sexta-feira, setembro 29, 2006

244.ª etapa


PRIMEIRO BALANÇO DAS MOVIMENTAÇÕES PARA A PRÓXIMA TEMPORADA


Tal como referi, este ano as trocas de equipa começaram - pelo menos a ser conhecidas - bem mais cedo do que o habitual. Isto pode ter sido influenciado pelo facto de algumas equipas se encontrarem com o futuro incerto e, como a esmagadora maioria dos contratos com os corredores é anual, o mercado ficou "escancarado" muito cedo. Com equipas sem poderem garantir a sua continuidade, os corredores apressaram-se em aceitar os convites de quem estava interessado neles, convites que, naturalmente, surgiram exactamente pela mesma razão. Havia muita gente no mercado e quem escolhesse primeiro ficava com os melhores.

Não vou falar aqui do Benfica, do qual já escrevi tudo o que sabia (e sei hoje), nem do Alcobaça, pois, neste momento, é a única equipa ainda à procura de meios para que não desapareça do primeiro pelotão nacional. Também não tenho conhecimento de nenhumas alterações no que respeita à DUJA-Tavira...

Quanto às outras... são as seguintes as movimentações:

Barbot-Halcon
saem...
Sérgio Ribeiro (Benfica) e Vítor Rodrigues (Liberty)
entram...
Pedro Soeiro (Alcobaça), Alexandre Oliveira (Paredes) e Francisco Pacheco (Esp/Garcamps)

Maia-Milaneza (passa a chamar-se LA Alumínios-Milaneza)
saem...
Bruno Castanheira e Danail Petrov (ambos para o Benfica)
entram...
Vítor Carvalho (Vitória-ASC) e Cláudio Faria e Bruno Neves (ambos ex-Madeinox)

Liberty
saem...
David Garcia (Galicia/Esp) e Pedro Lopes (Benfica)
os mecânicos José Eduardo e Francisco Carvalho e o massagista Raúl Matias (todos para o Benfica)
entra...
Vítor Rodrigues (Barbot)
mais os mecânicos Guilherme Marques e Vítor Gonçalves (ambos do Vitória-ASC)

Paredes
saem...
Gilberto Sampaio (Vitória-ASC) e Alexandre Oliveira (Barbot)
entram...
Joaquim Andrade (Alcobaça) e Joaquín Sobriño (Esp/SuperFroiz)

Boavista (passa a chamar-se Riberalves-Boavista)
saem...
Ben Day (Navigators/EUA) e José Rodrigues (Vitória-ASC)
e o mecânico Carlos Rocha (Boavista)
entram...
Nélson Rocha (Casactiva) e Hugo Vítor (Alcobaça)

Vitória-ASC
saem...
Vítor Carvalho (Maia) e Victoriano Fernandez (?)
e os mecânicos Guilherme Marques e Vítor Gonçalves (ambos para a Liberty)
entram...
Gilberto Sampaio (Paredes) e Daniel Silva (Guilhabréu)
e o mecânico Carlos Rocha (Boavista)

Em relação à fusão entre a Madeinox e o CC Loulé...
... o que se sabe é que Cláudio Faria (Madeinox) sai para a Maia; Renato Silva (Loulé) vai para o Benfica e Alejandro Marque e Ramon Troncoso, ambos para a nova equipa profissional espanhola Karpin-Galicia
... quanto ao que resultará da fusão, o que veio a público foi que, pela parte da Madeinox ficarão Sérgio Sousa, Hélder Oliveira, André Vital, Marco Cunha, Bruno Pinto e Fernando Sousa; enquanto que, pela parte do Loulé ficam César Quitério, Joaquim Gregório e Nuno Marta.
Por certo, nos próximos dias haverá mais confirmações

Não faço especulação pelo que ficamos com um quadro resumido daquilo que é verdade.

243.ª etapa


LIÇÃO DE AMOR PELO CICLISMO


A grande transferência para a próxima época – estamos a falar do ciclismo português – é, e não há hipóteses de fugir a isso, a, senão inédita, pelo menos muito pouco usual troca de equipa por parte de um patrocinador.

Conheço o Luís Almeida (“patrão” da LA Alumínios). É uma pessoa simples, de gostos simples e franca convivência. E uma paixão inimputável pelo ciclismo.

Mas porque é que o Luís Almeida resolveu pôr fim a uma ligação que era – sei-o – já mais emocional que… racional com a formação do filho do homem que o convenceu a vir para o ciclismo?

O Vítor Paulo – é um daqueles que não dispenso da minha pequena roda de amigos do peito – terá percebido. Ainda não falei disto com ele, e por isso mesmo escrevo ainda mais à vontade. Também não falei com o Luís Almeida!

O Luís Almeida ganhou amor pelo ciclismo. Deixou que ele dele se apossasse e conseguiu uma coisa digna de relevo, conseguiu reagir de uma forma mais calculista que emocional, sem deixar de ser de forma… apaixonada. É evidente que, emocionalmente, o Luís Almeida nunca esquecerá que há dez anos foi “aliciado” para esta modalidade, que todos amamos, por essa enorme figura que foi Manuel Maduro e por Joaquim Gomes quando, com um grupo de corredores em vias de ficarem desempregados – aquando da extinção da Sicasal-Acral – lhe foram bater à porta. E durante dez anos foi a “almofada” onde a formação nascida na Charneca do Milharado se acomodou.

De há dois anos a esta parte, e graças ao valor da equipa – e disso só são responsáveis (pelo bem, é evidente) – o Vítor Paulo e o Américo Silva, a equipa conquistou o estatuto de a mais forte do nosso pelotão.

Mas atenção – sei o que já estão a pensar – nem a Liberty “abafou” a LA nem o apoio desta passou a ser… residual. Não foi isso. Nem tem nada a ver com alguma coisa que se relacione com a passagem da “marca” LA para segundo plano. Foi mais o Luís Almeida ter percebido que já fizera tudo o que podia fazer por aquela equipa, especificamente, sentindo, ao mesmo tempo, que podia ainda fazer mais alguma coisa pelo… ciclismo.

Não percebo como a Federação Portuguesa de Ciclismo ainda não instituiu um galardão, sei lá, qualquer forma de retribuir o quanto de bom alguns vão fazendo pelo ciclismo luso. Se isso já tivesse sido “inventado”, naquilo que concerne a patrocinadores o Luís Almeida ganhava o prémio. De certeza.

O Luís Almeida mostrou que a sua paixão pelo ciclismo vai muito além da sua ligação mais ou menos estreita com uma equipa. Sabe que não será compreendido por todos, mas não deixou de dar o passo que achou devia dar neste momento.

A equipa que só aconteceu com a ajuda da sua empresa cresceu, de menina fez-se adulta e hoje já anda pelo próprio pé. Como bom “tutor”, o Luís Almeida abraçou-a, num forte abraço e, abertos os braços mostrou-lhe que agora é ela quem fará o seu próprio caminho.

Mas como a tal paixão pelo ciclismo não esmoreceu, ele escolheu outra equipa a quem ajudar agora.

Que todos aceitem com desportivismo aquilo que este homem – que ganhou, por si, o direito a ser considerado como membro da família ciclista – decidiu fazer.

Eu, por mim, tiro-lhe o meu chapéu.
Só precisávamos de mais meia dúzia de “luíses almeidas” para que o nosso ciclismo desse um passo gigantesco em frente. E que as habituais “comadres” deixassem de fazer intriga.

Um grande, grandeeee… enorme abraço ao SENHOR Luís Almeida.


Post Scriptum
Escrevi este artigo há cerca de duas horas e meia atrás. Depois, lembrei-me de uma coisa: estou aqui a falar do Luís Almeida mas... quantas pessoas o conhecerão? E gastei estas duas horas e meia a rebuscar na minha biblioteca de livros e revistas de ciclismo (que os que conhecem sabem que não é pequena) e... nada! Francamente não sei quantas revistas folheei. Vi barrigas e barriguinhas, gravatas e gravatinhas, ministros, presidentes de câmara, speakers, "turistas" q.b., e nem uma foto do Luís Almeida. Hei-de ter por aí concerteza, mas por hoje desisti de procurar. Logo que a ache hei-de pô-la aqui, mas creio que fica demonstrado o quanto este homem é diferente. Nem na entrevista que o Record lhe fez e publicou no passado dia 5 sai a foto do Luís Almeida...
Será que o homem não existe? Existe, mas é dos pouquíssimos que nunca se utilizou do ciclismo para aparecer e a prova é que em mais de 5 metros de prateleiras não encontrei uma única foto sua em nenhuma revista ou jornal. Isto diz alguma coisa acerca da sua personalidade.
Renovo o abraço que lhe enviei há duas horas e 40...
(Não foi fácil, tem pouca qualidade, mas encontrei o "rosto" da notícia!)

quinta-feira, setembro 28, 2006

242.ª etapa


NOVIDADES!...


Entretanto, e recuperando o que comecei por adiantar há dois artigos atrás, já se pode fazer um ponto da situação em relação a quem sai e quem entra, em cada uma das equipas - melhor dizendo: em algumas das equipas - do nosso quadro profissional. E há trocas que merecem um olhar especial... é já a seguir.
Mas já posso adiantar que, pela primeira vez em muitos anos, podemos todos testemunhar a fusão entre duas equipas. Bairrismos postos de lado, a Madeinox, que tinha "casa montada" em Vila Nova de Gaia, muda-se para Loulé, preenchendo a vaga deixada em aberto com a saída da Imoholding. Juntam-se assim duas "pequenas" equipas, esperemos agora que consigam formar uma de dimensão maior. E, pelo menos, garantem-se 12 ou 13 lugares para outros tantos corredores que estavam a ver a sua vida a andar para trás. E em Alcobaça também não se baixaram os braços.
Mas antes vou falar daquilo que, à primeira vista, e ilusoriamente, pode levar muita gente à precipitada conclusão que, em termos de fusões, não foi só a da Madeinox com o Loulé. Mas esta não é uma junção de equipas. Apenas uma transferência do... patrocinador.

241.ª etapa


APESAR DE TUDO, ESTA É UMA FAMÍLIA DE GENTE DE BEM


E vem aquele meu bem hajam, direitinho para os capitalistas - no mais singelo sentido da palavra: aqueles que têm capital - que ainda vão acreditando no ciclismo.

Sinceramente, estou com eles até, porque não vejo motivo para dizer o contrário.

Custa-me ler - principalmente ler, que os OCS que assentam noutras plataformas de comunicação são "solidariamente ausentes" durante toda a temporada, com a excepção da Volta - não sei se mais as trabalhadas loas de reconhecimento a quem teima em acreditar na modalidade, ou quem - com conhecimentos de causa que eu não reconheço - opta pelo duro ataque à modalidade. É que às vezes, querer dizer bem é mais "ofensivo" do que dizer mal só por dizer mal.

Há, desde há muitos anos que há e, graças a deus (lá estou eu outra vez!!!) que continuará a haver quem acredite que o ciclismo não é o "lodaçal" que muitos OCS querem fazer parecer que é. Há "tramposos" - usando uma expressão espanhola que identifica os batoteiros? Há-de haver. Como os há em todos os sectores da sociedade. Desportivamente ou não.

Não é de agora a minha quase "cruzada" - ai a porra! então não consigo escrever dois parágrafos sem uma referência à relegião!!!? - em defesa do ciclismo. Mas não desistirei.

Hoje pudemos ler um artigo num dos jornais desportivos - caramba, as coisas têm nome e eu até gostei muito do artigo: foi n'O JOGO - elogiando a empresa de telecomunicações alemã que há já muitos anos patrocina uma equipa profissional de ciclismo. O que aqueles homens, responsáveis por apresentarem dados no final dos balanços anuais, de justificarem cada euro investido e se tiveram ou não o retorno esperado fizeram foi não confundir a floresta com a árvore apodrecida.
Qual é a floresta que não tem árvores podres?

E descansem os puritanos nesta discussão que não terá sido apenas porque afinal... tudo o que se fale da empresa é publicidade. Não. Há publicidade negativa que pode ser bastante penalizadora. O que os frios homens dos números - neste caso da Telekom alemã - fizeram foi pôr o seu próprio pescoço no cepo pelo ciclismo. Houve um corredor - por "acaso" era só a figura da equipa - que foi além do eticamente aceitável? Sim. Se calhar, sim. Mas, e os outros 24 ou 25? Teriam que ser eles a pagar pelo tal... "tramposo"?

Foi corajosa a tomada de posição da Telekom.

Ao contrário do que alguns "mórmons" ditos adeptos do ciclismo gostavam, ainda há gente muito liberal ligada à modalidade.

E volto ao comentário de hoje n'O JOGO.
A grande verdade é que nenhum dos editores do futebol, seja neste jornal, seja em qualquer outro, seria capaz de escrever um editorial a dizer que não valia a pena os patrocinadores da Liga de futebol continuarem a apostar num desporto, esse sim, no que ao profissional diz respeito, enterrado na "lama" até ao pescoço.

Ele não escreveu "contra" os patrocinadores do ciclismo. Escreveu dando um exemplo de um patrocinador que acredita, o que pressupõe - aliás, como todos nós sabemos, a começar por mim mesmo - que haverá "sponsors" com cada vez mais dúvidas em se "misturarem" numa modalidade que é sistematicamente "varrida" por notícias más.

Deixou uma mensagem de confiança. E é essa mensagem que deve ser lida.

O ciclismo não será abatido pelas "trampas" de meia dúzia de batoteiros. E a esses há que sobrepôr as centenas de honestos trabalhadores que, faça frio ou calor, faça sol ou chuva, saiem todos os dias para a estrada para treinarem de forma a poderem estar em condições para, em competição, defenderem o melhor que puderem as marcas que lhes proporcionam ter um emprego. E estes são a esmagadora maioria.

O que é que eu digo do facto de ser no interior - leia-se: entre os confessos "amantes" - da modalidade que aparecem os seus piores juízes? Por um lado, que exercem o seu juízo de uma forma cegamente implacável. Eu diria isto de uma outra forma, mas que seria extremamente dura em relação a eles. Diria que o que mais os preocupa é... PARECEREM SÉRIOS.

Quando o SER sério é que importa. E dentro de uma família, como dentro de uma equipa, sendo-se sério não há hipóteses de evitar que apareça uma "ovelha negra".

A solução, portanto, não é a de "matar" o ciclismo. Podiamos... tosquiá-lo. Mas creio que isso está a ser feito. Sem ter, na CS, o mesmo impacto de um isolado caso de positivo num qualquer controlo anti-doping.

240.ª etapa


OBRIGADO AOS QUE AINDA ACREDITAM NO CICLISMO…


Pouco mais de 15 dias após a última corrida da temporada – falta apenas o Festival de Pista de Tavira para que esta época de 2006 seja encerrada – é com inegável satisfação que constato que a grande maioria das equipas do pelotão profissional português anda no mercado, se mexe e, mais do que isso, que algumas delas tenham praticamente alinhavado o plantel para a temporada vindoura. Sinceramente, não me lembro que isto tenha acontecido nos últimos anos. E ainda bem que acontece.

Isto pode ter duas leituras, mas acho que devemos ficar por aquilo que acho mais importante: os responsáveis pelas formações que conseguem viver alguma estabilidade não perderam tempo. Isto significa que, atempadamente, foi garantido o apoio financeiro necessário e que, ao entrar no mercado tão cedo, todos os que o fizeram tinham uma margem de manobra significativa para lá irem. Ao mercado.
Ao contrário dos últimos anos nos quais a imagem que passou cá para fora foi a de que todos – ou quase todos – esperavam pelos… “saldos” (com o evidente pedido de desculpas a eventuais visados que eu sei que têm valor suficiente para não serem considerados como isso).

Esta ano não! Mercado aberto – bem antes do que é habitual – e aí temos, como disse, a maioria das equipas às compras. Fazendo vingar a lei do… mercado, que é a de que, quem der mais é que fica com o melhor. Ora, graças a deus (digo eu que sou agnóstico)!

Graças aos “deuses”, que são quem não deixou de acreditar no ciclismo (as empresas) e nele continua a investir.

Daqui lhes tiro o meu chapéu. Bem hajam.


Eu disse que podia haver duas leituras. É evidente que a outra face da medalha assenta no facto de haver equipas em risco de continuarem no pelotão, o que facilita, de algum modo, a vida às outras. Isso é pena... claro que lamento.

segunda-feira, setembro 25, 2006

239.ª etapa


DUAS SITUAÇÕES, DUAS CAUSAS QUE MERECEM SER CONHECIDAS


Do dr. Jorge Soares, um amigo que conheci quando das várias Voltas ao Algarve que cobri, recebi este e-mail que, com todo o gosto para aqui transcrevo.

De acordo com uma solicitação do Sr. Bernardino Caliço, Presidente-Adjunto da Associação de Ciclismo do Algarve, cumpre-me informar que teve hoje [24 de Setembro] lugar em França uma nova edição da corrida de homenagem ao ciclista Bruno Guerreiro, natural de Loulé e falecido num acidente de viação ocorrido enquanto treinava nas estradas da zona de Paris.

A comitiva algarvia presente na edição de 2006 (composta por quinze pessoas - 11 ciclistas e quatro acompanhantes) foi recebida pelo Presidenteda Câmara de Paris e pelo Sr. Mário Gomes, Cônsul de Portugal em Paris.
Os ciclistas presentes integravam as Selecções do Algarve de Juniores e Sub-23, tendo obtido uma prestação verdadeiramente excelente:
Juniores
1º, classificado: Diogo Nunes (Clube de Ciclismo de Estoi)
2º, classificado: David Arroio (Centro de Ciclismo de Loulé)
Sub-23
1º, classificado: Arlindo Fernandes (Centro de Ciclismo de Loulé)
2º, classificado: Ricardo Teixeira (Centro de Ciclismo de Loulé).

Em face dos resultados obtidos e considerando ainda o espírito subjacente a esta organização, a calorosa recepção de que foi alvo a comitiva algarvia etambém o excelente espírito de convivência e camaradagem vividos por todos os integrantes nesta louvável iniciativa, podemos afirmar que a participação portuguesa nesta corrida de homenagem veio a constituir-se como um momentode referência no historial do Ciclismo algarvio.


Aproveito para chamar a atenção de todos os amantes do ciclismo algarvio para o facto de a equipa de Estoi, de um outro grande amigo que fiz no ciclismo, o Sérgio Rodrigues, está a atravessar alguns problemas financeiros que podem por em causa a sua continuidade. Vá lá... nem sequer é muito dinheiro. Quem poder ajudar o Sérgio, ajuda o Estoi e o ciclismo algarvio, logo, o ciclismo em Portugal.

sábado, setembro 23, 2006

238.ª etapa


PARA FALAR DE... ECONOMIA!


Página 21 do suplemento Confidencial, do novo semanário SOL: «Energia lidera injecção de capital». No mesmo semanário não deixa de ser interessante o estudo que revela que 27,7 por centos dos inquiridos "não se importava nada" se nos fundissemos com Espanha, num único estado ibérico.

No concorrente EXPRESSO as centrais usam a sulhueta do touro que serve de "imagem de marca" a um brandy (e que tão bem conhecemos das estradas de Espanha, da Andaluzia a Leão) para falar do contraponto dos investimentos de meia dúzia de empresas portuguesas - à "invasão" espanhola que, a pouco e pouco tem tomado pontos estratégicos da nossa economia - e que, em conjunto, terão investido cerca de 500 milhões de euros em Espanha. Estas empresas são a Galp, a edp, a Cimpor, a Renova, a Sonae e o Grupo Amorim.

Que ligação é que faço entre as duas notícias? A primeira fala de "injecção" de capital por parte das empresas de energia; a segunda nomeia duas delas com interesses em Espanha. O "touro" faz-me lembrar a Vuelta - quem não viu ainda a imagem associada a um pelotão? -, a Vuelta é ciclismo.

O ciclismo é um óptimo suporte à publicidade. Uma empresa portuguesa com interesses em Espanha podia usar o ciclismo como veículo para divulgação da sua marca. Desde que houvesse uma equipa portuguesa com hipóteses de correr em Espanha.

Uma dessas empresas é um dos mais fieis "sponsors" da João Lagos Sports/PAD...

O resto sou eu a sonhar.
(Ou talvez não!...)

sexta-feira, setembro 22, 2006

237.ª etapa


BENFICA: MAIS TRÊS CONTRATAÇÕES


Danail Petrov (ex-Maia-Milaneza), José António Pecharroman (ex-Comunitat Valenciana) e o neoprofissional Didac Ortega, que representava a formação amadora do Barcelona (orientada por Melchor Mauri) são as novas três caras do projecto-Benfica que assim conta já com 13 corredores, ficando, em princípio, apenas um lugar em aberto. Pode ser mais um corredor português ou Eládio Jimenez (Comunitat Valenciana) de quem se fala quase desde o início.

Didac Ortega (foto 2) é um jovem de 24 anos que vai estrear-se como profissional mas que traz já algum currículo. Venceu, ao serviço da Caja Castilla-la-Mancha, em 2003, o GP de Albacete e uma etapa na Volta a Salamanca e, em 2005, já ao serviço do Barcelona, a Volta al Goierri (foto) e uma etapa na mesma prova, para além de, ao longo da época ter coleccionado lugares de destaque.

José António Pecharroman (foto 3), de 28 anos, apresenta como resultados maiores os triunfos na Bicicleta Basca e na Volta à Catalunha (em 2003, ao serviço da Paternina-Costa de Almeria). Ganhou ainda 3 etapas na mesma edição da Bicicleta Basca e uma na Volta à Catalunha e foi 5.º no Campeonato Espanhol de Contra-Relógio. Em 2002, na Jazztel-Costa de Almeria, foi 27.º na Vuelta e em 2004, correndo pela belga Quick Step-Davitamon, foi 49.º na Vuelta.

Quanto ao búlgaro Danail Petrov (foto 1), é sobejamente conhecido dos portugueses. Começou a correr no Tavira, passou pela Carvalhelhos Boavista, ao serviço da qual ganhou a Volta ao Alentejo, em 2004, e representou nas duas temporadas a Maia-Milaneza tendo ganho o Troféu Sérgio Paulinho e o Troféu Joaquim Agostinho.




Com estas três contratações, a formação encarnada que será orientada por Orlando Rodrigues, conta já com os seguintes corredores:


José Azevedo (ex-Discovery Channel)
Javier Benitez (ex-Nicolas Mateos)
Bruno Castanheira (ex-Maia-Milaneza)
Rui Costa (ex-Feira)
Rui Lavarinhas (ex-Riberalves-Alcobaça)
Pedro Lopes (ex-LA-Liberty)
Hélder Miranda (ex-Riberalves-Alcobaça)
Didac Ortega (ex-Barcelona)
José António Pecharroman (ex-Comunitat Valenciana)
Danail Petrov (ex-Maia-Milaneza)
Sérgio Ribeiro (ex-Barbot-Halcon)
Hugo Sancho (ex-Mortágua)
e Renato Silva (ex-Imoholding-Loulé)

Para a equipa de Sub-23, que terá como director-desportivo Gonçalo Amorim, já estão contratados 10 corredores:

Egdar Anselmo (ex-Fonotel-Lourinhanense)
Márcio Barbosa (ex-Anicolor-Siper-Mortágua)
Fábio Cera (ex-Águias de Alpiarça-Celta)
Tiago Claro (ex-Crédito Agrícola-Pombal)
Fábio Coelho (ex-Rapiocantes Ribeirenses)
Mário Costa (ex-St.ª Maria da Feira-E. Leclerc)
André Ferreira (ex-Rapiocantes Ribeirenses)
José Mendes (ex-ASC-Cycles Oliveira-Vila do Conde)
Edgar Pinto (ex-St.ª Maria da Feira-E. Leclerc)
e Bruno Sancho (ex-Anicolor-Siper-Mortágua)

Também já são conhecidos os massagistas
Marco Marques (ex-Barbot-Halcon)
Raúl Matias (ex-LA Alumínios-Liberty)
João Paulo Roque (ex-DUJA-Tavira)
e Luís Santos (ex-Imoholding-Loulé)
… e os mecânicos:
Francisco Carvalho (ex-Liberty)
José Eduardo (ex-Liberty)
e Jorge Queiroz (ex-Barbot-Halcon).

quinta-feira, setembro 21, 2006

236.ª etapa


E AÍ ESTÁ A RESPOSTA...


Já posso adiantar com segurança que a Federação Portuguesa de Ciclismo NÃO vai aceitar a proposta da Comissão de Estrada.
Manter-se-á a possibilidade de se fazerem equipas mistas, com equipas de clube, com uma pequena alteração em relação a 2005. Terão de ser DOIS os corredores da formação de clube a integrar a equipa mista. Assim a equipa pro em vez de alinhar com sete dos seus corredores vai ter que escolher apenas seis.

(reeditado a 21 de Setembro, após preciosa chamada de atenção do presidente da Associação de Corredores, que podem ler nas "respostas")

terça-feira, setembro 19, 2006

235.ª etapa


QUEREM UM EXEMPLO DE... "AUTO"-SUICÍDIO? (EU SEI QUE É ANEDÓTICO...)


Apesar de afastado fisicamente da redacção – e depois de um período de algum abaixamento da “forma”, em termos psicológicos –, vou reganhando os habituais contactos com muitos dos meus amigos e vou ficando (ainda) mais a par das novidades.
E algumas são de bradar aos céus.

Primeiro ponto: ainda que só oficiosamente reconhecida existe uma “Comissão de Estrada” para o ciclismo profissional português. Nela estão representadas, para além da federação, delegados das organizações (presumo eu) e das equipas (isso sei que é certo).

Segundo ponto: ainda hoje está para saber-se (oficialmente) de quem foi a ideia de inscrever a LA Alumínios-Liberty como equipa Profissional Continental na temporada de 2005 (quer dizer… eu sei, mas não consigo uma confirmação oficial), o que foi uma asneira de todo o tamanho porque à equipa portuguesa intersar-lhe-ia correr em Espanha, mas lá nunca pode correr porque a Liberty-“mãe” lhe tapava o lugar (não podem, segundo os regulamentos, uma equipa e uma sua filial competirem nas mesmas corridas) e, sendo ela Profissional Continental, não podia correr as provas nacionais – o que, por exemplo, nos dois anos anteriores aconteceu à Maia-Milaneza –, de repente surge nos regulamentos da FPC uma alínea que permitia (a qualquer equipa, porque isto não estava determinado no tal regulamento) apresentar-se como “equipa-mista” e, assim, disputar todo o calendário nacional.

E a Liberty, levando, ora um jovem da Feira, ora outro de Alpiarça… lá participou em todo o calendário. Houve, que eu sei que houve, resistências em relação a esta situação, mas a equipa não ficou uma corrida sem correr.

Este ano o problema nunca se pôs porque todas as formações eram do terceiro escalão mundial.

Entretanto, aparece o projecto-Benfica que se anuncia candidato a ter uma equipa no pelotão Profissional Continental.
Os seus mentores – quem vai negar que não foi olhando o exemplo de 2005? – avançam com duas equipas: uma elite, outra equipa de clube (vulgo, sub-23).

Eu próprio o escrevi aqui, não que a ideia não seria brilhante, mas que assim o Benfica assegurava poder participar em todas as corridas do calendário nacional. Bastava pôr 3 ou 4 dos seus corredores da equipa principal a fazer equipa com o SL Benfica que “entraria” com 4 ou 5 dos seus jovens.

Pelo menos não aconteceria o que aconteceu este ano na Volta a Portugal do Futuro na qual uma das equipas mais fortes do pelotão, no escalão sub-23, hipotecou a possibilidade de um seu corredor disputar o triunfo para “escudar” um corredor profissional que fazia dela uma… equipa-mista. Corredor esse que ganhou a Volta, está bom de ver.

Claro que nada tenho contra esse jovem profissional. Mas já questiono a intenção da sua equipa e a atitude subserviente da equipa que o acolheu.

Mas o que é que aconteceu nestes últimos dias?
Pois o tal "Conselho de Estrada" reuniu e DECIDIU que em 2007 equipas mistas só… feitas por duas do mesmo escalão. Isto é, se conseguirmos alhear-mo-nos do absurdo, apesar de, obrigatoriamente ter que ter 10 corredores, no mínimo, a Maia, para correr o GP Abimota (é um exemplo de uma corrida nacional) deixa metade dos seus profissionais em casa e põe 4 ou 5 a correr em conjunto com 5 ou 4 do Tavira (outro exemplo académico, apenas), fazendo os algarvios a mesma coisa; em vez de rodarem e darem competição aos seus corredores, deixa metade de férias.

Equipas mistas entre profissionais e sub-23… já era! Não vale mais.

Primeira consequência: o Benfica só correrá as provas nacionais se uma outra equipa elite resolver deixar os seus próprios corredores em casa e se "coligar" com os encarnados.
Isso de Gonçalo Amorim poder aparecer a comandar o Zé Azevedo, o Pedro Lopes, o Rui Lavarinhas e o Hélder Miranda, mais 4 dos seus jovens pupilos da equipa de sub-23 não vai ser possível porque, assim o decidiu o tal "Conselho de Estrada".

Chamando os bois pelos seus nomes: se a primeira alteração aos regulamentos não se livra de parecer ter sido um “fato” feito à medida para servir a uns… esta segunda alteração “cai” perfeitamente nas medidas do outro. E, tal como se diz desde os primeiros séculos da nossa era… à mulher de César não basta ser séria, também tem que parecer que o é.

Quando se se lamenta a falta de público, quando o regresso do Benfica ao ciclismo podia vir a dar uma preciosa ajuda no chamamento de mais gente à estrada… a primeira coisa que aqueles que lamentam não haver público fazem... é cercearem a presença do Benfica na mesma estrada.

Os pareceres deste “Conselho de Estrada” não são vinculativo. Mas estou com uma curiosidade enorme de ver o que vai fazer a federação. É que um daqueles “fatos” foi confeccionado na Rua de Campolide…

E digam-me lá que o ciclismo português não é autofágico?
Pelo menos gosta de dar tirinhos nos próprios pés!...
O pior é que a Associação de Equipas – que deverá acolher o Benfica – é um dos membros desse “Conselho de Estrada”.

Expliquem-me para ver se eu entendo…

234.ª etapa


TUDO APROVADO PELA UCI

O Conselho de Estrada da UCI aprovou esta tarde o Calendário Continental europeu para 2007, confirmando aquilo que A BOLA atempadamente adiantara.
Aceitando as propostas da Federação Portuguesa de Ciclismo, o CE deu o sim a que, para o ano, tenhamos uma corrida internacional por mês, de Fevereiro a Agosto.
Também foi aceite – e as dez etapas já eram uma excepção – que a Volta a Portugal passe a ter 11 dias de corrida, sendo que o primeiro será um prólogo.
Queira-se ou não, goste-se ou não da figura, a verdade é que o doutor Artur Lopes, membro daquele Conselho e também da Comissão Directiva da UCI, tem sabido manobrar nos bastidores, garantindo algumas situações de privilégio para o ciclismo português.


São as seguintes as datas das provas portuguesas com lugar no Circuito Europeu:
Volta ao Algarve: 21 a 25 de Fevereiro

Volta ao Distrito de Santarém: 15 a 18 de Março
Volta ao Alentejo: 11 a15 de Abril
GP Paredes-Rota Móveis: 17 a 20 de Maio
GP CTT: 14 a 17 de Junho
Troféu Joaquim Agostinho: 11 a 15 de Julho
Volta a Portugal 4 a 15 de Agosto

Confirma-se assim a “queda” do GP da Costa Azul, substituído neste quadro pelo GP Paredes-Rota dos Móveis, o que, afinal de contas, vem equilibrar o “nosso” calendário internacional que não vinha a contemplar nenhuma corrida a Norte do País.

233.ª etapa


A MORTE VOLTA A ENLUTAR O CICLISMO


Ainda a mágoa pela perda de um amigo não se escoara totalmente, eis que hoje a família do ciclismo volta a ficar de luto. Morreu o Francisco Nunes. O Senhor Francisco Nunes.

Foi dirigente, presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, sócio fundador da PAD. Era um homem do ciclismo. Um verdadeiro homem do ciclismo ao qual a modalidade fica a dever muita coisa. E deixou-nos antes que isso fosse oficialmente reconhecido.

Não tinha um feitio fácil, isso não tinha. Não tinha só amigos, talvez por isso, mas aqueles que alguma vez o hostilizaram, reconhecerão hoje que foi muito porque são senhores de uma personalidade idêntica à do Xico Nunes.

Quando a PAD que ele fundou e dirigiu estava à beira do precipício, tratou de encontrar uma solução. A solução foi entregá-la à gestão da João Lagos Sport e depois... recolheu-se ao seu canto. Há muito que uma doença maldita o acometera, mas ficamos sempre chocados quando vemos partir um amigo. E o Francisco Nunes foi sempre meu amigo. Foi presidente da FPC no período 1984-1985 e, quando Artur Moreira Lopes foi eleito, em 1992 (substituindo Henrique Castro que substituíra Francisco Nunes), passou a integrar a direcção da federação até 1998, quando saiu para fundar a PAD.

A última vez que nos encontrámos ambos no terreno (leia-se: no ciclismo) foi quando a PAD deixou cair a Volta ao Algarve e ele, então já fora da empresa, foi dar uma ajuda ao Rogério Teixeira.

Depois disso vimo-nos o quê? uma vez? Duas, no máximo. Parecia-me bem, mas já foi há algum tempo.

Hoje, ao princípio da tarde, um telefonema de um amigo comum dava-me a triste notícia. Ainda mal refeitos do luto em que mergulhámos com a morte do João Carlos Garcia, eis-nos de novo a lamentar a partida de outro amigo. De outro homem da família do ciclismo. Família que a morte parece ter decidido varrer...

232.ª etapa


VITÓRIA-ASC JÁ TEM EQUIPA QUASE COMPLETA


O conjunto comandado por José Augusto Silva, o Vitória-ASC, malgrado as dificuldades por que passa o nosso ciclismo, já tem a sua estrutura praticamente definida, faltando apenas alguns pequenos ajustes para que, muito atempadamente, a equipa fique completa.

Assim, José Sousa, Pedro Costa, José Martins e Paulo Barroso continuam, da equipa de sub-23, ASC-Guilhabréu-Cycles Oliveira, sobe a profissional o jove Daniel Silva, juntando-se-lhes Gilberto Sampaio, que transita do Paredes e José Rodrigues, que representou este ano o Boavista.

Faltam três (ou quatro? até podem ser cinco) corredores com os quais há, neste momento, apenas que limar algumas arestas para que se formalize a sua contratação, sendo que alguns deles (todos?) são nomes com provas mais do que dadas ao serviço do ciclismo português.

Entretanto, a equipa perdeu a sua dupla de mecânicos, Guilherme Marques e Vítor Gonçalves, que vão para a Liberty que, por sua vez, perdeu o Zé Eduardo e o Chico Carvalho que vão para a nova equipa do Benfica.

Para já, José Augusto Silva teve de fazer o mesmo, ou seja, ir "roubar" um mecânico a outra equipa e o escolhido foi Carlos Rocha (Boavista).

Apesar deste ano e Volta não lhe ter corrido de feição, a verdade é que José Augusto Silva é, dos treinadores das equipas chamadas "pequenas" aquele que nos últimos anos mais êxitos somou na Volta a Portugal.

Em 2000, no Paredes, mercê de uma longa fuga, Miguel Manteiga chegou isolado a Loulé, no
final da 1.ª etapa, tendo ganho a tirada e envergado a camisola amarela que segurou até à chegada à Senhora da Graça (7.ª etapa), quando a perdeu para Claus Möller, então na Maia;

Em 2003, já na ASC-Vila do Conde, ganhou a 3.ª etapa, com Victoriano Fernandez que andou mais dois dias de amarelo, perdendo a liderança na... Torre, para Nuno Ribeiro (LA-Pecol);

Em 2004, ainda com a ASC-Vila do Conde, ganhou outra vez a 3.ª etapa, com Cláudio Faria. Desta vez só andou um dia de amarelo, mas a etapa seguinte terminana... na Senhora da Graça...

Em 2005, voltou - outra vez com a ASC-Vila do Conde - a ganhar logo a 1.ª etapa, com o colombiano Jeobany Chacón que resistiu dois dias de amarelo para perder a a liderança para um tal... Vladimir Efimkin na etapa que passou... pela Torre.

12 dias de amarelo e com a curiosidade de sempre a ter arrebatado em fugas vitoriosas e de sempre a ter perdido... ou na Senhora da Graça, ou na Serra da Estrela.

Como escrevi, quando do balanço da Volta, José Augusto Silva é um dos técnicos portugueses mais astutos na condução dos seus homens, em corrida e, até pelo pormenor que deixei antes... com um bom trepador (que Jeobany Chacón mostrou não ser) na equipa - e aí está, para já, o José Rodrigues - se calhar até é capaz de fazer mais alguma "gracinha".

Mas saúde-se aqui o facto de a equipa estar praticamente estruturada e que a vamos voltar a ter na estrada em 2007.

segunda-feira, setembro 18, 2006

231.ª etapa


PEDRO SOEIRO NA BARBOT


Pedro Soeiro, 31 anos, natural de Matosinhos que já representou, entre outras equipas, o Paredes, o Boavista a Riberalves-Alcobaça, sprinter que sabe tirar proveito das chegadas mais complicadas, de preferência com uma pequena subida no final - malgrado o seu pouco peso -, uma das referências entre os finalizadores portugueses da última década, vai, em 2007, representar a formação liderada por Carlos Pereira, a Barbot. Profissional desde 1996, Pedro Soeiro é ainda um finalizador temido e já foi campeão nacional de fundo, em Santa Maria da Feira.
Em relação à temporada agora a terminar, foram estes os seus resultados mais significativos:

2006 - Riberalves/Alcobaça
58º - Volta a Portugal; 37º - Volta ao Algarve; 6º - Troféu RDP Abertura; 8º - 1ª Volta ao Sotavento Algarvio; 6º - GP Costa Azul; 47º - 1ª Volta a Santarém; 47º - GP CTT Correios;
29º - Volta ao Alentejo; 23º - GP Abimota; 38º - Troféu Joaquim Agostinho; 4º - Campeonatos Nacionais de Estrada (fundo); 23º - Campeonatos Nacionais de Estrada (crono)

e ainda 1 vitória numa etapa da Volta ao Estado de São Paulo (Brasil), um 3,º lugar em etapa na Volta ao Estado de São Paulo (Brasil), um 3.º lugar em etapa na Volta à Extremadura (Espanha) e um dia de Camisola amarela na Volta ao Estado de São Paulo (Brasil).

domingo, setembro 17, 2006

230.ª etapa


NÃO SE ESQUEÇAM DO VÍTOR HUGO!


A BOLA traz hoje, em destaque, na 1.ª página, a qualificação da Selecção Nacional de basquetebol para o Europeu da modalidade, no próximo ano. A abrir a secção do TMF (tudo menos futebol) lá está: página inteira dedicada ao assunto. É justo. Como a qualificação é a justa recompensa para o russo Valentyn Melnychuk que, devagar, mas com passadas seguras, tem vindo, com o seu trabalho, honesto, a pôr o basquete português no mapa da Europa.

Assim que vi a "capa" do jornal lembrei-me logo do Vítor Hugo, companheiro e amigo que nos deixou na véspera do último Natal. Como ele teria vibrado com este feito. E imaginei-o a ligar consecutivamente para a redação a "lembrar-nos", aos editores, que «é notícia de 1.ª página!...»
Aquele seu vozeirão ao telefone que tantas vezes afastei do ouvido sem deixar de o ouvir, porque tinha tanta coisa que fazer que não podia escutar-lhe mais uma das inúmeras estórias que ele viveu no basquetebol, que sempre defendeu (como eu defendo o ciclismo), acabando quase sempre por cair em si, despedindo-se rapidamente. «Pois, deves ter mais que fazer do que estar a aturar aqui o velho chato... Mas vê lá o destaque que dás a isso!»

Onde quer que o Vítor esteja há-de ter vibrado com este feito dos seus "meninos". Esperemos que não se esqueçam dele. Eu não me esqueço.

Umas semanas antes tinha partido o Carlos Vidigal, alguns meses depois do Simão Freitas... agora foi o João Carlos Garcia...
Amigos que não esquecerei, por isso, para mim, estão todos vivos ainda.

229.ª etapa


O FUTURO NÃO ESPERA POR NÓS!


Faz hoje oito dias que terminou a temporada velocipédica no nosso país.
Para o ano anuncia-se o reaparecimento do Benfica, que vai inscrever-se como Profissional, a LA muda-se da Charneca do Milharado para a Maia, Vítor Gamito abdicou de ser técnico do Alcobaça e, parece, o patrocinador segue-lhe as pisadas e o Boavista não tem sponsor, tal como acontece com o Loulé.
A participação da LA, no conjunto da Maia, é substancialmente mais reduzida do que era na equipa de Cândido Barbosa, e Zeferino não pode construir a equipa que quereria, enquanto o Cândido fica sem os seus principais lançadores – o que vai “confundir” TODOS os sprinters do pelotão, habituados ao toque da “sineta” da Liberty –; o “patrão” da Madeinox “inventou” uma equipa do FC Porto e depois calou-se (isto depois da rábula do participa-não-participa na Volta), o Vitória e o Paredes estão com as dificuldades do costume… numa frase: o ciclismo português não deu nem um passinho em frente.
Esse passo que esperamos seja dado pelo Benfica.
E coloco, mais uma vez, a questão: temos País para suportar dez equipas UCI?
Eu acho que não.

No tal “sonho” do senhor Espanhol (ou Hespanhol, não sei) o FC Porto também ia se Profissional e, garantida a manutenção no pelotão, na Maia também há quem mantenha aceso o sonho de voltar ao grande pelotão.
As outras equipas já só querem conseguir sobreviver.
Por isso repito: vale a pena?

Olhemos para o excelente trabalho feito no escalão imediatamente abaixo. Não seria preferível às equipas que só a muito custo conseguem manter-se no primeiro escalão optarem de vez por serem equipas de clube e, reforçando o pelotão já existente, “obrigarem” a que se olhe de outra maneira para o calendário destinado aos mais jovens?


É que há jovens que cheguem para mais três ou quatro equipas elite, e não há que cheguem para que essas mesmas consigam, no escalão profissional, resultados que justifiquem perante os patrocinadores os investimentos feitos… E depois perdem-se patrocinadores.

Porque é que a Carvalhelhos sai? E a Riberalves?

É evidente que é tarde para se avançar com uma “revolução” imediata no ciclismo português. Por isso mesmo, e uma vez que a próxima temporada vai ser como esta, meio remendada, não será a altura de começarmos a pensar na de 2008?

Explico: se para o ano vamos mesmo ter que viver com o que se conseguir arranjar, não seria altura de começarmos todos, os que de alguma maneira estão ligados ao ciclismo, a pensar num novo quadro competitivo para 2008?
Um quadro competitivo na sequência do qual, por exemplo – e sem aqui querer, longe de mim essa ideia, beliscar a dignidade e o profissionalismo mais a boa vontade dos corredores que nos vão representar no próximo Mundial – podermos, em 2008 ter os nossos melhores corredores na Selecção?

Quando vejo os seleccionados de Espanha e de Itália, e depois olho para a “selecção” portuguesa não posso deixar de dizer de mim para mim: aqui há alguma coisa que não bate certo.

Entretanto, e posto perante os factos já citados – o de várias equipas estarem neste momento sem patrocinador – pergunto-me: o que vai fazer a Associação de Equipas?

São tantas as perguntas para as quais não há, de facto, resposta neste momento que, mesmo sabendo que este cantinho não passa disso mesmo, de um cantinho onde eu vou mais ou menos falando sozinho, deixo um pedido no ar, mas direccionado concretamente para os responsáveis federativos: para quando é que estão a pensar – se é que estão a pensar (e se não estão deviam estar) – num encontro que junte todos os que de algum modo têm a ver com o ciclismo em Portugal para se discutir isso mesmo: o ciclismo em Portugal.

É que, parece-me, para descermos mais abaixo… já vai ser preciso escavar no chão. Não pode esse esforço ser redireccionado para cima? Para em vez de termos de aprofundar o buraco começarmos, a partir do que resta, a construir qualquer coisa para cima?

Eu acho que sim. E como eu tenho ideias, outros as terão concerteza.

sábado, setembro 16, 2006

228.ª etapa


MAIS COISAS PARA ENTRETER E QUE NÃO INTERESSAM A NINGUÉM...


Creio que aqui só falei uma vez, e “en passant”, do valiosíssimo documento que o meu querido amigo Guita Júnior nos proporcionou com o seu livro História da Volta. É, para já, o único onde os mais curiosos podem tirar dúvidas, desfazer teimas ou arranjar material para um sem número de curiosas e, concerteza, interessantíssimas discussões.

Por acaso, os dados que eu já vinha a compilar não “batem” 100% certo com o que ali podemos ver, mas isso para aqui não interessa. Falo, claro está, dos números, que no que respeita às estórias não teria o atrevimento de por em causa a autoridade do Guita, homem que testemunhou, no campo, mais de dois terços da história da Volta a Portugal. Nenhum de nós chegará nem perto das 40 e muitas Voltas que o Guita Júnior cobriu como jornalista!

Mas como ia a dizer, isso não interessa, se é verdade que números são números e estão sempre certos, a gente é que pode não saber somá-los. É evidente que vou ter de recomeçar tudo, seja para confirmar os meus dados ou para aceitar, em definitivo, aquelas que este livro nos dá, mas não vou deixar de deixar já aqui duas ou três curiosidades. Poderão vir a ser postas em causa, mas daí também não virá nenhum mal ao Mundo.

É apenas uma daquelas “teimas” ou discussão de mesa de café que comecei por adiantar como exemplo.

A que números cheguei eu então?
Pois bem, nas 68 edições da Volta a Portugal foram disputadas 1257 etapas que tiveram 460 vencedores diferentes. Quase 3 etapas para cada um deles, mas as estatísticas são assim, A verdade é que 46 corredores só ganharam por uma vez; só 22 bisaram e apenas 23 ganharam as tais 3 etapas que, estatisticamente… cada um dos 460 teria ganho (mais ou menos, não levem isto demasiado à risca).



E o primeiro grande destaque vai inteirinho para CÂNDIDO BARBOSA que, com a vitória, este ano, em Beja, consolidou a sua 10.ª posição no “ranking” dos corredores com mais etapas ganhas, somando 16 triunfos. O corredor ainda em actividade que mais se aproxima é… Claus Möller, com apenas 5 vitórias. Dos meus “contemporâneos”, Pedro Silva (12.º) é o segundo melhor classificado (tem 13 vitórias).

A partir destes números é fácil de ver que o Cândido só seria igualado já em 2007 se o Claus Möller ganhasse todas as 11 etapas da próxima edição da Volta, desiderato que nunca nenhum corredor conseguiu em 68 edições. Ganhar TODAS as etapas, que 11 é exactamente o número recorde de etapas ganhas por um corredor numa só edição da Volta. Por um não, por dois: José Maria Nicolau (Benfica), em 1932, e Fernando Moreira (FC Porto) em 1946.

Mas quem é o recordista de vitórias em etapas na Volta?
Pois bem, é Alves Barbosa que somou 33 triunfos. Sempre ao serviço ao Sangalhos e entre 1951 e 1959. Joaquim Agostinho (Sporting) só levou 5 anos para somar 26 triunfos e o já citado Fernando Moreira, em 4 edições chegou às 24 vitórias. Não é impossível ao Cândido Barbosa chegar a estes números, mas não é fácil. Para já, alcançou Alexandre Rua (16 vitórias) e ficou a 4 do trio formado pelo benfiquista José Maria Nicolau e pelos “leões” João Lourenço e Leonel Miranda.

A primeira de todas as etapas de todas as Voltas a Portugal, disputada entre Cacilhas – os corredores saíram do Campo Grande, desceram ao Cais do Sodré e passaram o Tejo de barco – e a cidade de Setúbal foi ganha por Quirino de Oliveira (Campo de Ourique), no dia 26 de Abril de 1927; a última foi ganha pelo espanhol David Blanco (Comunitat Valenciana), o crono entre Idanha-a-Nova e Castelo Branco disputado no último dia 15 de Agosto.

E quanto a líderes? Pelas minhas contas – que já afirmei precisarão ser confirmadas – tivemos 190 camisolas amarelas nesta 68 Voltas e Cândido Barbosa volta a ser o corredor em actividade com mais dias de amarelo vestido: 6. Num longoooo pelotão de nomes com os mesmos dias de líder. Por acaso, os primeiro e último líderes da Volta são os mesmos que nomeei como vencedores da 1.ª e da última etapa da prova, até este ano. Podia até nem acontecer assim, mas acontece.

O grande destaque, neste campo, para além do “pormenor” de quem é o corredor com mais dias de liderança, assenta no facto de dois – apenas dois – corredores terem feito voltas vestidos de amarelo do princípio ao fim: Alves Barbosa, em 1951 (16 etapas) e Joaquim Agostinho, exactamente 20 anos depois (24 etapas). Mas Alves Barbosa é o recordista no que respeita a andar de amarelo mais etapas (e seguidas) numa só Volta: 27 em… 28. Envergou-a ao segundo dia e levou-a até ao fim.

E quem é então o corredor com mais camisolas amarelas na sua colecção privada? – se assim o pudesse dizer.
É Joaquim Agostinho, claro. 79 camisolas amarelas já descontando as duas que envergou no final das duas Voltas que depois haveria de perder na secretaria. Alves Barbosa conquistou 63 camisolas amarelas e Marco Chagas – o recordista de Voltas ganhas, com 4 –, 42 (numa situação em tudo igual à de Agostinho).

Curioso, para nós, nos dias de hoje, é ver na lista de camisolas amarelas corredores de equipas como, por exemplo, o Belenenses, o Leões de Ferreira do Alentejo, a CUF (ou Unidos, nome que o clube-mãe adoptou na década de 30 do século passado para, mesmo sendo do Barreiro, poder disputar os campeonatos de futebol da Associação de Lisboa), União de Coimbra, Leixões e Salgueiros. Os outros, ainda em actividade ou mesmo extintos (ou fora de actividade há muitos anos), são nomes que todos os aficionados conhecem, por certo.

Já agora, e em especial para os alentejanos que lerem isto, para além de termos ganho uma Volta – a de 1935 – com os Leões de Ferreira do Alentejo (onde eu vivi entre 1967 e 1970), para além daquela ganha por Vítor Gamito, em 2000, pela Porta da Ravessa, do Redondo, destaco a vitória numa etapa, em 1976, do Manuel Caetanita do… Almodôvar.

sexta-feira, setembro 15, 2006

227.ª etapa


SEGUIR A LA MANADA


Conheci o Kiko Garcia ainda ele era corredor. Representou a ONCE entre 1993 e 1998 e chegou a vir correr a Portugal. Um dia, já lá vai quase meia dúzia de anos, chegado à Vuelta, vi que era ele quem coordenava as entrevistas nas conferências de Imprensa à distância (sim, as tais video-conferências que parecem ser um bicho de sete cabeças), no final das etapas. Poliglota (nasceu em França), é também dele a voz do Rádio Volta. E assina semanalmente, há já uns anos também, uma coluna no semanário Meta2Mil. Gostei tanto da desta semana que vou transcrevê-la aqui. Não a traduzo porque o meu castelhano poderia atraiçoar-me, mas quase todos vão perceber. O título é mesmo aquele, ali em cima...

«Señoras y senõres, toca baloncesto. Somos los nuevos campeones del mundo y de la noche a la mañana nuestro país se ha convertido en el más entendido y forofo del deporte de la canasta. El diario Marca dedicó nada más y nada menos que 35 páginas a la victoria española en el mundial de basket, y su eterno rival, el dirio As, otras 24, lo nunca visto. Algo similar ocurrió cuando Alonso comenzó a dar muestras de su potencial em la Formula 1. Nunca antes habíamos hablado de boxes ni de safety car, pero ahora todos somos unos expertos, y nombramos a Briatore o a Eclestone como se fuesen nuestros amigos de infancia.
Lo cierto es que somos como los borregos y nos conformamos con seguir a la manada, sin percatarnos de que lo que nos venden, no es más que la victoria o el impacto mediático que un deportista o una disciplina puedan lograr en un determinado momento, sin detenermos a pensar si realmente nos atrae o nos interessa, y lo más triste, sin que nos importe lo más minimo convertir al héroe en villano en cuanto las victorias desaparezcan.
A los del ciclismo nos tocó vivir este movimiento "borreguil" a principio de los noventa com el nacimiento del mito Indurain. Todo el país desterró las siestas de julio para ver a Miguel dominar el Tour de Francia durante media década, pero cuando el navarro decidió marcharse, se marcharan con el los falsos aficionados, ésos que solo están si lo dice el telediario o la noticia es portada de los periódicos, y nos quedamos cuatro gatos, los locos de siempre, los auténticos.
El baloncesto me gustaba antes, disfrutaba con Larry Bird y el Doctor J., y por supuesto, lo sigo haciendo ahora, ahora que somos campeones del mundo, pero ni más ni menos. Veía las carreras de Formula 1 cuando Alain Prost dominaba el circo, y las sigo viendo ahora que reina el asturiano prodigioso, pero ni más ni menos. Sin embargo, lo que siento por el ciclismo es diferente, es como una adicción de la que no puedes despegarte, y cuando peor están las cosas, más profundo es el sentimiento, más profunda es la pasión, más auténtico es el amor.»

Claro que subescrevo estas palavras como se tivesse sido eu próprio a escrevê-las. E nelas, ou nas entrelinhas - e aí vi a qualidade deste texto - ficam "barretes" que muitos entre nós bem podiam enfiar. Há muitos que, enquanto o ciclismo lhes der alguma coisa, nem que seja viagens à borla, parecem ser os maiores adeptos, mas acabe-se-lhe a "mama" e rapidamente partirão para outra.
Por outro lado, neste texto toca-se ainda num outro ponto sensível. E diz respeito aos jornais, mas principalmente à rádio e à televisão. O exemplo está aí, vivo e ainda quente. Falou-se na Vuelta e no Sérgio Paulinho no dia em que ele ganhou uma etapa... agora... mesmo aquele generalista que fez meia capa com a foto do Sérgio... o que dá de ciclismo? E o que dá de ciclismo durante a época? Ah!... Vai à Volta. Pois!...
E depois há o tal sindroma dos "borregos". Porque é que não é discutível o espaço que se dá nos jornais à Fórmula 1 e é preciso mendigar meia página para as principais corridas de ciclismo? Por acaso agora até lá anda um português, mas sempre foi assim, mesmo antes do Tiago Monteiro ter aparecido. Porque é que as transmissões da Fórmula 1 - e do futebol - adiam ou antecipam telejornais, e uma telenovela "chuta" as etapas da Volta para as 5 da tarde?
Porque é que a NBA raramente deixa de ter um espaço nobre nos jornais (e não só nos desportivos!)?
Finalmente, e fechando o circulo - que é como quem diz, voltando à crónica do Kiko Garcia - aquela dos "quatro gatos" que, indefectivelmente, se mantêm fiéis ao ciclismo é bem verdade entre nós também. E eu nem falo dos que pagam do seu bolso para o acompanhar - não os "turistas", mas a trabalhar - porque ninguém me ia acreditar.

quinta-feira, setembro 14, 2006

226.ª etapa


MAS QUE VUELTA!!!!


Grande etapa, mais uma, aquela a que ontem - já é ontem - pudemos assistir.
No início (da transmissão, claro), e lida a corrida, digam lá que não havia ali como que a presença de um certo "fantasma"? Aquilo de lançar o Kashechkin e o Sérgio fez-me lembrar a etapa de Pajares, há um ano...

A verdade é que a corrida está focalizada em três pontos de interesse: Vinokourov, Valverde e Sastre e a Astaná foi aquela que melhor mexeu as pedras no tabuleiro.

Ficou claro ontem que, tanto Valverde como Carlos Sastre apenas contam com a boa vontade dos colegas de equipa, enquanto Vinokourov os "abana", obrigando-os a ritmos que eles por si não imporiam porque a Astaná começa a fazer a "cama" muito cedo, lançando outros homens para a frente da corrida - e não são uns homens quaisquer - deixando os adversários a balançar na corda bamba. Mesmo sem ajuda das respectivas equipas - mas nem tem havido assim uma necessidade tão grande de controlar a corrida, apesar de, quando isso aconteceu, ter sido a Caisse d'Éparge a ter de assumir as despesas das perseguições -, Sastre e Valverde NÃO podem largar o Vinokourov, que ontem até deu 8 segundos de "borla" ao murciano da equipa de José Miguel Echavarri, para "pagar" a ajuda de Danielson nos últimos quilómetros.

O que significa que, apesar do que está em jogo, prevalece o desportivismo.

Curioso, e não terão deixado de estar atentos a isso, foi que o cazaque ganhou terreno a Valverde... na descida, terreno onde este é um dos especialistas do pelotão.

Creio que o factor psicológico está a marcar esta fase da corrida. E aí os responsáveis da Astaná estão a ganhar pontos. Vinokourov nunca seria um corredor de deixar ir mas, quando se sabe que, algures, na frente da corrida ele tem dois companheiros da estirpe do Sérgio Paulinho e do Kashechkin, que podem a qualquer altura ficar para trás para o "rebocar", e quando se olha para trás, desesperadamente à procura de uma camisola igual á nossa e não se vislumbra nem sombra dela, isso pesa em termos psicológicos.

Porque olhou tantas vezes o Valverde para trás? Esperava um milagre?
Se calhar, para o tranquilizar o Eusébio Unzué ia-lhe dizendo para manter as coisas como estavam que a ajuda ia a caminho (pode ter acontecido) mas o Valverde já devia, por esta altura, estar preparado para fazer pela vida. Sozinho. Como, afinal de contas, o Vinokourov está a fazer... as tais "ajudas" lançadas cedo, e que poderiam, sim, servi-lhe de preciosa "muleta" estão apenas a funcionar para desmotivar os adversários.

Num dia-bom, naquela descida, o Valverde não teria permitido tanto avanço a Vinokourov, nem teria permitido ao Sastre manter-se tão perto dele. Mas o Valverde viu-se ali, ao longo de toda a descida, num evidente combate contra si mesmo. Vinha ajuda ou não? Lançava-se ou não? Claro que quando se ataca é mais fácil assumir-se riscos. Nas descidas, por exemplo. Ninguém pediria ao Valverde que esquecesse tudo - principalmente que era ele o líder da corrida - e fechasse os olhos na descida.

São duas situações diferentes, a de se ser "maluco" para chegar-se aonde se quer... e a de defender aquilo que já se tem. Ter-se-á "cortado" um pouquinho, não digo que não, mas o que sobra da leitura desta etapa é que o Vinokourov foi-se embora quando quis e, sádico, feitas as continhas, deu-se ao luxo de dispensar 8 segundos de bonificação. Ou alguém tem dúvidas de que ele ganharia a etapa se quisesse?

O pior para Valverde e para Sastre é que hoje a etapa vai repetir-se. Tenho quase a certeza.
E vai ganhar o Vinokourov.

terça-feira, setembro 12, 2006

225.ª etapa



O JOÃO CARLOS DEIXOU-NOS...


Na nossa profissão, de dar notícias, uma há que nenhum de nós gosta de dar. Mesmo que os olhos se mantenham secos, choram-nos os dedos a bater, trémulos, no teclado quando temos que escrever que morreu um companheiro, um amigo.

João Carlos Garcia, jornalista da Antena 1, deixou a nossa companhia. Deixou-nos mais sós e pregou-nos a tremenda partida de nos deixar de coração partido, irremediavelmente vazio da sua presença.

Já o sol se aproximava, esta manhã, para dar mais uma volta à terra, iluminando-a com a sua luz e aquecendo-a com o seu calor, quando a luz desapareceu para sempre dos olhos do João e já nada poderá aquecer o seu corpo. Foi um choque tremendo, a notícia da sua morte.

Conhecemo-nos vão para aí 20 anos. Eu, na rádio de Alverca, ele numa das de Vila Franca. Ia-mo-nos encontrando pelos campos de futebol onde jogavam as equipas do nosso concelho. Depois reencontrámo-nos nas entendiantes esperas, na Luz ou em Alvalade, à espera que terminassem os treinos diários, ele já a trabalhar na Antena 1, eu n'A Capital e esse contacto estendeu-se depois ao ciclismo, modalidade que ele tanto amava. Fazia parte dos Corpos Sociais da presente gestão da FPC.

Andámos juntos por esse país fora, em muitas Voltas a Portugal e mais grandes prémio ainda. O João Carlos assumui a grande responsabilidade de substituir grandes nomes da rádio portuguesa na condução das reportagens da Volta, por exemplo, e fê-lo com grande qualidade, conquistando, a pulso, o direito de já ser referência obrigatória para os mais novos. Ele que tinha apenas 42 anos.

Falávamos muito, de ciclismo e de tudo. Era um dos muitos amigos que, não nos tendo nós conhecido no ciclismo, o ciclismo ajudou a estreitar laços de uma profunda e sólida amizade.

Dói muito perder um amigo, assim, no apogeu da vida.

Onde quer que estejas, João, espero que estejas bem, e não te preocupes com os rostos fechados dos amigos que choram a tua perda. A vida é assim. Corremos todos para a mesma meta, desejando que esta esteja o mais longe possível. Como foste tú encontrar um atalho tão rápido? Assim não vale!

Abracei-te, quase de raspão, no passado dia 5 de Agosto, em Lisboa, momentos antes da chegada da 2.ª etapa da Volta. «A gente depois fala melhor...», disseste. Já não falamos mais nada. Não sei se poderás ouvir o que eu ainda teria para te dizer, mas já não me responderás.

Ganháste-me nesta corrida que nenhum quer ganhar. Não sei se te vou perdoar essa "fuga". Mas o que é que não perdoamos aos amigos?
Descansa em paz, João Carlos Garcia.
Um dia voltaremos a encontrar-nos.

224.ª etapa


PERDIDA A LA, A LIBERTY SEGUE COM A WÜRTH


Contratações do Benfica à parte, a grande transferência deste defeso (que ainda só começou agora) é, de facto a da LA Alumínios que deixa a equipa que em 1996 ajudou a nascer - com o saudoso Manuel Maduro e Joaquim Gomes a darem rosto ao então novo projecto que veio substituir a Sicasal-Acral - para se mudar para a Maia. Algo inusual, entre nós, mas que Luís Almeida explicou, em entrevista ao jornal Record, com a "falta de resultados".

No entanto, ancorada ao patrocínio da companhia estado-unidense de seguros, a Liberty Seguros, a equipa da Charneca do Milharado (Venda do Pinheiro) que, para já, regista uma saída, a de Pedro Lopes (para o Benfica), e uma entrada, a de Vítor Rodrigues (ex-Barbot-Halcon), vai aparecer na próxima temporada como Liberty-Würth (transpondo para as estradas portuguesas o nome com o qual a equipa-mãe, o ano passado, se denominava em Espanha.

Reganha, assim, visibilidade a empresa de ferramentas e componentes de construção que há uns anos patrocinou a equipa de Tavira.

segunda-feira, setembro 11, 2006

223.ª etapa


E NÓS NÃO SABEMOS DISSO?


«Isto já não é um desporto!»
Quem o diz é o alemão Michael Schumacher na edição de hoje d'A BOLA, referindo-se, naturalmente, à Fórmula 1. Onde, há um bom par de anos, anda de 15 em 15 dias "deitado" num banco ergonomicamente moldado ao seu corpo, sofrendo fisicamente, não o nego aqui, ao rodar a altas velocidades, curva para a direita, curva para a esquerda sujeitando o "esqueleto" a demolidoras pressões da força de centrifugação e obrigado a uma concentração brutal durante as duas horas e picos que está na pista... de 15 em 15 dias.
Mas nestes anos ficou 100 vezes mais rico.

Aquilo não é, em definitivo, desporto, quando vejo um futebolista a entrar "à cão" com os pitons das botas às canelas de um colega de profissão. Pode ser que as caneleiras aguentem. Se não aguentarem... irá no dia seguinte ao hospital vê-lo, de perna partida e pedirá desculpa. Quando vejo um futebolista "berrar" impropérios na cara do juíz da partida, indo ao ponto de, valentão, encostar a sua testa de profissional milionário à mui plebeia testa de um amador que se sujeita a tudo.

E que dizer do famoso varista que durante anos só batia o recorde mundial por um centímetro de forma a que no "meeting" seguinte, para além do prémio de presença arrecadasse o "incentivo" por mais um recorde, que ele foi paulatinamente batendo. Centímetro a centímetro. Será desporto?

Só no ciclismo continua a haver alguns ingénuos - no melhor dos sentidos da palavra - que se recusam a ver que de desporto já só resta a memória de outros tempos. E há quanto tempo deixou de o ser? Já leram histórias-confissões de antigos corredores, ainda no tempo do semi-profissionalismo, que tiravam férias dos respectivos empregos para irem à Volta, onde podiam amealhar uns cobres a mais? E até comiam melhor, não sendo raros os casos de quem voltava da Volta... "mais gordinho".

222.ª etapa


MALDITA INTERNET! QUE DIGO? BENDITA INTERNET (QUEM TIVER QUE TER VERGONHA... QUE TENHA!)


Terminou ontem, a norte de Lisboa, a última corrida por etapas do calendário deste ano. Terminou a temporada em Portugal e eu fiquei de fora. Pela primeira vez em muitos anos. Sobra-me este espaço para poder ir interagindo com alguns amigos. Outros só conhecidos.

Aqui se levantaram algumas polémicas e, sem querer, sinceramente, deitar gasolina na fogueira, não deixo, por respeito a mim próprio e em relação aos que, comigo comungam a maioria das ideias, digo que, fazendo uso da Internet, ontem estive "a par e passo" com os acontecimentos da derradeira etapa. Ou do último sector da derradeira etapa.

Será que muitos sabem a diferença entre etapa e sector de etapa? Pelo que ouvi, tomando aquilo como exemplo, não. Por isso, mesmo aqui sozinho no meu canto, não pude evitar um esgar de sorriso (porque não podia rir a sério, que foi tão mau).

Corrida na terra.
Rádio local - que é uma daquelas que faz a Volta - a chamar grande parte dos efectivos. Compreendia-se. Ali, sim, compreendia-se. Era evento directamente relacionado com a terra.
Equipas (?) de reportagem (?) espalhadas pelo circuito... Grande expectativa da minha parte.
Umas "entrevistas" daquilo a que na gíria chamamos de "chapa 4".

Já agora explico aos meus leitores donde vem esta expressão: os jornais, nos seus primórdios, tinham apenas uma grande folha que, dobrada em duas, dava 4 páginas. Para o imprimir eram preciso, no entanto, 4 "chapas" - onde se montavam os "tipos" (letras) manualmente. As notícias de actualidade enchiam a primeira página. Grandes e empolados escritos de algumas figuras da altura preenchiam uma outra, a terceira ia com as mortes, nascimentos e casamentos e, finalmente a 4.ª (que não tinha de ser a última, este tão nobre, desde sempre, quanto a primeira), desde cedo se "ofereceu" a folhetins e noticiário menos importante que seriam substituídos caso fosse necessário. Essa "chapa" estava feita de antemão... se não entrasse hoje... entrava amanhã, não havia problema. Por isso, quando faltava matéria se avisava a gráfica que... entrava a "chapa 4".
Perdoar-me-ão estas eruditices!...

Voltemos então à reportagem que, não sei (ainda não sei) se foi bom ou mau ouvir.

Equipas espalhadas pelo perímetro do percurso e reportagem volante, de uma equipa para a outra.
Estamos a acercar-nos do prémio da montanha...
«Sim!... Aqui acabam de passar o dorsal 35, mais o 47, mais o 83, mais...» - teimava o queixo em cair-me. Mas, então... que raio de reportagem... Quem era o 47? e o 83? Mais importante... quem seria o 35 que passara à frente? Eu - como, calculo, 99,999% dos ouvintes - não tinha uma lista com os dorsais e os nomes (eu por acaso, se tivesse querido ter, tinha... mas não a imprimi sequer...).

«Vai fugido um corredor, é o Joaquim Sampaio, um dos veteranos do pelotão» - vá lá... - «que na Volta deste ano até vestiu a camisola amarela»...

Vestiu? No quarto? Se calhar dividia o quarto com o Manuel Cardoso e este deixou-o vesti-la, não sei... posso estar a pecar por ignorância...

«Vem um homem de camisola branca... sim... não... foi sim. Ganhou o Prémio da montanha... este prémio acabou aqui (!)...»
Não seria, tal como todas as outras classificações, só depois de acabar a corrida?

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Aproximam-se os corredores da meta.
«Nuno Ribeiro e Sérgio Ribeiro, dois ribeiros junto ao rio da Vila (poupemmmmmmmm-me!!!!!!!!!!) mas não há hipóteses, mesmo com os 10 segundos de bonificação...»

Aqui abro um parêntises - não seria a primeira vez que uma MEIA-ETAPA aparecia no livro oficial com as mesmas bonificações de uma etapa. 10-6-4, para uma etapa: 6-4-2 para uma meia etapa, é isto que todos os regulamentos dizem. Ou estavam a ler o livro e o livro estava mal, ou desconhecem os regulamentos. E é uma rádio que faz a Volta!

Foi - e não tinha grande esperança que fosse mais do que isso - mau de mais.

No final, as classificações, lidas por uma menina que antes só dizia os números dos dorsais: «1.º Sérgio Ribeiro... tanto tempo; segundo... tanto tempo... terceiro... tanto tempo...» Quais as equipas dos corredores? Ah, se foi para mim que fizeram a emissão, de facto não era necessário que eu sei as equipas e os seus corredores, mas os outros ouvintes?

"Cereja" em cima do bolo. Entrevista com Sérgio Ribeiro, antes de a etapa começar: «Então? gostaria de no final ir à feira do vinho e provar um tinto a acompanhar o bacalhau Barbot?»

O Sérgio ainda disse.. "Barbot são tintas..." e a partida assinalada pelos juízes "salvou" o "jornalista" de dizer mais baboseiras.

Maldita Internet que, estejamos onde estivermos nos permite testemunhar prestações como esta. Bendita Internet, porque não sou eu que devo ficar envergonhado...

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Agora a sério! Se os responsáveis pela acreditação destas pessoas na Volta não puserem a mão na consciência, terá mesmo que ser a norma emanada da UCI a fazê-lo. Ou então expliquem-me o que faz esta gente na Volta.

quinta-feira, setembro 07, 2006

221.ª etapa


DEFINIDO “NÚCLEO-DURO” DO “NOVO” BENFICA


Com a contratação, ontem formalizada, de Pedro Lopes (ex-Liberty), ficou completo o “núcleo duro” da nova formação do Benfica.

José Azevedo (ex-Discovery Channel) é, sem margem para dúvidas, o chefe-de-fila dos encarnados. Sérgio Ribeiro (ex-Barbot) será o seu número 2, e, em algumas corridas, concerteza a primeira aposta da equipa que Orlando Rodrigues vai orientar. Mas foram assegurados outros aspectos que tornam bastante consistente o novo projecto que nasceu na Luz e que tem em Justino Curto o seu “homem forte”.

Para lutar pela classificação geral, em qualquer prova, para além de Azevedo e Ribeiro a equipa pode ainda contar com Bruno Castanheira (ex-Maia), um “todo-o-terreno” fiável, seja qual forem as características da prova, e o grupo de “operários”, que os próprios Sérgio Ribeiro e Bruno Castanheira comandarão, conta com corredores de excepcional capacidade de entrega, como o são Renato Silva (ex-Loulé), Hélder Miranda e Rui Lavarinhas (ex-Alcobaça) e ainda Pedro Lopes.

Foi garantido um homem para discutir as chegadas em grupo: o espanhol Javier Benitez (ex-Nicolas Mateos) e, para o lançar, os encarnados trataram de contratar Pedro Lopes, o português que melhor executa essa tarefa. Como não é trabalho de um corredor só, o próprio Sérgio Ribeiro poderá vir a ter um papel preponderante, contando a equipa ainda com os jovens Rui Costa (ex-Feira) e Hugo Sancho (ex-Mortágua). É claro que seria exigir demais a estes dois neo-profissionais se lhes fosse entregue essa tarefa em exclusivo, e aqui residirá, provavelmente, uma das brechas ainda a colmatar por Justino Curto e Orlando Rodrigues. Todos sabemos que Pedro Lopes fazia uma extraordinária dupla com o galego David Garcia, por isso, ainda há lugar para outro homem rápido e possante.

Para as etapas de montanha, seja a favor de José Azevedo - o mais lógico - ou mesmo de Sérgio Ribeiro, a equipa conta com mais dois excelentes trepadores: Bruno Castanheira e Rui Lavarinhas. Hélder Miranda também pode dar uma ajuda.

Para marcar presença nas fugas, os mesmos Castanheira e Hélder Miranda mas, sobretudo, Renato Silva, têm o perfil ideal não se dê o caso de a equipa precisar de controlar uma etapa, trabalho para o qual o cartaxense está mais do que habilitado. É do melhor que há no pelotão português. Claro que, conforme as circunstâncias – e eles estão habituados a isso – tanto Bruno Castanheira como Pedro Lopes são homens que fazem também esse trabalho.

Mas, com dez corredores já garantidos, a equipa ainda não está fechada. Tanto quanto julgo saber, nos próximos dias poderá acontecer mais uma novidade. Mais um homem que, ao mesmo tempo seja, também ele, opção para a luta pelas classificações gerais mas, sobretudo, uma ajuda preciosíssima para José Azevedo na montanha. E está ainda em aberto a contratação do espanhol Eládio Jimenez que pode muito bem não ser o único estrangeiro (para além de Javi Benitez) na agenda dos encarnados.

Em suma, assente principalmente em corredores portugueses – ao contrário do projecto de 1999/2000 que tinham em Melchor Mauri e David Plaza as peças basilares - este novo Benfica é, no papel, e para já, candidato ao título de mais forte formação nacional para a próxima temporada. É outro dos “problemas” a resolver pelos seus técnicos – Gonçalo Amorim também terá uma palavra a dizer – pois a pressão vai ser imensa.


Recapitulando, e para que seja feito um “ponto da situação”, será assim o Benfica, versão 2007:

Equipa principal (por ordem alfabética, para não ferir quaisquer susceptibilidades):
José AZEVEDO
Javi BENITEZ
Bruno CASTANHEIRA
Rui COSTA
Rui LAVARINHAS
Pedro LOPES
Hélder MIRANDA
Sérgio RIBEIRO
Hugo SANCHO
e
Renato SILVA
(mais as hipótese Eládio JIMENEZ e de um outro corredor português de primeiro plano)
… ainda falta gente, mas eu só estou a falar daquilo que sei neste momento.
Para poder apresentar-se (quando for o caso) em duas frentes, a equipa precisará de ter, pelo menos, 14 corredores na equipa principal de forma a que 5 ou 6 – não havendo lesões ou abaixamentos de forma que aconselhem a algum descanso - fiquem em Portugal para que, “reforçados” com dois ou três dos elementos da Equipa B possam cumprir o calendário exclusivamente nacional. E em condições de ganhar, porque nunca se lhe vai pedir menos.

Em relação a essa Equipa B, que cumprirá também o calendário dos Sub-23, “adivinha-se" que Rui Costa e Hugo Sancho façam um “vai-vem” entre as duas formações, sendo os outros corredores já contratados os seguintes:

Gustavo ANSELMO (ex-Fonotel); Márcio BARBOSA (ex-Mortágua); Tiago CLARO (ex-Pombal); Fábio CÊRA (ex-Alpiarça); Mário COSTA (ex-Feira); José MENDES (ex-ASC); Edgar PINTO (ex-Feira) e Bruno SANCHO (ex-Mortágua).

Oito corredores, mais os dois que frisei, são dez. O suficiente para formar uma equipa, mas ainda haverá mais contratações em marcha.