quarta-feira, junho 25, 2008

II - Etapa 107

E SE NOS PREOCUPÁSSEMOS,
ANTES DE MAIS,
EM PROCURAR A VERDADE (PARTE 5)


Resolvi separar as coisas para que se não confundam, sendo que, facilmente vão perceber que este artigo é a continuação pura do anterior.

Convém avisar desde já que não sou advogado de ninguém; mais, ninguém me “encomendou” coisa alguma. O que a seguir vão ler é de minha inteira responsabilidade. Assumo-o.

Achou alguém, ainda por cima a quente, quando todo o caso que agora já reconhece ser “uma grande embrulhada” ainda fervia, avançar com um trabalho inenarrável do qual escorre todo o fel que lhe vai na alma.
Vá lá saber-se porquê!...

E achou que vinha a talhe de foice recordar – a propósito de um acontecimento sobre o qual não tinha nada, e ainda hoje ninguém tem – que, embora com outro nome, a mesma equipa...
… deixemo-nos de mariquices e ponhamos os nomes às coisas!

Ligou directamente o nome de Manuel Zeferino a contratações estranhas, tal como, cito de memória, «ter contratado o Claus Möller quando este ainda cumpria castigo (*) e o Txema del Olmo, um ano depois deste ter sido impedido de correr Tour por problemas com o hematócrito.»

(*) – Esta afirmação é falsa. O Claus, quando representava a TVM, foi castigado com dois anos de suspensão, pena que a UCI viria a reduzir, tendo acontecido que a federação dinamarquesa de Ciclismo não aceitou a decisão da UCI e manteve o castigo inicial. Resultado, o Corredor, cumprido o castigo da UCI podia correr em qualquer lado, menos na Dinamarca. Daí, também, a razão pela qual, mesmo passados os tais dois anos, o Claus não mais aceitou representar a selecção do seu país.

Ah!... E o “especialista” – deve ter sido nessa condição que foi convidado a escrever na Visão – esqueceu-se do Fabien Jeker!

Que até esteve envolvido no mais célebre de todos os casos do género, o da Festina!
Esquece muito a quem não sabe!...

Estes “especialistas” são aqueles adeptos – para não dizer adoradores – da lei do senhor Lynch. Dos que não conseguem reprimir esse impulso de dar um passo em frente e, antecipando-se à Justiça, quererem fazê-la pelas próprias mãos.

Não é assim.
Felizmente, não é assim.

E aqui deixo o meu apelo: parem de negar, ao curto nicho de Cidadãos que, por acaso são Corredores Profissionais de Ciclismo, os direitos que reconhecem a todos os outros em geral!
Caramba!
Foram apanhados?
Foram!
Não foram castigados?
Foram, sim senhor...
Não pagaram pela sua falta?
Pagaram!...
Então?

Se se aceita que um ladrão ou um assassino, um violador de crianças, possa sair regenerado da prisão, depois de cumprida a dívida que a Justiça achou que tinham para com a Sociedade, porque é que um Corredor não pode sair de todo o processo que, como escrevi, o afectou a si próprio mais do que a terceiros, também regenerado?

Há casos de reincidentes?
Mas é o de algum dos nomes citados, naquele trabalho da Visão? Que – isso não é da responsabilidade do escriba – saiu identificada na “cabeça de página” como... CRIME!!!...

Eu tive oportunidade de conviver muito perto com o Claus Möller - que até tem um curso superior de contabilidade - que sempre foi um atleta que sempre respeitou a CS, que estava sempre disponível, que respeitava os adversários, que respeitava o público...
Um homem culto, de trato fácil…
Que nunca se pôs em bico dos pés.

Tive oportunidade de conviver de muito perto com o tímido e reservado Txema del Olmo.
Não tenho nada a apontar-lhe.
Como nada tenho a apontar ao extrovertido e brincalhão, nos dias “sim”, e casmurro e às vezes irascível, nos dias “não”, do Jeker. Sempre tentei compreender as suas emoções e, como me competia, “descontava” sempre ou numa ou na outra das situações. E nunca a relação atleta/jornalista foi beliscada.

E nunca precisei de lembrar que aqueles homens tinham, um dia, cometido um erro. Sabia-o, mas reconheci-lhes sempre o direito de, cumprido o castigo, serem tratados de forma igual aos demais.

E lá volto eu ao “insignificante pormenor” de que falta a certos... “especialistas”, muitos milhares de quilómetros de estrada; de aproximação à realidade do Ciclismo.

Antes de mais, para perceberem até que, sob o equipamento de Corredor temos... um homem.
E pelo que tenho lido, nos ataques caninos aos protagonistas do espectáculo Ciclismo, é esquecido esse facto. Que estão a atacar homens.

Ah!...
É evidente que se eu não me sentisse habilitado a sustentar os meus argumentos, e faço-o – sem vaidosismos – cimentando-os em 15 anos de estrada, não estava aqui a defender fosse quem fosse.


E por isso me custa aceitar que quem ainda está longe de poder mostrar as mesmas credenciais, não tenha o mínimo pudor em atacar a torto e direito, mesmo sem sombra de uma única prova concreta.

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