sexta-feira, outubro 24, 2008

II - Etapa 269

EU SEMPRE DISSE QUE NÃO IA DAR EM NADA!...

Álvaro Cunhal para Mário Soares, num dos momentos históricos da nossa - então - jovem democracia, numa altura em que todos podíamos sonhar com tudo: "Olhe que não Doutor... Olhe que não!"

- declarações recentes do presidente da FPC:
"Outro dos problemas passa pelo branqueamento dos casos de doping que se fazem em alguns sítios com fortes ramificações em Portugal, onde os batoteiros conseguem arranjar lugar e cobertura para continuarem a enganar o público e os seus companheiros de estrada.»

Que alguém peça ao presidente da FPC dados concretos.
Não é do seu estilo mandar o "barro à parede a ver se pega"...

O que é isso do "branqueamento dos casos de doping"?, se sempre se soube, e sempre pela mesma pena, de todos os apanhados nas malhas do doping - com a excepção do tal caso do campeão nacional que ele, o presidente da FPC, teve a lata de me dizer, olhos nos olhos, que não sabia de nada 24 horas antes de um outro jornal, com ligações mais profundas dentro do CNAD, por a notícia cá fora, quando eu já a sabia, mas que, "retardado" pelo presidente da FPC guardei, pois confiei na sua palavra?

Em Portugal, há, cito: "batoteiros que conseguem arranjar lugar e cobertura para continuarem a enganar o público e os seus companheiros de estrada...."

Fiquei deveras surpreendido com esta declaração, numa altura em que toda a gente está à espera que saia a notícia fundamentada com o processo-crime lavrado pelo Ministério Público e sustentado nos resultados obtidos - ainda que em via-sacra - das análises ao pretenso material suspeito apreendido a determinada equipa.

É engano meu, ou testemunhámos, naquela declaração, o atirar da toalha ao chão, numa aceitação de derrota por parte da FPC porque não foi, não é nem será capaz de provar o que tem vindo a publicitar?

Para mim é evidente.

Achei engraçada a "leitura" feita por alguém, num conhecido forum, que liga esta declaração do presidente da FPC a "determinados" blogs...
Ora, é redutora esta leitura.

Não há blog que consiga equivaler-se, nem em peso, nem em influências, à FPC, logo, a FPC pode ter perdido o processo, mas nenhum blog o ganhou.

Porque só sou responsável por este espaço, e correndo o risco de estar a adiantar-me à decisão final, só quero sublinhar uma coisa:
a minha posição em relação ao caso-Póvoa assentou, firme e conscientemente num único pressuposto, melhor... em dois:

1.º, Ninguém é culpado até que um tribunal com autoridade para tal, o determine culpado;

2.º, Podem ser muito pertinentes as causas, mas NÃO ADMITO QUE QUALQUER MEIO SE JUSTIFIQUE para atingir determinado fim.
Por mais que o fim até possa ser defensável.

E recupero a histórica interjeição... olhe que não doutor, olhe que não!...

2 comentários:

cristina neves disse...

Olá Zé,

que tudo se resolva por bem.
Já está mais que na hora de nos deixar a todos em PAZ, porque já chega de bater no ceguinho...

Nuno Inácio disse...

Como sabes, a única coisa que desejo é que tenhas razão.

Se a FPC perder o processo, a única coisa que restará a estes corpos sociais é pedirem desculpa à modalidade e retirarem-se da mesma.

Se ganharem o que processo, cá estaremos para pedir desculpas ao seu presidente e aos seus companheiros...

Quanto a esse "abrigo" de ciclistas dopados, quer-me parecer grave que o responsável máximo da modalidade as conheça e não tenha capacidade para as evitar...

Ou será que são só suspeitas?

Mas se o são, não lhe caberá lutar (de forma leal) contra o doping, desencadeando investigações sobre as suas suspeitas?

Convêm é que as mesmas sejam feitas com precaução, para não destruírem vidas alheias...