sexta-feira, agosto 27, 2010

ANO V - Etapa 83

QUÃO DIFÍCIL É DESATAR
ESTES 'NÓS GÓRDIOS'...

Este é o regresso a um assunto em relação ao qual já me pronunciei na devida altura, mas que não quero deixar de comentar de novo.

Porquê?, perguntarão.

Porque, como é habitual só nas folgas é que consigo arranjar tempo para arrumar os jornais que vou acumulando diariamente – e às vezes nem nas folgas tenho tempo, daí o facto de o assunto sobre o qual vou escrever tenha como base uma notícia publicada em… 24 de Julho!!!

Há mais de um mês.

Mas, repito-me, não deixei de me pronunciar, em termos genéricos, logo no momento.

Contudo só esta tarde li, com olhos de ler a catadupa de incorrecções, omissões… adivinhações (no sentido do… ‘se calhar foi assim’) que nos deixam mais desinformados do que o contrário.

Tem a ver com o castigo aplicado ao Nuno Ribeiro pelo Conselho Disciplinar da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC).

Objectivamente, não com o castigo – que foi o que está previsto nos Regulamento – mas com a data do início deste.

Concentrem-se para ver se conseguem perceber. Eu ainda não consegui.

No dia 3 de Agosto de 2009, o ano passado, foi feito um controlo anti-doping surpresa à equipa do Nuno que estagiava para a Volta a Portugal;

a Volta acabou no dia 15 de Agosto e foi ganha, na estrada, pelo Nuno Ribeiro;

no dia 18 de Setembro tornou-se público – a FPC, e o próprio corredor e a equipa souberam-no, naturalmente, dois ou três dias antes – que o Nuno mais dois companheiros de equipa, os espanhóis Isidro Nozal e Hector Guerra (que, recorde-se, era a primeira aposta da equipa para contrariar o favoritismo do vencedor da Corrida no ano anterior), haviam ‘dado positivo’ no tal controlo feito a 3 de Agosto;

imediatamente, como está nos Regulamentos, os três Corredores foram suspensos de correr.

As demais consequências, como multas, anulação de resultados e duração do castigo haveriam de ser decididos depois pelos conselhos de disciplinas da FPC, no caso do Nuno, e da Real Federação Espanhola de Ciclismo, no caso dos dois Corredores espanhóis;

simultaneamente com a notícia destes casos positivos, acontece o anúncio, primeiro, da rescisão do contrato de patrocínio da marca que dava nome à equipa e também da dissolução desta com manager e director-desportivo a anunciarem, ou a fazerem saber, que abandonavam a modalidade;

como habitualmente, os Corredores ficavam por ‘conta própria’…

[aqui faço um aparte que, creio ou nunca foi noticiado, ou foi-o de tal forma discretamente que, aposto, passou despercebido à maioria dos amantes do Ciclismo: a APCP fez saber que não apoiava juridicamente Corredores envolvidos em casos de doping. Tenho a certeza que assumiu esta posição conscientemente e por convicção, nada tendo a ver com o facto de os prémios para os Corredores, que eram entregues à instituição, terem passado a ser entregues a FPC que só depois os disponibiliza à associação para que os distribua. Mal y Soyt Qui Mal y Pense!]

ao contrário dos seus colegas espanhóis, o Nuno Ribeiro, que sempre sustentou não ter, por livre iniciativa – tê-lo-ão os outros? – ou com conhecimento concreto, tomado nada que não devesse, accionou o que lhe é regulamentarmente reconhecido: uma contra-análise;

ditou-lho a consciência, a certeza de que, de verdade, não tomou nada por livre iniciativa, ou com conhecimento concreto do que lhe estavam a dar… ou foi só para não o admitir o de imediato, que foi, dizem-no os factos, o que os dois espanhóis fizeram?

Conheci o Nuno Ribeiro numa tarde, no já longínquo ano de 2001, no ‘lobby’ de um hotel ali para as bandas da Praça de Espanha onde fui fazer uma reportagem sobre a equipa Nacional que iria disputar os Mundiais de estrada de Lisboa, poucas horas antes de ele próprio ter ficado a saber que, dos convocados era ele o preterido.

Falei com ele depois, ainda de olhos encovados de um choro que não conseguira evitar, prometendo que ainda iria provar que merecia a oportunidade… dois anos depois venceu a Volta a Portugal; dois anos depois merece a confiança de uma das mais poderosas equipas do pelotão internacional e logo é vítima, quando se preparava para alinhar no Giro de 2005, de um ‘descuido’ na aferição da ‘maquinazinha’ do departamento médico dessa equipa;
mas recuemos a 2003.

A Volta terminou em Viseu, no dia seguinte, a meio da manhã estava eu e o Nuno, sentados num banco do jardim, frente à igreja da vila do Sobrado, rodeados de algumas dezenas de conterrâneos seus enquanto ele me concedia uma entrevista. A entrevista do vencedor da Volta… Já o conhecia então, mas voltou a surpreender-me com a sua simplicidade, a sua disponibilidade, a sua humildade…

quero dizer, e de forma clara, que não acredito que o Nuno seja capaz de ser cínico, tão cínico que, sabendo que fizera algo de interdito avançasse para o pedido da contra-análise. Pese embora tanto ele, como eu, como todos nós, saibamos que em 99,8% das vezes a contra-análise confirma o resultado da primeira;

mas temos que ouvir a consciência… Mais, temos que mostrar Urbi at Orbi que estamos de consciência tranquila… mesmo sabendo que alguém vai fazer com que a nossa cabeça role…

Como habitualmente, pedi-vos concentração para perceberem o que está em causa e… dispersei-me…

Voltemos então ao ‘caso’!

Peço, desculpem lá, de novo toda a vossa atenção para os factos…

… a 18 de Setembro de 2009 sabe-se que o Nuno Ribeiro, o Isidro Nozal e o Hector Guerra tinham controlado positivo…
… dos três, apenas o Nuno pediu a contra-análise…
… enquanto o resultado desta não foi conhecido – estou a citar uma notícia que está escrita – e porque não a requereram, os espanhóis Hector Guerra foi multado pela Real Federação Espanhola de Ciclismo em 35 mil euros e Isidro Nozal em 17.500 (!!! metade! Porquê? Não nos é dito!...) e ambos penalizados com dois anos de suspensão com início em, suspendam a respiração… 3 de Agosto de 2009 (a data do controlo), ficando, segundo a mesma notícia (de meia página) ‘livres’ a… 2 de Agosto de 2011!

… isso mesmo, correram a Volta a Portugal durante o período de suspensão! Mais, são castigados a partir de uma data na qual não se sabia ainda qual o resultado do controlo!!!

Não, a notícia não foi rectificada!

Claro que não me surpreendo. Olha eu. Olha quem…

A suspensão dos três corredores só pode ter como início a data da decisão dos conselhos de Disciplina, tanto da FPC, como da RFEC. Será a de 18 de Setembro? Portanto, tendo, os três, sido suspensos a 18 de Setembro de 2009, poderão, todos eles e porque foram sancionados com o mesmissimo castigo de dois anos, voltar a competir a partir de… 17 de Setembro de 2011. Ponto.

Mas o assunto que motiva a notícia não é exactamente este…

… é que (e isto tem vindo, com a conivência de toda a CS) nos querem impingir que, por ter pedido a contra análise e o resultado desta só ter sido dado a conhecer a 29 de Setembro, o Nuno Ribeiro estará suspenso até 28 (e não 29, como está escrito na notícia, isto porque não há mês nenhum que tenha dois dias com o mesmo número) do próximo ano.

Repararam nas incorrecções, nas incongruências, na falta de rigor da informação?

Usemos o… ‘simples’ para explicar esta parte. Se estava suspenso desde o dia 18 de Setembro, e se o castigo que lhe foi imposto foi o de 24 meses, então o Nuno estará livre para voltar a competir a 17 de Setembro de 2011.

Se só vai estar, como diz aquele exercício jornalístico, liberto a 28 (e não, repito, 29) de Setembro de 2011, então o Nuno foi castigado em 26 meses e não em 24.

Então a informação está errada.

Aliás, está sempre errada.

Desde o início do castigo dos espanhóis que nos é dado a começar numa data anterior ao daquela em que se conheceu o resultado dos controlos…

A outra grande inverdade…
O recurso ao pedido da contra-análise jamais alteraria o início do castigo… no caso dessa contra-análise confirmar a primeira. Se o não fizesse, então o Corredor seria automaticamente despenalizado, mau grado ter sido obrigado a um período de inactividade que ninguém lhe poderia restituir.

Aceitando como certa a informação colhida nesta notícia – tão ferida de incorrecções – então o Nuno está a ser vítima de mais uma tremenda injustiça e é essa a minha grande (única motivação de momento), clamar contra a injustiça de quem, aparentemente, não se preocupa com o que está a fazer.

Desde que, a 29 de Setembro de 2009, a contra-análise confirmou o castigo de dois anos – a partir do dia 18 do mesmo mês – a Nuno Ribeiro, que este perdeu a Volta para o David Blanco.
Ah!... homologada haveria prazos, já substancialmente ultrapassados, para que os prémios devidos fossem pagos… pois é!

O grande mistério é este, e aqui deixo o desafio…

… aflitas com os seus orçamentos, porque é que as equipas não se pronunciaram contra a falta do pagamento dos prémios que lhes são devidos?

… e qual é a posição da APCP?

Eu, honestamente… só sei que nada sei!
(Com a devida vénia, Paulo Sousa!)

sexta-feira, agosto 20, 2010

ANO V - Etapa 82

VOLTA A PORTUGAL'2010

Na etapa anterior - onde, por acaso, acabei de deixar mais um comentário antes de abrir esta - apontei três ou quatro assuntos que pretendia, provavelmente não vou ter tempo e depois deixa de ser actualidade, discutir convosco.

... os panos de meta a indicar dez quilómetros para o final da etapa quando, depois de passarem pela meta os corredores ainda têm um circuito de 28 para fazerem - garanto-vos que nas corridas internacionais que fiz, por exemplo, aqui ao lado, em Espanha, nunca vi isso (lembro-me de panos negros a taparem a informação e, só depois de todos passarem, com um puxão de um simples cordel o pano caía e a informação ficava correcta para a derradeira aproximação dos corredores á meta)...

... os indesculpáveis - não, não há desculpa - sucessivos maus sinalamentos do percurso, e - já disse que não pude ver todas as etapas em directo e de algumas ainda nem vi a gravação - tenho a impressão que em TODAS as etapas que vi isso aconteceu...

... rotundas ou arruamentos com separador central mal, ou não devidamente assinalados, com corredores a irem dar a 'becos' sem saída (passe a redundância) e terem que esperar que lhes abrissem um par de baias... 'bandeiras amarelas' literalmente em cima daquilo que deviam... avisar que iria acontecer (pelo menos) 50 metros à frente...

... neste aspecto a organização não esteve bem.

É este tema que agora deixo à discussão...

... e para não perdermos muito tempo, a candura como, em declarações que li, já não sei a que jornal, do comandante do Destacamento Móvel da GNR que revelou que nenhum dos homens que esta força destacou para a Volta tinha experiência, a começar pelo próprio comandante... e isso viu-se. Vi corredores desesperados a mandar as motos da GNR avançarem... para eles próprios poderem progredir na estrada. Vamos discutir também isto...

... terão que me desculpar, mas só posso dar como exemplo situações concretas que pude testemunhar.

Na Vuelta, o comandante do destacamento da Divisão de Trânsito da Guardia Civil tem, normalmente, tantas 'vueltas' no currículo como a soma daquelas dos cinco mais velhos corredores que a estão a fazer... de ano para ano, apenas 25 % do destacamento é renovado... mas não vou comparar aqui a Vuelta à nossa voltinha... muito menos no aspecto da segurança.

Está lançado o tema... venham as opiniões.

terça-feira, agosto 17, 2010

ANO V - Etapa 81

VOLTA A PORTUGAL'2010
(Claro que não estavam à espera que eu deixasse de comentar a Volta!...)

* Dois avisos preliminares... esta Etapa vai ser escrita do fim para o princípio e a razão é óbvia, primeiro há que vitoriar o grande vencedor na estrada, David Blanco, que demonstrou ser, não só o melhor Corredor do pelotão como, arriscaria, o mais modesto, o mais racional, o mais frio, no bom sentido, logo... o mais seguro. Logo o mais forte.
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** Segundo aviso... por motivos de saúde, tanto pessoal, como de familiares, nem pude ver as etapas todas, nem pude ler, todos os dias, com olhos de ler, o que os colegas que andavam na estrada escreviam dia-a-dia. Estive agora a ler os respectivos balanços, que hoje foram dados à estampa.

(Só peço a todos um imenso e impagável favor... leiam-me como um adepto, ainda que privilegiado, do Ciclismo e esqueçam a minha profissão. Há cinco longos e dolorosos anos que estou afastado da modalidade, tantos... que não cobri nenhuma das vitórias do David Blanco!!!)

E porque não começar por aqui, por quem ganhou mais Voltas?
Correcto que o que conta são os números oficiais, aqueles que a estatística guardará na sua frieza, mas sem querer entrar em polémicas, a verdade é que tanto Joaquim Agostinho como Marco Chagas venceram, na estrada, cinco Voltas cada um. E o David Blanco... três.

O Campeoníssimo Agostinho, infelizmente, já não está entre nós há muito e compreendo que Marco não queira nem ser lembrado da Corrida de 1979 (ganha na secretaria por Joaquim Sousa Santos); Agostinho também venceu as Voltas de 1969, a que seria a sua primeira, e de 1973, a quinta; perdeu-as na secretaria, respectivamente para Joaquim Andrade (pai) e para o espanhol Jesus Manzaneque.

Ninguém se lembrou de sublinhar isto.

Não é demérito nenhum para o David Blanco - com quem, ainda não há muitos anos, trocava assíduamente correspondência através do correio electrónico (é o mesmo David, se quiseres voltar a contactar) - ter ganho uma Volta na secretaria. Há regulamentos, são para ser cumpridos e, aliás, ele mesmo o disse, quando questionado, já não sei por quem, em relação a qual das vitórias lhe dera mais prazer respondeu qualquer coisa como "se tens quatro filhos gostas mais de um do que dos outros? mas o 'filho' do ano passado foi adoptado..."

Voltarei a todos estes assuntos. Hoje consegui sair um pouco mais cedo e não quis deixar passar mais tempo para falar da Volta, mas isto vai durar semanas... assim eu tenha saúde e vontade.

E disposição dados os problemas de saúde de um familiar muito chegado. Tão chegado que é o meu próprio pai.

Mas tomei mais algumas notas... deixem ver...
Isto vai ser uma Etapa atípica, saltitando de assunto em assunto, compreendam-no...

Por exemplo, em relação ao Joaquim Sampaio deu jeito por ser o mais velho do pelotão. Começámos ambos no mesmo ano, 1991. Duraste mais cinco do que eu, Quim. Um grande abraço.

Li que teve uma carreira que poderia ter sido melhor...

Recordo: o Joaquim Sampaio venceu por duas vezes o Troféu Joaquim Agostinho, em 1993 e em 1996, em 1998 ganhou a Clássica da Primavera, no ano seguinte a Volta ao Concelho de Vila Franca de Xira (moro cá, e cobri a corrida) e em 2001 o Grande Prémio Abimota... citei apenas estas cinco vitórias... procurem que há mais. Foi sempre um gregário (palavrão que, aposto, no 'pelotão' de jornalistas que cobriram esta Volta, 90% não sabe o que significa e também teve azar ao fixar-se na equipa que tem o mais antigo DD português mas que pensa as corridas exactamente da mesma forma como as pensava há 25 anos...
Não pensa. É deixar correr e ver no que dá.

O Boavista, que o ano passado, é verdade, venceu o Prémio da Montanha (como é que ninguém o soube explicar) entra na Volta a Portugal para tentar ganhar... o Prémio da Juventude?

O Prof. não consegue - ou não tem tempo - para, pelo menos, estudar a corrida e dizer... esta etapa vamos tentar ganhar... poupamo-nos nas outras, mas nesta vamos apresentar um trabalho estudado e concertado e vamos ganhar...

Passaram pelas suas mãos diversos Corredores ganhadores mas que só venceram alguma coisa quando mudaram de equipa, essa é que é a verdade... e quererá dizer alguma coisa, apesar de ele não perder oportunidades de afirmar que é um 'formador' de campeões...

O pior é que não explica, e ninguém lhe pergunta, porque é que os Corredores feitos e com vitórias no seu palnarés chegam à equipa e... desaparecem! O Ricardo Vilela e o João Benta, por exemplo, chegaram-lhe á mão já 'formatados'.
Vamos ver o que vai fazer deles!...

... e se os mais antigos, entre os jornalistas, não são capazes de o escrever, como é que os que todos os anos caem no Ciclismo de pára-quedas o hão-de saber? E era bom saber.

É que nós, os velhos, um destes dias vamo-nos... e tenho receio que fique um enorme buraco na história do Ciclismo para ser contado.

Por exemplo, e só me refiro aos balanços que li hoje, é confrangedor, pese embora saiba da sua paixão pelo Ciclismo, que um, ainda jovem colega, mas que em 2000 não passaria de um teen-ager escreva que a cooperação entre o trabalho do doutor Benjamim Carvalho, do Vidal Fitas e do David Blanco foi, cito de cor, "como em 2000, com Vítor Gamito, a chave do sucesso"...

É destes hiatos que tenho medo.

Procura a colecção de A BOLA de 2002, não sei a data mas sei que a conversa teve lugar antes da partida da etapa que começou em Mondim de Basto, logo a seguir à subida da Sr.ª da Graça, e em que o doutor me afirmou, preto no branco, que tinha sido médico da equipa da Porta da Ravessa, em 2000, com a excepção de um Corredor, o Vítor que era ele próprio que planeava os seus treinos e decidia que suplementos que havia de tomar dispensando os cuidados do médico da equipa. Isto depois de ele, no seu primeiro ano no Cantanhede ter falhado a partida por... fadiga de esforço.

Mas o decano também nos oferece uma lista de vencedores de Voltas sem terem ganho uma etapa sequer... Só que na lista inclui Cássio Freitas.
Ora o brasileiro que venceu a primeira Volta para o Boavista ganhou - ainda que na Secretaria, mas isto se vale para um, tem de valer para todos (ou não?!) -, em 1992 a etapa da Senhora da Graça depois da desqualificação do jovem Quintino Rodrigues, então no Feirense. Eu estava lá!

E de tropeção em tropeção, chego ao Hernâni Brôco, jovem que conheço desde 1995, numa participação na Volta à Ilha da Madeira que acompanhei para A Capital, tinha ele... 16 anos.


Como foi possível, ele, que foi múltiplo Campeão Nacional nos escalões de formação, até aos sub-23; que toda a gente reconhece - caramba, 75% por cento das fotos que tenho, aqui, no meu arquivo pessoal, ou a que tenho aceso no arquivo do Jornal, mostram-no de dentes cerrados a dar tudo o que tem de si - ser um Corredor acima da média, estranhamente ter ficado de fora nas duas anteriores Voltas a Portugal.

Houve um sacana que levantou a hipótese de le ter ficado de fora por uma determinada razão. E que, sacanamente, deixou no ar um desafio.

Meio comprometidos - vá lá saber-se porquê - todos os jornais lhe puseram depois essa questão. A sua resposta só não a entende quem não quiser.

E, peço desculpa ao Artur Albarran... "horror dos horrores, catástrofe das catrástofes" houve uma reacção.

Um "comunicado", vindo de Espanha e pretensamente assinado por Isidro Nozal - curiosamente dirigido a UM SÓ OCS português, que nem sequer foi a nossa Agência Noticiosa que o poderia distribuir por todos os outros -, um empedernido leitor dos jornais portugueses que, como todos sabem, se vedem em todas as esquinas de todas as calles das mais pequenas cidades da grande Espanha 'explica-nos' porque é que o Hernâni ficou de fora: não é homem solidário com os companheiros de equipa, na opinião dos próprios companheiros, ouvidos pelo DD, segundo o 'comunicado' de Nozal.
Um dos três dessa equipa que foi apanhado com EPO, no final da Volta do ano passado.

Antológica é a resposta do Hernâni: "Se era esse tipo de solidariedade que queriam... sinto-me bem comigo próprio."

E agora?
Ainda precisam de mais alguma pista ou tenho que reforçar que um dos chefes-de-fila dessa equipa se recusou a tomar EPO (para uma Volta a Trás-os-Montes com o argumento de "que até á Volta a Portugal os vestígios desapareceriam"), Corredor esse que, estranhamente, na altura, acabaria por deixar a equipa para rumar um pouco mais a Sul?

Mas, digo eu que às vezes sou capaz de ser um bocadinho para o lerdo: perante este... insólito 'comunicado' de um corredor queimado que não era tido nem achado para o caso - convém não esquecer isto: dirigido a um único OCS nacional, que o citou sem pestanejar, o que também é obra - porque é que ninguém procurou saber junto de outros ex-companheiros do Hernâni Brôco, cuja equipa acabou ano passado, não se havia maroscas ou outras coisas que comprometessem quem quer que fosse, mas que corroborassem da opinião do rapaz Nozal...

Que o Hernâni ficou dois anos de fora porque... não era Corredor de equipa!...

Pergunta simples, descomprometida... e ele havia vários no pelotão.
Porque tiveram medo de a fazer?

Tchi... queria ter escrito mais, mas já é tarde.

Vou abreviar, com a promessa que este é o Capitulo Zero da minha visão da Volta a Portugal'2010.

Contudo, não posso acabar assim...

Irrita-me solenemente ler que "os estrangeiros" levaram a melhor, ainda por cima se os 'estrangeiros' são o David Blanco e o David Bernabéu... os chefes-de-fila de duas equipas portuguesas quando é mesmo o Ciclismo a modalidade mais 'mixada' de todas - sim, porque no atletismo, por exemplo, ninguém chama nigeriano ao Obikwelu, pois não, é dos poucos que ganham medalhas para... Portugal! -, já agora, dos 32 jogadores que o Benfica utilizou a época passada, quando foi Campeão Nacional da futebol sabem quantos eram... portugueses? Nove!

Quando falamos de modalidades colectivas não faz sentido a bacoquice de separar alguém nascido em Caminha de outro nascido em Vigo... e estiquem o exemplo até onde vos apetecer...

Para quem, mesmo que o sendo, não deixe de dar importância ao parecer que é sério, só houve quatro estrangeiros nos primeiros 20 da Classificação final da Volta a Portugal.

Para terminar, por hoje, fico com duas situações que me deixaram deveras incomodado.

A primeira foi a indescritível decisão do Colégio de Comissários - atenção ao pormenor que, sempre que é importante parece que queima a ponta dos dedos de quem tem que nos contar o que aconteceu, a decisão de uma desqualificação é sempre colegial (quando eu ouvi que era estranho desqualificar um francês porque a Presidente do Colégio de Comissários era francesa) - no sprint, e graças a deus não fui o único a verificar isso, da Avenida da Liberdade onde não aconteceu ponta de irregularidade.

Se o pobre do francês tocou, com o pulso, no braço do Cândido, isso aconteceu, visivelmente, depois do risco da meta e numa fase de desaceleração e de descompressão. E quem melhor que o Cândido para saber o que isso é...

A segunda que, por acaso, cronologicamente foi a primeira - continuo a referir-me à última etapa - tem a ver com aquela vergonha de por um homem de fato de macaco no início da Avenida Fontes Pereira de Melo com uma plaquinha a dizer "Meta Volante"... é que nas domingueiras!... Já há uns dias atrás que, numa situação de uma primeira passagem pela meta, a dada altura apareceu no cantinho inferior direito da televisão alguém com outra plaquinha a dizer que faltavam três quilómetros.

Não há justificação.
Não há!

Na RTP ainda nos tentaram comer por parvos dizendo que a Câmara Municipal de Lisboa não permitira fazer buracos no passeio e - por força da largura do pórtico insuflável - inevitavelmente no asfalto a meio de uma das vias mais movimentadas da capital, mas isso foi chamar-nos a todos tolos.

E provo. Estão a ver esta Meta Volante?

Na próxima vez telefonem-me que eu explico como é que numa avenida com 24 metros de largura se pode por uma faixa só sobre quatro ou oito metros...
É prende-la a um poste do lado direito e dar-lhe corta até ao outro lado... ou não tinham cordas?

E os postes de iluminação estão alinhados...
Estavam dois metros mais á frente?
Metro e meio mais atrás do local previamente estabelecido no livro da prova?
Quem é que ia medir?


Mesmo para terminar, e para não acabar com esta nota negativa...
Desde o saudoso Francisco Nunes que a Volta não tinha um Director como o Joaquim Gomes e como conheci um, e conheço o outro, sem prejuízo para a memória do Xico Nunes, amigo do peito, o Joaquim já leva vantagem. Assim lhe porpocionem os meios...

E não posso terminar sem aqui, tão publicamento quanto este cantinho é público, deixar de agradecer à Organização da Volta a Portugal o facto, primeiro, de me terem convidado para a Apresentação; depois, por me enviarem regularmente informações e, finalmente, por me terem dado, diariamente, e independentemente do sitio oficial a que todos teriam acesso, informação personalizada para o meu correio electrónico. Bem hajam!

ANO V - Etapa 80

MAGDA TERMINA NO TOP-10

A vimaranense Magda Martins conquistou hoje o 10.º lugar na prova de cross country dos Jogos Olímpicos da Juventude que decorrem em Singapura até 26 de Agosto. João Leal foi 22.º na prova masculina.

A participação do ciclismo português nos Jogos Olímpicos da Juventude arrancou com as provas masculina e feminina de cross country olímpico (XCO).

A campeã nacional de XCO no escalão júnior, Magda Martins, teve uma prestação positiva na corrida feminina, conseguindo o décimo lugar entre as 32 participantes. A minhota gastou mais 7.21 minutos do que a vencedora, a checa Karolina Kalasova, que cumpriu o percurso de 15,5 quilómetros em 46.58 minutos. O segundo posto foi conquistado pela suíça Linda Indergand, que ficou a 8 segundos da primeira. A canadiana Kristina Laforge fechou o pódio, a 2.24 minutos da vencedora.

João Leal foi o representante da Selecção Nacional-Liberty Seguros na prova masculina.
O português concluiu os 21,7 quilómetros da prova na 22.ª posição, a 8.14 minutos do colombiano Jonathan Botero, que se impôs diante do italiano Andrea Righettini e do belga Laurens Sweeck, segundo e terceiro, respectivamente a 47 segundos e a 1.19 minutos do vencedor, que gastou 58.42 minutos a cumprir a prova.

quinta-feira, agosto 12, 2010

ANO V - Etapa 79

FORÇA AÍ MAGDA!...

A vimaranense Magda Martins representará Portugal nos Jogos Olímpicos da Juventude que decorrerão, de 14 a 26 de Agosto, em Singapura. Além da jovem Campeã Nacional de BTT-XCO integram a Selecção Nacional-Liberty Seguros os atletas Rafael Reis, João Leal e Rodrigo Gomes.

A representação portuguesa, orientada pelo seleccionador nacional de BTT, Pedro Vigário, é composta pela minhota Magda Martins (PóvoaBTT-Maxibibes-School Eventos), Rodrigo Gomes (Mato Cheirinhos-Belalgas-Gestair e Team Bike Zone-Quintajense), Rafael Reis e João Leal (Crédito Agrícola-Alcobaça).

O inovador programa de ciclismo dos Jogos Olímpicos da Juventude, ao contrário do que é habitual, não contempla a atribuição de medalhas individuais mas apenas prémios para as equipas, que terão de revelar qualidade combinada no sector masculino e feminino e em quatro diferentes disciplinas do ciclismo: prova de fundo em estrada, contra-relógio, BTT e BMX.
Os três atletas masculinos de cada uma das 32 selecções presentes terão de participar em conjunto na prova de fundo em estrada, além de, individualmente, correrem uma das restantes vertentes. Magda Martins alinha no contra-relógio em estrada, na corrida de BTT e na prova de BMX.
A participação dos ciclistas portugueses começa no dia 17. Nessa data, Magda Martins e João Leal competem em BTT. No dia seguinte, Rafael Reis e Magda Martins representam a Selecção Nacional-Liberty Seguros nos contra-relógios masculino e feminino. No dia 19, Magda Martins encerra a sua participação com a presença na corrida de BMX, especialidade que também contará com Rodrigo Gomes. Os três rapazes juntam-se ao pelotão para a prova de fundo em estrada no dia 22.

Natural de Guimarães, onde nasceu em a 18 de Julho de 1993, Magda Martins sagrou-se este ano Campeã Nacional de BTT-XCO, venceu o Open de Espanha de BTT e o Campeonato Inter-Regional do Norte, entre outros resultados importantes. No ano passado, a jovem atleta conquistou os títulos de Campeã Nacional de Ciclismo de Estrada (prova em linha), de BTT Xco e de BTT Rampa, além de ter vencido o competitivo Regional do Minho de BTT e a Taça de Portugal de XCO.

A missão Portuguesa aos Jogos Olímpicos da Juventude é constituída por 19 atletas que competirão em dez modalidades.

Inspirar jovens em todo o mundo para participar no desporto e adoptar e viver segundo os valores olímpicos é o principal objectivo dos Jogos Olímpicos da Juventude que o Comité Olímpico Internacional decidiu criar para educar e influenciar os jovens atletas, desafiando-os à participação e inspirando-os para desempenhar um papel activo nas suas comunidades.
Procurando congregar talentosos jovens atletas de todo o mundo, com idades compreendidas entre os 14 e 18 anos, a primeira edição dos Jogos Olímpicos da Juventude reunirá em Singapura cerca de 3600 atletas e 1450 oficiais.

Os Jogos manterão o tradicional ciclo de quatro anos, com edições de Verão em 2010, 2014, 2018, etc., e edições de Inverno em 2012, 2016, 2020, etc. A primeira edição de Verão decorre em Singapura e a de Inverno decorrerá em Innsbruck (Áustria), de 13 a 22 de Janeiro de 2012.

(Texto e fotos gentilmente cedidos pela Associação de Ciclismo do Minho; obrigado José Luís Ribeiro, seu presidente, e ao Luís Teixeira que, sendo o seu Secretário-geral, naturalmente terá responsabilidades na muita e importantíssima informação que faz chegar aos OCS. Já agora, Obrigado por não se esquecerem de mim!...)

terça-feira, agosto 10, 2010

ANO V - Etapa 78

OBRIGADO, SENHOR PRESIDENTE!... MAS...
PODE AJUDAR-NOS NO 'CASO' LIBERTY?

Eu citei-o aqui.
Não há muitos dias atrás o Senhor Presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, ao mesmo tempo vice-presidente do Comité Olímpico de Poertugal [teremos todas as modalidades olímpicas... tão limpas como o Senhor Presidente quer ter o Ciclismo?] e membro da estrutura directiva da ADoP... aproveitou tempo de antena que lhe foi dado para sublinhar a "luta sem tréguas que o Ciclismo está a travar comtra o flagelo do 'doping'".

Bonito!...
Aliás todos os que seguimos a modalidade pudemos testemunhar o "agarra que não larga" em relação a um alvo prévia e fixamente definido, há dois anos: o Póvoa Cycling Club.

Estou de férias.
Estou a arrumar jornais.
Releio coisas publicadas desde Maio passado.

Por exemplo.... a "fé" de que, pelo menos, Manuel Zeferino seria penalizado com uma pena de prisão, ainda que suspensa...

Não foi o MP capaz de provar a sua hipotética culpa.

A ameaça de prisão etc. etc., foi bem visível na Comunicação Social.
A decisão do colectivo de juizes sobre a sua não culpabilidade quase passou despercebida....

Porque, quase sem excepção, os escribas de serviço, por pura ignorância, ou má fé, reduziram isso a uma 'breve'.

E é o Bom Nome de um Homem que está em causa...
Que a Comunicação Social, deixamdo-se levar... condenou antes de os Tribunais o fazerem. E estes libaram-no.... Coisa chata!!!!

Mas só volto a este assunto depois de hoje [ontem] ter lido num dos desportivos o desabafo do Hernâni Brôco, que conheço desde miudo pequeno, a queixar-se de não perceber porque é que nos três últimos anos nunca foi aposta do DD da sua anterior equipa para a Volta.
Confesso que também eu achei sempre estranho.... Mais, cheguei a desconfiar... e disso, agora, aqui, peço desculpa ao Hernâni de quem sei ter a total confiança.

Aos colegas a quem compete escrever 'estórias' diárias sobre a Volta, mas que não têm que ser sobre esta Volta porque há estórias para contar, deixo mais uma pista...

Porque não perguntam ao Hêrnani o porquê, o realmente porquê, é que ele ficou de fora nas últimas três edições de Volta?

Não percebem?
Não querem perceber?....
Têm coisas que vos impedem de...
'perceber'?

Eu ajudo...

Um colega do Hernâno Brôco (e quiçá, ele próprio, mas isso eu não sei, por isso não afirmo)...
... retomo, um colega do Hernâni Broco, com outro estatuto (incomparável) dentro dessa equipa entretanto extinta, recusou-se, opondo-se de peito aberto, sabedo do seu estatuto, claro, a aceitar ser dopado com EPO, sujestão - às figuras sugire-se, aos outros.... alguém duvida que se imponha? - liminarmente descartada por essa figura de topo.

Está, em discurso directo, num processo pendente na FPC que TODOS ignobilmente querem ignorar...

Mas que existe.

(Se insistirem em ignonar o caso... eu vou voltar... tenham vergonha!)

quarta-feira, agosto 04, 2010

ANO V - Etapa 77

BOA SORTE A TODOS

Por esta hora já estará na estrada a 72.ª Edição da Volta a Portugal que, naturalmente, vou tentar não perder, agora que sou simples espectador...


Isso não me impede, contudo, e porque conheço a esmagadora maioria da Caravana, da Organização aos directores das equipas e respectivo staff técnico, dos colegas da Comunicação Social a, naturalmente, grande parte dos Corredores - cinco anos de ausência já fazem mossa, pois muitos daqueles do meu tempo já não correm e chegaram ao pelotão muitos outros jovens que não tive oportunidade de conhecer -, a todos, nas respectivas funções, desejo Boa Sorte e felicidades...

Aos Corredores, os verdadeiros e únicos heróis que merecem protagonismo, a esses deixo um enorme abraço e que, em primeiro lugar não tenham azares nem problemas físicos sejam de que ordem forem; depois que consigam os seus objectivos sabendo que só um vai ganhar, mas há várias coisas para ganhar e para muitos, chegar ao fim já é ganhar...
Que se cumpram os vossos desígnios!

terça-feira, agosto 03, 2010

ANO V - Etapa 76

A GRANDE MENTIRA!

Ainda hoje, esta tarde, durante a apresentação da Volta a Portugal que amanhã se inicia, ouvi a desmedida questão da homologação da edição do ano passado da prova por causa do positivo do homem que a ganhou.

E ouvi a explicação - sem que um músculo da face traísse fosse o que fosse - do Senhor Presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo.
Mentira!

Já tenho 50 anos, quase metade dedicados ao jornalismo, destes 16 ao jornalismo de Ciclismo sendo que, como é evidente, mesmo no 'carro vassoura' não deixei de o seguir...

Apesar, e não vou retroceder a 1927, das notáveis, que ficarão para a História - com o bem feito e mal feito -, direcções da Volta a começar no Jorge Lara, passando pelo Serafim Ferreira e pelo Francisco Nunes o Ciclismo português ter evoluído bastante, sem qualquer espécie de corporativismo de classe, não esqueçamos o que a Comunicação Social ajudou...

... reformulo a questão: o que alguns Jornalistas - com 'jota' grande - ajudaram a catapultar a modalidade.

Manuel Flórido, o próprio Serafim Ferreira (antes de chegar a Director da Volta), José Santos (antes de se fixar como director-desportivo do Boavista), Ribeiro Cristóvão, Fernando Emílio, Fernando Correia, Abel Figueiredo, Homero Serpa, Vítor Santos, Santos Neves, Zé Neves de Sousa, Costa Santos, Romeu Correia, Justiniano Vargas, Amadeu José de Freitas, Guita Júnior... e não falo nos meus contemporâneos porque foram tantos e podia esquecer-me de alguns... foram tantos?, que percebessem alguma coisa de Ciclismo?... ok, alguns...

Agora é que duvido.

E lamento - eu já fui, "patrocinador" da Volta (leia-se, o meu patrão já foi patrocinador da Volta, comigo na estrada, a acompanhá-la) - mas se omiti alguma coisa foi por puro desconhecimento... não ignorei nem contornei factos...

Dispersei-me... já estão habituados!
Voltemos atrás...


... hoje, esta tarde, durante a apresentação da Volta a Portugal que amanhã se inicia, ouvi a desmedida questão da homologação da edição do ano passado da prova por causa do positivo do homem que a ganhou.

E ouvi a explicação - sem que um músculo da face traísse fosse o que fosse - do Senhor Presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo.
Mentira!

Não sei, pode ser que amanhã, algum jornal reponha a verdade... que é esta:

Com o resultado da contra-análise a confirmar a análise positiva, o Nuno Ribeiro perdeu imediatamente a Volta e daí até hoje houve tempo mais do que suficiente para rectificar os resultados, as classificações e homologar a Volta'09.

Perguntem, alguém que pergunte, porque é que isso não foi feito...

Mal foram conhecidos os resultados da contra-análise a FPC avançou com o processo de penalização, em relação ao Nuno Ribeiro.
Porque é que, ao mesmo tempo, não fez o mesmo em relação à homologação, após rectificação de resultados, da Volta?

O Nuno demorou o que o obrigaram a demorar, pois não podia, juridicamente, pedir um recurso enquanto não fosse oficial o seu castigo, e do que o Nuno vai recorrer não é do castigo, que aceita, mas da data do início deste.

O que em nada interfere com a homologação da Volta do ano passado.
Se não foi ainda homologada foi porque a FPC, negligenciou essa acção.

Em relação ao Nuno, só a semana passada lhe foi facultada, ainda por cima, com alguns laivos kafkianos, a consulta e conhecimento do processo que o castiga a partir da data do conhecimento dos resultados da contra-análise, e não - como aconteceu com os seus dois colegas espanhóis - a partir da data da primeira análise...

Isto penaliza o Corredor.
Se o Nuno Ribeiro está consciente que não foi ele quem se auto-dopou, tinha que pedir a contra-análise... por não acreditar na primeira análise.

A outra opção era a de acusar que o tinham dopado sem seu conhecimento.
Quem?
O médico?

Houve um que foi - numa atitude ridícula - penalizado em dez anos de afastamento (coisa que não é, nunca foi e jamais será, da responsabilidade de uma federação), e o que aconteceu a este?

Repito: o que aconteceu a este?
Deixem-me voltar ao fulcral da questão...

Ahhhhh... esperem... alguém sabe o que vai acontecer à estrutura directiva da equipa?
Ok... eu espero....

Ainda antes do tal fulcral da questão...
O Nuno Ribeiro deslocou-se a Lisboa, à Rua de Campolide para poder consultar o processo o qual, como é evidente, quer contestar em recurso.

Marcaram-lhe uma hora (14.00) para estar presente... A responsável, provavelmente porque teve de prolongar o seu horário da parte da manhã, só apareceu uma hora depois... a consulta do processo demorou cerca de três horas e já vamos nas 18.00, na Rua de Campolide, em Lisboa...

Duas horas depois, ia o Nuno em pleno autoestrada, é informado, de casa, que tinha à sua espera uma brigada da ADoP à sua espera...
... já volto a isto...

... preocupado, pede que esperem por ele porque o trânsito é muito e os km a percorrer também...
A saída de Campo, como posso ajudar a provar, ainda por cima está em obras o que o fez perder mais tempo...

O Nuno chegou a casa às 21.05 e não tenho porque pensar que está a faltar á verdade... o médico enviado (de Braga) a Valongo, sem conseguir esconder o seu mal-estar acabou por lhe dizer que [sic] 'por ordens superiores', o controle deveria ter sido efectuado até às 21 horas, pelo que já não lho ia fazer e ia marcar, como as 'ordens superiores' pediam,
falta ao controlo...
O Nuno está castigado por dois anos!...
Mas esperem....

No dia imediatamente a seguir a esta estória, pelas oito da manhã, em Barcelos, alguém toca a uma campainha. A do apartamento do João Cabreira.
Era a ADoP...

Para fazer um controlo surpresa...
O João está castigado por dois anos!...

Não se opôs, é evidente.
Como o controlo implicava recolha de sangue, e porque não conseguiu ter, por parte dos 'vampiros' a garantia de que estavam habilitados a isso, o João só pôs uma condição... aceitava a recolha do líquido orgânico e de sangue perante um testemunho imparcial, por isso exigiu que essa recolha fosse feita no Quartel dos Bombeiros Voluntários de Barcelos.

A questão que, não enquanto adepto do Ciclismo mas enquanto Cidadão que viu os seus impostos serem agravados, ponho é esta... porque é que a ADoP anda a gastar dinheiro com deslocações, portagens e demais, a controlar Corredores que não podem voltar à estrada antes de 2012?

Porque é que, azar dos azares, o Nuno Ribeiro 'cai na roda da sorte' no mesmíssimo dia em que a FPC sabe que ele está em Lisboa, nas suas instalações, até às 18 horas, e a ADoP faz deslocar um médico de Braga a Valongo com instruções de não perdoar um minuto para além das 21 horas?

Sabem que não se pode andar a mais de 120 km/hora nas auto-estradas?
Não, definitivamente, não basta ser sério, é mesmo, mesmo parecê-lo também...

Finalmente...

Quem é que quer olhar para o que está a acontecer com um pouquinho de imparcialidade e de... honestidade?

Enquanto a Volta'2009 não fôr homologada... oficialmente não há pagamento de prémios em atraso!...
Ah!... pois é!...

'Dica' de ouro para começarem hoje as vossas reportagens...
E se vos disserem que os prémios do ano passado já foram pagos... é falso...

E olhem para os patrocínios das camisolas principais...