segunda-feira, junho 30, 2008

II - Etapa 118

COMEÇAM A APARECER OPINIÕES
CONTRÁRIAS ÀS MINHAS. E AINDA BEM...
(desde que se convençam que estão a querer
emendar um erro como outro erro ainda maior)

Reduzida a duas unidades, ainda assim foi da (forçadamente) mini-LA-MSS-Póvoa de Varzim que saiu o novo Campeão Nacional de Fundo.

É o João Cabreira. Poveiro, jovem de fibra, daqueles de antes quebrar que torcer e, principalmente - e é isto que define os grandes Corredores - capaz de sofrer.

Claro que depois de uma entrega total, do dar tudo o que se tem, por muito mais do que uma vitória numa corrida, ainda que essa corrida defina o Campeão Nacional, depois disso, dizia, sei que o João fez das lágrimas escape à dor e frustação que lhe vai na alma.

Sei porque ele mo disse.

Quinze minutos depois de se ter sagrado Campeão.

O que eu só um pouco mais tarde vim a saber foi que, no momento da "festa", o João foi GRANDE.

Recusou-a!
Em nome dos companheiros penalizados por uma suspensão não explicada.

E o que é que custará explicar aos amantes da modalidade o porquê dos castigos impostos a meia equipa?

Se os argumentos forem sustentáveis, por si, que remédio terão os incondicionais da equipa da Póvoa senão aceitar a penalização?

Agora, assim e ainda por cima na sequência de todo um processo - e isto sou eu que o digo - se não é, anda perto do kafkiano, isso é que não.

Fez bem o João em fechar o rosto aos flashes das fotos.



Fez bem ao abster-se de abrir a garrafa do espumante que finge ser champanhe.

Mostrou a sua fibra.
A fibra dos homens, jovens ou com mais idade, que o Manel Zeferino vai fundindo no seu cadinho. Ano após ano.

João... tão contente que o Bruno há-de ter ficado, esteja ele onde estiver...

Em relação às opiniões que, aparentemente, não concordam com as minhas, ainda bem que aparecem, embora tivesse sido escusado gastar teclado a repetir a mesma mensagem.

Só um aviso/conselho...
O amigo anónimo ou faz aqui prova do que insinua, ou não "cabe" neste espaço.
Entendidos?

II - Etapa 117

CAMPEÕES'2008
Esta é uma singela homenagem aos
Campeões Nacionais de Estrada (*) deste ano de 2008



E o que faz ali o Tiago Machado, perguntarão alguns. Caramba! Se DUAS medalhas de prata não valem o mesmo que uma de Ouro...

Mesmo que não valham, está ali porque eu acho que sim!

(E lembrei-me agora de uma frase que tantas vezes ouvi ao Prof. José Santos. "Eu faço-os, e os outros aproveitam-nos.")

Pois é professor, é a roda da Vida. E creio que estamos os dois conscientes de que para o ano ao Tiago será feita uma oferta irrecusável, tanto em termos profissionais, como desportivos.

O importante é que não lhe cortemos as asas porque é ele uma das mais sólidas realidades que o nosso Ciclismo "produziu" nos últimos anos. Eu acho que sim, que merece estar no mesmo patamar do Sérgio Paulinho e do João Cabreira.

(*) - Eu bem que tento, mas se a formação de jornalistas de Ciclismo consegue estar ainda mais abaixo - muito mais abaixo - que a formação de novos valores, na modalidade, como é que se lhes explica que, quer a Corrida de FUNDO (até porque, geralmente o é, longa, de resistência) quer a prova de Contra-relógio... são as duas faces da mesma moeda que é o Ciclismo de Estrada? Estou cansado de ler, de ouvir, chamar a uns, Campeões no Contra-relógio e aos outros, Campeões de Estrada! Onde raio se disputam os campeonatos de contra-relógio? Não é na estrada também?

domingo, junho 29, 2008

II - Etapa 116

AINDA E SEMPRE NA BUSCA DA VERDADE
(ou como podemos ter sido todos enganados!)

Li atentamente e agradeço o comentário colocado pelo Luís Silva, antes de mais por, confessamente discordante da linha condutora que tenho vindo a seguir, o faz dentro da maior urbanidade.

Só alteraria um pequeno pormenor: no caso, neste caso, de facto assumo, em consciência, a defesa do direito à presunção de inocência do colectivo da equipa da Póvoa de Varzim, mas faria a mesmíssima coisa fosse qual fosse a equipa, e os Corredores postos em xeque. Não é por ser a equipa da Póvoa que eu insisto.

Não posso – e já aqui me referi a isso – pôr completamente de lado a hipótese de neste processo todo aparecer um ou dois elementos da equipa a cair sob alçada disciplinar da Federação Portuguesa de Ciclismo sem, como todos sabemos, prejuízo de um eventual processo cível paralelo, se o Ministério Público encontrar matéria de facto suficiente para os constituir como presumíveis (passe o termo) traficantes de produtos proibidos.

Para quem não sabe, no que respeita à legislação geral, não desportiva, a posse, só por si, e por parte dos Corredores, de produtos de cujo composto possam constar substâncias que estão na lista dos produtos interditos, não é passível de processo cível, uma vez que o Código Penal não o prevê.

A excepção acontece se a quantidade desses produtos for tal que se pode admitir que... é demasiada para uso pessoal. E se pode deduzir que existe a hipótese de servir para fornecimento a terceiros, o que se enquadraria na figura de tráfico, este sim, previsto na Lei. Lei que, por outro lado, penaliza em concreto fornecedores de substâncias dopantes e quem as administrar aos Corredores.

Como devem estar a perceber, refiro-me à Lei geral, não desportiva, aquela que é aplicada pelos tribunais comuns na sequência de processos levantados pelo Ministério Público, após investigação das polícias.

Atentem e memorizem esta passagem porque, daqui a algumas linhas falarei de uma situação muito parecida, mas que faz toda a diferença.

Mas o que me faz insistir em ficar do lado daqueles que são, sem dúvida, o elo mais fraco de toda a corrente, os Corredores, é a sucessão de acontecimentos de tal forma... descaradamente despidos de qualquer pudor que isso me chateia.
Tenho esse direito, não?

Num caso que passou por altos e baixos, pareceram perfeitamente programados os momentos em que acontece... novidade.

Depois da rábula do conselho aos organizadores para que não convidassem a equipa – que não podia correr por ter ficado sem seguros -; logo que esta conseguiu novos seguros, voltou a reunir-se a Comissão de Estrada para reiterar o conselho; quando uma organização estrangeira pediu um parecer à UCI, e esta informou que, nada pesando sobre Corredores ou a equipa, esta estava livre para correr, em Portugal havia uma organização que chegou a dar o dito (retirada do convite) pelo não dito, marcando para o passado sábado uma reunião com os responsáveis da equipa e… na sexta-feira aparecem as suspensões.

Mas deixemos isso para um pouquinho mais tarde.
Continuemos com o comentário do Luís Silva.

Sim, é possível que, imediatamente antes de tornar público o Comunicado da FPC, os serviços desta tenham enviado um fax para a sede do clube. Mas estávamos, repito, numa sexta-feira e o comunicado foi distribuído pela Agência Lusa sete minutos antes das 18 horas! Se mandaram um fax para a sede do clube, muito provavelmente ainda lá está por ler, se ninguém foi à sede.

O que eu sei, e me foi dito por um dos Corredores suspensos foi que recebeu, em sua casa, um telefonema da mãe a dar-lhe conta que haviam ligado da FPC a dizer que o contactariam na próxima 2.ª feira, amanhã, portanto. Espantava-se este Corredor por morar em casa própria, com a esposa e filho, há seis anos, e sendo a morada e os contactos da sua própria residência os que regularmente fornece à FPC, não lhe tenham telefonado directamente. Perguntando-se, porquê ligaram para casa dos seus pais?

Quanto à minha discordância em relação à divulgação dos factos vindos a público encerra a resposta na própria frase. Aliás, não é uma resposta, é uma pergunta:
Que factos?
Estes nove homens estão suspensos... porquê?
Porque é que se faz segredo?

Só há uma hipótese, os controlos efectuados aos Corredores visitados no dia 19 de Maio deram todos positivo, o que seria deveras estranho. Mas aqui a federação comete um ilícito previsto nos regulamentos e que manda que, até que a segunda análise confirme, ou não, os resultados da primeira, os nomes dos Corredores não podem ser divulgados.

Não, não estão suspensos por controlos positivos. Então, porque é que estão suspensos cinco Corredores, o presidente do clube, o técnico, o médico e um massagista?

No dia 20 de Maio a Polícia Judiciária fez sair no seu site oficial, este Comunicado:


«A Polícia Judiciária, através da Direcção Central de Investigação da Corrupção e da Criminalidade Económica e Financeira (DCICCEF) procedeu, no dia de ontem, a uma operação de detecção de eventuais situações ilícitas associadas a comportamentos susceptíveis de afectar a verdade desportiva ou de causar danos na saúde dos atletas, através da administração de substâncias dopantes no ciclismo profissional.
Esta acção, materializada no âmbito de um Inquérito e mediante autorização judicial, incidiu sobre atletas, direcção desportiva e instalações de uma das equipas de alta competição da zona norte do país, tendo sido passadas diversas buscas que resultaram na apreensão de substâncias, medicamentos, material destinado a auto-transfusões sanguíneas e instrumentos de uso clínico, porventura indiciadores da referida prática.
O Conselho Nacional Anti-dopagem (CNAD) prestou colaboração técnica no desenrolar da operação, cabendo a direcção do inquérito à 9ª Secção do Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa (DIAP).
As investigações, neste quadro de cooperação institucional, vão prosseguir.
20 de Maio de 2008»


Até hoje... nem mais uma informação emanou da Rua Gomes Freire.

Questão: a partir de que informação, e como a obteve, a FPC avançou para a suspensão dos nove elementos da equipa da Póvoa?

A Polícia Judiciária, a ter, de facto, encontrado matéria que constitua prova num eventual caso cível, tem que comunicá-lo ao Ministério Público – e só a este, e já explico porquê - e o MP abrirá, se for caso disso, um inquérito para apurar responsabilidades e levar, ou não, o caso até à presença de um Juíz.

Porque motivo haveria a Polícia Judiciária, que montou uma operação que procurava indícios de tráfico e/ou contrabando de fármacos, ou associados, comunicar à FPC eventuais conclusões a que tenha chegado?

Chamo de novo a vossa atenção para a Brigada da PJ que foi mandada para o terreno...

E na presunção de ter encontrado produtos suspeitos e em quantidade que leve a pensar que poder-se-ia estar perante uma situação de tráfico/contrabando, só tem que seguir o caminho descrito atrás... dar conta ao Ministério Público, passar-lhe os dados que apurou, as provas materiais que recolheu e... sair de cena.

O seu trabalho está(va) completo e a contento.
Isto se conseguiram alguma coisa.

É que, como já escrevi várias vezes, a Lei que permitirá às autoridades desportivas despacharem castigos, tendo por base resultados de investigações policiais ainda não foi aprovada. Não insistam, ainda não foi aprovada e estamos exactamente na mesma situação pela qual passaram os espanhóis quando da Operatión Puerto.


E AGORA ATENTEM À “JOGADA”
QUE FOI MONTADA E NA QUAL TODOS CAÍMOS


O que ainda não foi explicado e já lá vão seis semanas, foi a forma... estranha, encontrada para que aquela acção do dia 19 de Maio pudesse dar algum resultado prático.

E isso não aconteceu por acaso.

Vejamos.

Reli o Regulamento anti-dopagem da UCI e este diz que os controlos surpresa serão sempre feitos por um médico, acompanhado de um inspector anti-doping da organização nacional que tem essa tarefa a cargo e este, cito «deverá elaborar um relatório detalhado sobre qualquer violação de regras anti-dopagem e sobre qualquer incidente, anomalia ou irregularidade relacionada com o controlo, que tenha testemunhado».

Ora, nem o CNAD, nem a FPC têm autoridade para mais do que bater à porta do(s) Corredor(es), dizerem ao que vêm, fazer a recolha e ir-se embora.

Pelo contrário, e graças a uma denúncia que uma juíza de Lisboa achou passível de ser investigada, juntamente com o médico e com o inspector anti-doping entrou casa dentro – e revistou camiões e autocaravanas – uma brigada da PJ que, essa sim, que o mandado da Juíza lhe dava essa autoridade, podia vasculhar, abrir armários e gavetas, pedir para fazerem uma busca ao armário da casa de banho, ver debaixo da cama...

E o que é que aconteceu?

Porque estava presente, o inspector anti-doping acabou, inevitavelmente, por... detectar «algumas coisas fora do normal».
O quê por exemplo?
Não sei, mas sei que se a Lei geral não pune um Corredor por ter na sua posse material presumivelmente dopante, já se este fôr encontrado pelas brigadas do CNAD, porque viola o regulamento anti-dopagem dá direito à suspensão do Corredor.

Agora, dificilmente o médico e o inspector anti-doping iriam encontrar esse material, porque não estaria ali, à vista de toda a gente.

Isso nunca aconteceria se não tivessem feito coincidir duas operações que, na sua essência, nada tinham a ver uma com a outra.

E foi a PJ, com mandado para rebuscar a casa quem o terá achado, colocando-o debaixo do nariz do inspector anti-doping.
Isto é, uma prova, em termos policiais, mas da qual a justiça desportiva não pode beneficiar. A não ser, claro, se tudo foi posto à mostra frente ao inspector anti-doping que, ao abrigo do ponto 20 do Capítulo II do regulamento anti-dopagem, recordo, «Deverá elaborar um relatório detalhado sobre qualquer violação de regras anti-dopagem e sobre qualquer incidente, anomalia ou irregularidade relacionada com o controlo, que tenha testemunhado», naturalmente o acrescentou ao dito relatório encontrando assim, tanto para o CNAD, como para a federação... matéria de facto.

A minha questão é esta: terá esta operação conjunta, que aparentemente não tem nada em comum - a PJ procurava provas que sustentassem um presumível caso de tráfico de produtos dopantes, e o CNAD ia “só” fazer uns controlos surpresa - recomeço, terá esta operação, com todo o ar de ter sido concertada de forma a armadilhar os Corredores e a equipa, sido legal?
Haverá mesmo suporte legal para uma situação de pôr a Polícia Judiciária a trabalhar para o CNAD?
Duvido muito!...

Um dos meus exemplos parvos…
Imaginemos... bate-me à porta um inspector das finanças e pede que eu lhe mostre as facturas que sustentaram o preenchimento do meu IRC. Eu ponho-lhes uma mala à frente, com todas as facturazinhas certas, eles conferem e vão à sua vida;
segundo cenário: há uma denúncia, o mesmo inspector das finanças bate-me à porta, mas com ele vai uma Brigada da PJ com um mandado de busca validado por um Juíz. Eu mostro-lhe, ao inspector das finanças, a mesma mala, mas os polícias, que têm autoridade para irem espreitar aos armários e debaixo da cama, descobrem mais duas malas com facturas que provam que eu obtive rendimentos que não declarei. Estou fisgado!

Não sou especialista em Direito, mas há-de haver alguém que me lê e que o seja!...

Ajudem-me.
Não é por mim, é por eles Corredores, que estão a ser tramados. Claramente tramados.

A denúncia só pode ter sido no sentido de que haveria tráfico de produtos proibidos, daí a Brigada que foi accionada. Aliás, a Lei diz que, perante uma suspeita, ou denúncia, as federações são obrigadas a comunicar ao Magistério Público.

Não diz que o MP – ou a polícia – tenham que informar as federações acerca do que descobriram e que é de foro meramente judicial.

Os resultados de uma investigação policial não podem ser usadas pelas autoridades desportivas para sancionar atletas que nem estão abrangidos em nenhuma Lei mesmo que seja descoberta na sua posse produtos dopantes porque a Lei só prevê sanções para quem... os administra a terceiros.

O CNAD e a FPC usaram um truque, que foi o de acompanharem – ou fazerem-se acompanhar de - uma Brigada policial e, assim tiveram acesso a dados que jamais conseguiriam de outra forma.

As tais anormalidades verificáveis pelo inspector anti-doping.

Repito: terá isto sido legal?
Eu tenho muitas dúvidas sobre a legalidade desta acção.
Mas a Defesa dos Corredores há-de saber como lidar com isto.

E é só isto e apenas isto, a defesa dos Corredores, que me move nesta... vá lá, façamos-lhes a vontade... cruzada.

Sou pela Verdade, sou contra o recurso a substâncias ou métodos proibidos, sou contra o doping...
... mas tenho este feitio filho da mãe: sou pela Justiça, mas aplicada sem truques.
Para além, claro, de abominar qualquer espécie de bufo!

E a Verdade, esta Verdade, com V grande, a que tanto me tenho referido, para quem ainda não conseguiu descodificar, é esta: se se quer mesmo, a sério, sem ser numa operação para atirar poeira para os olhos do povão, aplicar uma machadada – que até pode ser final, paciência, recomeçar-se-á de novo – nas trafulhices com doping... deviam tê-lo feito a todas as equipas ao mesmo tempo. Ou acham que há inocentes nesta história?

Assim, meus caros amigos, nada me conseguirá convencer do contrário: o primeiro objectivo desta operação foi o de aniquilar a equipa da Póvoa de Varzim.
E quem é que beneficia com isso?...
Aí está!...

Não vale a pena dizer mais nada.
Só que tenho muita, muita pena “deste” ciclismo.

sábado, junho 28, 2008

II - Etapa 115

AH, POIS É!...

As coisas estão a acontecer tão depressa - mentira minha, eu é que não tenho disponibilidade para "estar em cima do acontecimento" - que há pormenores que se me vão escapando.

Li agora que tanto o André Vital como o Celestino Pinho, porque lhes é reconhecido esse direito, recorreram do "castigo" imposto pela FPC e o simples facto de terem recorrido tem efeitos suspensivo dos castigos pelo que, para já, são livres de continuarem a exercer a sua profissão...

Claro que o mesmo vai acontecer com os elementos da LA-MSS, logo que lhes sejam oficialmente comunicados os... "castigos".
Curiosa a decisão da FPC em pronunciar-se ao final da tarde de uma sexta-feira, vésperas de um fim-de-semana onde, "só por acaso" vão acontecer os Campeonatos Nacionais.

Vou ficar atento aos desenvolvimentos, porque à hora em que a decisão do senhor presidente da FPC foi tornada pública, provavelmente já os corredores tinham as malas feitas para irem aos Nacionais. E se se apresentarem, o Colégio de Comissários vai impedí-los de correr tendo como base apenas um comunicado?

Se os Corredores - e disso eu sei porque falei com quase todos - só sabem o que leram na internet e ouviram, nas rádios? Não tendo - não seria possível tê-lo quando a decisão do senhor presidente da FPC é tomada ao fim da tarde de uma sexta-feira - conhecimento oficial do que quer que seja que lhes querem imputar.

Como vão impedi-los de correr?
E se um corredor da LA-MSS se sagrar campeão?

Eu não me esqueço que, há quatro anos, quando soube, em vésperas do arranque da Volta a Portugal, que o campeão nacional tinha acusado positivo no controlo anti-doping, questionei o senhor presidente da FPC sobre a informação que tinha e me tinha sido dada como certa, e ele me "despachou" com um "não sei de nada"!
Três dias depois a notícia era confirmada...

Hoje, duas coisas podem acontecer.
Os homens da LA-MSS porque, oficialmente, não têm conhecimento de nenhuma restrição à sua participação nos nacionais, apresentam-se à partida.

Que fazem os Comissários que, como é óbvio, também não têm conhecimento oficial de nenhum castigo?

Impedem-nos de correr só porque saiu no site da FPC um comunicado - vá lá, desta vez assumiu-se - do presidente da FPC?
Mas é assim que as coisas funcionam?

Qualquer advogado estagiário ganhará o processo em tribunal, e no Ciclismo não está vedado o recurso aos tribunais comuns.
O problema é que, sem terem sido notificados dos "castigos" é evidente que os Corredores - e os outros elementos da equipa - não podem recorrer. A parte boa da coisa é que, não havendo "castigos" confirmados legalmente... não há castigos.

II - Etapa 114

NÃO O PODEMOS ACEITAR.
NÃO PODEMOS, PRONTO!...

Só uma ilacção se tira de toda esta história.
Para a Federação Portuguesa de Ciclismo, o fim justifica os meios!
Mas não podemos aceitar isso, pois não?

Aguardemos, no entanto, para ler o que a Imprensa nos pode explicar amanhã de manhã...

É que eu não consigo interiorizar uma coisa, tão simples que ela é...
Há culpas objectivas?
Há culpados?
De quê, no meio desta salganhada de técnico, massagista, Corredores e... pasme-se, presidente do clube...
E se há porque não se talha a direito desde já?
Os Regulamentos são claros: há tráfico de produtos proíbidos?
Pena: irradiação.

Não têm a certeza?
Então como se justificarão estas suspenções se, daqui a seis meses se chegar à conclusão de que toda esta gente é inocente?

Mas vamos lá esperar mais algumas horas...

(Entretanto não consigo evitar de ver à minha frente o tal triângulo de que falei aqui há uns dias atrás. Caramba!... A mim parece-me tudo tão claro... Ajuste de contas perfeito. Com a conivência - será só isso? - da FPC...)

Estou enganado? Estarei eu mais algumas centenas de adeptos...
Então cabe-lhes explicar, tim-tim por tim-tim, e rapidamente, o porquê destas medidas...

Mas atentem ao mais importante:
estes homens NÃO PODEM FICAR IMPEDIDOS DE EXERCECER A SUA PROFISSÃO...
Não, sem nenhuma culpa formada!...

Haja quem tenha a coragem de o denunciar noutro meio que só eu, aqui, neste cantinho, que posso fazer?

sexta-feira, junho 27, 2008

II - Etapa 113

PASSO (TÃO TRÔPEGO) À FRENTE!...

Ora, finalmente, e sem ter sentido a necessidade de se esconder atrás dessa estranha figura que é a Comissão de Estrada, quem tem, de facto, poderes para fazer sair comunicados – a Direcção da Federação Portuguesa de Ciclismo – fê-lo esta tarde.

Mas todo este processo – e falo, é evidente, do “caso” LA-MSS – está ferido de, não, não era ilegalidade o que eu ia a escrever (embora já o demonstre que, de facto o está), mas de evidente falta de honestidade no seu procedimento.

Sim!, falta de honestidade.

Porque os fins não justificam, nunca os meios, ainda mais se estes forem cirurgicamente manipulados. E não me interpretem mal.
O cirúrgico é uma figura de estilo, normal no exercício da escrita, e nada tem a ver com a figura do presidente da FPC.

Eu sei que me movo no fio da navalha.

Uma escorregadela e… é a morte do “artista”, mas não esperem que fique calado, a assistir do sofá a manigâncias que, de tão fáceis de desmontar, chegam a parecer brincadeiras de rapazes pequenos.

Por exemplo, ao princípio eu desconfiava de uma ou duas pessoas que poderiam configurar a figura do delator.
Tudo isto começou com uma denúncia, estão lembrados?

Agora já não tenho dúvidas sobre quem accionou a intervenção da Polícia Judiciária.
Tinha de ser – e vamos sabendo coisas pelo “caminho” – alguém com, de facto, uma influência tal que escapa aos tais… meus suspeitos de primeira hora.

Enganei-me. Mas, pelo menos, o ter-me enganado deixa a descoberto que me interessei pela coisa. Limitado, como estou, em termos de fontes de informação, apostei errado.
Mas como escrevi aqui há umas linhas atrás, já não tenho dúvidas.

Não tenho dúvidas quanto a quem espoletou todo este processo mas, entretanto, outras dúvidas se me levantam.

Por exemplo: no Capítulo XII do Regulamento Anti-dopagem, ponto 292, diz-se que, e passo a citar: «As pessoas que exercem funções no Controlo de Dopagem devem respeitar a confidencialidade das informações sobre casos individuais cuja divulgação NÂO É EXIGIDA nos termos do presente Regulamento Antidopagem.»

Contudo, o comunicado da FPC, divulgado pelo seu presidente, aponta, nome a nome, nove nomes. De nove pessoas que, tanto quanto me é dado perceber, estão apenas a ser alvo de, volto a citar: “… um inquérito” por parte do Conselho Disciplinar da FPC".

O que, liquidamente significa que, para já, não há nada de concreto contra esses nomes. Logo, a sua publicação não é mais do que um abuso de poderes por parte de quem, evidentemente, os não tem.

Mas há mais.

Tanto quanto julgo saber, os presumíveis implicados nesta trama, souberam-no através da Comunicação Social.

Sei, inclusivé de um caso de um dos… “acusados”, casado, chefe de família, pai de filhos, com residência fixa há cerca de seis anos… recebeu esta tarde um telefonema de casa dos pais – onde não mora desde que se casou – a avisá-lo que… 2.ª feira vai ser avisado de que está suspenso ao abrigo de um processo disciplinar.

E depois admiram-se de não encontrar os Corredores quando vão fazer controlos fora de competição.

Eu sei, mas sei mesmo, que este corredor de que falo, há seis anos que comprou uma casa onde mora com a mulher e os filhos e que me garante – e eu não o duvido – que desde há seis anos, nos boletins que obrigatoriamente tem de enviar de três em três meses para o CNAD, há seis anos que indica a sua morada real.

Pois bem, hoje, sexta-feira, 27 de Julho, ligaram-lhe os pais a dizer que tinham recebido um telefonema para que ele esteja disponível na próxima 2.ª feira.

Guardem esta informação.

Porque muitos dos controlos inopinados que não acontecem, não acontecem porque a FPC não mantém actualizada a morada dos corredores.
Estes, como manda a Lei, comunicam onde moram, mas esses papéis juntam-se no mesmo monte que muitos outros.
E a base de dados da FPC está desactualizada…

Por favor, amigos, companheiros que escrevem sobre Ciclismo, investiguem isto.

Porque, afinal de contas, disto depende a carreira de um atleta que não tem culpa que, nos registos da FPC ainda conste a morada da casa dos pais porque na altura em que introduziram os dados ele tinha… 16 ou 17 anos.

E isto é uma coisa que jamais veremos escrito na Imprensa nacional.

Não me vou alongar mais, embora haja matéria para que eu ficasse aqui a escrever durante mais cinco ou seis horas…

Tenho lido os comentários de outros camaradas jornalistas sobre este assunto.

Porque é que nenhum ainda não se questionou em relação ao facto de esta operação ter estado prevista para Julho, de forma a obstar que a equipa da Póvoa pudesse correr a Volta?

Porque é que a FPC atropela os regulamentos, fazendo publicar os nomes de presumíveis implicados quando os regulamentos da UCI a defendem disso mesmo?

Porque é que se está a esconder que um corredor, de uma outra equipa, deu positivo há alguns meses atrás e ninguém fala disso? E sabendo eu quem sabe disso, considero impossível que a Federação Portuguesa de Ciclismo o não saiba. Talvez o CNAD o não saiba, mas na Rua de Campolide sabem o nome do Corredor e da equipa. Porque é que estão a abafar o caso?

E quem, de fora daquele círculo também o sabe, porque é que o esconde?

A derradeira questão que aqui deixo é esta:
Que ciclismo é que, de facto queremos?
Totalmente limpo, ou… optando pela política de eliminar uns, deixemos o caminho aberto a terceiros?
Mas quem é que ganharia com isso?

São essas dúvidas que me perseguem, qual fantasmas…

quinta-feira, junho 26, 2008

Nota

RECTIFICAÇÃO

Mantenho a minha opinião em relação ao trabalho dado à estampa pela Visão e assinado pelo José Carlos Gomes, mas tenho que rectificar uma coisa...

O José Carlos Gomes é Jornalista, tem a Carteira Profissional n.º 6692.

II - Etapa 112

... in META2MIL
(sem comentários!...)



II - Etapa 111

VAMOS DEMARCAR LIMITES!...

É cansativo, leva-nos, tantas vezes, à beira do esgotamento, isto de - quase sós - continuarmos, independentemente do assunto-tema, esta luta pelos Direitos dos Corredores que, antes disso, são homens.

E o facto de serem Corredores não anula os seus direitos de cidadania.
Mas quem liga ao Ciclismo?
A não ser que haja um caso, de uma forma ou de outra, penalizador em relação à própria modalidade?

Por isso foi com grande agrado meu que soube que um amigo destas lides conseguiu convencer o deputado Francisco Louçã (Bloco de Esquerda) a prometer que iria agendar uma chamada ao Parlamento do(s) responsável(eis) pela política da luta anti-doping.

Sendo que, como está, a Lei atropela, alínea sim, alínea sim, os mais básicos direitos dos Cidadãos.

Aplaudo a mãos ambas a disponibilidade do doutor Francisco Louçã em debruçar-se sobre, embora no genérico, a modalidadedo Ciclismo.

Já é um começo...

II - Etapa 110

CLUBE DE CICLISMO DE TAVIRA
ORGANIZA FÉRIAS DESPORTIVAS

O Clube de Ciclismo de Tavira vai organizar Férias Desportivas para crianças/jovens entre os 7 e 12 anos. As actividades decorrerão no período da manhã, 9.00 h/13.00 h, durante o mês de Julho, e estarão a cargo da prof.ª Elizabeth Cavaco, e do colaborador e ex-Sub 23 do CCT, Micael Gonçalves.

As actividades propostas serão as seguintes: passeios de bicicleta, jogos tradicionais, mecânica, educação e prevenção rodoviária, educação ambiental, educação artística, entre outras.
O Clube de Ciclismo pretende assim, promover nos mais pequenos, o gosto pela prática regular do ciclismo, a valorização da ética desportiva, a consciência cívica na preservação do ambiente, o conhecimento e aplicação do código da estrada, sendo um dos objectivos gerais fomentar a criação de hábitos de vida activa e a continuidade da prática do ciclismo.

A pré-inscrição pode ser efectuada
na sede do Clube de Ciclismo de Tavira,
Rua da Comunidade Lusíada, 17–A
8800-397 Tavira

Para informações detalhadas
contacte os telemóveis
96.512. 19.20
ou
96.771.12.75

quarta-feira, junho 25, 2008

Homenagem

TÍTULO, PARA QUÊ?

Não resisto a colocar aqui esta mensagem que podem ler como comentário à Nota, aqui abaixo. Sem nenhum comentário, porque está lá tudo. Só acrescento: um grande abraço para o Manuel Cardoso; um grande e saudoso abraço para o Bruno (Claro que podemos abraçar sempre os amigos, estejam eles onde estiverem!)

... no domingo passado estávamos em casa quando, por volta das cinco horas tocaram à campainha. Era o Manuel Cardoso com a namorada.
A minha mãe, e nós, abraçámo-nos a ele, porque todos eles são um bocadinho nossos, e ele pegou na camisola que acabara de ganhar e deu-a ao meu pai, que nunca mais a largou, dizendo:

"Eu herdei-a do Bruno por isso ela é vossa. Vocês não sabem, mas 5 km antes das chegadas que já se adivinhavam ao sprint, o Bruno dava-me uma lapadinha nas costas e dizia boa sorte Manel, e eu retribui-a".

O ciclismo é isto, amizade, dedicação, amor à camisola.
Esfarrapar-se pelo colega, e quando se cai, tenta-se levantar e seguir em frente... só se for impossível é que não...

Cristina Neves

II - Etapa 109

QUE UMA BOA ESTRELA OS ILUMINE
(re-editado às 0.00 horas do dia 26 de Junho)


No passado sábado, ainda que apenas por telefone, a organização do Troféu Joaquim Agostinho emendou a mão e fez saber ao Manel Zeferino que, afinal de contas, a nota que anulava o convite original, era para ser esquecida.

Isto é verdade, foi testemunhado por terceiros, um dos quais é meu amigo e me fez chegar a informação. Não há como negá-la.

Quando mo contaram - não não foi o Manel - acreditei que, finalmente, prevalecia o bom senso. E neste mesmo artigo (agora reeditado) escrevi que se esvaziavam as as hipóteses de a PAD-JLS não convidar a equipa para a Volta a Portugal...

De excluída, depois de lhe ter sido cancelado o convite, a LA-MSS passou a possível reforço do pelotão da mais antiga corrida internacional portuguesa, aquela que no nome homenageia o maior Corredor português de sempre.

Espero que a memória e o respeito que é devido ao nome do Joaquim Agostinho, e porque continuo a achar que a Organização do Grande Prémio Internacional de Torres Vedras é servida por Homens e Mulheres verdadeiramente amantes do Ciclismo, estejam presentes na anunciada reunião agendada para o próximo sábado na qual, cito a agência Lusa, «a UDO vai reunir-se com os patrocinadores da equipa e o presidente do Póvoa Cycling Clube [que é um dos patrocinadores] para 'averiguar'o seu interesse em participar na prova».

Para «averiguar» do interesse dos patrocinadores em terem a sua equipa de volta?
Do interesse do seu presidente em ter a equipa de volta?

Eu sei o quanto um pequeno deslize na redacção de uma notícia a pode ferir de morte.
Ao fim de 22 anos a escrever notícias sei-o bem.

Mas, confesso-o, estou de pé atrás, em relação a essa reunião.
E explico porquê.

Já aqui o deixei escrito e documentado que a FPC «propôs à direcção da equipa acabar com todo este 'espantoso' processo com uma troca também ela espantosa: Entregar de bandeja a 'cabeça' de quatro elementos da equipa...»

Receio que ao Luís Almeida seja posta, sem hipóteses de discução, esta mesma «proposta».
Receio que, para "salvar" a equipa, ele ceda à pressão.

Honestamente, embora não tenhamos convivido assim tanto, tenho o Luís Almeida como um homem de bem, que muito tem vindo a dar ao Ciclismo desde há 12 anos, mas adivinho-lhe o drama com o qual terá de lutar. Acredito que ele é um homem para não abandonar os amigos, mas o empresário - que tanto dinheiro já gastou na modalidade - não se sobreporá ao homem?
Porque tenho quase a certeza que a reunião de sábado vai centrar-se nesta questão.
«Correm com estes quatro da equipa para fora e esquecemos tudo. Fazem as malas e vêm para Torres e participam no Troféu Joaquim Agostinho.»
Sendo que isto praticamente abre as portas da Volta à equipa (sem aqueles quatro elementos).
Mas, como mais ninguém o faz, não ficaria de bem comigo mesmo se não voltasse atrás e tornasse a recordar que a PJ apreendeu, de facto, no domicílio de dois Corredores da equipa medicamentos em cujo composto há produtos proíbidos constantes na lista da UCI (que, e isso não sabemos ainda, pode ser um xarope ou uma pomada contra alergias).

Curiosamente, até hoje, a nem a FPC nem o CNAD disseram nada. OK, aceito e até aplaudo, que não se atire com o nome dos Corredores em causa para a lama; admito até que já corram procesos disciplinares contra esses mesmos Corredores. E, de facto, se estão ainda na fase de instrução não têm que ser tornados públicos.

Mas o que me preocupa, deveras que preocupa, é o facto de, alguém - quem mais senão o seu presidente? - de dentro da FPC propôs ao clube da Póvoa o "enterramento" de todo o caso se este se auto-decapitasse.

É que, se a FPC, ou o CNAD, ou o Ministério Público tivessem alguma coisa de concreto sobre estas quatro pessoas - claro que sei quem são e vocês iriam ficar admiradíssimos com alguns dos nomes - tinham à sua disposição um leque alargado de Leis e regulamentos para as afastar do Ciclismo.

E se o não fazem, assim, limpamente, sem margem para que aconteçam más interpretações... então por que o não fazem?

Eu diria que o futuro da equipa da Póvoa está nas mãos do Luís Almeida.
Está mesmo e não tenho a mínima inveja dele, na situação em que está.

Para mim, sempre foi um homem integro, agora... será capaz de resistir à pressão imposta pela federação?
Ainda por cima quando da sua decisão depende, mais do que a carreira dos Corredores, ou técnico, ou massagistas, ou mecânicos da equipa... o retorno, ou não, do investimento que ele próprio fez.
É do caraças!

Parece que a resolução de todos os problemas do Ciclismo português passam pela aniquilação da equipa da Póvoa. E não falta quem escreva até ter cãibras nos dedos na defesa desta... verdade.

Ok... eu deixo-vos (se é que o não sabem ainda) outro desafio:
Qual é a equipa, portuguesa, de topo, que já este ano teve um caso de doping positivo, o qual foi "abafado" por todas as instituições?

Nota

Isto foi VERGONHOSO e é passível de reação em terreno jurídico por parte do(s) ofendido(s). Aliás, quando falei disto ao Manel Zeferino, e embora ele tenha dito que nem sequer ligava a estas tropelias eu vinquei a hipótese não descartável de pedir contas, tanto à Revista em causa, pelo menos conivente com as acusações, como ao signatário da notícia.

Porque quando o li, fiquei pasmo.

Como é possível, assente em coisa nenhuma, debitar tamanha enormidade?

II - Etapa 108

E SE NOS PREOCUPÁSSEMOS,
ANTES DE MAIS,
EM PROCURAR A VERDADE (PARTE 4)


Quando os meus textos são lidos como... “cruzadas”, ou, na mais recente versão, pondo-me a ver “conspirações judaico-maçónicas” onde – depreendo – toda a gente vê claro, isso significa duas coisas das quais não me envergonho nem um pouco.
De nenhuma delas.

A primeira: que dificilmente encarreirarei, qual borrego, por qualquer caminho que insistam apontar-me como o certinho.
Não, porque não abdico de fazer uso dos meus próprios miolos.

Se sou capaz de pensar, porque hei-de aceitar, à primeira, aquilo que aparentemente há quem queira que todos pensem?

A segunda: se “cruzada” significa insistência e persistência; se significa assumir que posso, por mim, chegar a conclusões passando por cima daquilo que se tenta fazer passar como não passível de discussão, e se insisto no desalinhamento que, reconheço, é “politicamente incorrecto”, isso quer dizer que, pelo menos, sou coerente.

E não creio que isso seja defeito. Tenho muitos, mas esse não.
Faço sempre por não ser tentado a fugir à linha que adoptei por, em consciência, achar que é a correcta.

E depois há aquela minha mania de pretender que toda a gente seja respeitada da mesma maneira.

Toda a gente.
Pelo menos até provado nos lugares que servem exactamente para isso, que há quem carregue culpas, seja em que campo fôr, seja qual fôr a gravidade da sua falta.

Mesmo aí, não aceito descriminações, ostracismos e, muito menos, o sempre fácil recurso à lei do senhor Lynch. Que é, mais ou menos, o que a maioria dos paladinos da “verdade desportiva” – sabem lá o que é isso!... – se apressam a clamar mal “cheiram” qualquer coisa parecida a escândalo.

(E, curiosamente, sendo quase sempre tão irredutíveis na defesa dos seus argumentos, quanto eu dos meus, nem se dão conta que, a ser defeito, o é de ambos os lados.)

Mais, defendo e defenderei que, sujeito a castigo, cumprido este, ninguém tem o direito de manter – ou pretender manter – as mesmas descriminações, o mesmo ostracismo para com quem, à luz das regras que definem uma Sociedade de Direito, tendo errado, cumpriu uma pena pelo seu erro.

A partir desse momento tem todo o direito de ver ser-lhe reconhecida a sua condição de Cidadão com plenos direitos.
Desportista ou não.
Principalmente os desportista até porque, em 99,9% o “crime” que cometeu foi... contra ele próprio.

II - Etapa 107

E SE NOS PREOCUPÁSSEMOS,
ANTES DE MAIS,
EM PROCURAR A VERDADE (PARTE 5)


Resolvi separar as coisas para que se não confundam, sendo que, facilmente vão perceber que este artigo é a continuação pura do anterior.

Convém avisar desde já que não sou advogado de ninguém; mais, ninguém me “encomendou” coisa alguma. O que a seguir vão ler é de minha inteira responsabilidade. Assumo-o.

Achou alguém, ainda por cima a quente, quando todo o caso que agora já reconhece ser “uma grande embrulhada” ainda fervia, avançar com um trabalho inenarrável do qual escorre todo o fel que lhe vai na alma.
Vá lá saber-se porquê!...

E achou que vinha a talhe de foice recordar – a propósito de um acontecimento sobre o qual não tinha nada, e ainda hoje ninguém tem – que, embora com outro nome, a mesma equipa...
… deixemo-nos de mariquices e ponhamos os nomes às coisas!

Ligou directamente o nome de Manuel Zeferino a contratações estranhas, tal como, cito de memória, «ter contratado o Claus Möller quando este ainda cumpria castigo (*) e o Txema del Olmo, um ano depois deste ter sido impedido de correr Tour por problemas com o hematócrito.»

(*) – Esta afirmação é falsa. O Claus, quando representava a TVM, foi castigado com dois anos de suspensão, pena que a UCI viria a reduzir, tendo acontecido que a federação dinamarquesa de Ciclismo não aceitou a decisão da UCI e manteve o castigo inicial. Resultado, o Corredor, cumprido o castigo da UCI podia correr em qualquer lado, menos na Dinamarca. Daí, também, a razão pela qual, mesmo passados os tais dois anos, o Claus não mais aceitou representar a selecção do seu país.

Ah!... E o “especialista” – deve ter sido nessa condição que foi convidado a escrever na Visão – esqueceu-se do Fabien Jeker!

Que até esteve envolvido no mais célebre de todos os casos do género, o da Festina!
Esquece muito a quem não sabe!...

Estes “especialistas” são aqueles adeptos – para não dizer adoradores – da lei do senhor Lynch. Dos que não conseguem reprimir esse impulso de dar um passo em frente e, antecipando-se à Justiça, quererem fazê-la pelas próprias mãos.

Não é assim.
Felizmente, não é assim.

E aqui deixo o meu apelo: parem de negar, ao curto nicho de Cidadãos que, por acaso são Corredores Profissionais de Ciclismo, os direitos que reconhecem a todos os outros em geral!
Caramba!
Foram apanhados?
Foram!
Não foram castigados?
Foram, sim senhor...
Não pagaram pela sua falta?
Pagaram!...
Então?

Se se aceita que um ladrão ou um assassino, um violador de crianças, possa sair regenerado da prisão, depois de cumprida a dívida que a Justiça achou que tinham para com a Sociedade, porque é que um Corredor não pode sair de todo o processo que, como escrevi, o afectou a si próprio mais do que a terceiros, também regenerado?

Há casos de reincidentes?
Mas é o de algum dos nomes citados, naquele trabalho da Visão? Que – isso não é da responsabilidade do escriba – saiu identificada na “cabeça de página” como... CRIME!!!...

Eu tive oportunidade de conviver muito perto com o Claus Möller - que até tem um curso superior de contabilidade - que sempre foi um atleta que sempre respeitou a CS, que estava sempre disponível, que respeitava os adversários, que respeitava o público...
Um homem culto, de trato fácil…
Que nunca se pôs em bico dos pés.

Tive oportunidade de conviver de muito perto com o tímido e reservado Txema del Olmo.
Não tenho nada a apontar-lhe.
Como nada tenho a apontar ao extrovertido e brincalhão, nos dias “sim”, e casmurro e às vezes irascível, nos dias “não”, do Jeker. Sempre tentei compreender as suas emoções e, como me competia, “descontava” sempre ou numa ou na outra das situações. E nunca a relação atleta/jornalista foi beliscada.

E nunca precisei de lembrar que aqueles homens tinham, um dia, cometido um erro. Sabia-o, mas reconheci-lhes sempre o direito de, cumprido o castigo, serem tratados de forma igual aos demais.

E lá volto eu ao “insignificante pormenor” de que falta a certos... “especialistas”, muitos milhares de quilómetros de estrada; de aproximação à realidade do Ciclismo.

Antes de mais, para perceberem até que, sob o equipamento de Corredor temos... um homem.
E pelo que tenho lido, nos ataques caninos aos protagonistas do espectáculo Ciclismo, é esquecido esse facto. Que estão a atacar homens.

Ah!...
É evidente que se eu não me sentisse habilitado a sustentar os meus argumentos, e faço-o – sem vaidosismos – cimentando-os em 15 anos de estrada, não estava aqui a defender fosse quem fosse.


E por isso me custa aceitar que quem ainda está longe de poder mostrar as mesmas credenciais, não tenha o mínimo pudor em atacar a torto e direito, mesmo sem sombra de uma única prova concreta.

II - Etapa 106

E SE NOS PREOCUPÁSSEMOS,
ANTES DE MAIS,
EM PROCURAR A VERDADE (PARTE 6)


E agora vão perceber porque disse que não sou advogado de ninguém, nem este meu exercício é obra de qualquer espécie de “encomenda”.

No “olho do furação” – vamos lá ver se não foi apenas uma rabanada de vento, que veio e logo se foi, levantando apenas alguma poeira (*) – deste “caso LA-MSS” está a figura do Manel Zeferino, mesmo que, institucionalmente, ninguém o tenha dito, porque não podia... – ninguém não, aquele “trabalho” na Visão é “assassino”, mas pronto, não demos demasiada importância a quem a não tem –, dizia eu, e não podia, nem pode ser citado porque há valores que têm de ser respeitados.

Um deles é acatar a presunção de inocência a que todos têm direito até transitar em julgado uma decisão de um tribunal.

(*) – Cada vez sou mais tentado a pensar que estou certo quando defendo que nem há, nem vai haver, matéria incriminatória contra a LA-MSS no caso presente. Nem em termos policiais, muito menos desportivos. Ou então não haveria – e existem, que eu sei as pressões que há junto dos donos da equipa para que, em troca do levantamento da suspensão desta, estes entreguem algumas cabeças.
Ora, é elementar, meu caro Watson, como diria o Sherlock Holmes.
Se querem cabeças oferecidas é porque não têm forma de as conseguir... caçando-as.


Percebem ou querem que faça um desenho?

Não há! O que foi encontrado, e mostrado na televisão, é zero, ou então porque julgam que não houve consequências?

E os “iluminados” do costume; os “especialistas” que nunca, no final de uma etapa, ampararam um corredor esgotado para que não caísse ao chão, ou que nunca tiveram de puxar para um canto, poupando-o à exposição pública, um treinador lavado em lágrimas por causa do desfecho de uma corrida, aqueles para quem o Ciclismo é disciplina teórica, que se aprende vagueando por sites e foruns da internet, como podem eles querer julgar seja quem fôr?

O tal toque kafkiano, de que aqui falei há uns dias, tem mesmo a ver com este Processo em que se enleou todo o tema, partindo do fim, isto é, começando por assinar sentenças antes de se perceber exactamente qual o crime, muito menos o criminoso.

A equipa do Manel Zeferino foi de imediato, não só acusada como condenada porque... ganhou duas corridas.

Ainda por cima parece que ninguém percebeu – mesmo mantendo a opinião que construíram, não é isso que agora, aqui, nesta parte do texto, está em causa –, ninguém percebeu que a vitória no GP de Paredes não pode ser comparada com a das Astúrias.

O colectivo tinha acabado de perder um companheiro, doía-lhes a alma e, fosse em que circunstâncias fosse, esfarrapar-se-iam para ganhar aquela corrida e dedicá-la à memória do irmão que partira.

Onde houve dor, raiva, lágrimas e prantos sufocados... todos “viram” ali qualquer coisa de malicioso.
Lá está, nunca se lembram que, sob o equipamento de corrida, estão homens com sentimentos.

E não foi por acaso que escrevi aqui umas linhas atrás “irmão que partira”…

Todos os que andam, ou andaram no pelotão, sabem da forma como o Manel Zeferino cimenta a unidade dentro da equipa. Fazendo dela uma família onde ele não é o “pai” que ralha, é o irmão mais velho que dá conselhos e conforta, acompanha e apoia.

Mais, onde todos vêem a equipa do Manel Zeferino como “porto de abrigo” para imperdoáveis “trapaceiros” que foram uma vez apanhados em falso, ninguém percebe – ninguém de entre os teóricos – que esses corredores, e todos eles tiveram momentos altos na história da equipa, se sentiram com a obrigação de fazer tudo o que lhes era possível porque se sentiam em dívida para com o único homem que lhes deu uma segunda oportunidade; que confiou neles; que lhes devolveu a auto-estima que o tal ostracismo a que habitualmente são votados os “faltosos” tinha praticamente destruído.

E parece que ninguém percebe que as equipas do Manel Zeferino, onde nunca existiram chefes-de-fila, assimilam na perfeição – crédito para ele, Zeferino – a sua forma de pôr a equipa a correr.

Ninguém regateia esforços, ninguém se poupa, se o objectivo é o de que um deles venha a ganhar.

E se, e era altura disso, no primeiro pico de forma da equipa, ele conseguiu fazer passar os seus oito corredores pela frente da corrida, na tal 1.ª etapa da Volta às Astúrias, com o objectivo claro, e isso nunca foi negado pela equipa, de surpreendendo os adversários e conseguir uma posição confortável para o resto da prova – nem eles teriam acreditado que só iam ficar cinco na frente e no quinteto apenas era um adversário... –, repito, num momento planeado para ser de pico de forma, a primeira explicação que encontram é a de que ali havia marosca...

Lembram-se da primeira etapa da Volta a Portugal do ano passado?
Lembram-se quando a seguir a Castro Verde, e tirando partido do vento forte, fazendo uma coisa que é raríssimo acontecer em Portugal o Benfica, superiormente comandado pelo Orlando Rodrigues, chegou a esfrangalhar o pelotão.

Por momentos, todos os que percebem um pouco de Ciclismo chegaram a pensar que, se a iniciativa fosse adiante, a Volta podia ficar sentenciada no primeiro dia.
Pelo menos reduzir a dois ou três os candidatos ao triunfo final...

Teriam pensado a mesma coisa que pensaram agora com o que aconteceu nas Astúrias?

As diferenças são mínimas!
Na Volta não foi possível concretizar a oportunidade, até porque havia gente no grupo da frente que não ajudou; nas Astúrias quem iria pensar que o grupo a frente ficaria reduzido a... 4+1, sendo o quarteto da LA-MSS?


Nem os responsáveis desta.

Na Volta, o Zeferino ia sendo surpreendido.
Logo na primeira etapa.
Parece que aprendeu a lição e nas Astúrias foi ele a surpreender os outros...

E a corrida feita pela equipa no Rota dos Móveis terá que ser observada com outros olhos, dadas as circunstâncias...

De uma coisa eu não tenho dúvidas.
Não sei se sou acompanhado, ou não, nesta minha opinião, mas o Manel Zeferino, em termos tácticos e de planeamento estratégico de uma corrida, é o melhor director-desportivo do nosso pelotão.

E isso pode facilmente ser explicado com o facto de ter muita corrida no estrangeiro na sua folha de serviço.

Agora... e tenham isto em atenção, por favor, nada do que escrevi será desmentido por eventuais desenvolvimentos em desfavor da equipa e do Manel.

Se, repito… se, isso acontecer algum dia, aqui estarei a lamentar que, com tantas soluções à mão, não tenha resistido à tentação do proibido.


Mas só quando, e se isso, vier a esclarecer-se.

Não sou júri, não sou juiz.
Não condeno ninguém.
Muito menos antecipadamente.


E sou frontalmente contra linchamentos na Praça Pública.

Aguardemos, pois!...

segunda-feira, junho 23, 2008

II - Etapa 105

UM PEQUENO ENIGMA
(ou Um Exercício Para Vos Fazer Pensar…)


Achei piada àquela da “conspiração judaico-maçónica”.
Pondo, neste contexto, os hebraicos de fora e “agarrando” no símbolo dos maçons - observando algum cuidado porque, se é verdade que, parafraseando o mestre Alfredo Farinha, sei tudo o que escrevo, mas não escrevo tudo o que sei (em alguns casos, justificadamente porque sabendo-o, não tenho como o provar) -, este não deixa de poder ser (ab)usado aqui porque, mal vos passa pela cabeça o quanto… simbólico é.

Esquadro e compasso: chamem-lhe “conspiração” ou o que quiserem, mas que foi bem “desenhada”, não tenham dúvidas; quer dizer… bem, bem, bem, também não foi, e isso virá à luz do dia… mais dia, menos dia (mais mês, menos mês);

Outra versão do mesmo símbolo, em vez do esquadro aberto usa um fechado (um triângulo).
Um… dois… três lados;
uma… duas… três pontas;
três interesses unidos.
No meio… um olho.
E “em terra de cegos…”

O triângulo – como qualquer outro polígono - também pode ter o significado de espaço fechado, onde não se quer mais ninguém, muito menos quem possa mostrar-se “desmancha-prazeres” ou quem ponha em risco interesses muito concretos, defendidos por cada um dos vértices.

Vejam lá se não há aqui matéria que faz sentido.

Escrevi ali atrás “em terra de cegos…”,
talvez este pequeno enigma que aqui deixo, agora, possa ajudar mais alguns a abrir os olhos, porque “o pior cego é aquele que não quer ver”.

E não é preciso ficar-se molhado para se saber que está a chover…

domingo, junho 22, 2008

II - Etapa 104

E SE NOS PREOCUPÁSSEMOS,
ANTES DE MAIS,
EM PROCURAR A VERDADE (PARTE 3)

O “caso” LA-MSS está a assumir contornos kafkianos, deixando perceber que – como venho a apontar – havendo muitas verdades, aparentemente há quem esteja a agarrar-se a “uma” das verdades sendo que duvido muito que seja essa a Verdade. Senão, fica incompreensível o porquê de ela não ser publicamente revelada.

Arrisco dizer que o não é porque, de facto, não é a Verdade.

A Federação Portuguesa de Ciclismo, que já devia saber – tinha essa obrigação – que a equipa da Póvoa de Varzim não podia correr porque ficara sem seguros, desportivos e responsabilidade civil, ainda assim, para impedir a LA-MSS de competir, sendo que nada no campo disciplinar desportivo o justificasse (situação que se mantém, aliás), fez reunir o Comissão de Estrada, órgão consultivo, sem poderes deliberativos nem decisórios – a decisão será sempre, mas sempre, da FPC, para... aconselhar as Organizações a não convidarem a LA-MSS, omitindo que, mesmo que fosse convidada não poderia competir sem seguros.

(A reunião da CE não serviu para mais do que para aligeirar, em relação à FPC, o ónus do afastamento compulsivo da equipa, e assim sacudiu a água do capote porque “foi a Comissão de Estrada que decidiu...”)

Era desconhecido do grande público que a Companhia que garantia os seguros dos poveiros tinha rescindido unilateralmente e de imediato, a seguir ao “circo” montado pela Polícia Judiciária, com a conivência, talvez apenas ignorância, das televisões que mostraram uma mão cheia de nada (em concreto foi, é-o até ao momento, nada!).

Como volto a falar da Companhia Seguradora, e como fui mal interpretado da primeira vez que aqui me referi à situação do cancelamento dos seguros, reitero que conheço perfeitamente a política da empresa no que diz respeito à defesa da sua imagem, política que não só respeito como aceito e aplaudo.

Porque não tinha seguro, a LA-MSS nem sequer se apresentaria nas corridas que se seguiam ao rebentamento do “caso”. Não sei qual foi a reacção da Associação de Ciclismo do Algarve – que organizou as três Clássicas algarvias –, nem da Abimota e não me recordo agora, assim de memória, se a PAD/JLS se manifestou, porque se avizinhava o GP Correio de Portugal; infelizmente – digo-o do fundo do coração porque desde há mais de 15 anos sinto uma forte empatia, em relação ao Troféu Joaquim Agostinho – apenas a UDO se apressou a anunciar publicamente que contactara a LA-MSS para lhe dizer que o convite que atempadamente lhe fora endossado... ficava sem efeito.

Tudo isto, e também já o escrevi, teria sido evitado se, em vez de se ter apressado a descobrir maneira para, de moto próprio – ainda que ancorada na tal Comissão de Estrada – impedir a equipa de correr, a FPC tivesse pura e simplesmente anunciado que a LA-MSS não estava em condições de poder correr porque... não tinha seguros!

Ainda aqui não referi aquilo que, porque é o mais importante disto tudo, deve ser sublinhado: está-se a impedir, ou a tentar impedir 18 profissionais de, normalmente – porque nada pesa sobre eles, a não ser uma diáfana suspeita – desempenharem a sua profissão. Está-se – lá venho eu outra vez com a Constituição... –, está-se a atropelar um dos Direitos Fundamentais deste grupo de Cidadãos que é o do Direito ao Trabalho. Para além de se estar a prejudicar, em dimensão ainda não apurada e muito difícil de vir a ser apurada na sua real grandeza, as empresas e marcas que patrocinam a equipa.

Porque se sente responsável pelo equilíbrio económico de 17 – para além da sua própria – famílias, o Manel Zeferino correu Seca&Meca, levou muitas negas – devido ao impacto do acontecido – mas conseguiu que uma outra companhia segurasse a equipa.

E reitero que a FPC tinha que saber, tanto que informou a UCI e esta, perante a ausência de seguros, chegou a cancelar a licença desportiva da equipa. Situação entretanto, e como demonstrei aqui, foi emendada logo que, outra vez através da FPC, chegou à Suíça a cópia da nova apólice.

Então, porque é que, outra vez numa anormal sequência de reuniões com a Comissão de Estrada – onde, desta vez, já não esteve representada a Associação de Equipas – a FPC insiste no conselho para que as Organizações não convidem a LA-MSS?

E como é que, como hoje mesmo foi possível ler, uma Organização espanhola, depois de fazer aquilo que deve ser feito – contactou a UCI e perguntou se a LA-MSS podia correr, ao que lhe responderam que sim, naturalmente, porque está devidamente inscrita, porque nem sobre a equipa, nem sobre os seus corredores corre qualquer acção disciplinar no âmbito desportivo - vai levar a equipa a correr a Volta à Comunidade de Madrid?

Ainda hoje, o Record avançava que a LA-MSS não vai ser convidada para a Volta a Portugal, notícia que a RTP respigou para a sua página de teletexto.

Isto é, a UCI não vê porque é que a LA-MSS não há-de correr; uma organização espanhola convida-a para correr e em Portugal, por sugestão (ok, ok... conselho) da própria FPC... a equipa está impedida de correr, os seus trabalhadores impedidos de trabalhar...
E é real a hipótese de, numa atitude que os portugueses dificilmente vão compreender muito menos aceitar, a equipa vir a ficar de fora da Volta a Portugal.

Isto porque não há ainda um ano o Director-técnico da PAD/JLS veio a público justificar a presença de equipas espanholas na Volta a Portugal - equipas que não eram aceites por outras organizações – esgrimindo, e bem, que não competia a um organizador julgar ou condenar equipas ou Corredores se sobre eles, e em termos disciplinares, mesmo no âmbito da UCI, não havia nada.

E irá fazê-lo em relação a uma equipa portuguesa?

Porquê?

Há-de haver uma razão.
Gostaríamos era todos de saber qual.

Somos levados a pensar que a FPC sabe mais do que aquilo que veio a público. Mas, também aqui não se percebe a sua actuação.

Se tem conhecimento de qualquer factor que pode impedir a equipa de correr, e teria de ser sempre qualquer situação que caísse sob a alçada da justiça desportiva, o que a impede de actuar?

Está-se à espera que a PJ conclua que pode provar um eventual caso de tráfico de produtos dopantes? Mas isso é e será sempre um caso de polícia. Não deve nem pode ser arrastado para a área desportiva, até porque não encontrará base legal para acontecer.

A nova Lei sobre doping e práticas proibidas no desporto ainda não foi aprovada pela Assembleia da República e à luz daquilo que neste momento pode ser usado, a eventual posse desse tipo de produtos não está enquadrada nos regulamentos desportivos.

Simplificando: a justiça desportiva actuará se um corredor for apanhado num controlo positivo. Só nesse caso – para além da aberrante equivalência de uma não presença de um corredor no local por ele indicado, quando de um controlo surpresa, a um caso positivo –, só se acusar positivo a justiça desportiva pode actuar.

Os Corredores que receberam a visita da PJ, mais dos delegados da CNAD, foram sujeitos a recolha de urina para posterior análise. Mas isso foi há um mês. Anda não há resultados? Então se não há... “castigá-los” porquê?

Pelo menos posso adiantar algo… menos negativo.
A organização do Troféu Joaquim Agostinho já questiona a possibilidade de, afinal de contas, poder vir a retirar... a retirada do convite.

Que tudo isto está uma grande embrulhada, lá isso está.

Por isso eu deixo um apelo:
Deixem aqueles profissionais trabalhar; deixem-nos ganhar o dinheiro com o qual governam as suas casas; dão de comer aos seus filhos.
(Como diz o anúncio da TV…)
Não é por mim... é por eles!

quinta-feira, junho 19, 2008

II - Etapa 103

JÁ NÃO EXISTE IMPEDIMENTO ALGUM...


Isto tem a ver com uma série de informações avulsas que - embora tardiamente - lá conseguiram "dizer-nos" que a LA-MSS não estava de fora do pelotão por causa de uma patética decisão de uma virtual Comissão de Estrada, mas porque - e isso, de facto, era verdade - tinha ficado sem seguro deportivo.


Pois bem, e já o adiantaram, a equipa de Manuel Zeferino já conseguiu contratualizar com outra companhia o seguro colectivo da sua formação, entregou-o na FPC e esta enviou-o para a UCI.

E a UCI já o recebeu e aceitou como válido.

(Como aqui mostro, sendo que já lá não está o inditoso Bruno Neves...)


Descodificando... a partir deste momento, nenhuma organização pode impedir a inscrição da equipa da Póvoa de Varzim. Porque não pode?... Porque segundo os Regulamentos é "obrigada" a convidá-la.


Neste momento só temos pendente a participação da equipa no Troféu Joaquim Agostinho... Vamos esperar mais 24 horas para dar oportunidade aos jornais de nos esclarecerem...

II - Etapa 102

MAIS DO QUE MERECIDO

Decidiu a Junta da Freguesia da Cidade de Alverca do Ribatejo agraciar um dos mais conhecidos - ainda que adoptivo - "filho" da terra.

Trata-se do Francisco - Chico, para os amigos - Araújo, sacavenense de nascimento (e Sacavém já, por mais de uma vez, o agraciou) mas alverquense de coração.

É justíssima a homenagem que estão a preparar ao Chico, velho amigo - tirem esse sorriso parvo das vossas caras, que este é um dos amigos verdadeiros que tenho e ainda hoje falámos -, e que acontecerá no próximo dia 11 de Julho.

Vou lá estar amigo. Porque você merece este reconhecimento.

Porque entre os "jornalistas" de Ciclismo de hoje, ninguém sabe quem você é e eu, como um dos mais velhos não permitirei que passe despercebida esta homenagem.
Um abraço apertado, como aquele que só dois amigos verdadeiros podem trocar.

E o meu amigo tem tanto a certeza de que eu sou seu amigo, como eu tenho a certeza que, ainda que apenas por bondade sua, me tem na sua lista de amigos. O que para mim significa muito mais do aquilo que o amigo possa imaginar...

quarta-feira, junho 18, 2008

II - Etapa 101

E SE NOS PREOCUPÁSSEMOS,
ANTES DE MAIS,
EM PROCURAR A VERDADE (PARTE 2)

(acrescentado FACTO)

No artigo anterior falo de Justiça e de Verdade.
Sigamos em frente, olhos postos nas mesmas metas.

Sou pela Justiça, anseio por que a ela se chegue rapidamente, desejo que seja justamente exercida, não discutirei ou porei em causa as decisões que vierem a ser tomadas.
Sempre, e com essa única obrigação que é o de Ela, a Justiça, não fuja nunca à Verdade.

Não a qualquer verdade. À Verdade.

Por isso coloquei em causa algumas coisas que li.
Porque, e como escrevi, consciente ou inconscientemente, há coisas que se escrevem que se proporcionam a interpretações erradas. Ao aparecimento de muitas “verdades”.

Até se pode dar aos leitores, amantes do Ciclismo, uma série de dados dispersos, ainda que cronologicamente alinhados, e se deixe que cada um faça a sua leitura, mas há “truques” que não podem ser usados.

Deixar uma lista de factos é uma coisa, deixar “comentários” disfarçados de factos, é outra. E esta é perigosamente perniciosa.

Já o escrevi mais do que uma vez, toda a gente tem direito a ter a sua opinião. Era o que faltava, eu não reconhecer isso se eu próprio me bato pelo direito de ter a minha. Mas a opinião é um exercício que nos media tem, obrigatoriamente de ser separado da informação. Claramente identificado. E isso acontece na esmagadora maioria das vezes.
Mas cada vez mais vou detectando uma crescente promisquidade entre uma coisa e outra. Em coisas tão simples como a apresentação cronológica de “factos” que, mesmo que inadvertidamente – e o contrário seria duramente condenável – induzem quem lê num erro, sendo que esse erro é perfeitamente identificável: é arregimentar terceiros a uma opinião disfarçada que o leitor terá tendência a partilhar, uma vez que “viu escrito”. Que leu. Que “veio no jornal”.

Ligar declarações de uma pessoa com muitas responsabilidades no Ciclismo, como é o seu presidente, que há seis meses afirmou saber da existência de uma investigação policial relativa ao tráfico [em Portugal, deduz-se] de produtos dopantes a um caso concreto que, muitos meses depois, envolveu uma equipa, quando, passado um mês dos acontecimentos que todos conhecem ainda não há uma única conclusão palpável, é arriscado. E distorce e practicamente desloca a informação revelada então pelo presidente da FPC para este caso.

Quem viu e quem leu ontem o artigo a que me refiro não ficará com muitas dúvidas. “Era deste caso que o presidente falava”. Seria?
Fica a insinuação. É já impossível “apagar” da cabeça de milhares de leitores que sim, era, e isso impede-os, aos leitores, de olharem o caso com imparcialidade, lá está… porque foram induzidos a formar uma opinião pré-formatada. A esmagadora maioria dificilmente voltará atrás e a equipa em causa passa a ser vítima de um pré-conceito.

Depois, e sempre com o mesmo caso como pano de fundo, recupera-se – vá lá perceber-se onde é que foi possível encontrar uma ligação entre as duas coisas – o caso do chamado Acordo-Comum. Uma combinação entre a associação patronal (a das equipas), dos Corredores, da própria federação. Mais da Comissão Nacional Anti-Doping. Por acaso o artigo ainda poderia ser mais negativo para a equipa, se se tivessem lembrado de acrescentar que esta equipa não faz parte da associação patronal. Isso levantaria ainda mais dedos indicadores na sua (da equipa) direcção. Se não acusadores, pelo menos carregados de suspeitas.
O que é que uma coisa tem a ver com a outra?
Maus uma vez é dada uma “ferramenta” ao leitor, ferramenta com a qual ele não vai saber trabalhar mas que é levado a querer usar contra a equipa.
E carrega-se na intenção, propositada ou não, de passar a tal opinião pré-formatada. Que o leitor, aceitará porque “leu no jornal”, “vinha no jornal”.

Aqui, neste segundo ponto, o facto de voltar a sublinhar-se que o tal Acordo-Comum abortou, mantendo-se a opção de o sustentar apenas na versão de uma das partes, é quase descartável. Não tem mesmo nada a ver com o caso, é um mero exercício de má fé.

O terceiro ponto é inadmissível.
Não se pode ligar a informação de há seis meses, que haveria uma operação policial direccionada para a investigação de tráfico de produtos dopantes, com “as dificuldades” levantadas pela APCP e com o que aconteceu a esta equipa… à morte de um atleta.
É uma insinuação criminosa que mancha a honra de muita gente. Sem qualquer espécie de prova na qual assentar esta ligação.
Não é mau, é péssimo. E perigoso… para além de nojento.

O quarto ponto conta a história da operação concreta levada a cabo junto desta equipa. Será a consequência da investigação anunciada em Dezembro? Então, está-se a dar ao leitor a ideia de que só esta equipa estava sob suspeita. E era? Há provas? Dados concretos? Porque não o foram ainda tornados públicos?
Carrega-se ainda mais a tal intoxicação da opinião pública. Não tenham dúvidas, a esmagadora maioria de quem leu aquilo já tem a sua opinião formada. Com tanta “ajuda” para quê parar, tentar ligar os factos (verdadeiros, os únicos) de que realmente se dispõe e, a partir desses sim, formar a sua própria opinião? Não achará que valha a pena. Comprou uma por 75 cêntimos.

Ah… pelo meio semeiam-se inverdades. Francamente não me recordo se esta “cronologia” já estava feita e tinha sido usada e agora só foi actualizada. Não me recordo mas há-de estar no meu arquivo. Se é este o caso, devia-se ter emendado as inverdades que, há 25 dias atrás até o não eram, mas que entretanto foram corrigidas.
Como a das rescisões dos contratos com a equipa, por parte da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim e dos dois principais patrocinadores. Já há muito se sabe que isso não aconteceu. Até podem estar… suspensos, como se diz, mas nunca foram rescindidos. O único que o foi, foi-o pela companhia que segurava a equipa.




Oiçam ...
macedo_2.wma -

Convenhamos que, tudo somado, é objectivamente negada à equipa em causa o direito à presunção de inocência e ao ser-lhe negado este direito está-se a colocá-la em situação dificílima.

Não se admirem que, apesar destas e de outras intoxicações da opinião pública, tudo isto não venha a acabar exactamente como o famoso “caso do apito dourado/final”.
Eu não apostaria o meu pescoço.
Mas a ferida aberta nesta equipa de Ciclismo levará muito mais tempo a sarar do que vai acontecer com a outra, a de futebol.

E torno ao princípio.
Queremos Justiça. Todos.
Mas parece que há quem tenha pressa em fazer justiça. Quando ainda não há indício sequer de que estamos perto da Verdade, que justiça poderá ser feita?

II - Etapa 100

E SE NOS PREOCUPÁSSEMOS,
ANTES DE MAIS,
EM PROCURAR A VERDADE (PARTE 1)

Vivemos, felizmente – embora haja dias em que acordo com muitas dúvidas – num Estado de Direito o que, explicado como se fossemos todos “uma criança de cinco anos”, significa que todos somos iguais perante a Justiça, isto ao abrigo de uma Lei sustentada na Constituição Portuguesa.

A Justiça, e a sua (boa) aplicação é fundamental num Estado de Direito mas, não sei se perceberam o porquê daquele parêntesis ali atrás, só há um caminho que leva, seguramente, à Justiça enquadrada pela Lei Fundamental, que é a Constituição: o caminho da verdade. E, apesar de ser corrente dizer-se que a cada um a sua verdade, o facto é que só há uma verdade. Ou a palavra – e o conceito em si – deixaria de ter significado.

Se queremos Justiça, antes temos que procurar a verdade. E também aqui não vale usar atalhos para lá se chegar. A verdade é frontal, tem contornos perfeitamente definidos. É “a” Verdade.

Nos últimos dias abstive-me de escrever fosse o que fosse, porque a escrever, só podia ser sobre a questão do momento.

O “caso” da equipa do Póvoa Cycling Clube.

E já percebi – não terão percebido todos? – que, não o duvido, há muita gente à espera que seja feita Justiça mas, infelizmente, a esmagadora maioria quer lá chegar a qualquer custo, tenta mesmo descobrir atalhos em terrenos nunca pisados.

Esquecem aquilo que lembro na abertura deste artigo.
A Justiça, para ser justa, e o contrário não é Justiça, será sempre alcançada seguindo, não é o trilho, é a “auto-estrada” da verdade. Que só pode ser uma.

E neste momento, que verdade temos?

Ou devo dizer, para ser honesto, que verdades temos?

Permitam-me o exercício…

Para achar, entre as várias “verdades”, aquela que é, realmente, a Verdade, convém observar algumas normas inapelavelmente obrigatórias, definitivamente não descartáveis.

Comecemos pelos factos.
É um bom começo, acreditem.
Factos são pequenas peças da Verdade. Porque enquanto factos são indesmentíveis e incontornáveis. E não deviam ser passíveis de manipulações, consciente ou inconscientemente maldosas. Pelo menos.

Porém, e ao mesmo tempo – convém que seja ao mesmo tempo; mais, convém que, enquanto norma obrigatória para a busca da Verdade, seja ao mesmo tempo – escrevia, ao mesmo tempo que olhamos os factos que. como factos que são, não têm duas leituras, são o que são, convém não os olharmos com antecipada opinião formada.
Não faria sentido.

Se estamos à procura da Verdade, se temos que começar por um princípio, o mínimo que devemos fazer é abstermo-nos de ir além daquilo que os factos nos dizem, momento a momento. O contrário enquadra a tal opinião já formada. Que corre todo o risco de estar errada.
Pois se ainda não se sabe a Verdade!...

Vamos então aos factos… e se eu me esquecer de algum, peço-vos, por favor, que entrem nesta discussão para a qual, nem seria preciso dizê-lo, todos estão convidados, desde que se mantenha por aqui o habitual clima de urbanidade e boa educação.

. Facto - Fará amanhã exactamente um mês que as instalações do clube da Póvoa de Varzim, as suas viaturas de apoio e as residências de vários dos componentes da sua equipa profissional de ciclismo foram alvo de busca e arrestamento de presumíveis produtos e equipamentos que a própria Polícia Judiciária (daqui para a frente, PJ) fez questão de publicitar em comunicado no seu sítio oficial na internet;
. Facto – Numa réplica daquilo que faz quando apanha moeda falsificada, droga apreendida ou armamento ilegal confiscado, a PJ chamou as televisões e expôs a “sua montra”.

Todos vimos;
. Questão – Vimos… o quê?
. Facto – Toda a CS, sem excepção, “viu” aquilo que no momento, e a quente, poderia “valer” como notícia (daí termos lido, visto e ouvido de tudo; desde sangue “congelado” a hormonas de crescimento e Eritropoietina… para não falar dos comprimidos que pareciam ben-u-on mas que “de certeza” seriam algo muito mais escandaloso.
. Facto – Ao contrário das outras vezes, a PJ não conseguiu ser precisa;
. Facto – Até hoje, falta um dia para se cumprir todo um longo mês, não voltou a pronunciar-se;
. Facto – a operação da PJ foi levada a cabo - tirando o tapete àquilo que todos de imediato pensaram – pela improvável Direcção Central de Investigação da Corrupção e da Criminalidade Económica e Financeira (DCICCEF) – ver em
http://www.pj.pt/cgi-bin/news.pl?action=viewarticle&id=3820
. Questão – Porque é que todos viram “Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira”, e todos “leram”… caso de doping. De doping massivo?

Que parte da Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira é que não terão percebido?

Eu ajudo: a PJ está, está sim, a seguir uma pista – mas não era isso que os denunciantes imaginavam, muito menos desejavam! – de um presumível caso de tráfico de produtos potencialmente enquadrados na lista dos proíbidos pelos regulamentos anti-doping.

A PJ está a investigar uma presumível acção de… contrabando (esta palavra já conhecem, não?) de medicamentos.

Como estes, presumivelmente, serão “comprados” indevidamente, isto é, sem o respectivo receituário, o que se presume, também, só aconteça a troco de compensações financeiras, é um caso de corrupção; como presumivelmente entrarão no País de forma dissimulada, logo, ilegal, isso é passível de se enquadrar na criminalidade económica e, finalmente, como “contrabando”, o que significa, entrando no País, para uso próprio ou até para revenda, e estando livre do pagamento do respectivo imposto, cai no quadro do delito financeiro.

É!... De facto é apenas isso, uma questão de saber ler português.

E, claro, não se avançar de peito aberto com opiniões – ou suposições – pré-formatadas.
A tal ânsia de querer chegar à verdade usando para isso arte e manhas e preconceitos que não são honestamente aceitáveis.

(Mas eu já o escrevera e só não o teve em conta quem a soberba impede de aceitar que esta(va) a seguir uma pista falsa.)

. Facto – A PJ, seja lá qual a Direcção que ponha em campo, não tem jurisdição para intervir nesses casos que todos pensaram, ok, escrev-o em medos: de doping;
À PJ, até eu, com uma receita médica válida, justifico a posse de produtos que normalmente seriam considerados… droga.
E perante isso, perante a apresentação desse documento, nada poderiam fazer.

Até por isso foi patética aquela cena televisionada e não me admiraria nada que o responsável pela… “ideia” não tenha já sofrido as consequências.


Ridicularizou a Instituição, diminuiu-lhe a credibilidade.
E há outra coisa. E é o preço que temos que pagar por o jornalismo de investigação ser residual, em Portugal. E porque é que o é? Também será fácil de perceber…

Quando não sabemos uma coisa, e porque é nossa obrigação, mais do que informar, formar quem, necessariamente, sabe menos que nós – ou então andamos a fingir que somos aquilo para que não estamos preparados ser -, quando não sabemos uma coisa, dizia… perguntamos.

Curiosamente, foi numa viagem de comboio que, vindo o tema a lume, um amigo me desarmou completamente ao chamar-me a atenção para uma coisa tão lógica que, sinceramente, fiquei envergonhado.

Foi só isto: seja por que motivo for, se uma autoridade policial – também seja ela qual for – pode, porque tem um mandado judicial, revolver-nos a nossa casa e apreender o que achar que pode ser suspeito, mas tudo o que for retirado é obrigatoriamente discriminado, em género e quantidade, em documento, pelo menos com um duplicado que tem de ser assinado quer por quem arresta, quer por quem é alvo do arrestamento.
Simplesmente elementar.

Impossível de não ser feito, caso contrário, podiam levar-me o meu maço de SG Gigante e depois entregar na esquadra, ou posto, ou sede ou delegação, conforme a força policial em questão, um pacotinho cheio de… só para ser light, “erva”.
Não podem.


Porque ao entregarem o arresto, entregam um documento chancelado pelas duas partes.

Quem levou assume que levou aquilo, quem foi alvo do arresto, reconhece, assinando o respectivo documento, que tinha “aquilo” na sua posse.

Por isso, todos os elementos da equipa em causa terão em seu poder documentos que os iliba - na esmagadora maioria dos casos, sim, definitivamente sim - perante qualquer julgado.

Ora, se até hoje – partindo do princípio que a DCICCEF apreendeu mesmo alguma coisa ilícita (e eu sei que apreendeu em casa de dois corredores) – a PJ tem estado calada, digam-me lá, fazendo a pausa que acharem necessário fazer, mais curta ou mais longa, conforme o vosso intelecto permitir, porque será?

Eu digo: porque, fosse o que fosse que tenha sido apreendido foge à jurisdição da DCICCEF.
E como foi obtido numa operação policial, não pode, porque existe essa falha na Lei – como existia em Espanha, aquando da celebérrima Operation Puerto -, essa presumível prova ser usada pelas autoridades desportivas.

O que é que não perceberam?

Não quero acreditar que, pelos menos os iniciados no fenómeno Ciclismo, que sabem, inclusivé, de todos os seus podres - que nunca ninguém negou existirem – tenham tomado como possível que uma operação do departamento aduaneiro da PJ pudesse vir a ter quaisquer repercussões em termos desportivos.

À primeira todos caiem.
À segunda só cai quem é... menos dotado em termos de inteligência.

Eu sei que estou a ser longo, e ainda falta escrever muita coisa, mas também sei que, quem está mesmo interessado em se sentir minimamente informado, vai continuar a ler até ao fim.

Volto quase ao princípio para recordar que esta operação da PJ foi desencadeada a partir de uma denúncia. Sabia-mo-lo todos practicamente desde o princípio.

Por acaso, eu fui avisado, ainda que não claramente, de que “hão-de apanhá-lo”.

Até hoje não consegui descobrir quem me enviou aquela mensagem, mas eu sei, porque andei lá o tempo suficiente para o saber, que em qualquer quiosque se compra um cartão para o telemóvel, com 5, 10, 15 ou 20 euros de plafond, e depois se deita o cartão fora. Por isso desisti.

Recapitulemos:
Explicado – e podem tentar desmontar o que escrevi, a ver se são capazes… – o que realmente aconteceu e, por mero acaso, foi sonegado ao grande público (sorte a vossa minha cara meia dúzia de leitores), neste momento ninguém tem nada contra ninguém.

A não ser os venenosos escritos que já alastraram e se espalham por, pelo menos três títulos.
Mas eu digo quais são para que não subsistam dúvidas.
Serei tudo o que quiserem, mas cobarde… não!
O Jornal Ciclismo, a revista Visão, curiosamente num artigo assinado pelo editor do Jornal Ciclismo e, para grande surpresa minha, O Jogo, na sua edição de ontem.

E não conto aqui com o ridículo exercício de adivinhação tentado pelo Record...

Mas antes disso…
Antes disso e num trabalho da Agência Lusa, a Federação Portuguesa de Ciclismo fez o que pode para desviar as atenções. Claro que terão sido os primeiros a perceber que a orquestração montada não ia dar em nada e apressaram-se a abrir uma segunda linha de discussão, assim tipo diversão para esconder o que era, de acto, importante.

A rábula da birra do CNAD que pediu ao IDP que não gastasse mais dinheiro dos contribuintes no chamado “Acordo Comum”, subscrita - a rábula - pela FPC que acusou, em comunicado difundido por aquela agência, a Associação Portuguesa de Corredores Profissionais de estar a emperrar todo o processo porque, cito de memória, «em resposta a uma carta enviada, todos aceitaram, com a excepção da APCP que nos remeteu uma carta nitidamente redigida por uma pessoa de direito [sic]…», como se isso fosse, sei lá… um “crime”.


Como se, vendo os direitos dos seus associados ameaçados, a APCP não tivesse o dever de pedir à sua consultora jurídica um parecer!...
Porque é que ninguém denunciou esta posição absolutamente prepotente da Rua de Campolide?
Que jornalismo fazemos?
Que jornalismo vendemos?
Onde mora o compromisso com a Verdade das coisas?

E depois disto houve mais.
A FPC convocou a chamada Comissão de Estrada – que, diga-se em abono da verdade, não está consignada em parte alguma nos regulamentos da própria FPC (embora tenha, juridicamente, razão de existir… mas existe mesmo? Legalmente existe? Digam-me em que número do Diário da República ela foi reconhecida!...) que, de qualquer dos modos, nunca passará de um órgão consultivo, sem poderes decisórios nem de parecervinculativo, e dessa reunião terá feito sair um comunicado no qual “aconselhava” as organizações de corridas a não convidarem uma equipa que – todos o julgavam, porque até isso foi escondido, e ninguém o sabia? -, pelos regulamentos da própria FPC as organizações são obrigadas a convidar.

Aqui o “caso” – e o somatório de casos por explicar, ou então mal explicados, são tantos e tão comprometedores… - toma a forma de ridículo.


Deixa perceber que se instalou na Rua de Campolide um “estado” estalinista que julga poder controlar tudo e todos.
Vale-me que não me podem mandar para a Sibéria!

A equipa da Póvoa dispensava o “conselho” da FPC - da Direcção da FPC, porque o estratagema da Comissão de Estrada não pega, sendo claro que não tem poderes deliberativos nem vinculativos (a Direcção da FPC pode ouvi-la, mas a decisão será sempre dela, da Direcção da FPC) - porque não podia correr mesmo uma vez que a Companhia de Seguros com a qual tinha contrato – e posso dizer que à borla, a troco de publicidade – mal rebentou o “escândalo” de imediato denunciou o contrato.

(Este tema já o discuti com quem de direito e, acho, ficou esclarecido. Fui eu o primeiro a reconhecer que a atitude da companhia se enquadrava perfeitamente na sua política desportivo/empresarial, e isso não é passível de discussão. Todos os de boa vontade o compreendem e aceitam.)

E também já aqui deixei escrito: porque é que, e não havia maneira de não o saber, a FPC omitiu a informação de que a equipa estava sem seguros, logo, não podia correr e, “socorrendo-se” de uma patética “decisão” de uma inerte Comissão de Estrada tentou “vender” a ideia de que… estava a “castigar” a equipa?

Há-de haver uma explicação para isto…
Mas, e o povo tem sempre razão, mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo.


Acabou por vir a público que a companhia de seguros denunciara o contrato que tinha com os poveiros. Quem sabe alguma coisa de ciclismo percebeu que, assim, ela não podia correr, não valia a pena convidá-la.
Quem julga que sabe (espelho meu, espelho meu!...) debita baboseiras.

Entretanto, e não havia maneira de o esconder, a equipa encontra outra companhia que acredita nela, que a segura, os documentos são entregues na FPC, esta não tem como evitar aceitá-los e volta a público com uma meia-verdade: os Corredores, tendo toda a documentação em ordem, não podem ser impedidos de correr pelo que, cito de memória, «os portugueses até já estão inscritos para os Campeonatos Nacionais e os espanhóis também poderão correr os campeonatos do seu país».

Outra vez o gato escondido com o rabo de fora e sem que ninguém tenha tido a coragem de apontar o dedo. Oficiosamente, através da imprensa, porque não existe comunicado nenhum, soube-se, ao mesmo tempo, que a equipa tinha estado sem seguros mas porque já os tinha os corredores, que até já estavam inscritos, podiam correr os campeonatos nacionais.

Já estavam inscritos?…

Mesmo sem seguro?
Estranho.
Muito estranho…
Mas quem não quer parecer o diabo não lhe veste a pele.

E já agora... se os Corredores podem correr já que nada, legalmente, os impede, embora tenha, pudicamente subtraída essa informação, a Equipa também pode.

E, recordo, pelos regulamentos da FPC as Organizações são obrigadas a convidar todas as equipas Continentais portuguesas.

Ok, na Volta a Trás-os-Montes e no GP Correios, a eqipa não tinha os seguros em dia, não podia correr.

E, uma vez que os Corredores vão poder participar nos nacionais... será que a UDO vai manter a promessa de não convidar a equipa? Pode?

E para aqueles a quem a informação passou despercebida, acrescento: a operação desencadeada pela PJ há um mês estava, segundo li, prevista só para Julho.

Porquê só para Julho se na mesma notícia se diz que as investigações correm desde Fevereiro? Para impedir a equipa de ir à Volta a Portugal? O que agora parece já não ser possível concretizar?

E, noutro âmbito... como é que dois Corredores pretensamente faltodos a um controlo inopinado, em Fevereiro, só são castigados... quatro meses depois, mesmo á medida para não correrem a Volta, ainda por cima dois jovens de comprovado valor? Se a isto juntarmos o castigo aplicado ao Tiago Machado, o ano passado... deixem-me deixar ma pergunta no ar:

Se a FPC existe para defender a modalidade... ainda bem que não há - tanto qanto eu saiba - qum lhe queira mal!...