodesto, eu sou o último dos jornalistas de Ciclismo que conviveu com alguns dos nomes que constarão sempre da História do Ciclismo Nacional, no que aos jornais (e rádio, que a televisão, nessa altura, era miragem) diz respeito.

Toda uma geração, herdeira de gerações anteriores de outros nomes enormes como Lança Moreira, Artur Agostinho, Nuno Brás… - três nomes da rádio, porque os da escrita foram, durante muito tempo, os mesmos. Eu sei que vocês não sabem do que estou a falar…

Estou a falar de quando os verdadeiros especialistas em Ciclismo eram… os Jornalistas.
E isso, nos dias de hoje, é uma figura não encaixável na realidade.

II - Etapa 157

PORQUE É QUE A LA-MSS CORREU EM ESPANHA?

Vamos então ao que interessa.

Li, e não vou dizer que não fiquei chocado, porque fiquei, declarações pretensamente proferidas pelo meu caro Joaquim Gomes a um dos desportivos onde diz, e passo a citar:
“A LA-MSS correu em Espanha, mas não se sabe muito bem porquê…”

Não se sabe muito bem porquê, Joaquim?


Se fosses um dos “arrivistas” que pululam pelos fóruns e/ou blogs na Internet, eu ainda condescenderia, mas vindo de ti… fico preocupado.

A LA-MSS (*), correu em Espanha porque, oficialmente [vide site da UCI], não há nada que impeça a equipa de correr, malgrado ter sido amputada de cinco dos seus doze Corredores;

… correu em Espanha – e cairias de cú (passe a expressão) – se eu dissesse aqui como correu. Mas provavelmente tu sabes-lo.

… correu e Espanha porque na UCI não deu entrada qualquer nota de culpa em relação a qualquer dos seus corredores – ou outros elementos - e, digo-o eu sem medos, se se tivesse apresentado na sua máxima força teria sido aceite pelo presidente do Colégio de Comissários porque este, directamente orientado via–Aigle, não tinha, nem tem, conhecimento de quaisquer impedimentos, de qualquer dos Corredores que fazem parte da equipa da Póvoa de Varzim.

Ou achas, Joaquim, que o levantamento de um inquérito que tem como finalidade um castigo disciplinar pode ser assinado pelo presidente da Direcção da FPC?
Para que serve então o Conselho Disciplinar?

Sei eu, sabes tu, sabe muita mais gente do que aquilo que os manga-de-alpaca que, subservientes, gravitam na órbita do presidente, julgam saber…
Seria motivo de chacota, primeiro; e logo a seguir de um processo de investigação, com intenções disciplinares, em relação ao modo de funcionamento da FPC…
Não brinquemos com coisas sérias!

E tu, Joaquim, até pelo teu estatuto – não, não me refiro ao facto de seres Director Técnico da empresa que organiza a Volta, mas por aquilo que ainda representas e, acredita, embora tenhamos que acrescentar um parêntese que salvaguarde os grandes nomes que fizeram a História do Ciclismo em Portugal - tu és ainda o primeiro maior nome do nosso Ciclismo pós-Joaquim Agostinho.

Não sou eu quem o diz…
Sei que és, porque falo com as pessoas que o actual Ciclismo tende a ignorar, que são os adeptos anónimos, aqueles que vão para a berma da estrada três horas antes de o pelotão passar… para ver 30 segundos de corrida.

Mas aceitando que, por desgaste – eu imagino o que será a tua vida a menos de um mês do início da Volta – ou por má interpretação das tuas palavras, por parte do jornalista que te interrogou, até tenhas dito aquilo que pudemos ler no Record.

E essa tua dúvida (???) em relação ao, cito outra vez, “a LA-MSS correu em Espanha, mas não se sabe muito bem porquê…”
… eu respondo-te!
Coisa que, quem teria esse dever, parece querer calar...
E quem tem esse dever é muito abrangente… muito mesmo…

A LA*-MSS foi aceite pelo colectivo dos juízes da Vuelta à Comunidade de Madrid, porque, ao nível da UCI, não há nada contra a equipa.

Atrevo-me até a ir mais longe… a UCI não tem – e não tem, porque eu tenho meios de o saber e, contactados, me garantiram que não tem – porque a FPC não comunicou a Aigle qualquer sanção à equipa.

E porque é que não o comunicou?
Porque NEM a FPC tem por onde pegar, em relação a presumíveis atropelamentos dos regulamentos por parte da equipa em causa.

Aqui, para o parolo português ver – com a conivência da CS -, a FPC fez sair um comunicado a dizer que CINCO corredores, mais o técnico, mais um massagista, mais o médico… estavam preventivamente suspensos.

Amigo, presos por nada, mas porque sim!
Porque quem manda pode e lembrem-se dos desgraçados que estão em Guantanamo há sete anos, de uma forma que todos os Homens Sérios deviam corar só de o saber.

Mas estamos em Portugal e custa-me… sinceramente, custa-me, ver no doutor Artur Lopes a caricatura daquela infame figura que é o senhor Bush.

Saiamos deste aparte…
A LA*-MSS pode correr em Espanha e pode correr em Portugal e pode correr em todo o lado.
E, sinceramente, dói-me ler pretensas declarações tuas em que manifestas surpresa por a equipa está a correr.

Está a correr, repito, porque na UCI não deu entrada qualquer denúncia. E dificilmente isso acontecerá, porque a UCI – com todos os defeitos que eu próprio lhe aponto – não poderia jamais aceitar uma espécie de nota de culpa que, em vez de ser assinada pelo Conselho de Disciplina, o é pelo Presidente da Direcção da FPC…

Com a, para além de imoral, desavergonhada intervenção (atenção a isto: por omissão de informação, e não por relato de factos concretos) dos OCS, uns porque são ciclisticamente analfabetos, outros porque se vendem por um prato de lentilhas, fez-se passar como válida uma realidade que é de todo falsa.

E foi pena que a equipa da Póvoa não se tenha apresentado à partida para a última corrida internacional que organizámos…

Ia, Joaquim Gomes, ia acontecer a mesmíssima coisa… o presidente do Colégio de Comissários não poderia evitar a sua participação, nem impedir que o Manel Zeferino estivesse na corrida a comandar a equipa.
Porque na UCI ninguém sabe do “castigo” imposto à equipa.

E volto a deixar aqui, devidamente sublinhado, que não há, no regulamento da UCI qualquer artigo que possa deixar de fora a LA (*)-MSS…

Só falta que as pessoas sejam correctamente informadas do estado das coisas.

(Se calhar terão achado estranho o facto de, aqui atrás, eu ter colocado um asterisco colado à sigla LA… Nem fui eu quem teve a ideia e vejam lá os últimos artigos que escrevi. E algumas das respostas que surgiram nos… comentários...
Mas eu sei exactamente o que significa aquele asterisco.
Aliás, não sei se cheguei aqui a colocar o caso… mas não se admirem se, na próxima temporada, virem essas duas letras acrescidas ao rubro nome de uma outra equipa equipa, que não esta que esse patrocinador agora apoia.)

II - Etapa 156

ABRE-SE NOVA FRENTE DE DISCUSSÃO

É muito importante e espero que os "Velhos do Restelo" do costume não apareçam na primeira linha a franzir o nariz só porque a verdade, por vezes, é dolorosa.

Mesmo sem ser pago para isso, aqui vai a publicidade: Se não compraram ainda (eu sei que estou a escrever às 4.20 da manhã e a esta hora ainda não há quiosques abertos - estou a escrever para vocês, que me estão a ler no emprego, que a net à conta do patrão sai mais barata!), retomo... não sei se compraram ainda, mas se não compraram, vão comprar A BOLA de hoje.

Em contraponto, no que diz respeito às notícias dos últimos dias que condenavam uma Universidade por esta se predispor a facultar os seus serviços de forma a que as equipas de Ciclismo tenham controlados os seus próprios corredores - o que, como li ontem, se faz no dia-a-dia, mas de forma empírica, sem que quem o faz tenha conhecimentos suficientes para o fazer -, em contraponto a isto, são DENUNCIADAS dituações em que Laboratórios Oficiais estão instruídos para que, em certas modalidades se ESCONDAM RESULTADOS POSITIVOS.
Porque é que eu não fico nem um pouco surpreendido?

Vão comprar e leiam...

segunda-feira, julho 21, 2008

II - Etapa 155

J'ACCUSE!... (@)

Recorro a Émile Zola de forma a não deixar morrer o tenebroso plano engendrado na Rua de Campolide para assassinar desportivamente uma equipa, sem pensar, nem uma vez, que por trás de cada um dos homens perseguidos está uma família que só vive dos proveitos conseguidos pelo seu chefe, com o trabalho que desempenha, na profissão que escolheu.

Acuso...

... o CNAD, com a subserviência da Policia Judiciária, de ter, em forma tentada (e consumada), chegado ao conhecimento de factos que só por si, CNAD, jamais conseguiria... (a)

... a Polícia Judiciária (pelo menos o responsável pela Secção em causa) por se ter deixado enlear numa história que, seja qual for o seu final, jamais limpará o nome da Instituição, que deve ser imparcial e justa nas suas investigações...

... a Polícia Judiciária, na figura da Direcção Central de Investigação da Corrupção e da Criminalidade Econónica e Financeira (DCICCEF), de não ter cumprido o legislado, tendo feito os presumíveis implicados assinar o habitual documento de arresto de eventuais provas, sem que lhes tivesse facultado - como é obrigatório - uma cópia do mesmo documento... (b)

... a Federação Portuguesa de Ciclismo por, em conluio com o CNAD, ter, de forma irresponsável, armado uma cilada a UMA equipa de Ciclismo...

... o CNAD e a FPC por, nitidamente, não terem procurado, mas ESCOLHIDO uma vítima para que ambos - mais a Polícia Judiciária - mais não fazerem do que mostrar serviço...

... a Federação Portuguesa de Ciclismo por acto, não só de má fé (que é evidente, poderei confirmar), mas sobretudo de atropelo, à luz do legislação, da mais simples regra a que manda o Direito; ter feito sair, com data de 27 de Junho de 2008, um comunicado, que tenho em meu poder, a anunciar a suspensão de nove pessoas - incluindo cinco Corredores da equipa da LA-MSS-Póvoa de Varzim -, quando estes só tiveram conhecimento dessa mesma suspensão no dia 8 de Julho (sete dias úteis depois) por carta expedida via DHL...

... a Federação Portuguesa de Ciclismo de, ainda de má fé, convocar, através de documento nitidamente esvaziado de legalidade, os presumíveis suspeitos, sabendo de antemão que essa convocatória é, no campo legal, irrelevante e perfeitamente passível de ser ignorada, o que só serve os objectivos claros da mesma Federação Portuguesa de Ciclismo que são os de fazer arrastar um processo que não tem pernas para andar, o mais possível, sendo que de armadilha em armadilha, vai conseguir os seus verdadeiros intentos: impedir a equipa de correr...

... se, na sequência das buscas do DCICCEF, foi encontrado algo passível de abertura de um processo por parte do Ministério Público (MP), ao qual a PJ está adstrita, isso jamais poderá ser usado pelas estruturas disciplinares da FPC, pelo que sublinho aqui a irregularidade legal de que todo o processo enferma...

... se se confirmar o atrás enunciado, cabe ao MP instruir o prosseguimento das investigações, não podendo isso ser impeditivo do normal cumprimento das tarefas profissionais dos alegados implicados...

... só o Conselho de Disciplina da FPC tem poderes para suspender qualquer agente dentro da modalidade e o ÚNICO comunicado público (e não só, como será fácil de comprovar) é assinado pelo presidente da Direcção da mesma FPC, atropelando a obrigatoriedade da clara e constituicional separação de poderes...

... a Direcção da FPC convocou os responsáveis pelo Póvoa Cycling Clube da Póvoa para uma reunião que visava "esclarecer" a situação e nessa reunião apenas foi comunicado a estes que tinha sido (c) "instruída" -adj., que recebeu instrução; adestrada - uma advogada e que esta, ou o Gabinete do qual esta faz parte, lhes comunicaria, aos responsáveis pela equipa, das faltas de que estariam pronunciados e, ao mesmo tempo, convocados para uma audição...

... em primeira instância, isso compete ao Conselho de Disciplina da FPC...

... sendo, em termos legais, figuras completamente distintas, Corredores, Director-desportivo, massagista, médico e dirigente receberam, não do Conselho de Disciplina, mas do tal gabinete de advogados... instruídos, uma carta cujo teor é linearmente identico mudando apenas os nomes e posições dentro da equipa e sem referir claramente sob que estatuto eram requisitadas as suas presenças.
Arguidos?
Suspeitos?
Testemunhas?...
o que transforma a intimação naquilo que no fundo é: apenas uma carta, desta feita enviada por correio normal e que a alguns dos interessados chegou no mesmo dia em que souberam que estavam suspensos, embora sem que os tenham esclarecido porquê.
Esta carta, em termos legais, vale... zero.

A Federação Portuguesa de Ciclismo sabe perfeitamente disso, como sabe que os advogados constituídos (c) - é este o termo correcto - pelos visados os vão aconselhar a não comparecer à dita convocatória.

Que é, exactamente o que a FPC quer, pois assim o processo arrastar-se-á, e se não mudarem de tactica, arrastar-se-á ad-eternun, cumprindo os objectivos nebulosos, mas no entanto claríssimos, da FPC que é o de impedir, seja à custa de que artifícios for, a equipa de voltar a correr...

Ficam aqui tantas perguntas implicitas... que eu não posso fazer!
Mas deixo para que, quem puder as faça. Em nome da verdade.

É curioso que tenham perguntado ao Presidente da FPC quem era o novo DD da LA-MSS e não lhes tenha ocorrido perguntar, já que estavam a gastar dinheiro no telefonema, PORQUE É QUE HÁ CINCO CORREDORES, um técnico e um massagista impedidos de ganhar o pão para dar de comer às respectivas famílias.

É curioso que tenham perguntado ao presidente da FPC o que achava sobre uma notícia divulgada por uma estação de televisão alemã, que pretensamente envolve o médico que colabora com a equipa em causa - só as equipas Profissionais e ProTour tê, obrigatoriamente, que ter um médico indicado como membro a tempo inteiro na respectiva estrutura - e não lhes tenha ocorrido perguntar, já que estavam a gastar dinheiro no telefonema, PORQUE É QUE HÁ CINCO CORREDORES, um técnico e um massagista impedidos de ganhar om pão para dar de comer às respectiovs famílias.

E, neste último caso, até achei graça à resposta publicada: "Demos um passo em frente..."
Concordo! Só que estávamos à beira do abismo!
(Vocês conhecem a anedota!)

Falei hoje - que estou de folga, ao que tenho direito e me permite ser apenas... cidadão - com quatro dos "proscritos".

Ouvi soluços engolidos; vozes trémulas, tanto de preocupação como de raiva; homens que se sentem desamparados, à mercê de quem, descricionariamente manda no Ciclismo português. Que tem oposição, às vezes aguerrida, quando lhes convém - aos oposiores -, mas que agora parece não ter contestação.

Que espécie de homens são estes?

Que no pelotão reina um cinismo absurdo, em que todos dão palmadinhas nas costas de todos, mas que, quando seria preciso mostrar alguma solidariedade se eclipsam, isso nem me admira.
E a vocês, que me lêem?
E gostam?

Não me sai da cabeça uma frase que ouvi esta tarde e que espelha o que vai nas almas daqueles homens.
"Seja o que for que venham a decidir, decidam rapidamente. Há jovens que apostaram no Ciclismo como profissão e agora estão impedidos de correr..."

E porque é que nada foi decidido ainda, e nada vai ser decidido nos próximos meses?
Porque não há, materialmente não há, nada que sustente as suspensões.

E não acham que nesta embrulhada toda está a faltar qualquer coisa?
Exactamente... está a faltar o trabalho que todos esperamos da Comunicação Social.

Já agora, desde que não seja como uma certa entrevista pedida a um Corredor da equipa em causa - não este não está suspenso - que este concedeu e, acreditando na honestidade do jornalista, do Jornal, aproveitou para sair na defesa dos seus pares para depois ler um trabalho desonestamente orientado, do qual foram subtraidas todas as declarações "politicamente incorrectas".

E daqui vos encaminho directamente para o artigo que, mesmo que já tenham lido (enquanto eu escrevi este) devem voltar a ler.
SÓ HÁ UM HOMEM QUE PODE SALVAR A VOLTA A PORTUGAL.

É o Senhor João Lagos.

(a) - Reitero que provas obtidas de forma irregular não podem ser admitidas em nenhum processo...
(b) - É obrigatório que do auto de levantamento de provas seja feito um duplicado que, naturalmente, será entregue a quem foi alvo desse levantamento. Só assim está garantido que não haverá adulteração do documento. Porque é que não foram, embora, sei-o eu, tenham sido solicitados, deixados duplicados aos elementos a quem foi apreendido... Guronsans, por exemplo.

II - Etapa 154

OBRIGADO, SENHOR LAGOS

Não sei quantos de vós puderam ler a excelente entrevista que o semanário Sol, nas penas de Pedro Prostes da Fonseca e Rui Antunes (olá, companheiro, como estás?), fez a João Lagos.



Claro que a entrevista foi, necessariamente, transversal, para abarcar as múltiplas facetas deste Homem invulgar, colorido, num país cada vez mais a preto&branco.

De Ciclismo até se fala pouco, mas destaco aqui o destaque escolhido pelo editor da entrevista:

"Podia divulgar aos ciclistas do Benfica o traçado da Volta, mas era uma vergonha"

Se tivesse para isso, parava aqui e pedia a cada um dos meus leitores que interpretasse esta frase do Senhor João Lagos.
Se quiserem podem fazê-lo na mesma, mas serei eu o primeiro.

João Lagos...
... podia ter sido arrogante e dito: "Jamais faria isso."
... podia ter-se fingido ofendido e dito: "Acha que eu era capaz de uma coisa dessas?"
... podia ter sido cínico e dito: "Isso nem me passou pela cabeça."
... podia ter sido... tudo.

Foi, sublinhando aquilo que penso dele, honesto.

Quem é que o impedia de o fazer?
Ninguém.
Nada...

E a chave que podemos usar para abrir a personalidade deste Homem está na sua própria frase:

"... mas era uma vergonha".

Não consigo deixar de respeitar e até admirar um Homem que reconhece ter vergonha na cara.
O que falta a tanta gente!


E repito-me: Obrigado Senhor João Lagos.
Não espero que o senhor leia isto, mas espero sinceramente que alguém que o leia lhe diga isto que vou deixar escrito já a seguir:

SÓ o senhor pode garantir-nos que na próxima Volta a Portugal não vai haver nenhuma equipa tratada de forma diferente das outras, neste Mundo cão de filhos e enteados.

II - Etapa 153

APENAS UM PASSATEMPO...

E porque não apresentar aqui uma espécie daqueles passatempos de Verão que vários jornais nos impingem como se fossem uma mais valia quando, na verdade, não passam apenas de uma solução de recurso para encher páginas dada a clara quebra de fluxo noticioso?

É então este o passatempo que vos proponho:
O que vão ler a seguir é uma parte de uma notícia publicada hoje num jornal desportivo.
Os sublinhados são da minha responsabilidade.

"Uma boa dose de ciclismo de ataque, foi o que se provou ontem, na primeira etapa da triologia dos Alpes, quando a Volta a França entra na fase de decisões. Em Prato Nevoso, em solo italiano e na véspera do dia de descanso, os favoritos foram ao "rouge" no esgotamento das respectivas forças num embate que fez vítimas: o australiano Cadel Evans cedeu a camisola amarela ao luxemburguês Frank Schleck, nono na etapa.

A passagem pelo Col d'Agnel, na primeira metada da etapa, marcou a fuga que viria a discutir a tirada, mas ficaria assinalada, sobretudo, pela queda de Oscar Pereiro. O pelotão, após um compasso de espera, retomou em força a abordagem à última dificuldade e, sob a forte cadência dos comandados da CSC e de Andy Schleck, na última subida, explodiu em diversos grupos, lançando ao ataque alguns dos favoritos."

Qual é o desafio que eu vos lanço?
Substituam os nomes dos corredores que ali lêem, por exemplo pelos de, deixa ver... ok, pelos de Angel Vicioso, Xavi Tondo, João Cabreira, Bruno Pires... Substituam CSC por, hummmm!... LA-MSS.

Agora imaginem que espécie de comentários se seguiriam a esta notícia...

II - Etapa 152

DOWNHILL URBANO DE ÓBIDOS
(Adrenalina no Oeste)


O Troféu DHX Vodafone 2008 conhece a sua quarta prova com a realização no próximo domingo, dia 27 de Julho, do Downhill Urbano de Óbidos, em mais uma organização da geapro que, deste modo, vai levar de novo à região Oeste a adrenalina própria deste tipo de competições, agora com o apoio da Câmara Municipal de Óbidos.


Não exageramos se dissermos que o ambiente do Downhill Urbano de Óbidos é único: com os participantes a largarem do ponto mais alto da vila “Maravilha de Portugal”, o traçado serpenteia entre escadarias antigas, ruelas e travessas de uma beleza única, cruzando mesmo a muralha pela sua porta mais pequena que dá acesso a uma descida final que irá produzir as indispensáveis diferenças.

Para além do enquadramento espectacular deste cenário privilegiado, os participantes no Downhill Urbano de Óbidos poderão estar certos de encontrar ainda o calor humano de uma pequena multidão, já que estamos em plena época alta do turismo e, a juntar a todos os portugueses que irão assistir ao evento, muitos estrangeiros não perderão este ensejo para descobrir uma competição que casa em perfeita harmonia com o ambiente em que se vai desenvolver.

Serão cerca de 750 metros de muita aplicação para quem quiser ser o mais rápido num traçado exigente, essencialmente rápido e com pontos de grande espectáculo: a partir das 9.00 horas de domingo os pilotos estarão em pista para efectuarem os seus treinos, que ocuparão toda a manhã, tendo início a primeira descida de prova pelas 13.30 horas e a segunda pelas 16.00 horas, com os participantes a aproveitarem o melhor tempo das duas tentativas.

Recorde-se que o Troféu DHX Vodafone 2008 teve até ao momento três jornadas, todas elas coincidentes com o calendário da Taça de Portugal. A cidade da Guarda marcou o arranque da competição, com uma vitória urbana de Cláudio Loureiro, que voltaria a impor-se na terra da Serra do Socorro, quando do Downhill do Turcifal.

O Downhill de Gaia foi a última prova válida para o Troféu DHX Vodafone 2008 a realizar-se e teve o condão de trazer um novo nome para a lista de vencedores: Emanuel Pombo. Assim e no final destas três provas, Cláudio Loureiro (Team Bike Zone-Scott-ADA) lidera com 420 pontos, seguido por Emanuel Pombo (Team Liberty Seguros-Run & Bike), com 375, com o seu irmão Daniel Pombo, da mesma equipa, a ocupar o último lugar do pódio, com 182 pontos.

(Texto: Vivex/FP; foto cedida pela agência)