sexta-feira, dezembro 31, 2010

ANO VI - Etapa 10

A Todos os Que Há Cinco Anos
Fazem o Favor de me Acompanhar
Desejo um Feliz Ano Novo


Porque é que esta entrada tem direito a 'Etapa', o que não aconteceu com os Desejos de Feliz Natal?

Tenho que o confessar...

Porque nessa altura eu já decidira que hoje aqui voltaria, claro, para desejar um bom ano a todos, mensagem essa que que seria complementada com o anúncio do fim do VeloLuso. Estava decidido.

Eu já não sigo, na estrada, a modalidade; já dela não escrevo; faltam-me dados e informações (*)... para que serviria então o VeloLuso?

Sem dramas nem tragédias, porque todos sabemos que tudo tem um princípio e um fim, já tinha decidido despedir-me hoje de todos vocês.
Para sempre.
Também eu desaparecerei um dia...
Então o que me fez mudar de ideia?

Primeiro, o facto de um facto que consegui 'arrancar a ferros' - passe a expressão e não retirando os créditos à única pessoa que, até hoje, foi capaz de o dizer em público (tendo, para isso, que usar o VeloLuso) - aquilo que se têm mortificado por esconder, embora o saibam;
depois, o de imediato terem aparecido 'notícias' a tentar desviar as atenções;
finalmente, um trabalho que eu pediria a todos os amantes do Ciclismo que comparassem ao que aconteceu aquando do 'caso PCC'.

Li o que nunca antes lera; informação que tenho de considerar classificada com alguns pormenores inequivocamente explícitos. Reveladores de um conhecimento mais profundo do processo.

Contudo não acrescenta, em termos genéricos - e o artigo disso não passa - nada que não saibamos já há muito tempo.

Mas o que é que é pior do que contra-informação?
Exactamente, a escandalosa fuga à informação e, pelo menos desse sentimento de desconfiança, e desconforto, há quem não escape.

Entretanto, surge o caso Operatión Galgo.
Ah!, pois é... e toda a Imprensa nacional está a tratar a coisa com pinças...

Mas permitam-me perguntar: porque é que, e ficando-mo-nos pelo expectro nacional, aos Corredores de Ciclismo não foi dado o mesmo tempo de antena para se defenderem como, por exemplo, tem vindo a ser feito com o Francis Obikwelu?

Algum Corredor português foi apanhado em escutas telefónicas interceptadas pela polícia, confesar que tinha colocado um penso com uma substância pro-reactiva na véspera de saber (?????) que ia ser controlado - primeiro pôs o penso, depois soube que ia ser contriolado - soube? Como?
Quem o avisou?

Mas que se lixe isto, passe a vulgaridade da expressão.

Que há filhos e enteados no desporto, incluindo o português, quiçá, apenas por total desleixo e desinteresse de quem por ele devia aparecer na primeira linha de defesa, isso já sabemos.

Mas voltando ao Ciclismo e à razão pela qual, afinal, resolvi não 'matar' o VeloLuso...

Gostava que nos dissessem a verdade sobre os resultados dos controlos anti-doping da última edição do Troféu Joaquim Agostinho!

Naturalmente, que seja dada oportunidade, como foi feito com o Obikwelu, ao - enquanto não nos for dita a verdade - 'suspeito' para se defender em todos os telejornais; e nos jornais também.
Seis meses são mais do que suficientes para sabermos a verdade...
endogéneo ou exogéneo?
Alô ADoP... Está aí alguém?

Porque a mim não, não vou em 'manobras de diversão' decidi não 'matar' o VeloLuso.
Talvez ele me 'mate'! Me desgrace, pelo menos. Mas até lá... aqui clamar-se-à pela Verdade!

--- Com esta 'conversa' toda já ninguém se lemba do (*) que deixei no terceiro parágrafo...

Quando mais ninguém lhe ligava, eu estive sempre abeto, aqui, no VeloLuso, a dar voz à APCP. E o Paulo Couto soube sempre aproveitar isso. Depois... veio o 'caso-PCC'.

O Paulo foi claro, em conversa comigo. A Associação não apoiava Corredores 'dopados'.
Eu sempre achei que, enquanto não provada a culpa toda a gente é inocente...
Os resultados são conhecidos, os castigos também.
O sinuoso caminho para chegar a alguns deles [castigos] também.

Não sei se é por causa disso - de eu ter ficado até ao fim do lado dos mais fracos - ou devido à mudança de Direcção da APCP (mas o meu contacto não estava guardado?) deixei de ter dela informações.

Pela minha parte, lamento-o, e uma das próximas etapas servirá exactamente para, porque não me foi pedido sigilo, logo, mantenho a informação publicável, deixar (mais) um exemplo de como a FPC subalterna a associação... e esta deixa!!!

Mas no meu Alentejo diz-se que "só nos sobem para as costas se nos agacharmos", e isso é que ninguém verá o Manuel José Madeira fazer!"

sexta-feira, dezembro 24, 2010

Desejo a todos
um BOM NATAL
e o melhor ano de 2011
que for possível

ANO VI - Etapa 9

MEA CULPA

Claro que é motivo para uma rectificação...

Peço-lhe aqui, e fá-lo-ei publicamente, desculpa pela confusão que, há-de lembrar-se, não é a primeira vez que acontece.

Retracto-me e só prometo que, no futuro, vou mesmo verificar quem é quem.

Com o maior dos respeitos,

[nota: este é o conteúdo ipsis verbis de uma mensagem que mandei, em particular, ao José Luís Ribeiro]

Manuel José Madeira

quinta-feira, dezembro 23, 2010

ANO VI - Etapa 8

QUEM GOSTA DE 'SODUKU'?
(É que é difícil mas bate sempre certo!)

José Carlos Gomes
Posted on 2010/12/23 at 5:52 pm
O Jornal Ciclismo dá notícias, não alimenta boatos.

*****
Manuel José Madeira
Posted on 2010/12/23 at 10:10 pm

o ‘Jornal’ de Ciclismo ursupa o nome de jornal… é grave, inconsciente e deixa a descoberto o que de ‘jornal’ tem como referência o JCG.

O ‘J’ Ciclismo pode pretender, enquanto quiser, que não sabe do que se fala. Tanto quanto sei é ‘patrocinado’ pela FPC…

Agora leiam o que o Presidente da Assiciação de Ciclismo do Minho confirmou com todas as letrinhas no VeloLuso
O Cândido Barbosa acusou positivo, com hormonas de crescimento, no Troféu Joaquim Agostinho, que venceu e que que foi a última prova antes da Volta a Portugal.

Que o JC é uma farsa mal interpretada disso todos já sabíamos.

Retirem, o mais depressa que puderem porque já há queixas junto da ERC, o ‘Jornal’ do nome do Blog, porque não é mais do que isso que se trata… um Blog.
Eu tenho uma proposta:
‘José Carlos Gomes… depois de mim o caos!’
Não é bomito?…

Já temos a VERDADE que é possível ter.

Os Jornalistas (heiii…… calma Zé Carlos, eu referia-me a profissionais a sério!) que sejam Jornalistas – e a nossa profissão exige-nos que sejamos Jornalistas, que mais não seja dêem a notícia, ainda que sob reserva.
Será preciso lembrar que outros Corredores foram, de imediato, cruxificados na praça pública ainda antes de que contra eles tenha sido provado fosse o que fosse?

Onde está aqui a diferença?

Mas não há como escondê-lo mais.

O ‘herói do povo’ – e MEU HERÓI também – foi apanhado.
Endógeno ou exógeno?
Isso será o FIM DA NOTÍCIA.

A NOTÍCIA, que nos foi sonegada até agora.
Porque género de ‘jornalistas’?
Eu sei…
... os que, de uma maneira ou outra ‘comem’ à custa da federação.

(Este texto foi enviado ao 'J' Ciclismo, mas não sei se será publicado...)

quarta-feira, dezembro 22, 2010

ANO VI - Etapa 7

EU JÁ TINHA FALADO
NUMA 'BOMBA´
QUE ESTÁ PARA ESTOIRAR...

Foi há já mais de um mês!
(Vejam a Etapa 1, deste ANO VI)
A fonte... fidedigna...
Faltam as provas.
Faltam-me os dados concretos para cumprir o juramento (não feito) quando abracei a profissão.

Ontem mesmo, recebi um email... muito curioso.
Não o transcrevo mas chamo a vossa atenção para o que podem ler...
.
ATENÇÃO aos últimos DOIS comentários. Por favor...

segunda-feira, dezembro 20, 2010

ANO VI - Etapa 6

EU ESFORÇO-ME... MAS NÃO ENTENDO!

Última (?) 'bronca' no Ciclismo luso: Joaquín Ortega, corredor que este ano representou, pelo menos na Volta a Portugal, a formação gaiense da Barbot-Siper foi apanhado num controlo fora de competição em vésperas da Volta, que correu, tendo a segunda amostra da análise confirmado o que a primeira já dera: eritropoetina.

O controlo, segundo li, foi feito em Viseu no dia 2 de Agosto, dois dias antes de a prova ir para a estrada. Ortega venceu mesmo, isolado, uma etapa, a 6.ª que ligou Moimenta da Beira a Castelo Branco etapa que, segundo a notícia, irá perder, para além (não foi escrito mas é inevitável) da desqualificação na prova.
.
.
O que é que que é que eu não entendo?

Recuemos um ano.

Numa situação em tudo semelhante - até o controlo foi feito dois dias (3 de Agosto) antes de a Corrida ir para a estarada - em 2009 acabaram por ser 'apanhados' três Corredores de uma equipa entretanto extinta. Ora, os casos de Nuno Ribeiro e dos espanhóis Isidro Nozal e Hector Guerra saltaram para as páginas dos jornais a 18 de Setembro, numa altura qm que, se os espanhóis abdicaram desde o início da contra-análise, o Nuno Ribeiro - que até venceu a prova - não prescindiu da contra-análise a que tem direito. Mas já saiu penalizado pelas notícias tornadas públicas.

Do Joaquín Ortega só soubemos no dia 19 de Dezembro. Mas esperem, há aqui pelo meio uma curiosidade. Nestes casos, de controlo positivo, a UCI - e a Volta a Portugal é uma prova UCI - começa por informar, primeiro os atletas e o seu clube. Logo a seguir a federação onde estão inscritos.

Há dois anos, e porque havia atletas com licenças de duas federações e se soube dos seus casos ao mesmo tempo, ficou claro que foi a equipa que tornou público o resultado. Tanto que, o acto seguinte foi a extinção da própria equipa.

Dirão os que só agora sabem do caso... 'ah, mas neste caso como o atleta é espanhol justifica-se o facto de só dele termos conhecimento dois meses depois do que acontecera em 2009'.

Engano! A mesma notícia dava-nos conta de que Joaquín Ortega correu com uma licença portuguesa. Que o clube encobrisse o facto, compreendo, mas como é que a federação não emitiu um comunicado?

Porque é que, neste caso, só depois da contra-análise a notícia veio a público?

E é verdade que o Ortega 'estava inscrito' - como demonstro - com DUAS licenças (!!!!), como é possível? É possível? Ou quem tem a responsabilidade da manutenção do sítio da FPC não sabe o que faz?

Querem mais surpresas?

Não é difícil descobrir estas coisas, basta procurar.

Adivinhem quem, no sitio Oficial da União Ciclista Internacional, consta como vencedor da Volta a Portugal de... 2009.

Não se cansem, eu mostro...











(basta clicarem nos documentos que abre uma janela nova onde serão perfeitamente legíveis! Ah, e fiz questão de marcar a data em que foram impressos... mais alguém faça o mesmo para não dizerem que os 'forjei!...)

Saudade

ETERNAMENTE PRESENTE

Olho para esta tua foto e 'derrete-se-me' o coração.

Os teus olhos, num olhar com o seu quê de inigmático, não escondem que vivias um momento feliz...

Apesar da postura linear dos teus lábios, a mão que os encobre em parte revela-nos que há coisas que queres esconder. Aquela mesma felicidade que vivias...

És tu.
.
.
Nunca foste de te expor. De, declaradamente, mostrares o que sentias.

Sabes?, neste mesmo momento, em que escrevo estas linhas, sinto-me feliz por perceber que tu te sentias feliz...

Passam hoje quatro anos que te foste.
Assim, sem mais nem menos...
Com o maior do respeito por aqueles que mais amavas...
reinvidico para mim uma fatia de Saudade.
Jamais te esquecerei.

terça-feira, dezembro 14, 2010

ANO VI - Etapa 5

ATÉ SEMPRE COMPANHEIRO

Só hoje o soube.

Os jornais traziam a notícia que nenhum jornalista gosta de escrever, a da morte de um camarada.

Morreu o Zé Mateus.
Foi-se mais um dos nossos.
Não sei quantas Corridas fizemos juntos, foram tantas, desde Voltas a Portugal a outras por este país fora. Jornalista da Antena 1, tinha 60 anos e partiu ontem, segunda-feira, um ano e pouco depois de se ter reformado com problemas de saúde.

Recordá-lo-emos, naquele seu jeito bonacheirão, amigo do seu amigo, profissional exemplar que todos respeitávamos.

Não foi fácil encontrar uma foto dele, mas queria perpertuá-lo aqui. Achei-a.


Ao mesmo tempo, no sítio da RDP encontrei aquele que terá sido o últo 'Tempo de Desporto' que realizou. Tem a data de 17 de Novembro de 2009, a 1 de Dezembro reformar-se-ia.

(José Mateus)

Há já alguns anos que o não via. Agora já não vou a tempo e temo que o mesmo acontecerá com outros.

Vai diminuindo o 'pelotão' da Velha Guarda do Jornalismo de Ciclismo, quando este era formado por Jornalistas e formava uma grande família.

Adeus Zé, Até Sempre!

(foto: albertohelder.blogspot.com)

sexta-feira, dezembro 10, 2010

ANO VI - Etapa 4

NÃO! ESTÃO ENGANADOS.
TODOS ENGANADOS...
LAMENTO-O E É COM MÁGOA
QUE AQUI TRAGO O ASSUNTO

'Operatión Puerto'.
Ainda hoje são estas duas palavras (*) são associadas à grande investida e (erradamente) a uma grande vitória das entidades, no caso, as espanholas, contra os batoteiros... no Ciclismo.

No desenvolvimento dessa acção, por descuido, sempre estive certo disso, a Imprensa chegou a fazer o papel que dela se espera: dar relevo à notícia, independentemente do nome dos protagonistas. E logo se falou do 'deus' do ténis espanhol... Rafa Nadal (e cito o seu nome porque ele saiu estampado no principais jornais de toda a Europa)... e da equipa de futebol do Barcelona!!!

Adivinho as pressões que se seguiram, de tal modo que a 'fogueira' limitou-se a queimar Corredores de Ciclismo e mais alguns agentes a ele ligado. Refiro-me a técnicos, porque em relação a... ´cérebros', constacto que o mais falado voltou a ser notícia.

Sei que, nestes dois últimos dias, muitos dos 'cliques' que vão mantendo o Veloluso ao abrigo de um aviso por parte do servidor onde está alojado, de falta de assiduidade procuravam uma reação a esta notícia:

«A campeã mundial [em atletismo] de 3.000 metros obstáculos é uma das visadas da operação anti-doping desencadeada pelas autoridades espanholas. Segundo noticia a imprensa daquele país, Marta Dominguez foi detida para prestar declarações.

Além da atleta, que no passado mês de Novembro anunciou pausa na carreira por ter engravidado, foram detidos também o seu treinador, César Pérez, assim como o treinador mais reconhecido do país, Manuel Pascua Piqueras (2). O médico Eufemiano Fuentes, implicado na Operação Puerto em 2006, então relacionada com ciclismo, também terá sido detido.

As últimas informações apontam que nas várias buscas efectuadas ao longo da manhã desta quinta-feira foram encontradas substâncias dopantes de última geração.»

A seguir ao Ciclismo... o atletismo que, por coincidência, ou não, tem vindo a perder protagonistas a nível mundial. Falo do atletismo espanhol, claro.
A seguir virá qual disciplina?

É que de tão 'esprimido' o Ciclismo já não dá nada. Principalmente quando se rasgam grandes parangonas em relação a casos ainda não provados e, nos dias subsequentes se tem de lidar com públicas confissões de estrelas de há uma década atrás que... fazem dinheiro publicando livros autobiográficos confessando o que toda a gente sempre soube!
Esvaziaram o 'filão'...

Nestes próximos dias será o atletismo a estar no olho do furacão.
Que novidade!

Não se sobe a Serra da Estrela só com flocos de cereais.
E como é que se consegue - para além dos pornográficos prémios acenados pelas organizações - correr 42.142 metros cada vez em menos tempo?

Ok, não há potencial vencedor de uma Maratona que faça, com o intuito declarado de a vencer, mais do que duas por temporada. As outras servem de treino. Enquanto isto, um Corredor, só para ganhar uma das Grandes Voltas não se livra de fazer cinco, seis, sete mil quilómetros em 20 dias, subindo montanhas de mais de 2.000 metros, obrigado a contra-relógios omde, para não perder, tem que rodar acima dos 45 km/hora. Sejam as condições meteorológicas quais forem, O 'espectáculo' não se compadece disso nem as Organizações se preocupam.

Depois do Ciclismo, agora temos - ingloriamente, porque acho que é uma modalidade igualmente exigente - o atletismo com notícias de meia págima/um quarto de página, na berlinda.

Quanto ao ténis, ao futebol, à Fórmula 1 e à minha preferida NBA... bem que podemos esperar deitados porque estar sentado muito tempo faz mal às costas.

Voltando ao atletismo. Já tivemos atletas lusos castigados pelo antigo CNAD depois de... contolos positivos. Nenhum nome grande.
Vamos ver o que faz a ADoP... um 'raidzinho', por um dia destes, como fizeram as autoridades espanholas?

Em termos de 'visibilidade' e propaganda, convenhamos que 'apanhar' um medalhado olímpico ou mundial teria muito mais impacto do que, por exemplo, apanhar um jovem Corredor que cumpria a sua primeira época como profissional e nem currículo conseguiu construir.

(1) - 'Puerto', em castelhano e em 'linguagem' velocipédica, significa: alto pontuável para o Prémio da Montanha e não porto (de mar, presumo) como se insistiu na ânsia de uma tradução literal, o que também deixou a descoberto algum desconhecimento em relação ao Ciclismo por parte, acredito que não dos jornalistas que escreviam as notícias mas, certamente, dos 'chefes' polivalentes que saberão um pouquinho de tudo mas nunca chegam a saber Muito de coisa nenhuma.

(2) – Que treinou dois 'icons' do atletismo luso durante cinco.

segunda-feira, novembro 29, 2010

ANO VI - Etapa 3

MAS SABERÃO ELES, DE FACTO, O QUE QUEREM?
(Corredor não perde direitos comuns
a qualquer Cidadão só porque é... Corredor!)

Reforçar o combate contra o 'doping' no Desporto, sublinho... no Desporto. Totalmente de acordo. Agência Mundial e congéneres nacionais, em vários países, embora muito mais nuns que noutros, estão fixados nessa ideia, tão fixados que não têm pejo nem vergonha em apresentarem 'planos' que teimam em violar os mais elementares direitos de qualquer Cidadão. E um Corredor de Ciclismo não perde direitos de cidadania só porque... é Corredor de Ciclismo!

Corredor de Ciclismo, mesmo que em dado ponto da sua carreira tenha infrigido qualquer código, Não Pode Ser Tratado Como Um Vulgar Criminoso, muito menos ser olhado como pior do que estes.

Porque é que as polícias, mesmo sabendo onde se esconde um criminoso tem, pacientemente, que aguardar pelo nascer do dia para poder 'assaltar-lhe' a casa e tentar prendê-lo?
Está na Lei!
Que foi feita para defender os direitos dos Cidadãos sem que tenha previsto sub-grupos de cidadãos. Como quem assassina, estrupa ou rouba...

quinta-feira, novembro 25, 2010

ANO VI - Etapa 2

ALELUIAAAAAAA!...
.

Sou, sempre fui, sê-lo-ei sempre contra o flagêlo do doping no Desporto, realço... no Desporto, como o sou contra a Droga ou a Prostituição ilegal (não alimento tabús contra a sua legalização, a da prostituição), como o sou contra o enriquecimento ilícito, seja ele advento de practicas atentatórias à Lei, seja a coberto de pornográficas manobras económico-sócio-políticas que sempre encontram maneira de premiar gestores fraudulentos ou a imensa manada de 'boys & girls' que ontem eram alaranjados, hoje são rosadinhos e amanhã, mais do que certo, voltarão à primeira côr num sem-fim que em si encerra todo o seu significado...

No que diz respeito ao doping no Desporto - sei que não é verdade, mas não vo-lo escondo, sabendo, de antemão, que os que comungam as minhas ideias me perdoarão o que vou escrever a seguir... - alturas houve em que me senti sozinho e isolado (o que não é a mesma coisa), espécie de caquéctico (assim Miguel de Cervantes o imaginou e criou, caquéctico mesmo) Don Quijote espadeirando imaginária lança contra bem concretos 'moinhos'.

Há instantes brilharam-me os olhos. Húmidos, sim!
É que não basta concordar, em privado, que eu tenho razão.
Qualquer acto que disso faça eco preenche um pouco do grande vazio que me envolveu nos últimos anos.
Perdoem-me a fraqueza...

segunda-feira, novembro 15, 2010

ANO VI - Etapa 1

DEIXAR 'CAIR' O TAVIRA É CRIME LESA-CICLISMO
DESENRASQUEM-SE!... (SIM, VOCÊS!... *)

Li hoje que está tremido o futuro da equipa Profissional do Clube de Ciclismo de Tavira. Substituindo o nome do clube, é uma notícia que, infelizmente, desde há anos que vimos a ler. Umas vezes a ameaça cumpriu-se mesmo, noutras, nem que tenha sido à última hora, foi possível encontrar uma solução de continuidade.

Aliás, recuemos aos anos 80/90 do século passado e quantas vezes não lemos, afinal, esta mesma notícia… com o nome deste mesmo clube?

Foi sempre, desde 1991, quando comecei a escrever sobre Ciclismo na saudosa A CAPITAL, um clube com o qual mantive estreitas ligações e onde encontrei grandes amigos.

A imponente figura desse Senhor que se chamava José Manuel Brito da Mana – dentro de pouco mais de um mês completar-se-ão três anos desde o seu passamento e espero que, quem de direito, não esqueça a data – já então se apresentava debilitada e era o José Marques quem, ano após ano, batalhava até ao último minuto útil para conseguir manter viva a equipa.

Principalmente depois do longo ‘casamento’ com a marca Bom Petisco ter chegado ao fim.
Houve até um ano – e não o cito porque não o sei de cor e, como é meu hábito, não recorro a ajudas porque estes escritos são espontâneos e se neles incorporo datas correctas é porque elas estão presentes na minha memória – em que o CC Tavira iniciou a temporada como equipa amadora por não ter patrocínio.

Como, não sendo selectiva, como o não é, a minha memória ainda prende franjas da história recente (últimos 20 anos) do Ciclismo português, é de inteira Justiça – e NINGUÉM poderá negá-lo – foi no decurso de uma Volta ao Alentejo, na qual a equipa não profissional do Tavira participou por convite expresso da Organização, então liderada pelo engenheiro Alfredo Barroso, que um outro Homem a quem NUNCA deixarei que maltratem, por ter sempre posto o seu indiscutível amor pela modalidade acima de quaisquer outros interesses, conseguiu um patrocínio para o resto da temporada, iniciativa que teve que se socorrer de um estratagema para que pudesse seguir em frente.

O Tavira reentrou no pelotão profissional como Progecer-Tavira depois de um exercício de ‘ginástica’ mental ma vez que a empresa que, de facto, lhe deu a mão, a Recer, já patrocinava outra equipa do pelotão, pelos regulamentos, nenhuma empresa pode patrocinar duas equipas no mesmo pelotão.

Ah!, o Homem que ‘desatou’ este nó tem nome e chama-se António Teixeira Correia.

Já não há jornalistas de Ciclismo no activo. Ninguém se lembra disto. Mas enquanto alguém se lembrar, a História não será esquecida.

Tudo isto para vincar que o Clube de Ciclismo de Tavira não vive uma fase que lhe seja de todo desconhecida. Talvez para estes novos dirigentes, mas eles também saberão dar a volta por cima.

O QUE MAIS NINGUÉM ESCREVE…

Depois de, a meio da manhã, ter lido a notícia crua, fria perfeitamente o espelho daquilo que a CS hoje tem para dar ao Ciclismo (nada!), não deixei de pensar no caso Tavira.

Reivindico para mim o mais completo e sério trabalho jornalístico que marcou os 25 anos de existência do Clube de Ciclismo de Tavira, publicado em 2004, em A BOLA.

Com datas e nomes e palmarés – posteriormente por outros aproveitados – e com declarações das principais figuras do Planeta Ciclismo que… hoje ainda são as mesmas. Mas defendo as suas contribuições como honestas e sentidas da mesma forma como defendo o todo desse meu trabalho. Contudo…

Contudo, e durante todo o dia de hoje (apesar de uma dúvida que se me levantou logo no início, mas creio ter esclarecido com uma visita ao sítio oficial do clube) algo me atormentou.
Qualquer coisa da qual, primeiro, eu ainda não me tinha lembrado, depois, não tenho conhecimento de que alguém mais o tenha feito.

(Desde já os meus mais sinceros pedidos de desculpa se, por acaso, estiver errado.)

O Clube de Ciclismo de Tavira foi fundado a 31 de Agosto de 1979 – logo aqui fica a ser o mais antigo clube de ciclismo com uma Equipa Profissional de Ciclismo do Mundo – mas não pode, nem deve, ser apartado do que lhe deu origem.

O Clube de Ciclismo de Tavira é fundado naquela data, logo após uma assembleia-geral do Ginásio Clube de Tavira ter decidido fechar a sua secção de Ciclismo. Não há separação possível, a não ser a mudança do nome.

Quem era o Director do Ginásio responsável pela secção de Ciclismo?
José Manuel Brito da Mana.

.

.
Quem teve a iniciativa de formar o Clube de Ciclismo de Tavira?
José Manuel Brito da Mana.


Que levou consigo tora a estrutura da secção do Ginásio.
Equipa incluída.

Não se esqueçam que esta Etapa tem a ver com uma “pulga” que trago atrás da orelha….
… entretanto deixemos desfilar a História.

O Ginásio Clube de Tavira foi fundado em 1928 como Tavira Ginásio Clube, tendo sido, ao abrigo de uma Lei do Estado Novo, de 1 de Agosto de 1945, obrigado a mudar de nome. Pelo que consegui saber, o Ciclismo foi uma das suas primeiras modalidades mas faltam registos. O que vale é que, já como Ginásio Clube de Tavira, aparece pela primeira vez na Volta a Portugal – mas havia diversas outras organizações de corridas e no Algarve ainda mais – em 1947.

Já agora, e para quem precise de uma fonte de fácil acesso, dir-vos-ei que, tanto quanto pude apurar, o primeiro clube algarvio a participar numa Volta a Portugal foi o Louletano Desportos Clube, em 1940; e que em 1944 participou uma equipa denominada como Desportivo de Faro.

MAS EU QUERIA CHEGAR A UM PONTO…
MUITO IMPORTANTE!

Já disse lá atrás que não assegurava nenhuma data certa porque tenho, como costume, não ‘trabalhar’ as minhas entradas. Escrevo de memória, o que não quer dizer que não deite a mão a um livro que esteja aqui ao lado.

Não é o mesmo que… “pesquisar” que isso pressupõe trabalho que, honestamente, não fiz. Mas recorri à “História da Volta”, do meu queridíssimo Guita Júnior para chegar a algumas datas. Seria desonesto se tal omitisse.

Mas, acreditem ou não, arranco da minha memória a parte fulcral desta Etapa.

Sei que, em 1982, era então primeiro-ministro Pinto Balsemão, o Ginásio Clube de Tavira – à data, já há três anos sem Ciclismo – ganhou o estatuto de Utilidade Pública.
Não o ponho em causa!
A pergunta, aquilo que me atormentou durante todo o dia é isto:

Como é que o Clube de Ciclismo de Tavira, que desde o primeiro dia assentou na Formação a sua razão de existir, consegue chegar aos 32 anos sem ser reconhecido de Utilidade Pública?

E aqui ressalvo, tinha, tenho dúvidas, mas uma visita ao seu site oficial não nos diz que o seja, e é coisa que sitio oficial não esqueceria de colocar.

1979. Quantos clubes de ciclismos teríamos nós que assentassem, sobretudo, na formação? Agora temos muitos… até porque é garante de subsídios. Mas naquela altura haveria algum mais?

Provavelmente sim, exponho aqui a minha ignorância… perdoem-me, se quiserem!

Mas porque é que o Clube de Ciclismo de Tavira não tem o estatuto de Utilidade Pública?

Como? Quando, durante, pelos menos dois mandatos, o presidente da autarquia tavirense foi o presidente da Assembleia-geral da Federação Portuguesa de Ciclismo?

Ah!...
É de Utilidade Pública e eu estou a fazer figura de urso…
Antes assim.

MAS TENHO OUTRO TEMA…

Se temos o mais antigo Clube com equipa profissional do pelotão mundial, como é possível que a Federação não lhe dê uma mão? A História da Federação Portuguesa de Ciclismo não é dissociável do seu Clube universalmente mais importante. Que mais não seja pela data de fundação!

Se calhar não sabem!...
E acham que eu não acredito nessa hipótese?
Mas ficam a saber.

De uma coisa nunca ninguém vai poder acusar-me: de levantar um problema sem deixar uma proposta de solução. Claro que tenho…

Já nem vou falar do inenarrável exemplo de a Liberty Seguros patrocinar a federação na luta contra o doping… depois de ter pago (sem disso ter conhecimento, é evidente) aquilo que três dos corredores da equipa a que dava o nome terem tomado.

Eu escrevi… os corredores terem tomado porque foram apanhados.
E as análises deram positivo.

Ao contrário de uma outra formação… que não teve nenhum atleta controlado positivamente mas, os responsáveis por esta equipa foram, com a conivência da CS, atirados para o cesto do esquecimento…

Na outra, onde ninguém foi apanhado, director-desportivo e médico acabaram na barra do Tribunal… nesta, enquanto o pau foi e veio, um “milagre” livrou toda a gente…

E ninguém se questiona e ninguém questiona ninguém.
Sou mesmo ingénuo não sou?
Se a Liberty passou a patrocinar a federação… se a federação patrocina os seus arautos…
Mas nem todos são parvos, nem todos estão a dormir.

Mas o mais importante agora, é mesmo apelar a todas as ‘forças vivas’ do nosso Ciclismo que não deixem acabar a equipa profissional do CC Tavira.

Porque devemos isso, por mais que não seja, ao Senhor Engenheiro José Manuel Brito da Mana que, sozinho, fez mais pela modalidade que todos os doutores e lambe botas fizeram, por isso merece que a sua memória seja respeitada.

X FILES

Contou-me um passarinho que está aí uma 'grande bomba' para rebentar.

A FPC já está a par até porque o seu presidente se referiu a 'EPO.3' e 'EPO.4'...

Ficamos a aguardar pelo desfecho da coisa. Porque não há intocáveis no Pelotão, ou há?


(Alfredo Farinha, um dos MESTRES do Jornalismo Desportivo, que a muitos de nós, os mais velhos, serviu de exemplo - e ainda serve - disse um dia: Eu sei tudo o que escrevo, mas não escrevo tudo o que sei!)


* (Ficam a saber que eu Sei!)

quinta-feira, novembro 11, 2010

sexta-feira, outubro 29, 2010

Efeméride

HÁ CINCO ANOS ATRÁS…

Serve este post assim quase como prólogo...
Não vale ainda, é apenas para por a máquina a andar.
Neste espaço vou escrever sobre ciclismo.
O ciclismo em Portugal, hoje e antes; o ciclismo lá fora. Sem distinções.
Será como que um diário. Qualquer coisa onde quero deixar o que penso no momento.
(Sábado, dia 29 de Outubro de 2005/3.34 horas)
.
NADA MUDARÁ!
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O tempo passa, inexorável, e com a sua passagem vão acontecendo mudanças. Umas positivas, outras nem tanto. Sejamos pragmáticos. É a Vida.
Após duas ou três tentativas, redundamente falhadas, há cinco anos, que hoje se cumprem, nascia o VeloLuso.

Havia, neste suporte, vários sítios dedicados ao Ciclismo. Com notícias e resultados. Sítios estrangeiros… Por cá seguia tínhamos o Cyclolusitano que se destacava, sobretudo, como excelente base de dados, que não nos envergonhava, à altura, perante congéneres estrangeiros. Um grande trabalho criado de raiz pelo Rui, ao qual o António deu uma mão, abrindo uma janela que, estou certo disso, foi pensada com a melhor das intenções, o Fórum.
Do qual me tornei participante assíduo apontando, contudo e desde o início, o mal de que padeceu sempre e o qual haveria de morrer, infelizmente arrastando o Cyclolusitano.

Eu queria que se discutisse o Ciclismo português, com opiniões sérias e sustentadas… e achei que já tínhamos um espaço, o Cyclolusitano. Mas, não só não consegui fazer valer as minhas ideias como me tornei, num repente, alvo de achincalhamentos, de gozo… até de ameaças físicas. Também não soube contornar as primeiras provocações. É verdade.

Tinha a suprema felicidade de poder gerir o espaço noticioso – e não só – da Minha modalidade no Jornal em que trabalho e, modéstia à parte, acho que entre os anos 2000, quando fui contratado, até este mesmo 2005 ninguém, nem nenhum outro OCS serviu o Ciclismo com o respeito, a dignidade e o espaço que ele vinha a conquistar nas estradas. Foram, de longe, os melhores anos da modalidade, entre nós.

Pusemos uma equipa na 1.ª Divisão Internacional, equipa que nos deu resultados e visibilidade. E os actuais nomes que, felizmente, hoje são mais do que sempre na história do Ciclismo nacional a integrarem o principal pelotão mundial, não devem esquecer as portas que ela abriu.

Duas décadas depois do fenómeno Joaquim Agostinho – só acompanhado, em termos de ligação do seu nome a Portugal, por Acácio da Silva – o nosso país rasgou a cortina de penumbra atrás da qual se cumpria um calendariozinho no qual competiam algumas equipazinhas para ser olhado como incontornável referência que nestes últimos anos deu ao Ciclismo mundial nomes como os de Orlando Rodrigues, José Azevedo, Sérgio Paulinho, Manuel Cardoso, Rui Costa, Tiago Machado, Nélson Oliveira e perdoem-me se me esqueço de alguém.

Eram as potencialidades que tínhamos – sustentando os meus escritos numa experiência de estrada, à altura, de 15 anos – e do que estava a ser mal feito e que era fácil de melhorar e do que estava a ser mal conduzido e ainda hoje não reentrou (ou entrou, para ser mais concreto com a realidade) nos eixos que eu queria discutir. Aproveitando um enorme painel de, julgava eu, indefectíveis amantes da modalidade. Enganei-me.

Daí à tentativa, até à concretização, de um projecto pessoal era só dar um passo e nunca me assustou ser o primeiro a dar esse passo.
Daí nasceu, faz hoje cinco anos, o VeloLuso.

Apoiei, discordei, deixei à discussão um sem número de itens que, nalguns casos, mereceram inesperado (por mim) movimento de contestação.
Franjas de opinadores, que eu já sabia teria de enfrentar, que sempre se revelaram vazios de ideias, ou com falta de coragem para as discutirem publicamente, se é que as tinham, aproveitaram todas as ‘boleias’ não para contraporem novas ideias às que eu ia deixando mas para, muito mais comodamente, simplesmente as achincalharem. E achincalharem-me a mim. O que sempre foi de somenos.

Uma única, uma só razão me segurou aqui durante estes cinco anos, mesmo nas alturas em que, aparentemente, o VeloLuso dava sinais de que o estertor final estava à vista: defender o Ciclismo.

E, desviado para outras funções no Jornal onde trabalho e só com o VeloLuso como via de comunicação assumi, em perfeita consciência – a tal enraizada em 15 anos de estrada de estórias mil… -, a defesa do Ciclismo a partir da única trincheira honestamente válida: a dos Corredores.
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Por mais influentes que forem os dirigentes, por mais força que tenham os patrocinadores, que fazer com essa influência e essa força se não houver quem sofra em cima da bicicleta?

E é disto que não abri, não abro nem abrirei mão.

O Ciclismo são os Corredores. Depois, enquadrados pelas equipas técnicas e com o cada vez mais influente departamento médico, temos uma equipa… temos equipas. Um pelotão.

Só com um pelotão podemos ter Corridas. De que valem os Organizadores destas se não tiverem um pelotão para as correr? De que vale as associações, e subindo, a federação, desenharem calendários de não tiverem quem organize as provas? E para que queremos associações e, no cúmulo, a federação, se for só para desenhar calendários se depois não há organizadores que não fazem sentido se não montarem corridas que só o pode ser feito se houver um pelotão que não existe sem equipas que são formadas por Corredores…

Como todas as outras modalidades, o funcionamento do Ciclismo assenta nesta pirâmide cuja (larga) base são os Corredores. Que em todos os seus patamares comete erros, a começar pela cúpula. Se a principal preocupação, para parecerem sérios, é a de minar, fragilizar, destruir a base… digam-me como se sustentará então este edifício.

Não tem sido à volta disto que eu me tenho batido nestes cinco anos?

Não, não peço louvores – era o que me faltava – só quero que desenterrem as cabeças dos montinhos de caca onde as têm vindo a enterrar e deixem de se fingir avestruzes. Estas, e é apenas uma imagem que foi criada, porque não é de todo verdade, ‘enterram’ a cabeça na areia.

E pronto, num abrir e fechar de olhos cinco anos passaram.
O VeloLuso não veio acrescentar nada de novo ao panorama do Ciclismo indígena?
Uma vez mais peço desculpa pela (aparente) imodéstia. Veio sim. Senão eu não tinha ganho tantos inimigos de estimação nem – mas disso não me lamento – perdido tantos ‘amigos’ de ocasião.

Na medida do possível vou continuar a andar por aí…
Sem necessidade de levar (indiscutivelmente, sem nenhuma de dar) palmadinhas nas costas seguirei o mesmo caminho levando uma só ‘bandeira’:

NÃO À HIPÓCRISIA GENERALIZADA!

sábado, outubro 23, 2010

ANO V - Etapa 90

NÃO ESTAREMOS NÓS PERANTE
UM CASO DE DUPLA PENALIZAÇÃO
PELO MESMO ILÍCITO?

Esta Etapa não é um comentário, não é um texto de opinião, não é, sequer isso, um desabafo...

Sou eu a 'pensar alto'. A falar para comigo próprio uma vez mais, confuso, sem perceber algumas coisas - por aqui andam (quase) sempre à volta do mesmo tema - e lixado por não as conseguir entender, até porque parece que pertenço a uma minoria que não as entende.

Ora, se a maioria vê aquilo que eu, olhando para o mesmíssimo ponto, não consigo ver, obviamente o mal está em mim. E isso chateia-me!

Já escrevi sobre este assunto há dois meses atrás (Etapa 83), mas eis que o tema volta a ser notícia.
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Refiro-me ao(s) castigo(s) aplicado(s) em 2009 ao Nuno Ribeiro, ao Hector Guerra e ao Isidro Nozal, então Corredores da Liberty Seguros. O motivo não vale a pena estar a repeti-lo...

Já nessa altura eu estranhara o facto de, apesar de todos os três terem sido castigados com a mesma pena, em termos de suspensão da actividade desportiva, de dois anos, de o Conselho de Justiça da Real Federação Espanhola de Ciclismo ter considerado como início desse castigo a data do controlo que se revelou positivo (3 de Agosto de 2009) e de, em Portugal, primeiro se ter fixado como data inicial da sanção ao Nuno aquela em que a UCI confirmou o dito castigo (17 de Setembro), emendando-a, posteriormente para cerca de dois meses mais tarde uma vez que o Nuno não prescindiu de conhecer o resultado da contra-análise, direito que lhe é reconhecido pelos regulamentos.

Imagine-se que a contra-análise levava seis meses a fazer. Não me consta que haja prazos definidos, ficando dependente da disponibilidade do laboratório... Imagine-se.

Entretanto, o Nuno recorreu imediatamente desta decisão e só agora, no final desta semana que passou, o Conselho Jurisdicional da FPC ratificou a data do início da sua suspensão de dois anos para o dia 17 de Setembro de 2009.

A partir daqui o assunto pode ser desmultiplicado em dois ramos.

Primeiro: se o... crime foi confirmado apenas no dia 17 de Setembro, como é que os espanhóis começaram a pagar por ele 46 (!) dias antes? É que a data de 3 de Agosto é falaciosa. Foram apanhados nesse dia porque foi nesse dia que foram controlados. Se o controlo tivesse sido feito uma semana antes teriam sido apanhados uma semana antes, ou 15 dias antes, se o controlo tivesse sido feito a 20 de Julho!

Contudo, concordo que o castigo seja aplicado a partir da data em que foi detectado o ilícito - ainda que na altura do controlo seja impossível saber o que é que as análises vão dar - em vez daquela em que este é confirmado. Já explicarei porquê.

Não sei se por a letra dos regulamentos nacionais ser diferente - mas isso suscita-me outra dúvida: não terá sempre, porque estávamos em pleno arranque de uma prova internacional organizada sob a jurisdição da UCI, o caso ter que ser julgado pelos regulamentos da UCI que se sobrepõem aos nacionais? -, recomeço, não sei se por a letra dos regulamentos nacionais, entre Portugal e Espanha, serem diferentes, se deles [regulamentos] ser possível fazer mais do que uma leitura, a verdade é que o Nuno Ribeiro, e não tem nada a ver com o facto de ter ido em frente, pedindo a contra-análise, sai prejudicado em relação aos seus dois ex-colegas de equipa em 46 dias no que respeita ao mais importante, se é que queremos que o mais importante seja a recuperação do atleta, que é o retorno à competição.

Os dois anos de castigo de Guerra e Nozal terão 730 dias e os mesmíssimos dois anos de castigo ao Nuno... 776!

Segundo: os três cumpriram a Volta a Portugal. Fizeram mais de dois mil quilómetros de estrada, subiram as mesmas montanhas, os três suaram sob os 40 graus centígrados do nosso Verão, em Agosto... os três viram, à luz dos Regulamentos, os resultados conseguidos, e o que lhes equivaleria em prémios monetários, serem-lhe anulados...

Os dois espanhóis encolherão os ombros, até porque pouco perderam, e, se é que ainda o pretendem fazer, ou se é que ainda vão conseguir [leia-se: encontrar equipa para] prosseguir as suas carreiras, estarão disponíveis no dia 2 de Agosto do próximo ano...

O Nuno Ribeiro, pelo contrário, venceu etapas, venceu a Volta. Esses resultados foram-lhe anulados e perdeu o direito aos respectivos prémios quando, digam-me que isto não vale nada!!!, só é castigado a 17 de Setembro.

Podem-lhe ser retirados resultados e aqui, no seu caso particular, prémios monetários referentes a uma corrida que fez e que escapa, temporalmente, por antecipação, à data em que lhe foi imposto o castigo?

Podem. Porque o ilícito, apesar de só confirmado a 17 de Setembro foi detectado - jamais se saberá quando praticado - antes dessa corrida. Logo para se fazer Justiça o seu castigo deverá ser contado a partir do dia 3 de Agosto de 2009.

É que assim o Nuno Ribeiro acumula dois castigos pelo mesmo crime, o que legalmente é impossível. Desportivamente foi castigado a partir de 3 de Agosto e só a 17 de Setembro o foi disciplinarmente. São os tais 46 dias nos quais, para todos os efeitos, o Nuno é duplamente castigado. Pelo mesmo ilícito...

E, neste caso concreto, até já havia o exemplo dado pela Real Federação Espanhola de Ciclismo. Porque é que os doutos Conselheiros da FPC, que noutros casos mais ou menos coincidentes no tempo - alargando-o a seis meses atrás, seis meses à frente, é irrelevante - até interpretaram com Justiça os regulamentos, contrariando decisões tomadas pelos seus pares do Conselho de Justiça, desta feita apenas emendaram em parte mais um erro destes?

Porque a data de 17 de Setembro traz o carimbo da UCI, eu sei. Mas já deixei a mesma questão lá atrás, em relação ao tempo da contra-análise... e se a UCI tivesse levado mais dois meses a deliberar? Pois...

quinta-feira, outubro 21, 2010

ANO V - Etapa 89

FORÇA CAMPEÃO, ACREDITA!...

Surpreendente?
Provavelmente, mas apenas por tardia.
Eis que é dada ao Bruno Pires a oportunidade de uma vida e ele, por certo, não a deixará escapar.

'Patrício', um abraço muito, muito apertado e vai lá mostrar no Grande Pelotão quanto vale um Alentejano (do Redondo, e não de Évora, amiga Ana Paula!)...

Aqui deixo expresso o meu voto de que tudo, mas mesmo tudo, te corra bem.
Cá de longe fico a 'torcer' por ti.
Como sempre fiz, companheiro...
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(O meu tlm sofreu um acidente, estou à espera de recuperar os números porque quero dar-te os parabéns de viva voz. E sei que tú não és dos que 'nem ouvem tocar', nem se esquecem de responder se for parar às mensagens...)

sábado, outubro 02, 2010

ANO V - Etapa 88

NÃO VÃO CONSEGUIR 'MATAR' O CICLISMO!

Os factos estão aí estampados por tudo o que é jornal. Assuma-mo-los como tal, como factos, mau grado as discrepâncias.

Nada contra os 'mensageiros'...
E contra quem insiste em maltratar o Ciclismo, que dizer?

Não há inocentes, é voz corrente. Quando EU tiver a certeza disso, serei o primeiro a vir aqui dar a minha opinião.

O que não li em lado nenhum, por enquanto - sendo que eu também não leio tudo, sublinhe-se por ser verdade -, é que cada vez o rabo do bicho está mais de fora, enquanto ninguém tem coragem para dar nome ao GATO.

trikis-trikis-trikis...

Amuo entre a UCI e a AMA, por um lado, e a Agência Francesa de Luta Anti-doping, pelo outro, 'desviaram' para Colónia a análise aos controlos do Tour. E só agora é que o sabemos... Estranho!

Tão senhores do seu nariz, como o são os franceses, França onde, recordo, aconteceu, até agora, a única interferência do Estado, via-Governo da Nação, em questões de 'doping' ficaram calados todo o mês de Julho. E de Agosto...

O Tour, prova máxima do Ciclismo ao mundial, que eles, gauleses, dominam, controlam, manobram... não o Tour, o Ciclismo mesmo, num país onde o Governo da Nação já se deu ao luxo de intervir... não tugiu nem mugiu em relação ao local onde seriam feitos os controlos.

Será ainda possível recuperar esta... 'verdade'?

E chegamos aos factos que nos últimos dias voltaram a ferir de morte a modalidade.

O Laboratório de Colónia, o único em todo o Mundo que pode chegar tão longe, 'detectou' uma concentração de uma substância, cujo nome não me lembro de cor e não me apetece dobrar para ir ver aos jornais que estão aqui ao lado, no valor de 0,000.000.000.005 gramas - há, ou não, que nos expliquem os doutos especialistas, valores máximos que justificam penalizações? Aqui há uns anos, não muitos, 45-46 % de EPO 'passava'...

Alguém, que não guiado por 'bengala' amiga me é capaz de ler aquele número lá atrás?
Eh pá, eu, mesmo que há já quase quatro anos - por motivos de saúde - não ingira uma pinga de álcool, fico com um problema... a fábrica da Cerveja Sagres, em linha recta fica a cerca de quilómetro e meio da minha casa... quantas triplas de zeros, a seguir a uma vírgula e antecedendo um outro algarismo acusarei eu só devido ao que as chaminés da Sagres expelem para o ar?

Entretanto, e não há quem falte para, se tal for necessário, empurrar quem está à frente só para também ele poder dar um pontapé num desgraçado que, fosse por que motivo fosse, caiu e jaz no chão, do zero vírgula quase infinito, logo se saltou para outra possibilidade.

O importante é não deixar que o caldeirão onde ferve o azeite fique sem que tenhamos um Corredor para lá meter...

Entretanto e, aparentemente, com origem na Alemanha (vejam-se ao espelho) surge uma segunda versão...

Peço desculpa, não é uma segunda versão, é uma nova versão depois de se terem dado conta do ridículo da primeira que foi difundida.

Afinal 'aquilo' podia muito bem ser... resultado de uma autotransfusão! Ai, ai, ai, ai...

Então a supra-capacidade do mega-laboratório de Colónia, 'afunda-se' até aos doze dígitos abaixo da unidade e... é só isso?
Não descobre o que aconteceu?
Deixa à CS o 'repasto' de, evocando 'fontes' desenhar cenários?

E... esperem aí, como se chega à hipótese de transfusão?
Porque - riam-se à vontade, porque quem o escreveu não faz a mínima ideia do que escreveu - naqueles 0,000.000.000... etc, não se tendo a certeza do que afinal poderia ter acontecido na realidade - a versão do Corredor é a de que terá comido carne contaminada - se DESCOBRIU vestígios de... plástico que... PODEM SER de uma bolsa a partir da qual EVENTUALMENTE terá acontecido uma transfusão de sangue.

Quem não sabe que se engordam frangos, vitelos, borregos, jor... (opssss!, ia escrever jornaleiros!) à custa de hormonas de crescimento e palmadinhas nas costas (nos frangos não que não têm costas)?

A ASAE, a nossa querida ASAE - que para mim só é batida por outra A... - prefere 'caçar' CD's piratas nas feiras... 'lobbies'? Eu não falei em 'lobbies'...

As autoridades anti-dopagem, e parece que é realidade universal, só querem 'apanhar' Corredores, independentemente do numero de triplos-zeros a seguir à virgula.

MAS AO CICLISMO NÃO O VÃO MATAR!...
Mesmo que, e estou perfeitamente ciente disso, os 'lobos' de agora virem 'cordeiros' pois, por mais estúpidos que sejam, e se não são parecem-no... mais dia menos dia vão chegar à conclusão de que... vivendo do cogumelos, exterminando os cogumelos não vão mais poder viver.

Adivinho, e deixo o desafio a quem o conheceu, o que esse 'monstro' do Jornalismo de Ciclismo que foi o Grande José Neves de Sousa estaria a escrever sobre estes acontecimentos... Ai sim, os que com ele privaram e ainda aí andam (mesmo que às migalhas) que sintam vergonha. Têm todos os motivos para o sentirem.

domingo, setembro 26, 2010

ANO V - Etapa 87

OBRIGADO AMIGOS!...

Apesar de eu já não ter espaço no Jornal para escrever sobre Ciclismo, quero aqui destacar a fidelidade que o Clube de Ciclismo de Tavira tem mantido para comigo, seja com notícias da sua equipa profissional, como da equipa de sub-23. Penetencio-me, publicamente, por as não ter vindo a aproveitar para colocar aqui no Blog, mas também já repararam o quanto inconstante se tornou a minha actividade aqui.

Sei-me observado. Controlado...
Não são os 'abjectos' coronéis de lápis azul, dos tempos da censura de Salazar e Caetano; não são sequer 'sargentos' nem 'cabos'. Apenas... 'fiéis de armazém', mas o efeito é o mesmo.

Como tenho entalado na garganta (ou nos dedos, será mais correcto dizer) tanta coisa... mas como se aproxima o momento em que, pela primeira vez na minha vida e ao fim de 24 anos de Jornalismo, sério, com muita opinião, com muitas 'novidades' que poderiam ter sido manchete num jornal dedicado à modalidade e que nunca foram desmentidas, terei que me apresentar perante um Juiz na condição de Réu... não é por medo, é porque mo dita a consciência, até porque não tenho os meios do prof. Carlos Queiroz que os está 'fritando' em lume brando para depois lhes sacar metade do orçamento que eu sou obrigado a sustentar através dos impostos que pago, venho a escrever menos aqui no VeloLuso.

Mas leio todas as notícias - estava a falar do Clube de Ciclismo de Tavira - e só sinto uma obrigação: agradecer-te Ana Luísa Jesus, por continuares a aceitar o VeloLuso como meio eficaz de veicular as novidades do Clube.

Isto há-de voltar à normalidade.

Contudo, esta informação, porque adivinho vai ser ignorada pela Comunicação Social - e assim sempre haverá mais ou menos uma centena de amantes do Ciclismo que vão ficar a saber - não podia, em consciência, deixar transpôr:

FESTIVAL DE PISTA

COM TRANSMISSÃO EM DIRECTO

O Festival de Pista terá transmissão em directo através do site da Digital Mais TV.

Pela primeira vez, a emblemática tarde de 5 de Outubro será transmitida directamente do local e poderá ser acompanhada em
http://www.digitalmaistv.com, um canal de televisão on-line que procura divulgar a região do Algarve no país e no mundo através da Internet.

A partir das 14.30 horas, as várias provas que compõem o evento vão ter o máximo destaque no fecho de mais uma época de ciclismo.

(Texto: Ana Luísa Jesus/CCT)
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VOLTA À MADEIRA
O meu carríssimo Teixeira Correia, desde a primeira hora que me envia todas as informações sobre uma Corrida que e cobri presencialmente por duas vezes, nos já distantes anos de 1994 e 1995. É uma prova linda. Diferente, com um cenário diferente, com gentes diferentes - ai, como eu sei o quanto são diferentes... - mas uma prova que, de facto, merecia maior impacto noticioso.
Não sei como a Imprensa local a está a tratar... mas por cá...
Teixeira, sabes aqueles tipos que atravessam o 'chapitô' de uma tenda de Circo caminhando sobre um fino arame, usando apenas como auxílio uma vara, que os ajuda a equilibrar?
Pois é amigo, a minha vara é curta de mais, não dá para me equilibrar.
Quer dizer, não deu... a Corrida termina quando? No dia em em ela terminar eu arrisco cair do arame e publico a história completa da Corrida. Até lá, como quem o devia fazer não ligou, eu não posso fazer nada.
É a estes dois amigos, a Ana Luisa Jesus e o Teixeira Correia que agradeço no título desta 'etapa'.

terça-feira, setembro 21, 2010

ANO V - Etapa 86

UM ABRAÇO APERTADO QUIM

Na sequência da 'etapa' anterior - peço desculpa pelo atraso com que aqui trouxe o tema - impõe-se esta nova entrada.

Porquê? Porque a chegada do Quim Sampaio ao pelotão profissional, e a de outros, como a seguir lembrarei, coincide com a minha chegada ao Ciclismo enquanto mero escriba que, e peço-vos, aos conhecedores, aos que já lá andavam e me acolheram de braços abertos, reconheçam, foi muito discreta.

Porquê? Porque eu pouco ou quase nada sabia de Ciclismo. Aprendi na estrada, cometendo erros, com certeza, mas com a humildade de o reconhecer.

Foram precisos cinco ou seis anos (os que eu julguei necessários, sem que, ainda assim, isso não signifique que não tenha continuado a cometer erros) para, pela primeira vez me atrever a ir além da crónica e da entrevista... da reportagem, para me aventurar na opinião.

Por respeito, muito respeito, pelo Ciclismo e, naturalmente, mais respeito ainda pelos meus leitores.

(Ironia das ironias, a primeira vez que o fiz, então já em A BOLA, foi para, sustentando-a, defender a realização dos Mundiais de Estrada de 2001, em Lisboa, contra argumentos esgrimidos pelo meu caro Carlos Flórido, que desmontei; e até hoje não há como negar que, em termos organizativos, esses mundiais foram um tremendo êxito e cimentaram a então já forte influência do dr. Artur Lopes nos meandros da UCI. Dr. Artur Lopes que, à minha frente, e dirigindo-se ao responsável (meu amigo do peito e contra quem jamais direi seja o que for de mal) por uma revista especializada que era sustentada pela FPC, disse (tenham em conta que já passaram dez anos e que as palavras possam não ter sido exactamente estas): "Só este gajo [eu] é que teve tomates para nos defender..."
Daqui a alguns dias o mesmo Artur Lopes vai estar em tribunal, como testemunha abonatória de alguém que me processou... maldito corporativismo. E a maldita a falta de memória... mas já não aconselho médicos a mais ninguém!)

Nunca me 'curei' dessa espécie de vergonha de ter entrado para esse Grupo de Grandes Jornalistas sem ter sido convidado. Mas fui recebido como então era usual e logo aceite. Nunca consegui foi chegar aos calcanhares da maioria deles. Da maioria...

Voltemos então atrás...

Chegámos ao pelotão, eu e o Joaquim Sampaio, no mesmo ano de 2001. Eu escrevia para um Jornal com uma Enorme História, mas que estratégias de produção o limitavam a um jornal regional (apesar da sua distribuição nacional), ainda por cima numa altura em que havia jornais vespertinos. Só em Lisboa. E eram grandes Jornais. Foram grandes Jornais.



Trabalhava em 'A CAPITAL', mas também havia o 'Diário Popular' e o 'Diário de Lisboa'. Não havia ainda sido 'inventada' a expressão de... 'jornais de referência' mas quem tem 50 anos, ou mais, sabe bem a tremenda influência que, principalmente 'A CAPITAL' e o 'Diário de Lisboa', este mais ainda, tinham na imprensa nacional.

Dispersei-me outra vez... vocês estão habituados.
Voltemos, em definitivo, ao Ciclismo. E a esse ano de 1991.

Foi quando fiz a minha primeira Volta a Portugal onde a grande surpresa era uma uma nova equipa chamada Tensai-Mundial Confiança.

Apoiada por estas duas marcas, a formação de Santa Marta de Portuzêlo, então bem na frente de todas as outras no aspecto da formação, liderada pela família Barros - de quem toda a gente, entretanto, se esqueceu - avançou com uma equipa profissional (com o significado que isto tinha na altura, claro).

Dela, da Tensai-Mundial Confiança, faziam então parte os seguintes Corredores:

Gonçalo Martinez, 25 anos
Rui Bela, 21 anos
Arximiro Blanco, 25 anos
Ricardo Felgueiras, 21 anos
Paulo Ferreira, 21 anos
Luís Machado, 21 anos
Joaquim Salgado, 25 anos
João Silva, 22 anos
José Xavier, 30 anos
e...
Joaquim Sampaio, 21 anos
(média de idades: 21,2 anos)

O técnico era... Marco Chagas, então com 35 anos, que se estreava como director-desportivo, e que na temporada anterior tinha sido 5.º classificado na Volta ganha por Fernando Carvalho na última etapa, um 'crono' na Maia, superiorizando-se por 23 segundos a Joaquim Gomes que andara metade da prova de amarelo... e de amarelo saíra para o contra-relógio final.


Marco Chagas representava a Orima-Cantanhede.
Em 1991, depois de Jorge Mendes ter ganho o prólogo, Luís Machado venceu a primeira etapa, arrebatando a camisola amarela de líder da prova, ligeiramente mais amarela que a da Tensai-Mundial Confiança. Perdê-la-ia logo no dia seguinte, mas augurava-se um grande futuro para aquela equipa tão jovem que, apesar da sua juventude, e a do seu técnico, terminaria a Volta na 5.ª posição colectiva.

Desculpa Quim Sampaio, era suposto estar a escrever sobre ti e acabo por falar mais de mim. Mas tu garantiste um lugar na História do Ciclismo português nesta transição de século e eu orgulho-me muito por poder ter contribuído, sem enfabulamentos, apenas contando o muito que fizeste pelo Ciclismo português. E espero que continues ligado a ele. Tens muito que ensinar aos mais novos...

Um abraço apertado para ti, Quim...

ANO V - Etapa 85

O ADEUS DE JOAQUIM SAMPAIO
(no pelotão, como Corredor!...) *


Joaquim Sampaio despediu-se da carreira de ciclista profissional, aos 40 anos, com uma vitória no 13.º Circuito de Alenquer/Troféu Alexandre Rua, disputado no último Domingo.



Na parte mais difícil do circuito, Joaquim Sampaio desferiu um ataque que o conduziu à vitória na última prova do calendário nacional de elites de 2010, ano em que o corredor anunciou o abandono da carreira profissional.

Natural de Gondar (Guimarães), onde nasceu a 17 de Fevereiro de 1970, Joaquim Sampaio conquistou resultados de relevo ao longo de toda a carreira, sendo uma referência do pelotão nacional.


Experiente, respeitado e acarinhado, representou equipas como a Friminho, Garcia Joalheiro, Tensai-Mundial Confiança, Sicasal-Acral, Jumbo-Maia, Maia-Jumbo-CIN, Maia-CIN, Porta da Ravessa-Milaneza, Porta da Ravessa, Carvalhelhos-Boavista, Riberalves-Boavista e Madeinox-Boavista.

No seu palmarés destacam-se as duas vitórias à geral conseguidas no GP Internacional Torres Vedras/Troféu Joaquim Agostinho. A primeira, em 1993, representando a Sicasal-Acral, e a segunda em 1996, já com as cores da Maia-Jumbo-CIN. Foi vice-campeão nacional de Fundo, em 1994 (Sicasal-Acral), vice-campeão nacional de Contra-relógio, em 2005 (Carvalhelhos-Boavista) e medalha de bronze na mesma especialidade em 1997 (Maia-CIN) e 2007 (Riberalves-Boavista).

Mas o histórico de Joaquim Sampaio é bem mais rico, e não fica aqui na sua totalidade. Assinalem-se, apenas a título de exemplo, as vitórias no Grande Prémio Abimota (2001 e 2009), Prémio Gondomar Coração de Ouro (2004), Clássica do Sotavento Algarvio (2009) e de etapas em praticamente todas as provas do calendário nacional.

Joaquim Sampaio foi terceiro na Volta ao Alentejo (2004), na Clássica da Primavera (2003) e no Festival de Pista-100 Voltas de Tavira (2008).

No passado mês de Agosto Joaquim Sampaio foi convidado pela direcção da Associação de Ciclismo do Minho a manter a sua ligação à modalidade, estando a definição do projecto e/ou a forma de participação associativa apenas dependente da opção profissional que Joaquim Sampaio vier a assumir nos próximos tempos.

* - Texto, editado, da ACM; Fotos ACM

quinta-feira, setembro 09, 2010

NEUTRALIZAÇÃO... II

Humor de perdição

Não vou futebolizar o VeloLuso, mas o 'caso' Queiroz é incontornável nos dias de hoje.
(E, sem querer politizar - o que ainda seria pior - este espaço, ando a ver fantasmas por todo o lado. A crise que nos afunda foi, durante três dias, pulverizada pelo 'caso' Casa Pia que durou pouco, logo abafado pelo desfecho do 'caso' Queiroz. Porque é impossível esquecer que, no início, nele apareceram envolvidos nomes sonantes do partido que está no poder? É que foi o 'poder' que apressou o desfecho do 'caso' Queiroz e isso nem sequer pode ser escondido... Um gato daqueles tem um rabo muito grande!)

Mas vejamos as coisas, mesmo que nos angustiem, por um prisma diferente.
Todos sabem que sou fanático por cartoons e pelas 'tiras' dos jornais.
Pelo humor com que os seus autores conseguem mostrar-nos as coisas mais sérias.

Deixo três exemplos sobre o 'caso' Queiroz.
Saíram dos desportivos de hoje.

Do Luís Afonso sou suspeito para falar, não só porque é meu colega e amigo - mas não trabalha na redacção, contudo, fico ainda mais suspeito porque, alentejano, de Mértola, há anos que ele está radicado na minha terra, Serpa, a partir de onde espalha o seu talento por dezenas de publicações, e tem livros editados.
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Confesso que tenho uma enorme admiração pelo misterioso (pelo menos para mim) autor do 'Sistema ao quadrado', em O Jogo. Não vem assinado, não conheço trabalhos dele em mais nenhum lado, provavelmente falha minha... mas, principalmente em termos de texto é simplesmente espectacular...
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Já a tira do outro jornal digamos... cumpre os serviços mínimos e raramente me surpreende, mas não deixo de começar a lê-lo exactamente por aí, pela tira...
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Olhemos então para o caso com humor. E, neste país cinzento, mais cinzento ainda que os fatos que o Salazar usava, cada vez é mais difícil encontrar um motivo para sorrir, quanto mais para rir...

quinta-feira, setembro 02, 2010

Atrás deste, que não serve para nada, estão, exactamente, 2.000 posts. Ok, nada de extraordinário tendo em conta que o primeiro foi escrito a 29 de Outubro de 2005, fará, daqui a pouco, cinco anos... mas é um número redondo. E eu gosto de números redondos. Obrigado aos que continuam a aturar-me, vocês sabem que de há uns tempos para cá, por falta de tempo, mas não só, eu venho a 'encolher' os dedos... mas não o pensamento nem as convicções.

Um abraço (e um beijinho às muitas amigas do VeloLuso) a quem tem estado comigo...
... em relação aos outros, cito Alexandre, o Grande: «Desejo saúde uma longa vida a todos os meus inimigos para que possam assistir às minhas vitórias»!