domingo, setembro 26, 2010

ANO V - Etapa 87

OBRIGADO AMIGOS!...

Apesar de eu já não ter espaço no Jornal para escrever sobre Ciclismo, quero aqui destacar a fidelidade que o Clube de Ciclismo de Tavira tem mantido para comigo, seja com notícias da sua equipa profissional, como da equipa de sub-23. Penetencio-me, publicamente, por as não ter vindo a aproveitar para colocar aqui no Blog, mas também já repararam o quanto inconstante se tornou a minha actividade aqui.

Sei-me observado. Controlado...
Não são os 'abjectos' coronéis de lápis azul, dos tempos da censura de Salazar e Caetano; não são sequer 'sargentos' nem 'cabos'. Apenas... 'fiéis de armazém', mas o efeito é o mesmo.

Como tenho entalado na garganta (ou nos dedos, será mais correcto dizer) tanta coisa... mas como se aproxima o momento em que, pela primeira vez na minha vida e ao fim de 24 anos de Jornalismo, sério, com muita opinião, com muitas 'novidades' que poderiam ter sido manchete num jornal dedicado à modalidade e que nunca foram desmentidas, terei que me apresentar perante um Juiz na condição de Réu... não é por medo, é porque mo dita a consciência, até porque não tenho os meios do prof. Carlos Queiroz que os está 'fritando' em lume brando para depois lhes sacar metade do orçamento que eu sou obrigado a sustentar através dos impostos que pago, venho a escrever menos aqui no VeloLuso.

Mas leio todas as notícias - estava a falar do Clube de Ciclismo de Tavira - e só sinto uma obrigação: agradecer-te Ana Luísa Jesus, por continuares a aceitar o VeloLuso como meio eficaz de veicular as novidades do Clube.

Isto há-de voltar à normalidade.

Contudo, esta informação, porque adivinho vai ser ignorada pela Comunicação Social - e assim sempre haverá mais ou menos uma centena de amantes do Ciclismo que vão ficar a saber - não podia, em consciência, deixar transpôr:

FESTIVAL DE PISTA

COM TRANSMISSÃO EM DIRECTO

O Festival de Pista terá transmissão em directo através do site da Digital Mais TV.

Pela primeira vez, a emblemática tarde de 5 de Outubro será transmitida directamente do local e poderá ser acompanhada em
http://www.digitalmaistv.com, um canal de televisão on-line que procura divulgar a região do Algarve no país e no mundo através da Internet.

A partir das 14.30 horas, as várias provas que compõem o evento vão ter o máximo destaque no fecho de mais uma época de ciclismo.

(Texto: Ana Luísa Jesus/CCT)
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VOLTA À MADEIRA
O meu carríssimo Teixeira Correia, desde a primeira hora que me envia todas as informações sobre uma Corrida que e cobri presencialmente por duas vezes, nos já distantes anos de 1994 e 1995. É uma prova linda. Diferente, com um cenário diferente, com gentes diferentes - ai, como eu sei o quanto são diferentes... - mas uma prova que, de facto, merecia maior impacto noticioso.
Não sei como a Imprensa local a está a tratar... mas por cá...
Teixeira, sabes aqueles tipos que atravessam o 'chapitô' de uma tenda de Circo caminhando sobre um fino arame, usando apenas como auxílio uma vara, que os ajuda a equilibrar?
Pois é amigo, a minha vara é curta de mais, não dá para me equilibrar.
Quer dizer, não deu... a Corrida termina quando? No dia em em ela terminar eu arrisco cair do arame e publico a história completa da Corrida. Até lá, como quem o devia fazer não ligou, eu não posso fazer nada.
É a estes dois amigos, a Ana Luisa Jesus e o Teixeira Correia que agradeço no título desta 'etapa'.

terça-feira, setembro 21, 2010

ANO V - Etapa 86

UM ABRAÇO APERTADO QUIM

Na sequência da 'etapa' anterior - peço desculpa pelo atraso com que aqui trouxe o tema - impõe-se esta nova entrada.

Porquê? Porque a chegada do Quim Sampaio ao pelotão profissional, e a de outros, como a seguir lembrarei, coincide com a minha chegada ao Ciclismo enquanto mero escriba que, e peço-vos, aos conhecedores, aos que já lá andavam e me acolheram de braços abertos, reconheçam, foi muito discreta.

Porquê? Porque eu pouco ou quase nada sabia de Ciclismo. Aprendi na estrada, cometendo erros, com certeza, mas com a humildade de o reconhecer.

Foram precisos cinco ou seis anos (os que eu julguei necessários, sem que, ainda assim, isso não signifique que não tenha continuado a cometer erros) para, pela primeira vez me atrever a ir além da crónica e da entrevista... da reportagem, para me aventurar na opinião.

Por respeito, muito respeito, pelo Ciclismo e, naturalmente, mais respeito ainda pelos meus leitores.

(Ironia das ironias, a primeira vez que o fiz, então já em A BOLA, foi para, sustentando-a, defender a realização dos Mundiais de Estrada de 2001, em Lisboa, contra argumentos esgrimidos pelo meu caro Carlos Flórido, que desmontei; e até hoje não há como negar que, em termos organizativos, esses mundiais foram um tremendo êxito e cimentaram a então já forte influência do dr. Artur Lopes nos meandros da UCI. Dr. Artur Lopes que, à minha frente, e dirigindo-se ao responsável (meu amigo do peito e contra quem jamais direi seja o que for de mal) por uma revista especializada que era sustentada pela FPC, disse (tenham em conta que já passaram dez anos e que as palavras possam não ter sido exactamente estas): "Só este gajo [eu] é que teve tomates para nos defender..."
Daqui a alguns dias o mesmo Artur Lopes vai estar em tribunal, como testemunha abonatória de alguém que me processou... maldito corporativismo. E a maldita a falta de memória... mas já não aconselho médicos a mais ninguém!)

Nunca me 'curei' dessa espécie de vergonha de ter entrado para esse Grupo de Grandes Jornalistas sem ter sido convidado. Mas fui recebido como então era usual e logo aceite. Nunca consegui foi chegar aos calcanhares da maioria deles. Da maioria...

Voltemos então atrás...

Chegámos ao pelotão, eu e o Joaquim Sampaio, no mesmo ano de 2001. Eu escrevia para um Jornal com uma Enorme História, mas que estratégias de produção o limitavam a um jornal regional (apesar da sua distribuição nacional), ainda por cima numa altura em que havia jornais vespertinos. Só em Lisboa. E eram grandes Jornais. Foram grandes Jornais.



Trabalhava em 'A CAPITAL', mas também havia o 'Diário Popular' e o 'Diário de Lisboa'. Não havia ainda sido 'inventada' a expressão de... 'jornais de referência' mas quem tem 50 anos, ou mais, sabe bem a tremenda influência que, principalmente 'A CAPITAL' e o 'Diário de Lisboa', este mais ainda, tinham na imprensa nacional.

Dispersei-me outra vez... vocês estão habituados.
Voltemos, em definitivo, ao Ciclismo. E a esse ano de 1991.

Foi quando fiz a minha primeira Volta a Portugal onde a grande surpresa era uma uma nova equipa chamada Tensai-Mundial Confiança.

Apoiada por estas duas marcas, a formação de Santa Marta de Portuzêlo, então bem na frente de todas as outras no aspecto da formação, liderada pela família Barros - de quem toda a gente, entretanto, se esqueceu - avançou com uma equipa profissional (com o significado que isto tinha na altura, claro).

Dela, da Tensai-Mundial Confiança, faziam então parte os seguintes Corredores:

Gonçalo Martinez, 25 anos
Rui Bela, 21 anos
Arximiro Blanco, 25 anos
Ricardo Felgueiras, 21 anos
Paulo Ferreira, 21 anos
Luís Machado, 21 anos
Joaquim Salgado, 25 anos
João Silva, 22 anos
José Xavier, 30 anos
e...
Joaquim Sampaio, 21 anos
(média de idades: 21,2 anos)

O técnico era... Marco Chagas, então com 35 anos, que se estreava como director-desportivo, e que na temporada anterior tinha sido 5.º classificado na Volta ganha por Fernando Carvalho na última etapa, um 'crono' na Maia, superiorizando-se por 23 segundos a Joaquim Gomes que andara metade da prova de amarelo... e de amarelo saíra para o contra-relógio final.


Marco Chagas representava a Orima-Cantanhede.
Em 1991, depois de Jorge Mendes ter ganho o prólogo, Luís Machado venceu a primeira etapa, arrebatando a camisola amarela de líder da prova, ligeiramente mais amarela que a da Tensai-Mundial Confiança. Perdê-la-ia logo no dia seguinte, mas augurava-se um grande futuro para aquela equipa tão jovem que, apesar da sua juventude, e a do seu técnico, terminaria a Volta na 5.ª posição colectiva.

Desculpa Quim Sampaio, era suposto estar a escrever sobre ti e acabo por falar mais de mim. Mas tu garantiste um lugar na História do Ciclismo português nesta transição de século e eu orgulho-me muito por poder ter contribuído, sem enfabulamentos, apenas contando o muito que fizeste pelo Ciclismo português. E espero que continues ligado a ele. Tens muito que ensinar aos mais novos...

Um abraço apertado para ti, Quim...

ANO V - Etapa 85

O ADEUS DE JOAQUIM SAMPAIO
(no pelotão, como Corredor!...) *


Joaquim Sampaio despediu-se da carreira de ciclista profissional, aos 40 anos, com uma vitória no 13.º Circuito de Alenquer/Troféu Alexandre Rua, disputado no último Domingo.



Na parte mais difícil do circuito, Joaquim Sampaio desferiu um ataque que o conduziu à vitória na última prova do calendário nacional de elites de 2010, ano em que o corredor anunciou o abandono da carreira profissional.

Natural de Gondar (Guimarães), onde nasceu a 17 de Fevereiro de 1970, Joaquim Sampaio conquistou resultados de relevo ao longo de toda a carreira, sendo uma referência do pelotão nacional.


Experiente, respeitado e acarinhado, representou equipas como a Friminho, Garcia Joalheiro, Tensai-Mundial Confiança, Sicasal-Acral, Jumbo-Maia, Maia-Jumbo-CIN, Maia-CIN, Porta da Ravessa-Milaneza, Porta da Ravessa, Carvalhelhos-Boavista, Riberalves-Boavista e Madeinox-Boavista.

No seu palmarés destacam-se as duas vitórias à geral conseguidas no GP Internacional Torres Vedras/Troféu Joaquim Agostinho. A primeira, em 1993, representando a Sicasal-Acral, e a segunda em 1996, já com as cores da Maia-Jumbo-CIN. Foi vice-campeão nacional de Fundo, em 1994 (Sicasal-Acral), vice-campeão nacional de Contra-relógio, em 2005 (Carvalhelhos-Boavista) e medalha de bronze na mesma especialidade em 1997 (Maia-CIN) e 2007 (Riberalves-Boavista).

Mas o histórico de Joaquim Sampaio é bem mais rico, e não fica aqui na sua totalidade. Assinalem-se, apenas a título de exemplo, as vitórias no Grande Prémio Abimota (2001 e 2009), Prémio Gondomar Coração de Ouro (2004), Clássica do Sotavento Algarvio (2009) e de etapas em praticamente todas as provas do calendário nacional.

Joaquim Sampaio foi terceiro na Volta ao Alentejo (2004), na Clássica da Primavera (2003) e no Festival de Pista-100 Voltas de Tavira (2008).

No passado mês de Agosto Joaquim Sampaio foi convidado pela direcção da Associação de Ciclismo do Minho a manter a sua ligação à modalidade, estando a definição do projecto e/ou a forma de participação associativa apenas dependente da opção profissional que Joaquim Sampaio vier a assumir nos próximos tempos.

* - Texto, editado, da ACM; Fotos ACM

quinta-feira, setembro 09, 2010

NEUTRALIZAÇÃO... II

Humor de perdição

Não vou futebolizar o VeloLuso, mas o 'caso' Queiroz é incontornável nos dias de hoje.
(E, sem querer politizar - o que ainda seria pior - este espaço, ando a ver fantasmas por todo o lado. A crise que nos afunda foi, durante três dias, pulverizada pelo 'caso' Casa Pia que durou pouco, logo abafado pelo desfecho do 'caso' Queiroz. Porque é impossível esquecer que, no início, nele apareceram envolvidos nomes sonantes do partido que está no poder? É que foi o 'poder' que apressou o desfecho do 'caso' Queiroz e isso nem sequer pode ser escondido... Um gato daqueles tem um rabo muito grande!)

Mas vejamos as coisas, mesmo que nos angustiem, por um prisma diferente.
Todos sabem que sou fanático por cartoons e pelas 'tiras' dos jornais.
Pelo humor com que os seus autores conseguem mostrar-nos as coisas mais sérias.

Deixo três exemplos sobre o 'caso' Queiroz.
Saíram dos desportivos de hoje.

Do Luís Afonso sou suspeito para falar, não só porque é meu colega e amigo - mas não trabalha na redacção, contudo, fico ainda mais suspeito porque, alentejano, de Mértola, há anos que ele está radicado na minha terra, Serpa, a partir de onde espalha o seu talento por dezenas de publicações, e tem livros editados.
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Confesso que tenho uma enorme admiração pelo misterioso (pelo menos para mim) autor do 'Sistema ao quadrado', em O Jogo. Não vem assinado, não conheço trabalhos dele em mais nenhum lado, provavelmente falha minha... mas, principalmente em termos de texto é simplesmente espectacular...
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Já a tira do outro jornal digamos... cumpre os serviços mínimos e raramente me surpreende, mas não deixo de começar a lê-lo exactamente por aí, pela tira...
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Olhemos então para o caso com humor. E, neste país cinzento, mais cinzento ainda que os fatos que o Salazar usava, cada vez é mais difícil encontrar um motivo para sorrir, quanto mais para rir...

quinta-feira, setembro 02, 2010

Atrás deste, que não serve para nada, estão, exactamente, 2.000 posts. Ok, nada de extraordinário tendo em conta que o primeiro foi escrito a 29 de Outubro de 2005, fará, daqui a pouco, cinco anos... mas é um número redondo. E eu gosto de números redondos. Obrigado aos que continuam a aturar-me, vocês sabem que de há uns tempos para cá, por falta de tempo, mas não só, eu venho a 'encolher' os dedos... mas não o pensamento nem as convicções.

Um abraço (e um beijinho às muitas amigas do VeloLuso) a quem tem estado comigo...
... em relação aos outros, cito Alexandre, o Grande: «Desejo saúde uma longa vida a todos os meus inimigos para que possam assistir às minhas vitórias»!

NEUTRALIZAÇÃO...

... até porque, convenhamos,
não há condições!








Em relação à primeira, tendo em conta o modo como opera... não disfarço um sorriso com a sua pontinha de... cínico; agora, em relação ás Forças de Segurança Pública... adapto um hilariante sketch protagonizado por duas das maiores figuras ca Comédia Nacional, o Camilo de Oliveira e a saudosa Ivone Silva, se não me engano num excelente programa que ficou como um marco no que respeita a programas de entretenhimento, na RTP, não será que... «está tudo grosso?»

Há minutos ouvi, na RTPN, a avalizada opinião do Professor Doutor (não, não é esse!) José Manuel Meirim, eminente figura no que respeita ao Direito Desportivo - que, naturalmente, deixou opinião clara em relação ao assunto -, Professor Doutor José Manuel Meirim que se interrogava, emendo: que deixava no ar, para que todos se interrogassem, onde é que estão, seja na Lei, seja nos Regulamentos da ADoP, seja o que fôr que fundamente pungente decisão de, não é ultrapassando, e atropelando a Lei e os Regulamentos, se terem decidido amputar uma pena mínima de dois anos de castigo, que é o que dizem a Lei e os Regulamentos, em... três quartos desse tempo?

Perguntava-se o Professor Doutor José Manuel Meirim se atingimos o ponto de aplicar castigos consoante a cor dos olhos, ou o modo bem falante...

Ao Professor Doutor José Manuel Meirim faltou-lhe acrescentar algo que, confesso, eu também não sei, é pura especulação minha...

Provavelmente o Carlos Queiroz não sabe andar de bicicleta! :-)

quarta-feira, setembro 01, 2010

ANO V - Etapa 84

MORREU LAURENT FIGNON

Pós Merckx e Ocaña, antes de 'Perico' Delgado e, depois, do enorme Miguel Induraín, Laurent Fignon, o 'sucessor' de Bérnard Hinault, aquele que, por oito segundos, no derradeiro crono, perdeu um Tour para o estadinidende Greg Lemond, nunca foi benquisto pelos gauleses - e podem tirar daqui os nomes dos espanhóis -, um fenómero ainda hoje por esclarecer.

Que tinha mau feitio, lembram uns... Que era muito senhor do seu nariz, contrapõem outros... A verdade é que Laurent Fignon, um Corredor enorme, enquanto atleta e homem, nunca viu isso ser-lhe reconhecido.
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Faleceu ontem. Com um cancro no pâncreas. Tinha apenas 50 anos de idade.

Quando soube que fora apanhado pela 'besta', ainda assim teve a lucidez de escrever umas memórias onde deixou bem claro que... «naquela altura éramos jovens e inconscientes» [não inconsequentes, como li... maldita ileteracia, escrito por jovens 'doutores' de Cominicação Social]...

Claro que me lembro do Laurent Fignon... De como pedeu aquele Tour no crono final para o Lemond... Como me lembro do Lemond, vida presa por um fio depois de, num aparente acidente de caça, ter sido atingido por saraivada de chumbo pelo próprio cunhado...

Nada disto interessa quando do que falamos é de um homem, ainda - a natureza assim o indica - com antos anos de vida à sua frente, finar-se.

Com um cancro.
Porque naquela altura, volto a citá-lo, «éramos jovens e incoscientes».
Atentem e retenham esta frase.
Não tenham é a pouca vergonha de, agora, vir a fazer extrapolações que nada têm a ver...

Como esta tarde comentei com um camarada de trabalho que, não tendo nunca estado ligado ao Ciclismo é um confesso admirador da modalidade, respeitemos a memória dos mortos e, sendo que o assunto pode cair para o mesmo lado, por dever de consciência, inibemo-nos de tentar fazer comparações em relação aos ainda vivos.

A opção que restaria era a de termos que limpar, de alto abaixo, todo o histórico do Ciclismo mundial.