quarta-feira, junho 25, 2008

II - Etapa 109

QUE UMA BOA ESTRELA OS ILUMINE
(re-editado às 0.00 horas do dia 26 de Junho)


No passado sábado, ainda que apenas por telefone, a organização do Troféu Joaquim Agostinho emendou a mão e fez saber ao Manel Zeferino que, afinal de contas, a nota que anulava o convite original, era para ser esquecida.

Isto é verdade, foi testemunhado por terceiros, um dos quais é meu amigo e me fez chegar a informação. Não há como negá-la.

Quando mo contaram - não não foi o Manel - acreditei que, finalmente, prevalecia o bom senso. E neste mesmo artigo (agora reeditado) escrevi que se esvaziavam as as hipóteses de a PAD-JLS não convidar a equipa para a Volta a Portugal...

De excluída, depois de lhe ter sido cancelado o convite, a LA-MSS passou a possível reforço do pelotão da mais antiga corrida internacional portuguesa, aquela que no nome homenageia o maior Corredor português de sempre.

Espero que a memória e o respeito que é devido ao nome do Joaquim Agostinho, e porque continuo a achar que a Organização do Grande Prémio Internacional de Torres Vedras é servida por Homens e Mulheres verdadeiramente amantes do Ciclismo, estejam presentes na anunciada reunião agendada para o próximo sábado na qual, cito a agência Lusa, «a UDO vai reunir-se com os patrocinadores da equipa e o presidente do Póvoa Cycling Clube [que é um dos patrocinadores] para 'averiguar'o seu interesse em participar na prova».

Para «averiguar» do interesse dos patrocinadores em terem a sua equipa de volta?
Do interesse do seu presidente em ter a equipa de volta?

Eu sei o quanto um pequeno deslize na redacção de uma notícia a pode ferir de morte.
Ao fim de 22 anos a escrever notícias sei-o bem.

Mas, confesso-o, estou de pé atrás, em relação a essa reunião.
E explico porquê.

Já aqui o deixei escrito e documentado que a FPC «propôs à direcção da equipa acabar com todo este 'espantoso' processo com uma troca também ela espantosa: Entregar de bandeja a 'cabeça' de quatro elementos da equipa...»

Receio que ao Luís Almeida seja posta, sem hipóteses de discução, esta mesma «proposta».
Receio que, para "salvar" a equipa, ele ceda à pressão.

Honestamente, embora não tenhamos convivido assim tanto, tenho o Luís Almeida como um homem de bem, que muito tem vindo a dar ao Ciclismo desde há 12 anos, mas adivinho-lhe o drama com o qual terá de lutar. Acredito que ele é um homem para não abandonar os amigos, mas o empresário - que tanto dinheiro já gastou na modalidade - não se sobreporá ao homem?
Porque tenho quase a certeza que a reunião de sábado vai centrar-se nesta questão.
«Correm com estes quatro da equipa para fora e esquecemos tudo. Fazem as malas e vêm para Torres e participam no Troféu Joaquim Agostinho.»
Sendo que isto praticamente abre as portas da Volta à equipa (sem aqueles quatro elementos).
Mas, como mais ninguém o faz, não ficaria de bem comigo mesmo se não voltasse atrás e tornasse a recordar que a PJ apreendeu, de facto, no domicílio de dois Corredores da equipa medicamentos em cujo composto há produtos proíbidos constantes na lista da UCI (que, e isso não sabemos ainda, pode ser um xarope ou uma pomada contra alergias).

Curiosamente, até hoje, a nem a FPC nem o CNAD disseram nada. OK, aceito e até aplaudo, que não se atire com o nome dos Corredores em causa para a lama; admito até que já corram procesos disciplinares contra esses mesmos Corredores. E, de facto, se estão ainda na fase de instrução não têm que ser tornados públicos.

Mas o que me preocupa, deveras que preocupa, é o facto de, alguém - quem mais senão o seu presidente? - de dentro da FPC propôs ao clube da Póvoa o "enterramento" de todo o caso se este se auto-decapitasse.

É que, se a FPC, ou o CNAD, ou o Ministério Público tivessem alguma coisa de concreto sobre estas quatro pessoas - claro que sei quem são e vocês iriam ficar admiradíssimos com alguns dos nomes - tinham à sua disposição um leque alargado de Leis e regulamentos para as afastar do Ciclismo.

E se o não fazem, assim, limpamente, sem margem para que aconteçam más interpretações... então por que o não fazem?

Eu diria que o futuro da equipa da Póvoa está nas mãos do Luís Almeida.
Está mesmo e não tenho a mínima inveja dele, na situação em que está.

Para mim, sempre foi um homem integro, agora... será capaz de resistir à pressão imposta pela federação?
Ainda por cima quando da sua decisão depende, mais do que a carreira dos Corredores, ou técnico, ou massagistas, ou mecânicos da equipa... o retorno, ou não, do investimento que ele próprio fez.
É do caraças!

Parece que a resolução de todos os problemas do Ciclismo português passam pela aniquilação da equipa da Póvoa. E não falta quem escreva até ter cãibras nos dedos na defesa desta... verdade.

Ok... eu deixo-vos (se é que o não sabem ainda) outro desafio:
Qual é a equipa, portuguesa, de topo, que já este ano teve um caso de doping positivo, o qual foi "abafado" por todas as instituições?

4 comentários:

Nuno Inácio disse...

Sendo verdade (segundo consta será mesmo), a camisola amarela e o dorsal 2 serão pertença de Xavier Tondo (LA-MSS) VENCEDOR DA EDIÇÃO DE 2007, de forma completamente limpa.
Para complementar o que dizes sobre o Manuel, o Tondo o ano passado chorou quando teve a certeza que ia vestir a amarela no fim do cr de abertura do troféu.
Chorou porque só o Manuel tinha acreditado nele, e ele estava a conseguir provar que o "mister" tinha razão.

maisumpontodevista disse...

Porque razão não pode divulgar a equipa do tal ciclista suspeito? Fico com a sensação que o tal suspeito é do Benfica. A ser assim, percebo porque razão abafaram o caso. Mesmo drogado o dito indivíduo nada ganha, deve ser mesmo bom...

pz disse...

Eu gostava que voce tivesse um pingo de respeito pela memoria de Bruno Neves, e que dai conseguisse retirar as ilacoes devidas que lhe permitissem rever a sua patologica e insustentavel visao sobre o doping no ciclismo. Ainda nao percebeu? Ainda nao viu o que aconteceu? Acorde.

mzmadeira disse...

Como não é suficientemente Homem para se identificar, não acredito que tenha os ditos cujos para se explicar... mas fico à espera.