sexta-feira, outubro 31, 2008

II - Etapa 273


Este texto - a fotomontagem é minha e no lado direito está a foto da vitória do Bruno Neves, na Prova de Abertura (foto CICLISMO DIGITAL) - foi publicado em vésperas da Volta ao Algarve deste ano, pelo jornal O Jogo.
Nele se destacava a declaração do Bruno Neves num determinado contexto. A vinda de muitos estrangeiros deixara outros tantos Corredores nacionais no desemprego.
Longe estaríamos, em inícios de Fevereiro, de poder adivinhar o que viria a acontecer três meses depois.
Porque é que recupero aqui esta peça jornalística?
Porque em vésperas de alinhamento de uma nova temporada alguns dos futuros novos desempregados são exactamente os antigos companheiros do Bruno.
Premonitória, esta declaração?
Também não vou tão longe com a especulação.
Um grande a apertado abraço meu querido Bruno.
Sei que, amargurado pelo rasto de tristeza que a tua partida deixou, recuperaste aquele teu sorriso...

II - Etapa 272

VEMOS, OUVIMOS E LEMOS…

Nota introdutória:
Estou outra vez a arrumar recortes; não calculam o quão interessante é voltar atrás e reler os jornais.

Em frente, sem grandes comentários… ou nenhuns!

12 de Dezembro de 2007
Pelotão luso sob suspeita [Artur Moreira Lopes]
22 de Maio de 2008
[Em relação à acção da PJ visando a equipa da Póvoa de Varzim]
Foi denúncia; juíza de Lisboa assinou mandado a 16 de Maio;
PJ desmente bolsas de sangue e não confirma EPO; investigação NÃO envolve outras equipas
[Investigação terá começado em Fevereiro]
23 de Maio de 2008
[FPC]… sem instrumentos legais para impedir a actividade da equipa da Póvoa
14 de Junho de 2008
LA-MSS tinha doping
17 de Junho de 2008
A equipa pode, em princípio, inscrever-se nas corridas [Artur Moreira Lopes]
20 de Junho de 2008
Comissão de estrada reavalia caso LA-MSS
21 de Junho de 2008
FPC mantém apelo aos Organizadores [para não convidarem a equipa embora não haja, a esta data, nenhuma medida oficial tomada]
27 de Junho de 2008
PJ confirma doping [na rusga feita á equipa LA-MSS]
28 de Junho de 2008
[FINALMENTE] ...a FPC decretou a suspensão do Póvoa CC
30 de Junho de 2008
[Reduzida a dois corredores portugueses…] o Póvoa CC sagra-se Campeão Nacional de Fundo, com João Cabreira
30 de Julho de 2008
A JLS/PAD anuncia que não convidará a equipa da Póvoa para a Volta
31 de Julho de 2008
[UM DIA APÓS O ANÚNCIO DA EXCLUSÃO DA EQUIPA DA VOLTA]
Pedro Cardoso com Betametasona
12 de Agosto de 2008
[CNAD garante]… CERA não escapará [aos controlos]
13 de Agosto de 2008
ARRANCA A VOLTA A PORTUGAL
João Cabreira arrisca suspensão
28 de Agosto de 2008
[dr. Luís Horta/LAD]… “Operação tinha-se iniciado há muito, com infiltrados (…/…); Todas as equipas são tratadas da mesma forma. Há umas mais controladas que outras…”
18 de Setembro de 2008
Volta sem positivos. Foram efectuados 86 controlos
[A Volta terminou a 24 de Agosto! Há cerca de três semanas justificava-se o atraso de todo o processo Póvoa com a necessidade de as amostras recolhidas aos seis corredores desta equipa – a 22 de Maio - terem tido que ser efectuados, primeiro em Madrid, depois noutros dois laboratórios europeus porque “o LAD não detecta a EPO”. Como é que… 25 dias após a Volta já se sabia que não havia positivos se CINCO MESES E UMA SEMANA depois ainda não se sabem os resultados daquelas análises?]
30 de Setembro de 2008
Finalmente sai o resultado oficial da autópsia ao Bruno Neves. Limpo. Diz o documento.
Por muito que isso doa aos seus mais próximos, ficou difícil de disfarçar, e houve quem tivesse tido a coragem de vir a público pôr o dedo na ferida: “Parece que ao CNAD e à FPC não deu jeito nenhum aquele resultado."
As coisas em relação à equipa – entretanto trucidada – não atam nem desatam.
17 de Outubro de 2008
Sem nada para justificar a suspensão das pessoas e, por reflexo, da equipa, a FPC “descobre” que o Pedro Cardoso “mandou um fax em branco” e castiga-o em 12 meses de suspensão; ao mesmo tempo castiga o João Cabreira em dez meses por alegadamente não estar no local indicado por ele próprio para que lhe fosse feito um controlo fora de competição… ignorando (e toda a gente o ignorou, o que significa que essa minoria acha que todos nós, todos os outros, somos parvos) a possibilidade dada ao Corredor para fazer esse teste nas 24 horas seguintes…

Entretanto há vários cus encostados à mesma porta, empurrando, fazendo força para que ela não se abra. Porque quando ela se abrir - e há-de abrir-se - não vai haver buracos que cheguem para tanta gente se esconder.

Sobrará a reconhecida falta de vergonha na cara e haveremos de os ver por aí, como sempre. Assobiando para o ar, como se nada tivessem tido a ver com o caso.

segunda-feira, outubro 27, 2008

II - Etapa 271

INDEFINIÇÕES

Há aqui algumas semanas atrás escrvi, está escrito, que para a próxima temporada o nosso pelotão não teria mais do que quatro equipas Continentais.

A Liberty Seguros, e apesar de tudo, mantém-se segura e é, dentro daquilo que sabemos, a que mais se reforça, ainda que seja com sangue - vade retro - novo.

A Barbot-Siper-Gaia, tornou-se nos últimos anos numa segundo Boavista. Aproveita o que houver - fala-se que o alentejano Bruno Pires poderá ser reforço (eu acho que não) - de forma a não deixar de existir. É isto uma crítica? Sim e não...


Claro que aplaudo a persistências de alguns, como aplaudo a confiança que conseguem junto dos seus patrocinadores, mas custa-me saber que há equipas que só existem para que os directores-desportivos não fiquem sem emprego mas, ao mesmo tempo, tenho que reconhecer que, garantindo o seu emprego, garante o de mais uma dúzia de pessoas.

Aplaudamo-las, pois.

Ainda estou a tentar perceber o que vai acontecer com o Tavira. A Palmeiras Resort terminava o contrato. A equipa ganhou a Volta, o sponsor mostrou-se disposto a continuar mas ainda não tem seguro o David Blanco. Ao mesmo tempo, reforça-se com... dois directores novos técnicos... e provavelmente corredores com o estofo e ambição de um... Cândido Barbosa? Tudo isto para uma equipa Continental? Para correr uma vez por mês? E qual dos directores vai mandar?
Sem sombra de especulação, muito menos seja o que fôr mais do que isso, mantenham o doutor Benjamim Carvalho!

Três equipas...

O Boavista vai continuar.
Quatro equipas...

Neste meio tempo surge a notícia de que o Cartaxo vai avançar com uma mova equipa... Não há, ainda, muitas novidades... esperemos que sim...

E eu falho por uma.
Eu escrevi que não íamos ter mais do que quatro equipas profissionais e teremos... cinco.

O CC Loulé dificilmente continuará... ou vai continuar a inscrever corredores a ganharem 1000 euros, o mínimo admitido pelo estatuto de equipa Continetal, e a pagar 300, ou 350...

Sem que a Federação Portuguesa de Ciclismo se importe o mínimo.
Nem a Associação Portuguesa de Corredores Profissionais.

O Paredes perdeu o patrocónio da Rota dos Móveis.
Conseguirá reaparecer?
Se sim, será dentro dos mesmos parâmetros do CC Loulé.

O Benfica...
... o Benfica é um caso de estudo.

O problema é que quem tem aparecido à frente do projecto é cábula.
O Benfica é viável. Como o seria o Sporting e o FC Porto.

Encontrem profissionais de marketing para liderar os projectos... Isso do coração é coisa que já não existe... Até nos casamentos já não é precisdo o acordo das duas parte.... se uma se queisr divorciar, divorcia-se.

E temos o Cycling Clube da Póvoa.

Arrasado pela Federação Portuguea de Ciclismo. Provavelmente, o projecto melhor alicerçado de todos os quantos engrossam o pelotão nacional, morreu.
Acabe lá como acabar o processo em curso? Pelo menos esse objecto... conseguiram-no.

Entretanto teremos... quatro... cinco equipas.
Não merecemos mais? Eu acho que não....

sexta-feira, outubro 24, 2008

II - Etapa 270

DUAS NOTAS APENAS

1.ª - Interessantíssima a edição, vinda hoje a público, do Jornal CICLISMO;

2.ª - Com algum atraso - desculpa lá Paulo - mas muito importante é também o artigo que o Paulo Sousa colocou no seu Blog.

É uma notícia positiva para o nosso Ciclismo. Não vale a pena estar eu aqui a repeti-la, por isso vos encamimho para o Blog do Paulo.

II - Etapa 269

EU SEMPRE DISSE QUE NÃO IA DAR EM NADA!...

Álvaro Cunhal para Mário Soares, num dos momentos históricos da nossa - então - jovem democracia, numa altura em que todos podíamos sonhar com tudo: "Olhe que não Doutor... Olhe que não!"

- declarações recentes do presidente da FPC:
"Outro dos problemas passa pelo branqueamento dos casos de doping que se fazem em alguns sítios com fortes ramificações em Portugal, onde os batoteiros conseguem arranjar lugar e cobertura para continuarem a enganar o público e os seus companheiros de estrada.»

Que alguém peça ao presidente da FPC dados concretos.
Não é do seu estilo mandar o "barro à parede a ver se pega"...

O que é isso do "branqueamento dos casos de doping"?, se sempre se soube, e sempre pela mesma pena, de todos os apanhados nas malhas do doping - com a excepção do tal caso do campeão nacional que ele, o presidente da FPC, teve a lata de me dizer, olhos nos olhos, que não sabia de nada 24 horas antes de um outro jornal, com ligações mais profundas dentro do CNAD, por a notícia cá fora, quando eu já a sabia, mas que, "retardado" pelo presidente da FPC guardei, pois confiei na sua palavra?

Em Portugal, há, cito: "batoteiros que conseguem arranjar lugar e cobertura para continuarem a enganar o público e os seus companheiros de estrada...."

Fiquei deveras surpreendido com esta declaração, numa altura em que toda a gente está à espera que saia a notícia fundamentada com o processo-crime lavrado pelo Ministério Público e sustentado nos resultados obtidos - ainda que em via-sacra - das análises ao pretenso material suspeito apreendido a determinada equipa.

É engano meu, ou testemunhámos, naquela declaração, o atirar da toalha ao chão, numa aceitação de derrota por parte da FPC porque não foi, não é nem será capaz de provar o que tem vindo a publicitar?

Para mim é evidente.

Achei engraçada a "leitura" feita por alguém, num conhecido forum, que liga esta declaração do presidente da FPC a "determinados" blogs...
Ora, é redutora esta leitura.

Não há blog que consiga equivaler-se, nem em peso, nem em influências, à FPC, logo, a FPC pode ter perdido o processo, mas nenhum blog o ganhou.

Porque só sou responsável por este espaço, e correndo o risco de estar a adiantar-me à decisão final, só quero sublinhar uma coisa:
a minha posição em relação ao caso-Póvoa assentou, firme e conscientemente num único pressuposto, melhor... em dois:

1.º, Ninguém é culpado até que um tribunal com autoridade para tal, o determine culpado;

2.º, Podem ser muito pertinentes as causas, mas NÃO ADMITO QUE QUALQUER MEIO SE JUSTIFIQUE para atingir determinado fim.
Por mais que o fim até possa ser defensável.

E recupero a histórica interjeição... olhe que não doutor, olhe que não!...

domingo, outubro 19, 2008

II - Etapa 268

O FIM DA CAÇA ÀS "BRUXAS"

Pois, nem mais caro António Amorim.
Eu nem me dera conta deste artigo, mas ele fala por si.

Agora, os puritanos do costume que venham dizer que eu estou "feito" com o François Legarré, meu distinto 'par' na Associação Internacional dos Jornalistas de Ciclismo.
Ah!, não sabem quem é o François Legarré?!!!...
Caro que não!... O vosso horizonte termina no Luís Pissarra e no Paulo Martins!


LA MSS la fin de la chasse aux sorcières
Posté le Vendredi 17 octobre 2008 @ 20:28:02
Avec les suspensions de Joao Cabreira (10 mois) et Pedro Cardoso (12 mois) la fédération portugaise a quasiment achevé la chasse aux LA MSS.
Parmi les huit portugais membres de l'effectif seul Bruno Pires en a pour le moment réchappé. Retour sur le feuilleton de l'année au Portugal.

Envergonhemo-nos com a passagem que se segue [pese embora a troca entre o CNAD e a FPC]:
Il est temps que la Fédération portugaise change l'encre de son fax et présente les preuves du dopage organisé des LA MSS sans quoi leur action à charge laissera un arrière goût d'acharnement.

Traduzindo, para os mais preguiçosos:
Está na hora da federação portuguesa [aqui era o CNAD] mudar o tinteiro do fax e apresentar as provas do dopagem organizada na LA-MSS pois na falta delas aquela carga [policial] não deixa mais que um amargo travo a perseguição.


Graças a Deus - sou eu, agnóstico militante, obrigado a dizer - não estou sozinho.
E porque é que eu chamo aqui à discussão a equipa da EuroSport? Porque sendo os únicos que não estão, de uma forma ou outra, limitados pelos lobbies da CS portuguesa, ainda assim nunca mostraram coragem de se assumirem contra a "voz do dono".
Tenho a certeza que os visados não lhes perdoam, por isso eu também não.

sábado, outubro 18, 2008

II - Etapa 267

COM PAPAS E BOLOS SE ENGANAM... OS TOLOS

Hoje estamos a 18 de Outubro.
Faz amanhã 5 – CINCO – meses que a tal operação conjunta levado a cabo pelo Conselho Nacional Anti-dopagem, colado às brigadas destacadas pela Direcção Central de Investigação da Corrupção e da Criminalidade Económica e Financeira (DCICCEF) da Polícia Judiciária (PJ), munidas, para tal, com uma dúzia de mandados de busca assinados por uma juíza de Lisboa, entraram em casa de um grupo de pessoas ligadas ao Cycling Clube da Póvoa – lamento usar o nome do clube, que todos perceberão nada ter a ver com isto, mas já não faz sentido designar a equipa pelo nome que lhes davam os patrocinadores -, operação essa, da qual AINDA HOJE ESTAMOS À ESPERA DOS RESULTADOS.

Cinco meses depois… NADA! Nada…

É a enésima vez que trago aqui este assunto.
Mantenho os mesmos argumentos de sempre, a começar pela firme certeza da ilegalidade de uma instituição – o CNAD – ter tido acesso a coisas que jamais teria podido observar, não fora terem os seus elementos ido atrás de uma brigada da PJ com mandados de busca domiciliária, e não só, porque várias das viaturas da equipa também foram revistadas e nelas arrestados documentos e produtos que, ressalvo, ainda hoje estamos para saber o que seriam.

Medicamentos proíbidos, introduzidos ilegalmente no País? Para posterior venda (tráfico)?
Só isso justificaria a intervenção da DCICCEF da PJ que, como é bom de ver, não é exactamente o departamento treinado para procurar saquetas de sangue ou máquinas de medição do hematócrito. A Polícia de Segurança Pública, ou a Guarda Nacional Republicana, que até tem uma Brigada Fiscal, teriam, é para mim mais do que óbvio, autoridade para fazer aquela… rusga. E os mandados de busca também são concedidos a estas duas instituições.

Da PJ, nomeadamente da DCICCEF, o que todos estamos à espera é que, tendo encontrado material passível de constituir prova de que houve Corrupção e/ou Crime Económico ou Financeiro (explicando: contrabando, fuga aos impostos), o tivesse já passado para o Ministério Público que é quem pode lavrar acusação.
Porque é que isso não aconteceu?

Se calhar não encontraram nada que coubesse nas suas competências. É o mais óbvio, não?
Passaram cinco meses. Tout-court, 150 dias.

Encontraram, muito provavelmente, em casa do Pedro Cardoso um tal… betamethasone. Mas o Pedro tinha com ele a receita e a justificação médica para o uso do medicamento que contém aquele produto. Ora se tinha receita – a justificação médica não interessaria ao DCICCEF – provava que não era contrabando. Tinha a receita, fora comprado numa farmácia, tinha-lhe sido cobrado o Imposto sobre o Valor Acrescentado na percentagem legal…

Eu faço ideia a cara dos homens da PJ quando perceberam que a operação fora um flop.
O que, quando lhes foi dada a oportunidade de falarem, todos os que responderam explicaram. Não foi encontrado nada que, por parte da PJ, pudesse justificar a operação.

E eu também já aqui o disse, mas reafirmo-o, o que aconteceu e está atravessado na garganta de muito boa gente, é que, à boleia da PJ, os médicos e inspectores do Conselho Nacional Anti-dopagem viram e tiveram acesso a coisas que jamais poderiam ver nem ter acesso. O caso é… e podem, legalmente, usar isso?
Os cinco meses que entretanto passaram explicam a interrogação.

Não explicam?

Neste meio tempo, porque, malgrado a escassez de perguntas, algumas lá foram sendo feitas, uma das explicações da Federação Portuguesa de Ciclismo – não do Conselho Nacional Anti-dopagem, mas da FPC – foi a de que alguns produtos arrestados tiveram que ir para laboratórios estrangeiros para serem analisados.
O CNAD nunca diria isto, até porque detém autoridade sobre o Laboratório de Análises e Dopagem, instituição das poucas que, na Europa, é reconhecida como apta à realização desses testes por todas as autoridades mundiais da luta contra a dopagem no desporto. Seria como que confessar que, afinal, não é tão capaz quanto isso…

E voltamos atrás. Foi a DCICCEF – que só tem que investigar, reunir provas e entregá-las ao Magistério Público para que este avance com processos-crime – que mandou esses tais produtos a analisar em laboratórios estrangeiros?
Foi o Magistério Público?

A propósito de quê?

Cometeu o Magistério Público o erro, grosseiro, de entregar a terceiros elementos de prova?
Ainda assim, dando tudo isto de barato… em CINCO meses nenhum laboratório – houve tempo para esses produtos… estranhos passarem por todos os laboratórios europeus – chegou a nenhuma conclusão?

A pergunta óbvia é… então porque é que não sabemos qual foi a decisão?
Se há culpados a ser castigados… porque não o foram ainda?
Se não há, qual a autoridade moral, por parte da Federação Portuguesa de Ciclismo para manter suspensos corredores, director-desportivo, massagista, médico e até o ex-presidente do clube?


Já agora, o doutor Artur Lopes, membro do CNAD e que, nessas funções, confessamente já sabe os resultados dos controlos feitos na altura a vários Corredores, ainda não teve tempo para os comunicar ao doutror Artur Lopes, presidente da FPC?

Por isso eu aqui venho, regularmente, dizer que não há nada contra a maioria desses homens. Nada, proveniente das buscas domiciliárias de 19 de Maio passado.
E a bota está difícil de descalçar.

… E CHEGAMOS À PARTE DAS PAPAS E BOLOS

A situação, para os lados da FPC e do CNAD está feia. Mas como são dirigidos por pessoas a quem não nego inteligência e desenvoltura, eis que, no final desta semana nos são oferecidos, numa clara manobra de diversão para esconder o flop da operação de 19 de Maio, dois culpados.

Dois Corredores da equipa em causa.
Curiosamente, um deles nem sequer estava no bloco de suspensos desde há cinco meses.

Mas as histórias são de tal forma inverosímeis que me espantam como conseguiram vendê-las.

Já escrevi aqui sobre as duas.

Comecemos pela do Pedro Cardoso.
Na véspera da operação de 19 de Maio, a 18, faz hoje cinco meses, o Pedro Cardoso conquistou o Grande Prémio Internacional Rota dos Móveis e, como vencedor foi ao controlo anti-doping. No acto, apresentou ao inspector delegado o documento que justificava o uso de determinado medicamento para fins terapêuticos, o que aquele aceitou, porque é norma assim acontecer.

A prova de que esse documento existe, é que ele faz parte do material arrestado pela PJ em casa do Pedro no dia seguinte. Está na posse da Polícia Judiciária, portanto não foi inventado, não foi manipulado, não foi nada. Estava com o Pedro, entregou-o ao inspector que controlava… o controlo no GPI Rota dos Móveis; depois levou-o para casa e na manhã seguinte a PJ arrestou-o, como fez com outros documentos.

Passados poucos dias surgia a notícia de que o Pedro seria castigado porque não comunicara ao CNAD a utilização do referido medicamente.

Aproveito para explicar que, na maioria das situações, o simples envio, por fax, para o CNAD, da justificação médica libera automaticamente o Corredor da possibilidade de qualquer sanção disciplinar.

E seguiu-se a rábula (Etapa 205) de que no CNAD tinham, de facto – nunca o negaram –, recebido no dia e hora constantes do comprovativo que o aparelho de fax nos dá, em formato de relatório, e que estava na posse do Pedro, mas que as folhas tinham chegado… em branco. Porquê?

Falta de tinta no fax receptor?

Engano ao introduzir o documento no fax emissor (colocar as folhas ao contrário)?

Quem enviou o documento garante-me que não se enganou.
E porque é que no CNAD tentaram depois chegar a esse documento, solicitando-o à Polícia Judiciária? Como passíveis provas arrestadas pela polícia não são para ceder a terceiros – como é que os tais medicamentos estranhos foram parar aos tais laboratórios estrangeiros? – aquela negou a cedência.

Mas isto aconteceu há mais de três meses (Etapa 190).
O CNAD recebeu, no dia 3 de Maio de 2008 … qualquer coisa. Não sabe o que foi porque as folhas chegaram… em branco! Contudo, confrontado o Corredor com esse… facto, confirmaram que as tais folhas em branco tinham a data e hora do documento que o Pedro enviara! E o Pedro no dia 18 de Maio não mostrou umas folhas em branco ao inspector que controlou… o seu controlo, no final do GPI Rota dos Móveis. Claro que não estavam em branco. O homem não as aceitaria.

In dubio pro reo, manda o Código Penal, e expressa o princípio jurídico da presunção de inocência.
Para a Federação Portuguesa de Ciclismo, usando uma expressão do Jorge Jesus, técnico de futebol… isso é uma treta.

E com data de 15 de Outubro sai a Decisão em Processo Disciplinar que castiga o Pedro em um ano de suspensão, mais 2500 euros de multa e ainda a perda do 1.º lugar na referida corrida.

E há a história do João Cabreira.
Aliás, em relação ao João Cabreira há duas histórias.
O João não era alvo da tal operação de 19 de Maio e por acaso até se encontrava ausente do País, tendo comunicado essa ausência ao CNAD, no âmbito do regulamentado (Etapa 205). Contudo, ao aperceber-se – terá falado com companheiros de equipa – da dimensão da operação, voluntariamente regressou a Portugal e a sua casa, tendo feito questão de ser, também ele, controlado pela brigada do CNAD.
Tal como nos outros casos, daí não resultou consequência alguma.

Mais tarde, e por mera coincidência, suponho, em vésperas do arranque da Volta a Portugal - da qual a equipa foi afastada - veio a público que o Campeão Nacional era alvo de um Processo Disciplinar por ter faltado a um controlo fora de competição (Etapa 192).

Outra vez, o João comunicara que iria estar ausente do seu domicílio por alguns dias, com início a 26 de Julho de 2008.
No dia 25, a equipa participou na Clássica de Villafranca-Ordiziako, no País Basco, na vizinha Espanha (Etapa 194) e o João fez parte dessa equipa, como um dos sete elementos que não estava preventivamente suspenso.

O que é que aconteceu?
Tendo viajado no autocarro da equipa, terminada a prova o João regressou à Póvoa de Varzim e só no dia 26 regressou ao País Basco onde ficaria alguns dias a gozar férias, uma vez que já se sabia que a equipa não iria correr mais.

Achei, e escrevi-o na altura, estranho que o CNAD se tenha apressado a correr para o País Basco para fazer um controlo fora de competição a um corredor que não tinha mais hipóteses de competir. E se não o escrevi na altura, escrevo-o agora. Havia tal necessidade de encontrar qualquer coisa, fosse o que fosse, que pudesse ser apresentado como… troféu, que as minhas dúvidas em relação à operação de 19 de Maio se desfizeram por completo.

Não tinham nada!

Achei estranho, dizia, que o CNAD tivesse, apressadamente, enviado uma equipa para controlar o Corredor que já não ia correr mais, mas fiquei agora a saber que, parece que essa tal equipa composta por um médico e por um inspector anti-doping da federação, já estava em Espanha onde teria ido fazer outros controlos. A quem? A outros corredores da mesma equipa que já não tinha provas para correr?

Bem... essa equipa não encontrou o João no local que ele indicara. Mais, e isso foi escrito na altura, só encontrara… casas vazias. Tendo pedido informações numa taberna, no local, ninguém lhes soube dizer se tinham ou não visto o João. Logo, a equipa do CNAD tomou como certa que havia sido enganada e que o Corredor tinha fornecido uma morada falsa.

Aqui tenho tempo e espaço para compor toda a história.
As casas vazias não eram mais do que apartamentos que servem de segunda moradia aos seus proprietários e que, para as rentabilizar, as alugam periodicamente. Calhou estarem todas vazias. E porque é que na alugada pelo João Cabreira ninguém respondeu? Porque, depois de ter chegado, viajando com a equipa, à Póvoa noite dentro, só regressou ao País Basco na tarde seguinte pelo que quando a brigada o foi visitar ele ainda não tinha chegado.

Estava em viagem.

Escreveu-se, na altura, que só havia casas abandonadas e em ruínas.
Também na altura, um colega de equipa do João, espanhol, residente na zona, disponibilizou-se para me enviar fotos do local.
Há dias contraiu matrimónio o espanhol António José Garrido e de Portugal foram vários companheiros ao casamento, voltando a ficar instalados nas mesmas casas. Como podem ver nas fotos, onde se vê também a tal taberna.

Falta aqui acrescentar duas ou três coisas.
Argumenta a equipa do CNAD que, perante a não resposta de ninguém contactou o Corredor por telemóvel não tendo obtido resposta e acaba por ser nessa base que lhe é instaurado o Processo Disciplinar e o João apanha 10 meses de suspensão e uma multa de 2000 euros!

Ainda não há muitos anos um Campeão Nacional viu-lhe ser retirado o título por controlo positivo e apanhou seis meses...

Alega o João não ter recebido qualquer chamada.
Contrapõe o CNAD com facturas detalhadas das chamadas feitas, onde constarão os dois números de telemóvel do Corredor. Por acaso já prescindi das facturas detalhadas mas tenho dúvidas – que qualquer um me poderá esclarecer – de que chamadas não atendidas, logo, não facturadas, surjam na factura.

Mas isto sou eu a dizer.

Facto
CINCO meses depois da mega-operação, que deu direito à chamada, por parte da PJ, das televisões para nos mostrarem comprimidos, seringas e uma máquina de medição do hematócrito, o que mantém de pé o caso-Póvoa são dois castigos que nada têm a ver com o 19 de Maio que, é cada vez mais evidente, se tenta fazer cair no esquecimento das pessoas.
Na minha terra diz-se que… com papas e bolos se enganam os tolos!
.
.
Ah!, EU SABIA, desde o final da tarde, quando terminei de escrever este artigo, que me estava a faltar qualquer coisa!
Vocês conseguem perceber qual coisa?
Eu ajudo:
De TODOS os elementos da equipa, só DOIS deram entrevistas a OCS.
O Pedro à RTP, o João a A BOLA.
Coincidência, dirão os menos influenciáveis por estas coisas das... coincidências.
Mas que foi... isso foi.

sexta-feira, outubro 17, 2008

BLEURGH!...

II - Etapa 266

CENTENÁRIO DOS NASCIMENTOS
DE ALFREDO TRINDADE
E JOSÉ MARIA NICOLAU


Ainda hoje se lhe é imputada a responsabilidade da divulgação por todo um País - país pobre, sem rádio, muito menos televisão, e onde os jornais não chegavam aos pontos mais recônditos desse país, até porque não valia a pena porque 99% das pessoas desses lugares esquecidos nem sabia ler - dos nomes do Sporting Clube de Portugal e do Sport Lisboa e Benfica.

Foram dois monstros do Ciclismo nacional, logo, imputemos ao Ciclismo a responsabilidade da divulgação global (dentro do nosso rectângulozinho) dos nomes dos (então) dois maiores clubes cá do burgo.

Alfredo Trindade, pequenino, franzino, nasceu no dia 1 de Outubro de 1908; exactamente duas semanas depois, a 15, nascia José Maria Nicolau, homem corpulento, cheio de força. Ditou o destino que fossem filhos da mesma terra, o Cartaxo, que viria a dar ao Ciclismo português mais duas mãos-cheias de grandes Corredores.

O Cartaxo não os esqueceu e, embora com uns diaszinhos de atraso - que se justificam porque não se celebram nascimentos antes das datas destes terem acontecido, e uma vez que ambos são símbolos eternos, tanto da Cidade, como da Região, do Ciclismo e do Portugal desportivo - vai homenageá-los no próximo domingo.

II - Etapa 265

NÃO FUI EU QUEM O DISSE...
NÃO FUI E QUEM O ESCREVEU.
NÃO FUI EU QUEM O DESTACOU...
APENAS DESCOBRI ESTE ESCRITO!



quinta-feira, outubro 16, 2008

II - Etapa 264

POR RESPEITO À MEMÓRIA DO BRUNO NEVES


Este texto enviou-o a Cristina Neves como comentário à Etapa 260.
Pelo grito que é, pela amargura que sublinha algumas passagens, pela dor que se sente em
alguns parágrafos, porque nele se percebe – eu percebo – que, apesar de tudo, ainda não foi, ainda não é possível assentar a revolta que fere a alma dos familiares, principalmente destes, do Bruno Neves, revolta potenciada por palavras que salva-vidas amigo veio aqui relativizar, dizendo que às vezes se diz… mas que quem as proferiu não teve a seriedade de vir explicar em público, porque foi publicamente que deixou a torpe insinuação, porque eu continuo a pensar na exacta forma e medida que sempre pensei desde o início, tomo a liberdade de, em vez de o atirar para os comentários, fazer dela mais uma etapa nesta corrida pelo direito a que todos têm ao seu bom nome; infelizmente, neste caso concreto, pelo direito que, não estando cá para se defender, o Bruno Neves tem a uma Memória limpa de especulações ou insinuações.
Faço-o por ti, Cristina, mas faço-o também pelo Bruno.
Que, de vez, Descanse em Paz. (*)
.
É este o texto da Cristina Neves:
Zé Madeira, a ti só peço que publiques na integra as palavras que vou escrever, e desde já digo MUITO OBRIGADO ZÉ, POR TUDO O QUE FIZESTE E LUTASTE PELO BOM NOME DO BRUNO, só posso dizer que talvez um dia, quem sabe... o Bruno te possa agradecer pessoalmente, seria muito bom de certo, muitíssimo obrigado por tentares sempre usar as palavras mais "suaves" para tudo o que foi falado, tudo de bom para ti…

Paulão disse,
..."Contudo também não é com acusações que se prova o que quer que seja e foi essa a minha intenção quando fiz aquela parábola”.

Paulão,
é claro que percebi a parábola, o que quis dizer é que as acusações não foram feitas por nós, ou acha que sim?
Nós ficamos a saber delas como todos vocês.
Por isso a palavra "acusações" não tem que ver connosco, que eu saiba a troca de palavras foi entre MÉDICOS. Nós assistimos de camarote como vocês.
ESTA LUTA COMO JÁ DISSE NÃO É NOSSA.

E pelo que me tenho apercebido por estes blogs de ciclismo que tenho passado os olhos, quem está a ser "julgado" parece que somos nós (FAMILIA DO BRUNO).

Estivemos 4 meses e meio, sem proferir uma palavra, sobre as acusações de que o Bruno estava constantemente a ser alvo (FALAMOS DA MORTE SEMPRE LIGADA ÀS INSINUAÇÕES DE DOPAGEM), e que ninguém venha dizer onde estão essas palavras, basta uma busca de 2 minutos na net e têm uma data delas.
É só escolher.

E estão agora a dizer-nos,... com acusações blá, blá..., as palavras proferidas... foram a quente... blá, blá…, onde á fumo à fogo... blá, blá, blá…
Ah!, uma das minhas preferidas algures num dos blogs da modalidade:
"... estarão eles (família claro!) com isto, a tentar desviar a atenção doutros assuntos?... Penso eu!... blá, blá, blá..."

Ufa!!!...
Toda a gente se acha no direito de opinar desde o dia 11 de Maio 2008, e quando nós quisemos APENAS REPOR A VERDADEIRA CAUSA DA MORTE DO BRUNO, por ele, por nós, pela modalidade, pelos verdadeiros amigos, e a única coisa que esperávamos da parte do pessoal ligado à modalidade - desde as mais altas figuras (fosse quem fosse), aos colegas de profissão (NÃO FALO DOS COLEGAS DA LA MSS), sim os outros ciclistas - umas palavras públicas de indignação por todo este circo à volta da tragédia do Bruno, e quando revelamos os resultados oficiais, "óptimo este resultado só vem beneficiar a modalidade, o ciclista, e a família que agora pode, em PAZ, chorar a saudade"... tipo umas palavras assim, não teria ficado mal a ninguém pois não?

E os Directores-desportivos das outras equipas que o Bruno representou?

A seguir ao Centro Ciclista Nogueirense, PARA QUEM NÃO SABE, o Bruno fez parte da BARBOT, BOAVISTA, ASC-GUILHABREU, ASC-VILA DO CONDE, MADEINOX, CC MAIA e por fim, LA MSS, fora as vezes que representou o nosso PORTUGAL pela selecção e não foram poucas essas vezes…

O SR. POEIRA PODERÁ FALAR MELHOR DO QUE EU DESSAS REPRESENTAÇÕES, uma das quais arrecadou para a FPC, a camisola verde dos pontos.

Estava PRÉ-CONVOCADO para PEQUIM/08, tanto que recebemos do Exmo. Sr. Vicente Moura, as suas condolências e da missão Olímpica pelo Exmo. Sr. Manuel Jesus.

Onde estavam todos os outros quando nós mais precisávamos que fossem proferidas umas palavras de apoio ao Bruno?
Não houve ninguém que viesse a público dizer:
"ALTO, ESTÃO A FALAR DE UM ATLETA QUE SEMPRE RESPEITOU A MODALIDADE E QUE, INDEPENDENTEMENTE, DO QUE POSSA SAIR DA CONCLUSÃO DA AUTÓPSIA, O ATLETA NUNCA TEVE ANTECEDENTES, JÁ NÃO ESTÁ ENTRE NÓS, AGUARDEMOS CALMAMENTE PELOS RESULTADOS."
Que tal?
Estas palavras não iriam comprometer ninguém, pois não?

Meus Senhores e/ou Senhoras, a única coisa que ficou do Bruno Neves foram as vitórias que ele com tanta alegria expressava; o brilho do olhar, cada vez que levantava os braços ao cortar a meta depois de uma etapa; a humildade com que sempre tratou a gentes do ciclismo; o sorriso que sempre teve para tudo e para todos...

Não queiram estragar com palavras mal medidas, especulações desmedidas, desrespeito por todo o tempo que o Bruno dedicou à modalidade da vida dele, fizesse chuva ou sol.

Sempre que ouçam o nome dele, lembrem-se do sprinter pequenino, de sorriso fácil e honesto que um dia fez parte do pelotão português por essas estradas fora...
É ISSO QUE ELE MERECE.
É ISSO QUE NÓS (FAMÍLIA E AMIGOS) MERECEMOS...
Tudo o que se passou depois de ele ter fechado os olhos... a NÓS NÃO NOS DIZ RESPEITO, JÁ TEMOS BEM DO QUE TRATAR.
DE NÓS MESMOS COMO DEVEM IMAGINAR.

Um até qualquer dia, se mais alguma vez nos cruzarmos...
Um até amanhã aos amigos, pois esses saberão onde nos encontrar.


(*) - Tenho-me mantido calado, principalmente por respeito à memória do Bruno porque, sem que tenha sido essa a minha intenção, num repente o VeloLuso transformou-se numa esquina onde veio desaguar gente que por aqui nunca tinha aparecido, insistindo e calcar na ferida da família e dos amigos, onde me incluo. As minhas primeiras reacções serviram de motivo para se insistir no assunto, por isso, e ao mesmo tempo que decidi moderar os comentários, decidi calar-me, deixando de dar oportunidades para que o tema se eternizasse aqui.


NOTA: Para além da justificação acima, também me encontro a gozar num justo período de férias. Não é que me falte assunto para alimentar diariamente o VeloLuso, só que, digamos assim, estou atentamente de orelha no ar à espera que saiam novidades. Mas o silêncio é ensurdecedor. Ninguém acredite que mantendo esse silêncio o(s) problema(s) que todos estamos à espera de ver esclarecidos cairão no esquecimento.

Tenho alguns dados novos (João, acho que não cheguei a responder-te mas sim, recebi as fotos, mas não é agora a altura ideal para as publicar. Creio que concordarás comigo… estão aqui guardadas), mas exigem uma, qualquer que seja, tomada oficial de posição. Seja desfraldando ao vento a sua bandeira da verdade, apresentando provas, castigos justificados, afastamentos com justa causa… seja, como eu sempre disse, e terão que fazer isso, vindo a público dizendo que, afinal, não têm nada. E seguir-se-ão as justificações que podemos antecipar. Que na altura pensaram que estavam a agir da melhor maneira, que havia coisas que levou tempo a apurar o que eram…
O discurso está decorado. Tem faltado é a lata para o tornar público…

terça-feira, outubro 07, 2008

II - Etapa 263

DA DISCUSSÃO NASCE A VERDADE

Foi, de alguma forma, agitado o dia de ontem, aqui no VeloLuso. Nada que eu não tenha previsto, ou acham que os comentários passaram a ser sujeitos a aprovação por acaso? Sou macaco velho
De qualquer modo, e já o escrevi num dos comentários que juntei, que só censurei – só escrever isto me arrepia, que eu sou por todas as liberdades, a começar pela de expressão – um.

A esmagadora maioria de nós conhece o doutor Artur Lopes, pelo que comentário como aquele é perfeitamente dispensável.

Foi um comentário da Joana, que, entretanto, arrebatou para si o protagonismo do dia, tendo mesmo aconselhado, cito: “Por isso, a minha opinião é que o Sr. Madeira deverá moderar muito os seus comentários bem como todos os participantes...”

O “senhor” – dizem – está no céu, para todos eu sou o Manel. Só o Manel.

E o Manel, chamando aqui pela enésima vez o brilhantismo, em termos de personalidade, de hombridade, de carácter, para além de exímio jornalista como já não há e jamais voltará a haver (era ele e mais meia dúzia, alguns ainda felizmente vivos), uma das figuras que fizeram d’A BOLA o melhor jornal português, à sua época. Cito o mestre Alfredo Farinha: “Eu sei tudo o que escrevo; não escrevo é tudo o que sei!...”

Em relação aos meus – aparentemente incisivos (incomodaram assim tanto?) - escritos visando o presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, reli-os e não encontro nada de mais.

A Joana (vai assim, em itálico porque não sou parvinho de todo) acha que só uma razão muito grave levaria o presidente da FPC (quase que diz, a contra-gosto) a suspender oito pessoas e a aconselhar as organizações a não convidar a equipa, apesar do clube ter um segundo – por acaso é uma senhora – DD, um segundo massagista, dois mecânicos e sete corredores sobre os quais nada pesa. Neste meio tempo lograram implicar mais um corredor num processo que, creio, nada terá a ver com o principal.

Todos nós sabemos como funcionam as coisas na maioria das instituições, desportivas e não só, neste país do faz de conta.
Arrisco em dizer que 98% dos portugueses nunca leram nenhuma das versões da Constituição, desde a primeira, a de 1976, até à versão actual.

A Constituição congrega as Leis Gerais do País, mas não só.

Era suposto que todo e qualquer organismo a espelhassem.
Onde é que eu quero chegar?, não, ainda não é à presunção de inocência, é em relação a algo muito mais a montante disso e que respeita à separação dos poderes.

É à inadmissível intromissão do órgão executivo em assuntos que competem aos órgãos de disciplina e jurisdicional.

Imaginem o primeiro-ministro, passando a perna a qualquer juiz vir pedir que um qualquer cidadão, ou grupo de cidadãos, ou instituição, seja, a partir do momento que ele decidir, ostracizado.

Todas as instituições, num Estado de Direito, têm que ter um Estatuto e tê-lo aprovado pela Assembleia de deputados. E se repararem, o que é, sem excepção, pedido é que qualquer estatuto de qualquer instituição observe a separação dos poderes.

O presidente de uma qualquer Direcção não tem poderes para castigar seja quem fôr.

Fê-lo o presidente da FPC apenas em nome do presidente do Conselho de Disciplina?
Mas há algum documento emanado deste órgão que justifique a intervenção do presidente da Direcção?
Se calhar há, mas era esse documento – mesmo que o respectivo titular não quisesse dar a cara e delegasse no presidente da Direcção – dizia, era esse documento, essa deliberação, que deveria ter sido usada.

Já agora, alguém sabe quem era o presidente do Conselho de Disciplina da FPC? E o do presidente do Conselho Jurisdicional?

A Joana lançou depois uma série de… ses.

Eu respondo-lhe com os meus parcos conhecimentos de Direito… Podem todos os ses da Joana virem a confirmar-se mas, em matéria de direito seriam julgados nulos porque há, houve e há, falhas em todo o processo.

E não será a primeira vez que a FPC perde um processo por falhas deste tipo.
Não aprendem.

Diz a Joana que já acredita que há-de haver uma razão muito forte para que o que aconteceu ter acontecido. Mas acrescenta duas palavrinhas que são fatais.
Eu recordo-lhas: Só pode!

Eu, que quando comecei a ler o seu comentário logo fiquei com a sensação de que a Joana sabe mais do que aquilo que nos disse, vejo neste “Só pode!” o fatal sopro sobre o castelo de cartas, que não passa disso todo este processo – e convém, de quando em vez ir lembrando isso, aniquilou um projecto que podia relançar o Ciclismo português, em termos internacionais – que o derrubou.

Mas aceito-o como sua opinião.
Não abdico é da minha.
E não estou em guerra com o presidente da FPC.

Como já escrevi, não fui eu quem lhe fez a pergunta, não fui eu quem escreveu a resposta.

Quando, ao fim de quatro meses e meio, se sabe o teor oficial da autópsia ao Bruno Neves, que afasta de forma clara a hipótese de o fatal incidente ter alguma relação com práticas não permitidas, o melhor que o presidente da FPC encontrou para dizer é que “há estudos científicos, blá, blá, blá…”

Para além de infeliz nas declarações foi desonesto ao remeter a opinião pública para a dúvida.

Se isto é estar contra o presidente da FPC, ah!, Joana, não precisa insistir.

Eu estou!

E continuo ao lado da família e de todos os mais chegados que, meia dúzia de horas depois de terem podido – porque, tal qual a Cristina aqui escreveu, às tantas já toda a gente tinha dúvidas – soltar um suspiro, amargurado, mas de alívio, lêem que a mesma figura de sempre, de uma forma cobarde, lhes volta a roubar a paz porque anseiam há quase cinco meses.

Eu explico a todos, como se vocês não tivessem mais de dez anos.

Factos: (e tenho que começar por este) – a autópsia feita ao cadáver do Bruno (que não merecia ver-se envolvido nestas polémicas baixas) é clara. Uma insuficiência cardíaca que poderia ter acontecido na noite anterior e os companheiros depararem-se com ele na cama, pela manhã, já morto. Ainda a semana passada perdi um colega de Redacção assim, e não consta que tivesse problemas de coração.

Mais factos: (eu sou muito sensível e dificilmente me apanham em falso, quem falou nos bem-u-ron, é assim que se escreve, fui eu) Ora se havia lâminas de comprimidos que, fora das respectivas caixas, os fazia não-identificáveis para uma brigada da PJ treinada para o contrabando, em qualquer farmácia encontraram quem identificasse o medicamento…

E há o factor tempo.
E é aqui que está a chave de toda esta operação.

Deixem-me, porque não sou lerdo de todo, olhar para a coisa pelo vosso prisma.
Há uma denúncia – mera formalidade policial, porque não foi a denúncia em si que motivou a FPC – tão credível que a partir dela foi possível pôr a PJ em campo.

Em que se sustentou a denúncia? Ninguém procurou saber?
Dopagem organizada… vá lá, não brinquem com a nossa inteligência.
… não brinquem com a minha inteligência.
Quem nunca pecou que atire a primeira pedra!

E, ao contrário do que a Joana diz, se já tivesse provas concretas a PJ já tinha intervido.
Porquê aguardar cinco meses se foi tão rápida a convocar as televisões para mostrarem… o que mostraram?

E tentemos – não peço mais, tentemos ser pragmáticos.
Se a FPC tivesse, fosse o que fosse, capaz de incriminar qualquer dos suspensos já o teria divulgado. Qual o argumento em contrário?

Façamos de conta…
... havia contrabando de produtos proíbidos.
A PJ não cairia na asneira de fazer abortar uma operação que precisava de provas concretas. Mais do que certo de flagrante. E ia cair no erro de, só para que o presidente da FPC brilhasse, pôr em causa toda a operação?
… foram encontrados produtos proíbidos.
Mas foram e há dois Corredores com processos levantados. E eu estou em crer que a suspensão de cinco foi uma manobra de diversão, para que não se soubesse quem eram os dois implicados…

Quanto ao resto, é folclore puro.

Todos os ses da Joana são reversíveis.

Como vai a FPC justificar a precipitada opção do seu presidente? Vão vir a público confessar que – isto podem manter: desconfiam da equipa – ele se precipitou?
Serão capazes?

Entretanto descobriram um medicamento que pode ser mascarante. Mas mascarante de quê, se não têm possibilidade de provar que há, ou houve dopados? E todos eles foram a controlos.
Não fora a Imprensa boa – em relação À FPC - e esta história teria morrido à nascença como morreram tantas outras, se calhar com argumentos mais fortes.

Joana… continue a colaborar.

Tenho a certeza que sabe mais do que diz, mas aqui pode dizer tudo o que sabe…

segunda-feira, outubro 06, 2008

NOTA

Durante o dia de hoje têm aparecido aqui no VeloLuso alguns comentários, digamos... menos conseguidos, em termos de urbanidade. Às vezes eu próprio me excedo? Verdade.
Como me custa muito e não tenho jeito nenhum para censor, tenho admitido quase todos, à excepção de um onde a... piada era directamente dirigida a uma pessoa. Isso não.
Contudo...
... meus caros amigos

VAMOS TER ALGUMA CALMA, OK?

II - Etapa 262

É O QUE DÁ “CONFIAR” NAS INFORMAÇÕES…
INSTITUCIONAIS

(Eu não tenho desculpa, que lido com elas no dia-a-dia…)

Hoje [leiam: ontem] uma coisa começou a bater-me na cabeça.
Calma aí…
Há aqui uma ou duas semanas, e no cumprimento da Lei, o presidente da AG da FPC fez publicar em diversos OCS o anúncio das eleições para os Órgãos Sociais da mesma Federação Portuguesa de Ciclismo e nele vinha discriminado o número total de votos e a forma como estão distribuídos.

É assim...
- AC Beira Interior - 20 votos

- AC Aveiro – 82 votos
- ACR Vila Real – 21 votos
- AC Lisboa – 125 votos
- AC Santarém – 101 votos
- AC Algarve – 118 votos
- ACD Setúbal – 85 votos
- AC Minho – 112 votos
- AC Porto – 100 votos
- AC Norte – 52 votos
- AC Centro – 18 votos
- AC Bragança – 2 votos
- AD Madeira – 58 votos
- AÇORES...
. Casa do Benfica na Ilha Terceira - 1 voto
. Clube NC - 9 votos
. Núcleo Sportinguista S. Miguel e St.ª Maria - 5 votos
- EXTERIOR...
. Team Velo Service – 3 votos
- ANAC – 114 votos
- APCP – 114 votos

TOTAL – 1140 VOTOS (*)

(*) – Haja uma alma caridosa que me explique porque, existindo à luz da Lei – pelo menos foi o que nos foi contado – a Associação de Equipas não tem direito a voto? Deixem, deixem, deixem… não quero saber. Fomos enganados outra vez!... Não existe Associação de Equipas. Ao menos digam isto! (Já agora, antes de me contestarem, ou quando o fizerem, digam-me o número do Diário da República em que ele foi reconhecida…)

Ora, perante estes dados, é evidente que a informação distribuída pelo Gabinete de Propaganda da FPCque é assumido por uma empresa proprietária de um jornal, logo, da responsabilidade dos seus jornalistas, o que atropela o Estatuto dos Jornalistas e o nosso Código Deontológico que nos impede de trabalhar como agenciados, situação que obriga à entrega da Carteira Profissional enquanto a situação de assessor durar e, sem Carteira Profissional, estamos impedidos de escrever em seja que OCS for -, recomeçando, perante os dados fornecidos pelo Gabinete de Propaganda da FPC, os seus novos Corpos Sociais foram eleitos por… unanimidade! Com 871 dos 1140 votos possíveis.


Tá bem, tá!
Faltam ali 269 votos.


Não sei, não sabemos e nunca o saberemos, a não ser que os próprios o assumam, quem não votou. E porque não votou. Mas, mesmo por isso nada me impede de especular, dizendo que cerca de um quarto dos votos teriam que ser, pelo menos, considerados, como abstenções.

Em português, unanimidade quer dizer 100 em 100.


Ora os novos Corpos Sociais da FPC foram eleitos por apenas 76,4% da totalidade dos votos possíveis. Uma vitória inquestionável, esmagadora, sem margem para dúvidas.
Mas não unânime.

Porque não sendo exactamente um Não, a abstenção significa que há não convencidos.
E esses também contam.

Só havia uma lista a votos e essa lista ganharia as eleições com um único voto a favor, se não houvesse nenhum contra.

Os brancos e as abstenções não contam.
Diz-se.

Porque todos sabemos o quanto embaraça, nomeadamente os políticos, quando a abstenção ganha eleições.

Mas não é o caso.
Três em cada quatro votos possíveis legitimam este elenco agora eleito até 2012.

.............

Aproveito este mesmo artigo para deixar aqui nota do sorriso sarcástico que tenho na boca e que vocês não podem ver.
Do programa que esta nova direcção da FPC apresenta como prioritário consta esta preciosidade: “… e o ciclismo em pista, tendo em linha de conta, nesta última especialidade, a inauguração prevista do primeiro velódromo coberto em Portugal, em 2009, na Anadia.”


O parágrafo completo reza assim: “Como principais objectivos da direcção recém-empossada nota-se a reforçada aposta nas disciplinas que compõem o programa olímpico dos Jogos de Londres 2012: o ciclismo de estrada, o cross-country olímpico, o bmx e o ciclismo em pista, tendo em linha de conta, nesta última especialidade, a inauguração prevista do primeiro velódromo coberto em Portugal, em 2009, na Anadia.”

E não há uma alma que dê um passo em frente e pergunte:
Apostar na pista para 2012?
Fazendo fé num velódromo que apenas existe no papel?


Que todos sabemos que é impossível estar a funcionar em 2012?

Fico curioso – embora não saiba se lá chego – em ver como é que nascerá essa geração expontânea de pistards num país que não tem, há mais de 50 anos, um único exemplo de especialista em pista.
Deveras que estou curioso.

E só não escrevo que até acreditaria que esse objectivo era sério se soubesse que ontem, até porque foi domingo, as três pistas utilizáveis que temos – Tavira, Malveira e Alpiarça – tinham estado cheias de jovens com 14/15 anos (que teriam 18/19, em 2012), acompanhados por técnicos devidamente credenciados – que não temos – e que não fora uma coisa isolada. Que todos os fins-de-semana, nas próximas 200 semanas, até dois meses antes dos Jogos de Londres isso se repetiria.

Pelo meio tempo, pode ser… pode ser, que o Velódromo esteja pronto, mas nessa altura já teríamos, no mínimo, uma dúzia de pistards em condições de serem atirados às feras nas próximas olimpíadas.

Opsss!... Já escrevi!...

Podem enganar alguns, algumas vezes, mas nunca ninguém conseguiu enganar todos durante todo o tempo.

domingo, outubro 05, 2008

II - Etapa 261

871 VOTOS CONFIRMAM NOVO MANDATO ATÉ 2012

Artur Lopes reeleito por unanimidade

A Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC) realizou ontem (4 de Outubro de 2008), na sua sede, a escolha eleitoral dos órgãos sociais para o novo quadriénio, coincidente com novo ciclo olímpico e válido até 2012.


Numa eleição de lista única, a actual direcção de Artur Moreira Lopes foi sufragada por 871 votos a favor e zero votos nulos. A unanimidade entre as entidades com poder de voto ditou a continuidade da actual liderança federativa que enfrenta o seu quinto mandato em sucessão.

Coube ao presidente da Assembleia-geral, Macário Correia, proceder à realização do acto eleitoral, a que seguiu a tomada de posse dos novos órgãos sociais.

Como principais objectivos da direcção recém-empossada nota-se a reforçada aposta nas disciplinas que compõem o programa olímpico dos Jogos de Londres 2012: o ciclismo de estrada, o cross-country olímpico, o bmx e o ciclismo em pista, tendo em linha de conta, nesta última especialidade, a inauguração prevista do primeiro velódromo coberto em Portugal, em 2009, na Anadia.

Orgãos Sociais
2008-2012

Direcção
Presidente: Artur Moreira Lopes
Presidente-adjunto: Delmino Pereira
Director Financeiro: Francisco Manuel Fernandes
Director: José Calado
Director: Vítor Pedroso
Director: Carlos Veloso
Director: João Serralheiro
Director: Miguel Regueira
Director: Rui Pedro Teixeira

Assembleia Geral
Presidente: Macário Correia
Vice-presidente: Alfredo Barroso
Secretário: Rogério Pires

Conselho Fiscal
Presidente: Luís Caleia Rodrigues
Vogal: Luís Filipe Quinaz
Vogal: Vítor Brettes

Conselho Disciplinar
Presidente: João Martins
Vogal: Miguel Sucena Guarino
Vogal: João Pedro Quintais

Conselho Jurisdicional
Presidente: Carlos Amorim
Vogal: Carlos Dias Ferreira
Vogal: António Silva Maurício

Conselho de Arbitragem
Presidente: Henrique Castro
Vogal: Fernando Gonçalves Gomes
Vogal: Vasco Santos
Vogal: António Couto
Vogal: Manuel Amiguinho

Notícia de 27 de Setembro último
(sacada da SuperCiclismo)

O Comité Director da União Ciclista Internacional (UCI), reunido no seu encontro anual por ocasião dos Campeonatos do Mundo de Estrada, elegeu por unanimidade Artur Moreira Lopes para o cargo de vice-presidente daquela federação internacional.

O actual presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo substitui no organigrama da UCI o holandês Hein Verbruggen, responsável pelo Comité Coordenador dos últimos Jogos Olímpicos, em Pequim.

O cargo que Artur Lopes passará a desempenhar junta-se, na mesma instituição, com o desempenho na qualidade de membro da Comissão Mundial de Estrada, do Conselho de Administração do Centro Mundial de Ciclismo e do Conselho da recém-criada Fundação da Luta Anti-Doping para o Ciclismo.

A estrutura de decisão da UCI passa a ser formada pelo presidente em exercício, o irlandês Pat McQuaid e por três vice–presidentes: Artur Moreira Lopes, o checo Vladimir Holecek e o cubano José Manuel Peláez.


ÓRGÃOS SOCIAIS DO COMITÉ OLÍMPICO DE PORTUGAL

COMISSÃO EXECUTIVA
Presidente: José Vicente Moura
Vice-Presidente: Mário Rui Tavares Saldanha
Vice-Presidente: Artur Manuel Moreira Lopes
Vice-Presidente: Manuel José Marques da Silva
Vice-Presidente: José Alípio Ferreira de Oliveira
Vice-Presidente: Vicente Henrique Gonçalves de Araújo
Secretário Geral: Victor Manuel Serrador Fonseca da Mota

Todos sabemos que o dr. Artur Moreira Lopes faz parte também do Conselho Nacional Antidopagem... não consegui encontrar o organigrama...

A MINHA CONCLUSÃO
Lembrando a estafada anedota da mãe babada, na parada do quartel durante o juramento de bandeira do seu rebento e que dizia, embevecida: "Olhem só, vão TODOS de passo trocado, só o meu Chico vai certinho!", perante (estes) factos é difícil encontrar argumentos...

Chancelado pelos seus pares, o homem mostrou quem é que manda no Ciclismo Nacional.

Nem um voto contra, nem um nulo... (não se falou em abstenções), aquele "eleito por unanimidade" - sendo que na AG da FPC têm assento as Equipas e a Associação de Corredores - desarma-me completamente.
Faz de mim uma frágil e insensata figura queixotesca.
Logo, não levarão a mal que me dê a mim mesmo um tempo para ponderar se, de facto, vale a pena queimar (ainda mais) a minha imagem...

Sei de gente, e de gente suficiente para corporizar uma vaga de protesto, e não só, de honesta oposição. Mas somos todos apenas meros adeptos. Não vale a pena...

Manter-me-ei activo mas já só com dois objectivos: tentar ajudar a restabelecer a justiça, primeiro, em relação à memória do Bruno Neves; depois ao direito ao bom nome de todos os implicados no "caso"-Póvoa.

Recordo que há oito pessoas cujo bom nome e honoribilidade está em causa vai para cinco meses, e que a um nono está a ser feita a cama.

De fora fica o Luís Almeida. É boa pessoa de certeza, e pelo pouco que pudemos conviver, foi a impressão que me deixou. Mas "entregou-se" - no caso-Póvoa - em troca de ninguém o chatear para que na próxima temporada esteja de volta, com a Escola de Ciclismo Fernando Carvalho como clube receptor. Ao fim e ao cabo, pensemos nós o que pensarmos em relação à capacidade contorcionista que demonstra, uma coisa não lhe podemos negar: há-de gostar de Ciclismo, pois pelo 12.º ano consecutivo ajudará uma equipa a sair para a estrada.

Para além dos apoios que dá a mais três ou quatro de cicloturismo.
Não sou capaz de acusar o Luís Almeida...

sexta-feira, outubro 03, 2008

II - Etapa 260

NA MOUCHE!...

Disse ontem, citado pelo Record, o doutor Marcos Maynar, e em relação ao doutor Artur Lopes, e cito:

"Parece que o que o incomoda, e não sei porquê, que o Bruno não se dopasse."
Liminar...

Toda gente de boa vontade percebeu isto.

Vergonha, pois - e aqui tenho que me incluir - a quem, domesticamente, não teve a coragem de o dizer.

Perguntam-me, como fez o doutor Moreira Lopes, em momento de pura distracção, aquela observação desabonatória em relação ao professor-doutor Marcos Maynar?


1. (
x)
2. (
x)
3. (
x)
4. (
x)
5. (
x)
6. (
x)
7. (
x)
8. (
x)

Isto foi conseguido numa pesquisa simples no Google.

Agora experimentem fazer o mesmo com o nome do presidente da FPC...
... eleito como vice-presidente disto, designado como elemento daquilo...
Tristeza.


Ele que tanto deu ao Ciclismo.
Nomeadamente como... médico!

Vade retro!...
Jamais me permitiria insinuar fosse o que fosse, até porque na altura, nem os controlos eram tão apertados, nem havia - e esta é a verdade - quem se preocupasse com a saúde dos corredores.
Que, mais ou menos conscientemente, tomavam todas as "pastilhas" que os médicos das equipas - incluindo o doutor Artur Moreira Lopes - lhes davam.
Sem sequer o questionar.

Lembra-se, senhor doutor?
Eu não me lembro, mas tenho esta mania de vasculhar nos papéis por mais bafientos que sejam!

O Doutor Moreira Lopes deve ser o médico que mais Voltas a Portugal perdeu... entre as do Joaquim Agostinho e as dos Marco Chagas...

Daí eu aceitar esta sua cruzada como pagamento de um velha promessa.


Não consta dos 10 Mandamentos, mas podia constar e seria algo assim...
"jamais doparás!..."

Ah pois é!...

Cuidado com os telhados (mais a mais se forem de vidro), quando se começam a atirar pedras ao ar...

quinta-feira, outubro 02, 2008

II - Etapa 259

PARTIU MAIS UM HOMEM BOM

Fomos ontem surpreendidos na Redacção d'A BOLA com a notícia do falecimento do Artur Azevedo. Tal como o jornal conta hoje, o Artur tinha ficado a trabalhar até tarde, na Redacção do Porto, e saiu normalmente, com um até amanhã. Faleceria durante a madrugada. Assim, de repente.

Custa muito saber que perdemos mais um amigo.
Nos seis anos que trabalhei mais directamente com ele tornámo-nos amigos e foram várias as vezes que, vindo a Lisboa, juntamente com o Carlos Fontes, me avisavam de véspera para podermos almoçar os três.

O Artur era o homem-dos-sete-ofícios nas Modalidades, a Norte. Tanto fazia atletismo como hóquei em patins, basquetebol como natação... fez também, várias vezes Ciclismo.

Conheci-o numa apresentação de uma das equipas da Maia. Eu estava de férias e desloquei-me à Maia a convite do senhor Aires Azevedo e do Manel Zeferino. Ele estava lá para cobrir o evento.
Falávamos quase todos os dias e depois houve aqueles almoços com o Carlos Fontes...

Como a corrida começava a Norte, o Artur foi o jornalista destacado, em 2005, para cobrir o Grande Prémio CTT-Correios que viria a terminar no Parque das Nações. É desse dia a foto que junto. Eu estava de folga e fui assistir à chegada, ali junto à Gare do Oriente.

O Artur era também colaborador da RTP, fazendo reportagem de atletismo e comentários de natação. Um apaixonado pelo desporto e pelo jornalismo.

Partiu, assim, de repente...
Descança em paz Amigo.

II - Etapa 258

COMO ÀS VEZES SE PODE SER TÃO INFELIZ

Cenas de varina, de mão na cinta a querer berrar mais do que a rival, confesso… fora do contexto de uma Lisboa desaparecida, já não me interessam.

Mas se cenas dessas forem protagonizadas, por exemplo, pelo presidente da FPC, se este, mesmo que tenha sido apenas numa saída infeliz, consegue, no final de uma troca de mimos com o médico da extinta LA, dizer – fica por explicar o propósito – que, e cito o despacho da agência Lusa: “… há artigos científicos que mostram que o recurso a hormonas de crescimento, com corticóides, aumenta estatisticamente a possibilidade de paragem cardíaca”, quando já (quase) todos queríamos fechar, de uma vez para sempre, a polémica construída à volta da morte do Bruno Neves, isso é inaceitável.

E tenho que fazer um esforço intelectualmente enorme para conseguir separar o Homem da figura institucional.
Porque me recuso a acreditar que o Homem pense assim…

O doutor Marcos Maynar, que já antes usara a mesma estratégia de enviar um comunicado pessoal directamente à agência Lusa que, naturalmente o divulgou, deu a sua opinião em relação ao acidente que vitimou o inditoso Corredor assim que se soube o resultado final e oficial da autópsia.

Achou, e fez bem a Lusa, em permitir ao doutor Moreira Lopes o direito ao contraditório já que no seu comunicado, Marcos Maynar envolvia a FPC. A reacção do presidente da FPC é que não foi ponderada.
Pediu-se-lhe um comentário às afirmações do galeno espanhol… e só saíram ataques de índole pessoal e profissional a Maynar.

Mas o pior ainda estava para vir e em declarações que jamais esperaria, pelo menos da sua parte.
Em relação ao resultado da autópsia, diz o presidente da FPC, e volto a citar o referido despacho da agência: “Não tenho conhecimento do relatório total da autópsia. No entanto, há artigos científicos que mostram que o recurso a hormonas de crescimento, com corticóides, aumenta estatisticamente a possibilidade de paragem cardíaca.”

O que quis dizer com o “não tenho conhecimento do relatório total da autópsia”?
E aquela referência a “artigos científicos…”

Pisou terrenos muito movediços, mas foi ele quem escolheu o caminho.
É verdade que nos últimos dois anos tem sido o presidente da FPC a personalidade que mais vezes veio à praça pública afirmar que “o problema do doping em Portugal existe e é preocupante”, mas não se deixe afundar em síndromas mccartianos, de caça às bruxas.

Se o presidente da FPC – que é médico reformado - tem dúvidas em relação à autópsia, enquanto presidente da instituição deveria procurar desfaze-las e não vir lançar, publicamente, outra vez as mesmas suspeitas.
Como diria o Diácono RemédiosNão havia necessidade!

E mais este… deslize (chamemos-lhe assim) acontece quando ainda não nos esquecemos da lapidar “Enquanto membro do CNAD já sei dos resultados [das análises feitas aos cinco Corredores do Póvoa Cycling Clube] mas como presidente da FPC ainda não sei de nada… “

Mas o que mais me preocupa ainda é que, aliás, à imagem do que está a acontecer transversalmente em toda a sociedade portuguesa, há quem se julgue inimputável e, por isso, pode dizer e fazer o que lhe apetece.

(Artigo re-editado às 16.00 horas)

II - Etapa 257

TELEXES

1. Depois de ter tido conhecimento do relatório da autópsia final do malogrado Bruno Neves, como aqui dei conta, sujeitei-me a mim mesmo deixar passar uns dias antes de voltar ao caso Póvoa Cycling Clube. Por respeito para com a memória do meu querido Bruno.

2. Sei da angústia que a família – principalmente a família – viveu nestes últimos quatro meses, e na entrevista que concedeu à agência Lusa, a Cristina deixou isso bem patente. Deve ter sido atroz. E acredito em todas as suas palavras. Precisavam, mas precisavam mesmo de uma última e conclusiva análise para, de vez, também todos eles, a família, ficar em paz. Que ao Bruno já ninguém pode fazer mais mal do que fizeram. Mas ele há-de estar, algures, acima de toda esta mesquinhez.

3. É intolerável o que está a acontecer num determinado sítio da Internet – por favor!, se ninguém tem mão naquilo, fechem-no de vez…

4. Entre os rabos-de-palha que se encolhem na hora da verdade e os intelectualmente atrasados, as barbaridades que lá se escreveram nestes dois últimos dias são inaceitáveis… Mas eu não sou ninguém [e acrescento prova disso] para dar palpites em relação ao sítio…


.

Peço, porém, que se quiserem prosseguir com os jogos florais abram outro item e deixem de escrever sob o nome do Bruno Neves.

5. Peço a todos os meus leitores que recuem um pouco neste blog e leiam o comentário deixado pelo Pedro Santana no artigo IN MEMMORIUM, do passado domingo, dia 28.

6. Compreendo – e até sou capaz de aceitar – a raiva interior, sentindo o que lhe vai na alma, do Pedro Cardoso, que colocou, nesse tal sítio uma mensagem. Tem razão o Pedro. E tem a minha solidariedade, mesmo que isso não valha um chavo…

7. Toda a equipa, Corredores e restante staff, foi – sem nunca o ter sido, mas destas manobras percebo eu – condenada publicamente sem que uma, uma só excepção, possa ser apontada. Mau grado eu aqui ter insistido quase até à exaustão – mas também não quero que me tomem por mais do que aquilo que sou (não reivindico a figura do opinion-maker) – que todos estavam a cometer o mesmo erro, que por acaso é mais do que isso, pelo menos em quem tem debates de consciência…

8. Os elementos do Póvoa Cycling Clube, os nove implicados de início, mais todos os outros que, pelo publicado, estariam de fora de, fosse qual fosse o problema, nunca tiveram oportunidade de se defender. E, tal como sublinha o Pedro Cardoso, ele disponibilizou-se para falar à RTP, da mesma forma que o João Cabreira abriu as portas de sua casa a A BOLA. Mais ninguém mostrou disponibilidade para o incontornável direito ao contraditório. Pior, ninguém pôs em prática o elementar direito à presunção de inocência dos envolvidos. Nem dos outros.


9. Recuso-me, e em consciência o afirmo, a fazer o que quase todos fizeram, que foi o de ligarem a morte do Bruno às acções que se lhe sucederam. Ainda hoje, mesmo depois do resultado final da autópsia, não há quem resista a escrever o assassino “na sequência da morte de Bruno Neves a Polícia Judiciária…”
Isto não é casmurrice, é de burro mesmo.

10. E volto um passo atrás. De novo dando razão ao Pedro Cardoso. Como é que se abre espaço para qualquer comunicado da FPC e nem uma tentativa se faz para ouvir a outra parte? Porque é que - e para mim, esta é a questão mais profunda - ninguém tentou ouvir o presidente do clube, que era mais do que isso, era o seu principal patrocinador e está sobre a alçada disciplinar da FPC…


Era fundamental. Ou ele confia na estrutura que sustenta, e se declara indignado, ou – o que aconteceu – fica calado dando a impressão que não discute o castigo.

11. Li que o doutor Marcos Maynar foi o único – o que todos sabemos que não é verdade, porque vários dos Corredores espanhóis da equipa já se pronunciaram – que, sem ninguém lho pedir, usou a agência Lusa por duas ou três vezes para manifestar a sua contestação em relação a todo este processo. A verdade, e isso é indesmentível, é que se não tivesse ele tomado a iniciativa de fazer chegar à agência a sua opinião, ou visão dos factos, ninguém o teria procurado para o exercício do tal famigerado contraditório.


E, sendo ele o médico da equipa – e não é uma pessoa qualquer (por mais que o doutor Moreira Lopes queira arrastar a discussão para a peixeirada), mais do que médico, é um cientista que, enquanto tal – não como clínico – dirige um gabinete de medicina desportiva numa universidade espanhola.

12. Nada nos trará o Bruno Neves de volta à vida, mas não exageremos na poeira que alguns querem deitar sobre os olhos de todos. E naquela fatídica tarde de 11 de Maio [por acaso, uma data muito importante para mim, o que fará que jamais esqueça o Bruno] aconteceram coisas, envolvendo, quase transversalmente toda a gente, que não podem nem devem ser esquecidas.

BLEURGH!...


quarta-feira, outubro 01, 2008