segunda-feira, agosto 24, 2009

II - Etapa 514

PARABÉNS...

... a esses dois grandes amigos que são o Sérgio Ribeiro e o Bruno Pires.


Vejam aqui.

quinta-feira, agosto 20, 2009

II - Etapa 513

VÃO AO PÓVOA BIKECAMP

Póvoa de Varzim, BIKECAMP, dias 5 e 6 de Setembro
Pista de Freeride, Trial, Feira de material usado, Campismo...

Dia 5, Sábado - BTT
* Maratona 30 e 60 Km - 10.00 horas
* 3 Horas Resistência - 20.00 horas

Dia 6, Domingo - ESTRADA
* Ciclismo para todos 60 Km - 16.00 horas
* Cicloturismo
Passeio Beneficência Casa Santa Maria da Estela - 9.30 horas

As inscrições no Passeio Maratona estarão abertas até ao dia 31 de Agosto.
Podem ser realizadas on-line, através de www.bikeservice.pt,
pelo fax para o número 25.261.54.11 dirigido a Bike Point, ou na loja Bike Point.

Todas as pessoas que se inscrevam constarão numa lista provisória, contudo, só farão parte da lista definitiva depois de efectuarem o pagamento.

O valor da inscrição é de 15,00 euros;
ao inscreverem-se podem participar em duas das seguintes provas:
Maratona, 3 Horas Resistência BTT ou na Prova de Estrada em circuito fechado 60 Km.

A participação só é permitida aos indivíduos que tenham validado a sua inscrição antes da partida e exibam o dorsal fornecido pela organização com o respectivo número.

Ao inscreverem-se terão direito a:
- Participar na Maratona e outra prova
- Uma Jersey do evento
- Tracks dos percursos para GPS
- só na maratona -> Reforço alimentar (líquidos e sólidos)
- só na maratona -> Dorsal
- Primeiros socorros e assistência médica
- Seguro de acidentes pessoais de acordo com a lei em vigor
- Acesso a local de banhos
- Lavagem de Bicicletas
- Campismo
- Jantar de sábado

Mais informações em: www.bikeservice.pt


Caro Manel, aqui fica a divulgação do evento. Felicidades.

terça-feira, agosto 18, 2009

II - Etapa 512

VALONGO VAI HOMENAGEAR NUNO RIBEIRO

Natural de Sobrado, concelho de Valongo, onde nasceu a 9 de Setembro de 1977, o bi-vencedor da Volta a Portugal Nuno Ribeiro vai ser homenageado pela Câmara Municipal de Valongo e pela Junta de Freguesia de Sobrado, amanhã, quarta-feira, dia 19 de Agosto, pelas 19.00 horas, cerimónia pública que terá lugar no principal largo da vila.



Para lá das várias personalidades da terra que já fizeram questão de se associar à justa homenagem a Nuno Ribeiro, está garantida a presença de Fernando Melo, presidente da Câmara Municipal de Valongo, um grande admirador do corredor e do ciclismo.

A União Ciclista de Sobrado (UCS) também será alvo de um justo tributo pelos relevantes serviços prestados em prol da região.

Para a UCS esta será também uma cerimónia repleta de significado e carregada de orgulho, uma vez que Nuno Ribeiro preside há seis anos aos destinos da colectividade sobradense.



A UCS é já uma das grandes referências do concelho de Valongo, mantendo em actividade a sua equipa de ciclismo Aluvia-Valongo, que este ano venceu de forma brilhante a Volta a Portugal do Futuro. Por isso, esta é uma excelente oportunidade para saudar os campeões, com natural destaque para Nuno Ribeiro, pelo que se prevê um animado convívio entre gentes que têm no ciclismo a sua modalidade de eleição.

Recorde-se que, logo após terminados os festejos em Viseu, Nuno Ribeiro regressou à sua casa em Sobrado e foram muitos aqueles que quiseram demonstrar o seu apreço pelo corredor, vencedor incontestável da edição deste ano da Volta a Portugal.


O atleta da Liberty Seguros é um dos grandes símbolos de uma região que nutre grande carinho pelo ciclismo, bem como um cidadão respeitável, tal a simplicidade com que o presidente da União Ciclista de Sobrado se apresenta a todos os que com ele têm o prazer de privar.


(Texto Vaz Mendes)

II - Etapa 511

MAGAZINE TV-CICLISMO

Quarta-feira, 19 Agosto, às 21.40 horas - Sport TV 2

Quinta-feira, 20 Agosto, às 15.30 horas - Sport TV 2

Sexta-feira, 21 Agosto, às 23.30 horas - Sport TV 2


No programa desta semana:
71.ª Volta a Portugal - Nuno Ribeiro é o mais recente herói nacional, na Volta provou ser o mais forte mesmo se a partida estava fora do lote de favoritos.
Neste Magazine TV Ciclismo vamos oferecer o equipamento do vencedor da Volta a Portugal!

Adeus Andrade! Olá Benta - Joaquim Andrade despediu-se do ciclismo no dia em que comemorou 40 anos e completou a 21 Volta a Portugal.


O “novato” João Benta estreou-se na grande competição com 22 anos.

Grande Prémio de Mortágua - Hugo Sancho foi o mais forte no sobe e desce de Mortágua e ganhou em “casa”.


Neste magazine vamos ver os principais acontecimentos da prova organizada pelo Velo Clube do Centro.

(Texto PGM)

II - Etapa 510

VOLTA AO CONCELHO DA MAIA

Realiza-se nos próximos dias 22 e 23 de Agosto mais uma edição da Volta Internacional ao Concelho da Maia. Mais informações no reactivado sítio União Ciclista da Maia www.ucmaia.com


Obrigado Paulos, Sousa e Couto, que me fizeram chegar a informação

II - Etapa 509

CRÉDITO PARA PEDALAR NA COSTA AZUL

Terminada a Volta a Portugal a PAD/Lagos Sports já prepara a organização do Grande Prémio Crédito Agrícola Costa Azul que se vai realizar de 3 a 6 de Setembro.

Trata-se da próxima competição por etapas do calendário velocipédico que reunirá todas as equipas nacionais dos escalões Elites e Sub 23, às quais se junta uma formação galega, totalizando 15 equipas.

A fórmula encontrada para o desenho de cada etapa, - partida e chegada ao mesmo local - irá permitir ao público ver e contactar durante mais tempo boa parte dos ases do pedal.


Setúbal, Sines, Santiago do Cacém e Grândola são os pontos-chave da prova que terá cerca de 600 quilómetros repartidos por quatro dias de competição.

Texto: Cláudia Timóteo;
Foto (PAD)

segunda-feira, agosto 17, 2009

II - Etapa 508

Nota.1 - Cumpriu-se, no passado dia 10 de Agosto, o 32.º aniversário - não sei se faz sentido chamar-lhe assim - desde que comecei a trabalhar. Tinha então 17 anos. Em 32 anos, este foi apenas o segundo em que gozei férias em Agosto e, se o ano passado, tirando algum proveito, porque negá-lo, da enorme indefinição em relação ao que faria na redação, já este ano, pese embora a coincidência das datas possa levar alguns a pensar nisso, não tirei as duas primeiras semanas de Agosto por causa da Volta, mas porque o meu estado de saúde exigia um acompanhamento urgente e... adivinhem quando é a melhor altura para isso. Pois, quando não há maleita que inpeça os portugueses de tirar férias em Agosto, logo, todos os Serviços Públicos ficam anormalmente mais disponíveis.

Até nem vi, em directo, todas as etapas. Gravei, no pré-histórico sistema VHS (e aproveito para deixar um apelo, quem tenha gravado e DVD que me faça cópias, me diga quanto custa o serviço e me envie, pago tods as despesas) e via à noite.

Neste 15 dias, entre consultas e exames complementares de disgnóstico passei seis no Hospital de Santa Maria. Incluindo o de hoje.

Nota.2 - Nos dias 6, 10 e hoje comprei TODOS os jornais nacionais. Correio da Manhã, Diário de Notícias, Jornal de Notícias, Público, 24 Horas e I. Para além dos desportivos. Primeiro, para saber quem ia cobrir a Volta - só já conheço 5 e dois são do meu jornal -, depois para comparar a minha leitura da etapa da Senhora da Graça com quem estava no terreno. Hoje para ver os balanços... Já o tinha escrito, foi muito fraca a cobertura.

Mas hoje fui surpreendido.

Não conheço a Jornalista do Público, até o nome me é desconhecido, mas fiquei agradavelmente surpreendido com a 'Análise' assinada pela Ana Marques Gonçalves.

Chegado a casa, fui ao sítio do jornal já com a intensão de aqui deixar o link. Infelizmente, se lá está texto principal, a coluna de 'Análise' não está disponível.

Espero que o que aqui deixo funcione, e todos o possam lar.

Se não, dar-me-ei ao trabalho de teclar o artigo. Porque merece ser lido. Porquqe precisa ser lido... e os meus parabéns à Ana Marques Gonçalves.

Nota.3 - Perante, primeiro, a tão fraca qualidade da cobertura daquela que ainda é a segunda competição desportiva nacional, em termos de popularidade, e depois de ter lido esta 'Análise' de alguém que nunca vi no pelotão, mas quem demostra esta sensibilidade... abdico de, não tendo eu estado presente, de não ter visto quase metade das etapas... fazer o prometido balanço.
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(Clicando na imagem abre em pop-up perfeitamente legível... nãso percam!)

II - Etapa 507

OBRIGADO POR TUDO QUIM
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Quase quatro dezenas de vitórias no palmarés;

21 participações na Volta a Portugal, tendo terminado todas (curiosamente, só venceu uma etapa, foi em 1995 a ligação entre Seia e Gouveia, ao serviço da Maia-Jumbo);
3 vezes Campeão Nacional, uma de fundo e duas de contra-relógio;
1 Volta ao Algarve; 1 Volta ao Alentejo; 1 Porto-Lisboa; 1 Tour de Poitou-Charentes (França); 1 GP Gondomar; 1 GP Abimota e 1 Clássica da Primavera (se os meus arquivos não me traem)...
... mas, acima de tudo, um CAMPEÃO da humildade, um exemplo como HOMEM e CORREDOR.
Por tudo isso, OBRIGADO JOAQUIM ANDRADE!...
Aqui fica a singela homenagem do VeloLuso.

domingo, agosto 16, 2009

II - Etapa 506


HOMENAGEM SENTIDA...

Que as poucas palavras que preenchem esta Etapa não sejam mal interpretadas. Neste momento, o IMPORTANTE é render, aqui, a minha sentida homenagem ao Nuno Ribeiro que, muito justamente, venceu hoje a sua segunda Volta a Portugal.

2003 parece que foi ontem...

Abraço forte e toda a felicidade do Mundo para o Nuno...


... comentários, nomeadamente o final a esta edição da Volta, ficam para mais tarde. Aqui, agora, a imagem do grande triunfador desta corrida. Que foi enorme!...

Não só em termos desportivos, mas no seu habitual 'low-profile'...

Nem um queixume. Antes pelo contrário, só palavras de agradecimento para a equipa...

II - Etapa 505

CABREIRA 'OFERECE' A VOLTA A NUNO RIBEIRO

(A estratégia estava estudada e preparada. Assim que um 'tavira' lançasse um ataque, levando consigo David Blanco, o bloco azul unia-se à volta de Plaza - a pensar no crono de hoje - e ao Nuno... que tivesse toda a sorte do Mundo; não se lembraram que o Cabreira é suficientemente 'louco' para lançar um ataque a quase 20 quilómetros da chegada; o Nuno só tinha que o acompanhar...)

E TUDO FICOU SUSPENSO DE UM SEM NÚMERO DE… ‘SES’
(Com a devida vénia, que a frase é do João Pedro Mendonça)


Sem ter sido épica – e, felizmente, tive oportunidade de assistir a algumas, no local – a etapa de ontem, com chegada à Torre, voltou a proporcionar a todos os amantes do Ciclismo um espectáculo inolvidável.
Grande jornada de Ciclismo.

Óptimo para a modalidade, um dia depois de um jornal lhe ter prestado um verdadeiro serviço ao chamar a atenção para o facto de, provavelmente mais do que qualquer outra modalidade, ser uma área onde vale a pena apostar em termos financeiros, enquanto inigualável montra para marcas patrocinadoras.

Neste à parte, recordo que mais de 700 mil pessoas viram pela televisão a chegada à Senhora da Graça, número esse que, não será de estranhar, há-de ter sido ontem ultrapassado.

Mas vamos à etapa…
Fazer a antecipação do que pode acontecer numa jornada destas, quando é a penúltima da Volta, antecedendo o crono final, é um exercício que acarreta riscos. Percebeu-se ao não ter visto tanta gente assim a arriscar-se a isso.

Relendo a Etapa anterior, sem ponta de arrogância, acreditem-me, só fui surpreendido com o facto de a Barbot não ter arriscado um milímetro…

Colocou o Bernabéu onde deveria estar, mas ficou a ver como parariam as modas. Como ficou a Palmeiras-Tavira.
E continuo – posso estar enganado, sei que não sou o ‘dono’ da verdade – a achar que todo aquele andamento imposto pela Liberty Seguros, que tinha obrigação de o fazer, tinha a Camisola Amarela a defender, sempre foi mais para tentar ‘sacudir’… por exemplo o David Bernabéu (porque o outro David, o Blanco, e isso também não foi surpresa, foi quem contou sempre com melhor guarda de honra).

E posso aqui meter já um daqueles ‘ses’
Não fora aquela avaria mecânica numa das piores alturas da corrida, que… corrida teríamos tido?
Pese embora reforce o que já ontem escrevi, o Blanco não me parece tão bem como estava o ano passado.

Conhecendo, até as características pessoais, dos corredores que iam – e ainda vão, quase todos – na frente da tabela classificativa, o menos difícil era adivinhar que o primeiro ataque seria do João Cabreira.

Agora, à posteriori – e dando razão a quem um dia disse que… ‘prognósticos só no final’ -, apenas assinalaria que o ataque do João foi perpetrado cedo de mais.

Faltavam 18 quilómetros, recordam-se?
E, em relação à situação na sua equipa – pese embora o encalorado incentivo que viria, mais tarde, a receber do seu carro e apoio – o Nuno Ribeiro mostrou que estava avisado.

Certo que, se o ataque é lançado pelo homem que o precedia na geral, o Camisola Amarela podia assumir ele a resposta, mas isso poderia ter sido feito por outro colega de equipa, poupando-o.
A equipa é obrigada a defender o seu líder.

Mas correu tudo a contento e sei que posso ser veemente desmentido. Mas ninguém vai negar que sou capaz de ler uma corrida.

Aqui chamo ao tema a equipa de Tavira. Se os dois primeiros da geral se destacam e rapidamente ganham quase 50 segundos de vantagem… esperaram pelo quê?

Mas regresso à situação concreta do Nuno Ribeiro.
Em condições normais – e daqui só excluo uma avaria ou uma queda por parte do Nuno – o João Cabreira não era o seu maior rival.
Então porque é que ele aproveitou para ir com ele?
Sei que esta pergunta jamais terá direito a resposta.
Mas também sei que o Nuno sabia que podia ‘haver-se’ com o louletano e disso tirar proveito.

Mais… corria menos riscos do que se ficasse à espera que outro companheiro de equipa tivesse assumido a resposta.

Que agora já sei que o João iria estoirar?
Mas não sabia.
Nem ele, Nuno, mas sabia que enquanto tal não acontecesse – mesmo que isso não acontecesse – o lugar mais seguro para a sua legítima pretensão a ganhar a Volta era ser ele a assumir o risco.

Foi feliz, a expressão do João Pedro Mendonça (RTP) ao dizer que iam ficar uma série de ‘ses’ pendurados
E jamais saberemos o que teria acontecido de diferente.
Mas ficaram indícios.

Quem não se lembra ainda da chegada a Santo Tirso quando, numa situação um pouco semelhante, o Nuno Ribeiro procurava um companheiro de equipa no grupo da frente, porque o Cabreira não o largava, e… não viu ninguém para depois ser ultrapassado pelo Rubén Plaza que viria a acabar a etapa à sua frente?

E como ler a reacção do valenciano quando, no preciso momento em que o João Cabreira claudicava e o Nuno se isolava na frente, desferiu – pelo menos esboçou – um ataque na cabeça do grupo perseguidor?

Certo que logo logo se viu que ‘aconchegava’ o auricular ao ouvido e refreava a iniciativa. Que leitura fazer desta situação concreta e indesmentível?
Não alimento teorias de conspiração e até sou capaz de adiantar uma explicação: seguindo a corrida pela tv, o Américo poderá ter exclamado algo do género: ‘descolou’.
E o Plaza, pensando que teria sido o Nuno logo saltou.
A rápida emenda de intenções encaixaria aqui.

Do carro teria vindo o complemento da informação: ‘Calma, que quem descolou foi o Cabreira!’.

Mas que Plaza andou esta última semana em pulgas, lá isso andou.

E é verdade que, depois deste… incidente, o carro de apoio da Liberty foi até ao Nuno e apoio-o de forma inequívoca.

Que havia hesitações no seio da equipa também não nos deixa dúvidas.

Quando, exactamente na etapa da Senhora da Graça, com o mesmo João Cabreira como parceiro, o Nuno Ribeiro vestiu a Camisola Amarela, o Américo abandonou o discurso dos dois trunfos para o triunfo na Volta, que eram o Guerra e o Plaza, garantindo que a equipa agora só tinha um líder, o Nuno Ribeiro.
Tenho gravado.

Dois dias depois, em Santo Tirso – depois daquela cena estranha do Plaza se ter omitido à ajuda ao Camisola Amarela – o mesmo Américo (e também tenho gravado) recuou e afirmou que a equipa contava com DOIS candidatos

Por isso termino assim:
O João Cabreira ofereceu a Volta ao Nuno Ribeiro.

Acima de qualquer estratégia que possa estar a escapar-me… o Nuno fica a dever esta Volta ao Cabreira.

sábado, agosto 15, 2009

Nota

CABREIRA 'OFERECE' A VOLTA A NUNO RIBEIRO

Mais logo, quando os Jornais já estiverem nas rotativas...

II - Etapa 504

A VOLTA NUM SÓ DIA!...

Olhando, analiticamente, certo que com o conhecimento do que já se passou nos primeiros oito dias – e tudo poderia estar diferente, quem garante não? -, para esta edição da Volta a Portugal, apetece perguntar:

Porque é que se mandou tanto foguete se, desde o início, era mais do que previsível que a Corrida se decidiria nestes dois dias que faltam?

Embora a questão seja posta por mim, dou a resposta: não queremos ter uma Volta a Portugal com dois dias; com duas etapas.
Mas a verdade é que é isso que acontece.

Haverá quem contra-argumente – e dentro daquilo que eu penso, com todo o a propósito – que estes oito dias, prólogo à parte, serviram, se não para nos indicar quem vai ganhar a Volta, pelo menos para pôr de lado os habitualmente apontados como favoritos à partida, e que, neste momento, já não têm qualquer tipo de possibilidade, nem de chegar ao pódio.
São assim as provas por etapas e são-no para isso mesmo.

Cumprido este intróito, exerçamos um sempre mas mui complicado e arriscado exercício de adivinhação, que mais não podemos fazer.

Temos a experiência que os muitos anos de estrada nos deram e um conhecimento, mais ou menos alicerçado dos potenciais protagonistas.
Refraseio: dos, obrigatoriamente, protagonistas.
E serão eles a ditar o desfecho de mais uma grande Volta a Portugal.
Não há duas equipas com possibilidades de ganhar esta Volta, há quatro.
E, por mais estranho que isso possa parecer, a mais favorita é a que tem – outra vez – o problema mais bicudo para resolver. E o passado não abona a seu favor.

Sejamos pragmáticos, para começar.
A Liberty Seguros tem a liderança, logo, nem que seja por uma questão de simples respeito, merece que a coloquemos como a primeira favorita.
Contudo, e antes de ir ao que constatámos nos últimos dias, recordo que há três anos tinha o Guerra para ganhar a Volta e queimou tudo no Cândido… que, por exemplo, o ano passado teve – assim tivesse havido clarividência suficiente – o Rui Sousa como quase vencedor mas… apostaram no Guerra.
Não ganharam, nem uma, nem outra.

E, mesmo que alguma CS – está a ser tão fraquinha a cobertura desta Volta – insistam em fechar os olhos à evidência, este ano a mesma equipa já teve [não é por acaso que uso o pretérito perfeito] a Volta quase ganha, com o Nuno Ribeiro, mas parem de nos atirar poeira para os olhos… o número 1 – depois do estouro do Guerra – é o Rubén Plaza.
Por causa do crono final, claro.

O Palmeiras-Tavira, pese embora o ano passado, por esta altura estivesse mais coisa menos coisa como agora está… parece-me estar menos segura. Isto porque o David Blanco (e quem sou eu para garantir que não está a fazer bluff?) me parece menos fresco.

Reduzamos a coisa ao crono de amanhã e Blanco tem apenas sete segundos de vantagem sobre Plaza. Mas a subida da Estrela pelo meio.
Pois é!
É bastante motivador este exercício que estou a fazer.
Olhar a tabela, ver as diferenças de tempos, olhar os nomes e tentar adivinhar o que poderá acontecer.
Quem está em segundo lugar atrás do Nuno Ribeiro?
O João Cabreira a apenas sete segundos…
O João apresenta menos argumentos que o Nuno no crono e relembro que, apesar de não ser exactamente um especialista, em 2003 o Nuno foi segundo em Viseu só atrás do super-especialista Claus Möller.
Então, o Loulé-Louletano tem, antes de mais, que eliminar já hoje o Nuno.
Não tem argumentos?
Nada de mais falso.
Tem o Eládio Jimenez, tem o Pedro Lopes, um moiro de trabalho, e tem… vai ser interessantíssimo ver como os DD vão mexer as suas pedras, a Barbot-Siper-Gaia, ‘só’ com o Bruno Pires, o Hélder Oliveira e Sérgio Ribeiro para apoiarem… um senhor trepador e um melhor contra-relogista – já ouvi dizer que está velho, mas tem a mesma idade do David Blanco – que se chama David Bernabéu.
Que até sabe o que é ganhar uma Volta a Portugal.

Sendo que, em condições normais, o David bateria o Cabreira no crono. Logo, uma aliança, ainda que tácita e não assumida, até convinha a Carlos Pereira.

Pois, e falta o Palmeiras-Tavira.
Vi ontem, como vocês todos viram, o Krassimir Vasilev, numas… ‘iniciativas meio parvas’.
Terá sido isso?

Quero dizer… pareceu a todos, mas os mais avisados não desconfiaram de nada?
O Krassimir, profissional a 200% é um co-equipier de luxo. E já foi Rei da Montanha – o que escapou aos colegas da RTP, hoje, quando falaram dele – na Volta a Portugal.
E na Serra da Estrela.
E o André Cardoso?
E o Nélson Vitorino?
Mesmo o Ricardo Mestre que já deve estar mais ou menos recuperado dos azares dos primeiros dias?
E a abnegação e espírito de equipa que ninguém negará ao Cândido Barbosa?
Sou, sempre fui e até me orgulho disso, péssimo aluno nas matemáticas… mas adoro o Ciclismo. E vejo aqui tantas incógnitas que nada me arrancará da frente do televisor, daqui a algumas horas.

E – confesso-o aqui – guardo um segredo que poucos saberão.

O Américo Silva, e sempre fomos amigos, pese embora engrosse o ‘pelotão’ dos que me esqueceram [envenenado por quantas mentiras?, não sou ingénuo], nunca foi – e isto vem desde o tempo em que eu andava na estrada e pudemos discutir cara a cara – grande estratega.
A táctica da Liberty Seguros, para daqui a pouco, é mais fácil de adivinhar do que as fugas de informação na PGR quando é pra tramar alguém.

O Plaza vai marcar o Blanco, e vai ter com ele os escudeiros-mor da equipa.


O Nuno vai ficar entregue a ele próprio apesar das declarações que ouvimos, logo após a etapa da Senhora da Graça, e cito, de cor, o Américo Silva: “O Nuno Ribeiro é o nosso candidato”.
Para na etapa seguinte – ainda que com o dia de descanso a meio – termos assistidos, eu, pessoalmente, confesso, que perplexo, ao facto de o Rubén Plaza se ter ‘escondido’ no aconchego do grupo, mesmo quando o Nuno procurava uma referência, um apoio, até porque o João Cabreira não o largava e, acredito, nem ter visto passar o Plaza que, em vez de estar desde o início da subida a ajudar, volto a citar para não ser mal interpretado, “o nosso candidato”, o deixou para trás para até festejar, não só o punhado de segundos que conseguiu à força das suas pernas, mas também os 12 de bonificação… por ignorar que a etapa já fora ganha.

Tenho pena, muita pena, pelo Nuno, como o ano passado tive pelo Rui Sousa que podia ter ganho a Volta na Torre não fosse ter sido a sua própria equipa a reduzir vantagens por causa de uns estoirados Rubén Plaza e José Azevedo…

E hoje vai acontecer o mesmo.
Há corredores de quatro equipas que ainda podem ganhar esta Volta.

O que tem menos possibilidades, face ao crono, é o João Cabreira, mas ganhar na Senhora da Graça, depois ter o Eládio Jimenez a ganho na Senhora da Assunção – se poder ganhar na Torre, mesmo com ajudas externas, a equipa de Loulé ganha as três principais etapas – e quase de certeza a Volta, colectivamente – seria assim qualquer coisa como sair o EuroMilhões à formação e Jorge Piedade.

E vai aceitar a ajuda de que esquadra?
E ambas são de peso… da Barbot, ou do Tavira?...

Certo é que será contra estas três citadas que Américo Silva vai ter que delinear a sua própria estratégia. E nunca nos enganou…

Não é o Nuno Ribeiro o número um.
Que vença o melhor, e que tenhamos uma gloriosa jornada de Ciclismo.

sexta-feira, agosto 14, 2009

Nota


Está escrita, mas como não quero - nem posso - fazer 'concorrência' a ninguém, a antevisão da etapa da Torre, que está escrita, só aqui será colocada á hora em que os jornais estão a sair das rotativas...

II - Etapa 503

RESUMIDAMENTE
(Tanto quanto posível!...)

Devido a questões meramente pessoais, nos últimos três dias não dei seguimento ao meu olhar, breve, sobre cada uma das etapas... Não vale a pena estar a recuperar considerandos, mas porque, mais tarde, gostarei, como os meus leitores, de rever aqui a Volta cronologicamente, resumamos aqui estas quatro etapas depois do dia de dscanso...

OLEG CHUZHDA E A FORÇA DO QUERER...


A tirada de hoje foi decidida a solo e ganha pelo hispano/ucraniano Oleg Chuzhda, da murciana Contentpolis-Ampo e a imagem que terá ficado registada na memória de todos os que seguiram a etapa quando, numa ida ao carro de apoio o seu técnico lhe disse que tinha de ir à morte, tinha que ganhar... era preciso aproveitar a oportunidade. E a seguir a deliciosa confissão do DD Oscar Guerrero de que mentia ao Corredor, em relação à diferença que levava, de forma a que ele não perdesse motivação.

"Uma mentirinha pequena...", afirmou à reportagem da RTP.
E que não ofende e até teve resultados positivos.

Uma palavra para Pedro Lopes. O tavirense que representa a mais modesta formação nacional, a de Loulé, que esteve não esteve para não sair para a estrada no início da temporada e chegou mesmo a ser suspensa pela UCI por não obedecer à regra da proporção entre corredores com mais e menos de 28 anos, merece o título de figura da Volta. Contas por alto, já terá andado metade do percurso da Volta já cumprido... adiantado em relação ao pelotão.

E quem arriscaria que os louletanos, por esta altura, já teriam duas etapas ganhas, liderasse por equipas e tivesse três homens nos primeiros dez da geral? Outros três são do Tavira. O Ciclismo português virado a Sul.

Já agora, e a seguir serei bem mais telegráfico, que tal o velhote Carlos Pinho (Barbot-Siper-Gaia) estar no top-20, a menos de três minutos do 4.º classificado, em vésperas da mãe de todas as etapas desta edição da Volta?

DANILO HONDO, UMA ESTRELA CIENTE DO SEU NOME

Desde que entrei para a família do Ciclismo, já passaram 18 anos, que, seja na Volta - mas principalmente nesta, com as excepções de Miguel Indurain ou Melchor Mauri, na Volta ao Alentejo, e de Lance Armstrong ou Alex Zülle, na Volta ao Algarve - seja noutras corridas do nosso calendário vão, sazonalmente aparecendo figuras de topo do pelotão mundial - e lembro de Gianni Bugno, que já fora Campeão do Mundo - em jeito de guest strars... acabando quase sempre por desiludir.

Dos três maiores nomes internacionais presentes nesta Volta, Alessandro Petacchi, Damiano Cunego e Danilo Hondo, o alemão tem sido aquele que mais tem lutado para jusificar o seu palmarés. Andou em fugas por mais de uma vez e ganhou a etapa de S. J. Madeira num renhido sprint epois de... ter andado na fuga do dia apanhada a poucos quilómetros da chegada.

Um caso de honestidade desportiva. E de consciência, em relação a si próprio e ao palmarés que ostenta.

Cunego também tem aparecido, já Petacchi... teve mais sucesso, e direito a espaço na CS, aqui há meia dúzia de anos quando veio a Portugal numa acção de... relações públicas da Fassa Bortolo. O calor não é desculpa para a nítida falta de motivação.

O GRANDE TREPADOR DESTE PELOTÃO

Em 2004 David Arroyo, ao serviço da então LA-Pecol (actual Liberty Seguros), entrou para a História da Volta a Portugal ao ser o primeiro Corredor a vencer, na mesma edição da prova, as chegadas à Senhora da Graça e à Torre.

Há dois anos, defendendo as cores da então nóvel Karpin-Galicia, Eládio Jimenes fez o mesmo, com uma particularidade - que tem sido esquecida pelos analistas... - de um mês antes ter ganho no alto de Montejunto, no Troféu Joaquim Agostinho...
As três mais míticas subidas que temos em Portugal.

Este ano voltou a ganhar na Senhora da Graça e ganhou também em Santo Tirso, no alto do Santuário da Senhora da Assunção. E amahã é um dos favoritos para a chegada à Torre.
Aos 33 anos é o melhor trepador deste pelotão.

VÊM? NÃO VÊM?!!! VAMOS NÓS...

Quando, e até os estrangeiros já deram por isso, todas as equipas portuguesas se temem umas às outras, na 5.ª etapa, a que chegou a Fafe, há anos discutida ao sprint naquele tão espectacular quanto traiçoeiro piso empedrado, este ano foi ganha a solo, ainda que com cum copanheiro de equipa (!) na roda e o pelotão a morder-lhe os calcanhares, pelo jovem espanhol António Piedra, da Andalucia... Foi no dia a seguir ao decanso e foi por demais evidente que havia demasiadas pernas sobrecarregadas... pelo dia de descanso.
Como escrevi na etapa anterior.

terça-feira, agosto 11, 2009

II - Etapa 502


UMA QUESTÃO A PÔR AOS ESPECIALISTAS MÉDICOS

Cumprido o dia de descanso, logo a seguir a uma das duas mais duras etapas da Volta, hoje tivemos uma série de desistências, aqueles de quem se espera sejam os protagonistas passaram quase despercebidos e, obviamente, isso abriu caminho às segundas ou terceiras figuras.

As questões, que ponho apenas como curioso, são as seguintes:

- Será, ou não, benéfico para os Corredores terem o dia de descanso a seguir a uma etapa duríssima e imediatamente antes de uma outra mais ou menos acessível?

- O abrupto corte, em termos de requisição física, proporcionado pelo dia de descanso não funcionará... ao contrário?

- Depois de uma etapa como a da Senhora da Graça - onde, ainda por cima, aconteceram coisas... inesperadas - não teria sido melhor manter o pelotão na estrada para soltar raivas, desilusões e até mesmo frustrações? E descansava-se depois?

- Claro que a Organização não pode prever o que acontece em cada uma das etapas... Mas pode olhar o exemplo deste ano.



POSITIVO: Sempre, sempre a resposta das gentes de Fafe. Se quisermos fazer, de forma honesta, um estudo quanto à receptibilidade que o Ciclismo ainda mantém junto do Povo (e isto é que interessa), não será só Fafe, mas esta cidade minhota vai somando pontos, ano após ano...


NEGATIVO: Percebam que esta frase não é, jamais poderia ser, contra ninguém, é apenas uma constatação. Continuam a acontecer quedas, ainda por cima em estradas largas e de bom piso. E não é, como não poderia ser, contra ninguém porque, afinal, a maior parte delas [das quedas] acontece por pura distracção dos Corredores. E neste espaço nunca se esteve contra os corredores.

[Leiam-no apenas como mais uma chamada de atenção!]
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(Foto do Minho gentilmente cedida pela Associação de Ciclismo do Minho)

segunda-feira, agosto 10, 2009

II - Etapa 501

HÁ SITUAÇÕES QUE NEGAM O...
... SÓ FAZ FALTA QUEM ESTÁ!

Terminou a primeira parte da Volta a Portugal, se bem que com quatro etapas cumpridas e seis por fazer. Tempo para um balanço.

E começo - sei que não é original... - pelo princípio. Pelo desenho do traçado.

Já o confessei aqui e não me cansarei de o fazer: gosto, tenho gostado practicamente de todas as Voltas que o Joaquim Gomes tem desenhado.

No Ciclismo, e aparentemente, é mais fácil atacar do que defender, pelo que a maioria das equipas deixa passar o tempo, sobretudo quando a Corrida poderá ser resolvida apenas no crono final e, mais do que isso, quando na véspera à a subida ao Alto da Torre.

No meio havia a Senhora da Graça.

Só que, insisto, se no Ciclismo é mais fácil atacar do que defender, é preciso muita coragem para atacar a sério, exactamente porque depois, em teoria - pode até nem ser assim - vai ser preciso defender muito. E se o pelotão tem 120 corredores, cada uma das equipas não tem mais do que nove.
Mas Ciclismo é Coragem.
É coragem, aquilo que nos mostram todos os dias os Corredores...
Já em relação a quem tem de delinear estratégias...

É um chavão, uma muleta usada por quem fala ou escreve sobre Ciclismo: é a estrada quem decide que está mais forte. Acreditem, não é 100 por cento fiável.

Desde o início - aliás, desde muito antes disso - desta edição da Volta que, em uníssono, o que revela alguma falta de conhecimentos ao pormenor, o que leva a que uns sigam as projecções de outros, que esta Volta foi... reduzida a quatro candidatos. Curiosamente e numa situação com o seu quê de sui-generis - não me falem da Astana, por favor! -, dois em cada uma de... apenas duas equipas.

Eu escrevi, podem confirmar, que já ficou provado e em anos muito recentes, que é mais fácil perder a Volta do que ganhá-la. E há quem tenha levado o exercício a sério.

Ou me engano muito, ou ontem alguém - não foi só um, embora o outro apenas tenha um out-sider para... ser candidato à vitória da Volta - desmentiu todos os analistas encartados. E o rival directo também levou um tempinho a abrir os olhos.

Vejamos, na grande, enorme, sofrida subida para a Barragem do Alvão a Liberty Seguros, ou o seu técnico, achou por bem esticar a corrida e, com dois candidatos - o problema é que chega sempre uma altura em que de dois se tem de escolher um - lançou para a frente um terceiro, um 'joker' como li hoje.

Resultado, o adversário directo manteve os seus dois candidatos junto dos outros. Mas, ainda assim, ainda que mais tarde, mostrou maior clarividência e, no final conseguiu ficar, não com um 'joker' - que meio atabalhoadamente nos foi oferecido pela Liberty - mas com dois trunfos altos que, se a estratégia for bem montada, pode arrasar, ainda antes da Torre, as legítimas aspirações dos azuis da Charneca.

E se André Cardoso é, de facto, um trepador nato - que pode ficar guardado para a Estrela - já o Nélson Vitorino é um rolador de eleição, um sofredor nas fugas. Para além de um Corredor inteligentíssimo.

Catorze equipas em prova... Até agora apenas quatro ganharam etapas e já só faltam seis.

Amanhã mesmo, podemos assistir a algo de todo inesperado, que seria a Liberty obrigada a assumir TODAS as despesas da corrida se num grupo de corredores hipoteticamente fugidos, numa fuga que até daria jeito para se descansar um pouco... for o Nélson Vitorino.

Como, na etapa da Torre - quem não se lembra da etapa que o Nélson fez há dois, ou três anos?, já não estou certo - em que Vidal Fitas, antes de jogar com David Blanco, mandar avançar o André Cardoso que até já foi Rei da Montanha na Volta...
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O Nuno Ribeiro merece-me todo o respeito. Merece a todos e é, de facto, candidato à vitória final na Volta. Há três ou quatro anos que foi despromovido na hierarquia da equipa em favor de, primeiro, Cândido Barbosa, depois de Hector Guerra...
E este ano ainda tinha à sua frente o Rubén Plaza...

Agora... vai precisar de ajuda da equipa para chegar a Viseu com vantagem confortável em relação aos principais rivais. A começar já amanhã.

Em relação ao Tavira, a etapa poderia ter sido épica se o Vidal Fitas não tem demorado tanto tempo a libertar o David Blanco. Mandou-o seguir a 1000 metros da meta... ele foi e ganhou tempo aos principais rivais. Ficará para sempre a dúvida de o David tivesse tido liberdade para, segundo as suas sensações, pudesse ter feito o que melhor achasse desde Mondim de Basto...

O Cândido vai ganhar mais etapas. Não deixará nunca de ser o Corredor do Povo, mas não vai ganhar nenhuma Volta a Portugal. O Vidal deve estar ciente disso...

Terceiro protagonista e - pelo que hoje li - o que mais se pôs a jeito.
Porque é que, tanto o Tiago Machado como o Sérgio Sousa, foram mandados parar pelo professor José Santos?

Aqui abro um parentises para tentar lembrar que o exercício do Jornalismo é uma tarefa nobre. Que se saiba que determinado Corredor, ou técnico, são, no seio do seu grupo, tratados por alcunhas, é uma coisa. Fazer título com essas alcunhas é, pelo menos, deselegante. E legitima os visados a tratar os escribas da mesma forma...

Sempre achei que há quem vá à Volta a Portugal numa espécie de... gozo de férias.
O respeito é, sempre foi, sempre será, muito bonito. E aconselha-se.

O professor José Santos não é, nunca foi, um estratega.
Mau grado os anos que leva de pelotão, são raríssimos os exemplos de uma vitória sua por qualquer golpe de mão. Acontecem. De quando em vez...

Porque é que quereria o Tiago Machado junto dos quatro mosqueteiros?
Que ganharia, que ganha com isso?
Nem no crono - apesar de ser o campeão em título - o Tiago baterá nenhum dos outros quatro. Então porque não libertá-lo de forma a que pudesse ir à procura da sua felicidade?
Ainda por cima quando tinha, à sua frente - e poderia sempre ajudá-lo - o Sérgio Sousa?

Todos estes erros tácticos, e foram-no e a Corrida vai provar que o foram, levam-me a lembrar do único grande e verdadeiro estratega do nosso pelotão.

Mesmo lavado em lágrimas, em Sintra, em 2002, porque viu um corredor seu perder a Volta, por cinco segundos, ainda que para um companheiro de equipa, Manuel Zeferino ganhou a Volta para a Maia ao 5.º dia - de treze - de corrida.
Na Senhora da Graça.
E acabou com três homens no pódio. Ganhou a Montanha, os Pontos e por Equipas.
Termino desejando a melhor das sortes ao Nuno Ribeiro.
E reiterando o meu vatícinio: o David Blanco vai ser o primeiro estrangeiro (galego, em Portugal não é estrangeiro!!!) a vencer três voltas a Portugal.
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(Ainda o não tinha referido, mas mais vale tarde do que nunca. As fotos que aqui tenho vindo a publicar são-me gentilmente cedidas pela Organização da Volta a Portugal. O meu Muito Obrigado!...)

domingo, agosto 09, 2009

II - Etapa 500

(Como todos entenderão, sendo que vou seguir atentamente mais uma edição da Volta a Portugal, todas as tardes deixarei aqui um pequeno - muito pequeno - apontamento relativamente à etapa do dia.)


CHEIO DE GRAÇA!...

Uma vez mais - já houve anos em que foi um pouco chocha - a Senhora da Graça não desiludiu. Os portugueses voltaram a dar cartas. Acho que não vale a pena insistir na tecla que, com adversários desdes... mais não fazem que a sua obrigação.



Gostei, não sou tão cínico assim para o esconder, que o vencedor fosse o João Cabreira, provavelmente o mais mal-amado Corredor do nosso pelotão. Não pelo Povo e isso é que conta. Adivinho quem vá ter dificuldades em jantar, depois dos sapos engolidos.

POSITIVO: A atitude do CC Loulé-Louletano-AquaShow. O enormíssimo espírito de sacrifício do Pedro Lopes.

NEGATIVO: O tom a soar a falso das explicações da Liberty. Os seus homens para ganharem a Volta falharam no primeiro teste. É verdade que ainda faltam outros... mas não nos impijam que o Nuno - que até merecia que o fosse - é o coelho que tinham na cartola. Sem beliscar a vitória do João, quem viu a etapa percebeu que houve entendimento. Tú ganhas a etapa, eu visto a amarela... Falha-me aqui uma ordem soprada ao pinganilho, tipo... "Avança Nuno, tudo o que conquistares será pouco..."

Para bom entendedor...

II - Etapa 499

(Como todos entenderão, sendo que vou seguir atentamente mais uma edição da Volta a Portugal, todas as tardes deixarei aqui um pequeno - muito pequeno - apontamento relativamente à etapa do dia.)

COMEÇOU A EMPINAR...

Não é novidade, das nove etapas em linha, apenas três são bem ao jeito de chegadas em pelotão compacto. As duas passagens pela Forte, Fria, Formosa e Fiel Cidade da Guarda não fazendo grande mossa... já maçaram um bocado.



Ganhou o primeiro estrangeiro, neste edição da Corrida, o alemãp Patrik Sinkewitz, mas o Cândido soube lá estar, e segurar a amarela.

POSITIVO: Seja lá pelo folclore do Há Volta, seja pelo que fôr, a verdade é que, pelo menos nas chegadas não está a faltar público.
NEGATIVO: Começa a perceber-se que há lições que não foram estudadas... Há muitas hesitações nos carros de apoio.

quinta-feira, agosto 06, 2009

II - Etapa 498

(Como todos entenderão, sendo que vou seguir atentamente mais uma edição da Volta a Portugal, todas as tardes deixarei aqui um pequeno - muito pequeno - apontamento relativamente à etapa do dia.)

VOLTA EM PORTUGUÊS

Numa jornada típica, para os seus parâmetros, registe-se o facto de, apesar das mudanças registadas, tanto o vencedor da etapa, como o novo líder continuar a ser português.


POSITIVO: A forma exemplar como a Liberty Seguros, nem foi no aspecto de agarrar a corrida, foi mais no timming em que o fez - enorme sangue-frio do Américo Silva - trabalhou para a vitória do Manuel Cardoso.
NEGATIVO: O técnico da LPR. Será, não sei, a primeira vez que está em Portugal, mas cometeu dois erros. Primeiro... ninguém pega, sem qualquer ajuda, numa corrida a 60 km da chegada; segundo, substimou (ou, o que é mais provável, não conhece, de todo, as nossas equipas) as formações da casa.

quarta-feira, agosto 05, 2009

II - Etapa 497

(Como todos entenderão, sendo que vou seguir atentamente mais uma edição da Volta a Portugal, todas as tardes deixarei aqui um pequeno - muito pequeno - apontamento relativamente à etapa do dia. Claro que tenho pena de não estar aí convosco...)

E VÃO DEZ

Vitória no Prólogo, no regresso do prólogo da Volta à Avenida da Liberdade, e primeira camisola amarela desta edição da Volta para o Cândido Barbosa.


Não podia ter corrido melhor à Organização. Triunfo de um português mas... não de um qualquer - com todo o respeito que devo a todos os outros -, triunfo do Ciclista do Povo. Ciclismo é festa do Povo, para o Povo...

Destaco apenas que foi a 10.ª vitória do Cândido, esta temporada. Os ares do Sul parece que lhe estão a fazer bem.

POSITIVO - A excelente corrida feita pelo jovem Filipe Cardoso, da Liberty Seguros...
NEGATIVO - A forte e bem vinda aposta desta seguradora no Ciclismo, que consegue organizar-se de forma a ser a única equipa que, como é habitual, vai ter todos os dias uma claque de apoio aos seus Corredores. Desnecesária foi a sua manifestação exactaente no momento em que o Cândido - que tanto deu à equipa enquanto lá esteve - falava para a televisão. Soou-me a revanchismo.

Nota: Em relação à Etapa 495. Escrevi que o Joaquim Andrade é o único Corredor deste pelotão que já lá andava quando em 1991 eu me estreei. Não é verdade. O Joaquim Sampaio, então na estreia da Tensai-Mundial Confiança, dirigida por Marco Chagas, também fez a Volta desse ano. E o Carlos Pinho, que defendia as cores da Sicasal-Acral também já corria, não me recordo é se fez a Volta...

terça-feira, agosto 04, 2009

II - Etapa 496

O MEU SINCERO LAMENTO...

Há cerca de um mês atrás recebi um convite do Senhor Mário Lino para estar presente numa acção de promoção do Museu do Ciclismo aquando da passagem da Volta a Portugal nas Caldas da Raínha.



Não respondi logo porque, por estes dias - e ainda não estava definido - teria mais uma bateria de exames médicos a efectuar. A isso sou obrigado regularmente...

Acontece que tive mesmo que declinar essa convite o que, contudo, não impede que aqui, publicamente, deixe expresso o meu sentido agradecimento por se ter lembrado de mim.

Conhecemo-nos há 18 anos. Ainda em A Capital pude, por mais de uma vez, patrocinar o seu esforço na tentativa - bem sucedida, o que me deixa, obviamemte, satisfeito - de lançar o Museu do Ciclismo.

Ele aí está, cimentado.

Volto a agradecer o facto de o Senhor Mário Lino se ter lembrado de mim.
É gente de bem.
Lamento não poder estar presente.
Espero que comprenda...

(Mande sempre novidades que eu, aqui, delas farei eco. Um abraço forte.)

II - Etapa 495

TUDO DE BOM PARA TI QUIM...

Vai amanhã arrancar para a sua 21.ª participação consecutiva na Volta a Portugal.
Terminou todas as vinte em que alinhou...

Chama-se Joaquim Andrade, herdeiro do nome de seu pai, também ele Joaquim, que venceu a Volta de 1969 - há 40 anos - com as cores do saudoso Sangalhos.

É o único corredor deste pelotão que, quando eu fiz a minha primeira Volta, em 1991, já lá andava.
Recolhi, ainda que involuntariamente, mais cedo ao 'carro vassoura', amigo Quim.

Nesta hora quero, publicamente, deixar expresso o meu desejo de te ver completar o crono de Viseu que, ditou a 'roda da sorte' do calendário, vai acontecer no dia em que completarás 40 anos de idade.

Toda a sorte do Mundo, amigo.
E se bem te conheço... és rapaz para ficar nos 15 primeiros.
Quanto mais eu me enganar, por defeito... melhor.

Grande e forte abraço Quim.

II - Etapa 494

E AÍ ESTÁ A VOLTA A PORTUGAL!...


1. Arranca hoje, em Lisboa, o que se aplaude. Ninguém - até agora e que eu tenha lido ou ouvido - foi capaz de ressalvar o quão difícil é termos a Volta na capital e nem sequer tem a ver com a vontade das pessoas.

Ouço e, mesmo aqui, sozinho, tento esconder o sorriso - ainda que benevolente - que a ignorância demonstrada espolataria.

Aliás, hoje li - no Record - e cito de memória: 'O Tour termina todos os anos nos Campos Elíseos, em Paris; a Vuelta na Castellana, em Madrid e o Giro em Roma (!!!)...'

O Giro terminou este ano em Roma, porque comemorava o seu centenário. O final da prova é - e as excepções são raríssimas - em Milão!!!

A Volta a Portugal não pode terminar da mesma forma, com 10 ou 12 voltas - o que daria menos de uma hora, é verdade - na Avenida da Liberdade. Por muito que isto nos custe a todos. As razões? Procurem saber...

2. A Volta foi hoje apresentada no inenarrável 'Há Volta'.
Não tem paralelo em mais nenhuma prova, nem naquelas mais abaixo no ranking.

No Ciclismo só há lugar para uma faixa de Artistas - que escrevo com caixa alta e sem aspas -, os Corredores. Não misturem as coisas.
Sabemos todos que vamos ter mais do mesmo nos próximos dias.

Eu percebo que para 'convencer' as autarquias a pagar se lhes ofereça espaço de antena. Não há autarca que resista... mesmo que depois leve quatro ou cinco anos a pagar. Mas a Organização não pode abrir mão disto.

Felizmente - a 'culpa' não é da RTP - a televisão consegue, graças à alternativa a que só os assinantes da tv-cabo têm acesso com a RTPn, escapar aos ridículos 'play-back' e 'concursos' e 'entrevistas' que, só por si, desmotivariam o mais empedernido adepto do Ciclismo a esperar pelas imagens daquilo que quer ver... Ciclismo.

3. Tenho-me mantido calado em relação à Volta por diversos motivos e a maior parte deles, vocês, que fazem o favor de vir aqui ler o que escrevo, nem sequer interessa por aí além...

Estou - mas isso vocês sabem-no - um pouco condicionado no que a novidades, notícias ou até mesmo comentários diz respeito.
Não resisto, porém, a aqui sublinhar o que li hoje, em relação a uma das equipas convidadas. Não tenho os jornais debaixo do braço, por isso cito de memória... 'Equipa com alguns corredores a quem é dada uma segunda oportunidade depois de terem cumprido castigo...'
Pois!...

A mesma pena que 'rasgou' de alto abaixo o melhor e mais consistente projecto no Ciclismo português.
Mas adiante...

Gosto, como aliás tenho gostado quase sempre, do traçado escolhido pelo Joaquim Gomes. Tenho pena é que pouca gente - ou nenhuma - se tenha aventurado a mostrar-nos a Volta sob esse prisma. Pelo contrário - e já não sou editor da secção - em relação aos 'lançamentos' da corrida eu dispensaria o trabalho do jornalista. Aproveitava o do ano anterior, mudava os nomes que houvesse a mudar e... estava escrito.
Falta - e temo que voltemos a ter - criatividade. Ideias.

Mesmo O Jogo, o único que se destacou nesta arrancada, conseguiu honras de ser citado graças a uma cacha descabida, pelo menos nesta altura...
O Cândido Barbosa vai ser eleito deputado municipal em Paredes nas listas do PSD.
'Herói do Povo', como há anos vem a ser etiquetado - e é a mais pura das verdades - mesmo que a corrida se resuma ao norte do País... esta conotação directa e concreta com uma côr politica e a practicamente certa eleição será que abona em algum aspecto em favor do 'Herói' de todos?

Era mesmo só já o que faltava, começar a misturar o Ciclismo com a política.

Espero que quem tenha visto, ou gravado para ver mais tarde, a apresentação desta tarde atente na execrável intervenção da 'artista' Maria José Valério que já tem idade para se portar com juízo.

É convidada para um evento que leva a chancela da UVP-FPC, cujo presidente nunca escondeu, antes pelo contrário - eu sempre admirei quem se bate pelas suas convicções - as suas conotações com o PCP numa festa paga pela CM Lisboa cujo presidente é do PS e é benfiquista e, mesmo fora do seu espaço de actuação foi quase impossível calar, alternando o 'de esquerda, nunca!' com o 'viva o Sporting'...
Descontemos a sua proveta idade... mas que não soube estar, não soube.

4. Esta Volta a Portugal - equipas nacionais à parte, como é evidente - tem o mais fraco pelotão dos últimos anos; pouco faltou para recorrerem às equipas japonesas que vêm ao Troféu Joaquim Agostinho.

E que dizer das 'desistências' de última hora?
Desistiram porquê?
Pode ser que ainda no-lo expliquem. Falo (escrevo) como mero adepto...

14 equipas, pouco mais de 120 corredores e nomes sonantes... atiram-nos com o Petacchi, como Cunego, com o Cioni... [ai!!!! as segundas oportunidades.... já lá vou, já lá vou...]

E depois a mesma lista de favoritos que vem a ser publicada - amputada dos nomes que deixam de aparecer - desde há quatro ou cinco anos.

Amanhã ainda haverá apresentação da Volta nos jornais, mesmo por isso me sinto mais à vontade para, agora, aqui, deixar a minha opinião...
Mas confesso também uma coisa:
INFELIZMENTE, porque num País de pacóvios e moços de recados, aos quais, sazonalmente se juntam 'para-quedistas' (os culpados não são eles), eu não posso justificar em que bases escolho o MEU candidato...

Seria, de todo, politicamente (mas não tem nada a ver com política!.... Confusos? Quanto mais melhor para mim!) incorrecto.

5. Já disse que gosto, como tradicionalmente venho a gostar, dos traçados desde que é o Joaquim Gomes a desenhá-los.
Não são tão desproporcionados assim conforme algumas vozes no-lo querem 'vender'.
Esta Volta a Portugal, como as dos últimos anos e salvaguardando as devidas proporções - mais do que isso, o terreno que temos onde a desenhar - nada fica a dever a um Dauphiné Liberé ou a um Paris-Nice.

Pena a data em que Volta se realiza. Mas, por outro lado, ainda bem!
Assim a Volta ao Algarve pode, com um pouquinho, só um pouquinho mais de esforço, cimentar-se como a principal corrida portuguesa a nível internacional.

Aliás, já li que tudo pelo que o Doutor Artur Lopes lutou no início do seu primeiro mandato, e que levou - ou fez regressar, por que tinha sido internacional uma vez - a que a Volta a Portugal entrasse, de vez, no calendário da UCI, parece agora, neste seu último ciclo como presidente da UVP-FPC... descartável.

E a última coisa que li, não deixa de ter o seu quê de humilhante.
É que, aparentemente, num futuro próximo - já para o ano? - possamos regressar a um modelo que o principal, pelo menos em termos de opinião expressa publicamente, opositor ao consulado do Doutor AML, o Prof. José Santos, venha a vingar.
Uma Volta doméstica, com três semanas ou 21 dias para 'salvar' o ciclismo português.

Em saco roto caíram todas as opiniões que não há ciclismos regionais.
Há um Ciclismo de alta competição, e quem quiser ser reconhecido tem que lá estar.

Mas também concordo que, se o que está em causa é o postozinho de trabalho... podemos ficar equiparados ao País de Gales...

6. Enterneço-me [não estou a brincar... vêm-me mesmo umas gotinhas de lágrimas ao canto dos olhos] quando leio que há equipas que dão... segundas oportunidades a corredores condenados - pese embora nada me faça ficar contra os Corredores que são os menos culpados, muito menos se já cumpriram os seus castigos - quando as mesmas penas julgaram e condenaram, ainda que, mais de ano e meio depois, nem a justiça dos tribunais, nem a disciplinar, da FPC, tenham provado fosse o que fosse, o melhor projecto do Ciclismo Nacional.

Que a brotoeja vos ataque a ponta dos dedos de cada vez que tiverem que escrever...
Claro que o único remédio é o... coçarem-se pra dentro, como os macacos.

7. Ah!... qual é o meu favorito à vitória final nesta Volta?
O David Blanco.
Alô, David, um abraço...

É que há quem nunca aprenda.
Temos gente para quem é muito mais fácil perder a Volta do que ganhá-la...
E já ficou provado que o mais difícil era perdê-la... mas conseguiram!...

Saravá, Manel Zeferino... por algum motivo mereceste o rótulo de 'personna non grata'... Mas nada vai mudar. Tu sabes, eu sei...

II - Etapa 493

'FLASH-BACK'

Ausente durante uns dias, vou tentar nesta Etapa sublinhar algumas coisas que aconteceram e que não devem ficar sem um comentário...

* ERA APENAS UM EXERCÍCIO...
- Há algumas semanas deixei aqui um exercício - que mereceu comentário de 'teoria de conspiração' mas que não era mais do que um exercício - acerca de um hipotético cenário do final do Tour. Falhei retundamente... [Também, sou honesto, a adivinhar preferia que fosse a 'chave' do Euromilhões...]

Alberto Contador mostrou ser o mais forte Corredor da actualidade e, sem dúvidas, o primeiro favorito ao triunfo nas Grandes Corridas. Ganhou bem... apesar de tudo.

Junto-me ao grupo dos que não só não entenderam, como protestaram contra a decisão de Johaan Bruyneel que o mandou parar numa altura em que 'mataria' a corrida. Para esperar por um Kloenden completamente 'vazio'? Para não por em perigo (???) o lugar de Armstrong no pódio? Foi um gesto feio do DD belga... E tão depressa não será esquecido...

* LIÇÃO PARA NÃO ESQUECER
ou O QUE UM CAMPEÃO NÃO PODE FAZER
- Deploráveis as declarações de Alberto Contador quando, já na sua terrinha, rodeado pela família, amigos e afficionados cegos e surdos, afirmou que nunca foi nem será admirador de Lance Armstrong...

Que o ambiente no seio da equipa nunca foi pacífico, disso nos foi dando conta a CS...
Que Contador demonstrou que é o mais forte - ainda que, ignorando os demais adversários, tenha confessado que o seu rival era um companheiro de equipa, que ganhou sete Tour consecutivos, que esteve três anos parado, que é DEZ anos mais velho do que ele e que acabou em terceiro... - isso foi provado.

Numa altura em que até nem punha em risco a cohabitação entre ambos já que Armstrong já anunciara que em 2010 correrá numa outra equipa, Alberto Contador, se é que sente, de facto, o que disse - tinha 20 tenrinhos anos quando Armstrong ganhou o seu primeiro Tour -, teria sido um homenzinho se, em plenos Campos Elísios, e conquistado o seu segundo Tour, no momento dos festejos tivesse afirmado aquilo que só viria a dizer três dias depois, no 'aconchego' dos seus 'hinchas'...

* OUTRA LIÇÃO PARA NÃO ESQUECER
ou HÁ CAMPEÕES E... CAMPEÕES
- Não tem nada a provar. Não teve durante muito tempo e continua a não ter. Ganhou sete Tours abdicando dos prémios a favor de quem para ele trabalhava - aliás, este ano correu na Astana sem cobrar ordenado - e, com toda a autoridade [isto deve ter doído a Contador, mas foi ele que provocou... ], Armstrong, usando um jogo de linguagem apenas respondeu: 'Ther'is no I in TEAM'.

Para quem não percebe inglês, a tradução é simples: não há a letra I (que pode ser lida como EU) na palavra TEAM (equipa)...
Antológico.

E, apesar de não passar de mais um exercício meu, acho que o Contador 'comprou' uma 'guerra' que vai ser difícil de ganhar...

Escapasse-me agora o nome daquele italiano que um dia acusou Armstrong de ser cliente do doutor Ferreri... o desgraçado ia para aí no último terço da classificação em pleno Tour e Armstrong ia de amarelo... tentou uma, duas, três... uma série de vezes, mas de cada vez que tentou entrar numa fuga, esta era anulada em três quilómetros por... Lance Armstrong.

O líder na cabeça do pelotão a puxar para anular a fuga de um 'zé ninguém' só porque este insinuara - sem o poder provar - que ele poderia ter recorrido a métodos ou praticas indevidas.
E este ano ficou demonstrado a saciedade que bem que podem pôr um comissário anti-doping a dormir na mesma cama que Armstrong que não o apanharão em falso.

O que prevejo?
Que Alberto Contador comprou uma guerra que não vai ser capaz de ganhar.
Será possível ganhar o Tour aos 39 anos?
Se for o Lance Armstrong, com uma equipa desenhada por ele e com o tacto que ele em para lidar com ela, a equipa... não ponho as mãos no fogo.
Motivações?
Não faltavam já... Agora com aquelas declarações do 'Betinho' de Pinto...