terça-feira, setembro 30, 2008

Nota.1

Li hoje, num blog que, por acaso, é partilhado por um colega de profissão, uma coisa que jamais me passaria pela cabeça.

Esse colega de profissão, Jornalista, à margem - tal como eu - do trabalho que desenvolve no seu jornal, para desanuviar mantém com mais três parceiros um blog que, no caso, se centra no futebol.

E, por acaso, até nem foi a falar de futebol, mas dos Jogos Paraolímpicos, que uma opinião sua - e um blog (tirando os folclóricos) serve exactamente para isso, para que seja quem fôr emita a sua opinião - conseguiu chegar ao Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas.
Quer dizer... por se ser jornalista, mesmo à margem do OCS para o qual trabalha, um homem, lá por ser jornalista não pode emitir a sua opinião?
E em que Lei se enquadrará a competência do Sindicato dos Jornalistas para se meter com um mero blog?

Ai!... Não nos chegava a ASAE!

Agora somos controlados pelo nosso Sindicato naquilo que no remanso do nosso lar nos aprouver escrever?

Eu já o dise mil e... duas vezes. Sim, sou Jornalista.
Aceito até que sou jornalista 24 horas por dia. Mas no âmbito daquilo que interessa ao meu Jornal, ao meu empregador, a quem me paga no final do mês.

Quem me pode negar que, desligado desse compromisso eu não posso opinar sobre o que quer que seja que me dê na real gana?

E o que tem o Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas a ver com isso?

Berra o Sindicato contra a montagem de câmaras-video que podem controlar quantas vezes e quanto tempo passamos na casa-de-banho... e depois vem meter-se onde não é chamado?

Já agora... que a Ordem dos Advogados vigie o Abrupto, de José Pacheco Pereira, ou a Ordem dos Médicos o blog de Luís ilipe Meneses...

Vá lá... Um bocadinho de vergonha...
Não, de certeza que não vos fica mal.

domingo, setembro 28, 2008

IN MEMMORIUM

EIS A VERDADE!

Vou, e porque tem de ser assim, não me competirá a mim desconstruir uma imagem que, abusivamente, foi colada à morte do Bruno Neves, expôpor a verdade.
Os que o escreveram que se retractem.

Já há Certidão de Óbito oficial e final.

O Bruno morreu de, cito: "causa de morte natural".
Nada, nos exames feitos post morten, descobriu o que fosse de doping ou coisa do género.

Sim, tive acesso à Certidão e Óbito!

Agora corem de vergonha os que, sem o dizerem, porque não tiveram lata para tanto, não perderam a oportunidade de, sibilamente, tentar "vender-nos" a nós, simples aficionados, que ali havia "marosca".
Não havia.

Seguir-se-ão os processos judiciais contra quem atentou, directa ou indirectamente, contra a memória e o bom nome do Bruno Neves.
Poderão querer calá-lo. Não duvido que haja corajosos a esse ponto.

Mas eu digo aqui, uma das primeiras pessoas informadas do último e definitivo relatório da autópsia foi o presidente da FPC, o doutror Artur Moreira Lopes.

O meu caríssimo Bruno faleceu por insuficiência respiratória aguda, consecutiva a arritmia cardíaaca. E os dois exames toxicológicos a que o seu sangue foi submetido, post morten, revelam ZERO, em relação a alcool, drogas sociais, esteróides anabolizantes ou efedrina.

Morreu porque - se eu acreditasse nisso dizia-o, mas, francamente e como todos sabem, não acredito... - esse deus em que acreditam, quis.

Paz à sua alma e, sobretudo, que quem desrespeitou o seu nome, a sua memória, mesmo que de forma dissimulada... pelo menos sinta vergonha na cara.
Isto independentemente daquilo que, a nível judicial, a família achar por bem activar.

(Escolhi esta foto do Bruno porque é a que - das que eu tenho - aquela em que o seu sorriso mostrava ser mais feliz.)

Até Sempre Amigo.

sábado, setembro 27, 2008

II - Etapa 256

E AGORA?!...

Antes de mais, permitam-me que neste texto faça uso de uma liberdade a que tenho direito e que me é garantida pela Constituição Portuguesa. Ser eu, o cidadão...

Defenderei, onde e se necessário esse direito que ninguém me pode negar.

Este artigo está a ser escrito pelo cidadão Manuel José Madeira.
Esqueçam o jornalista que foi ali e já volta.

Não me vou dar ao trabalho de procurar para poder ser preciso... genericamente não vou fugir à grande verdade. Aceitem-no.

"Acção da PJ contra a equipa la LA-MSS estava prevista para Julho, mas a morte de Bruno Neves, em competição, acelerou a operação..."

"Equipa da Póvoa alvo de buscas e apreenção de produtos não identificados, poucos dias após a morte do Corredor Bruno Neves..."

"Versões diferentes sobre a causa da morte de Bruno Neves em plena prova..."

Fico por aqui, que como exemplo chega.

Por mais de uma vez, em quase todos os OCS, foi impossível, ainda que de forma sibilina, NÃO O DIZER, mas FAZEREM-NOS LER que poderia haver uma ligação directa entre os dois acontecimentos.

Ora, como devem calcular - e só no Jornal 1X2, se tolera um jornalismo de palpite - todo este caudal de noticiário marcado pela insinuação, sem o mínimo respeito pelos familiares do inditoso Corredor, familiares e amigos, e gente próxima, não foi ainda claramente rectificado.

Foi grave - muito grave em muitos mais aspectos do que aqueles que simples "picadores" de telexes conseguem sequer imaginar - não terem resistido à conexão fácil entre dois acontecimentos lamentáveis. Mais o da morte de um jovem em plena flôr da idade.

Não vou invocar o período do Direito à Dôr, que os familiares e os seus mais chegados viram gratuitamente atropelado pela voraz tendência de se empolarem notícias;
Não vou invocar a regra número 1 do jornalismo: Sem confirmação oficial, dada por quem de direito, não há, não pode haver notícia, muito menos - ainda que, como referi, sibilinamente - agregá-la a outra notícia e porque esta tinha muito mais força, arrastar o nome do Bruno Neves para "ses..." que ele não merecia.

Desde o momento em que o Paulo Sousa, de voz claramente embargada me telefonou a dar a triste notícia do passamento do nosso comum amigo que eu prometi - a mim mesmo, mas não só, à família do Bruno Neves - que jamais iria deixar de fazer tudo o que estivesse dentro do meu alcance para que a memória desse extraordinário rapaz, amigo verdadeiro, não fosse de alguma forma manchada...

Daqui a pouco tenho 50 anos.
Aos 17 comecei a trabalhar. Na ferrugem. Trabalho duro. Mesmo. Aprendi a parte dura da vida. Só retomei os estudos cinco anos mais tarde. À noite e estudava nas viagens de comboio, porque durante o dia trabalhava. Convivi de muito perto com quem tinha muito poucos estudos, mas uma grande experiência de vida. Hoje em dia, os jovens colegas "saídos" jornalistas de uma faculdade onde quem lhes dá aulas nunca foi jormalista, acham que sabem tudo.

Falta-lhes, e isso para eles é irrecuperável, o mais importante curso que podemos tirar, o da Escola da Vida. Que me ensinou - uma vez mais peço desculpa pela imodéstia - a conhecer as pessoas, para lá do seu aspecto físico ou intelectual.
Raramente me engano em relação a uma pessoa. Em relação àquilo que ela realmente é, independentemente de vestir fato e usar gravata, ou não.

Aprendi a perceber, em primeiro lugar, a pessoa. Depois e a partir daí, o profissional.


Voltemos ao Ciclismo.

Sei, tenho a certeza, porque nunca falámos nisto, que o Bruno ignorava esta parte da história da minha vida, e sei - e aqui entra a minha experiência - que a empatia de quase de imediato se gerou entre nós (mas há mais uma dúzia de Corredores com os quais tenho relações semelhentes) não nasceu expontânea, estava viva e crescida quando nos encontrámos.

Porque eu percebi no Bruno, o Homem, e porque ele, de certeza, percebeu que eu tinha percebido. E aí começou a nossa amizade. Tão simples assim... Acontece entre pessoas simples (perdoem-me a imodéstia, no que se refere a mim).

Para os mais... "despassarados" este artigo é a "almofada" daquele que leram imediatamente antes.

Agora...
... agora falta saber quem coragem para, publicamente, se retractar. Embora eu deixe aqui o aviso de que... não esperemos milagres. Fossem os resultados da autópsia do Bruno diferentes e veriam do que vive, nos dias de hoje, a CS. Assim... não é notícia.
Mas não devemos, nós, os amigos mais próximos e os familiares, deixar passar em claro o que aconteceu e, se apareceram coisas escritas, alguém as escreveu...

II - Etapa 255

EMPATADOS EM VICES

No âmbito do Congresso da UCI que anualmente se realiza durante os Mundiais, e na sua qualidade de Vice-presidente da CPA – Associação dos Corredores Profissionais, Paulo Couto ladeou Cédric Vasseur na representação dos Corredores na reunião que houve para definição dos calendários para o próximo ano.
.


Aproveitando a viagem a Itália, o presidente da APCP ficará em Varese até amanhã, para poder apoiar a Selecção Nacional na Corrida de Fundo.

Curiosidade: tanto na Direcção da UCI, como na da CPA, os vice-presidentes são portugueses.

II - Etapa 254

PELOTÃO NACIONAL
REDUZIDO A... QUATRO EQUIPAS

Estamos, é evidente, na fase do diz-que-se-disse, mas e a verdade é incontornável, corremos o risco de, para a próxima época, termos apenas quatro equipas elites profissionais. Isto se o Tavira resolver o seu problema com o patrocinador, senão... serão apenas três.

É evidente que a formação, que a categoria de sub-23, são fundamentais para o alicerciamento da modalidade, se ninguém deitar mão - em princípio isso não deveria ser necessáeio, mas... É! - e ajudar as equipes de elite profissionais... não há futuro para o Ciclismo português.

E toda a gente sabe quem o "matou"...

II - Etapa 253

BRILHANTE... RUI COSTA!...

Começo... pelo princípio.

Ontem foi dia de trabalho, por isso, à hora em que principiou a corrida de sub-23 dos Mundiais de Varese eu estava no Jornal. Só que - e espero não estar a cometer nenhum crime lesa-instituição - aquilo lá é muito complicado.

A redacção estende-se por uma dúzia de salas, somos obrigados a ter meia-dúzia de "boxes" da TV Cabo e eu, naturalmente, não sei mexer naquilo.

Resultado, só quando chegou um companheiro que me pode sintonizar a Eurosport - tanto que eu tentei via-net, mas não consegui - é que comecei a ver a prova de fundo dos sub-23.

Primeira nota: intragável a realização. Não sei se é a RAI que está a cobrir o evento.

Levei quase uma hora a ver os seis fugitivos, sem uma única imagem do que se passava um pouco mais atrás. Ok... havia três italianos na fuga e os italianos "baldaram-se" para o resto.

A dada altura apareceu aquele irlandês que já dera nas vistas na Volta a Portugal numa posição intermédia.

Mas a transmissão mantinha-se com os homens da frente.

Dos portugueses... nada.
Se a coisa tem terminado com aqueles seis isolados e a discutirem entre si as medalhas, quem poderia agora estar a tecer críticas?

Mas... a cobertura de um Mundial, ok, mesmo que em sub-23, não mereceria um maior e melhor cuidado por parte da realização?

A verdade é que, de repente, não só o irlandês chegou ao grupo da frente, como também o fez um russo e... RUI COSTA. O português em que todos depositávamos as nossas esperanças.

Não é por nada, nem tem a ver com com mesquinhos sentimentos de não termos visto o NOSSO corredor a galgar terreno até integrar-se no grupo da frente. O que discutiria as medalhas.

Nota absolutamente negativa para a realização.

Que esquecemos, por minutos, quando o Rui Costa apareceu, vindo do nada - que era o nada que a realização nos dava - apareceu como que por magia no grupo da frente.

Depois, e sinceramente, com a Itália - a correr em casa - com três homens num grupo de nove, das duas... uma, ou punham a "carne toda no assador" ou arriscavam-se a ser surpreendidos.
Foram-no, e foi bem feito.

O russo que viera com o Rui Costa esticou a corda, os italianos não se entenderam, o Rui ainda tentou surpreender de longe, mas foi o colombiano Fábio Arevaldo a mostrar-se o mais inteligente.

O "nosso" Rui foi apenas 5.º.
Apenas quinto... quantas vezes pudemos escrever uma coisa destas, nuns mundiais?

Sinceramente, acho que ELE cumpriu com os objectivos que terceiros lhe traçaram... e não deve sentir-se diminuído por isso.

Foi muito bom. Mesmo muito bom.


Agora quero deixar aqui escrito que não foi esta a melhor noticia do dia em relação ao Ciclismo português.

sexta-feira, setembro 26, 2008

II - Etapa 252

GRANDE PRÉMIO CAIXA AGRÍCOLA

Disputa-se já no Domingo a 5.ª edição do Grande Prémio Crédito Agrícola/Troféu RTP, uma das últimas provas do calendário 2008.
Tem início e término em Penela, e está integrada nas festividades locais.

Depois da última prova disputada, as classificações estão assim:

GERAL INDIVIDUAL
1.º, Ricardo Vilela (Feira-E. Leclerc), 624 pts
2.º, Henrique Casimiro (Tavira-R. Palmeiras), 606
3.º, Marco Cunha (Casativa), 596
4.º, Nélson Oliveira (LA-SSS-Trevomar), 516
5.º, Nélson Sousa (Crédito Agrícola), 476
MONTANHA
1.º, José Martins (Casativa), 36 pts
2.º, Sérgio Ruas (Crédito Agrícola), 26
3.º, Carlos Sabido (Casativa), 24
METAS VOLANTES
1.º, Ricardo Vilela (Feira-E. Leclerc), 18 pts
2.º, César Fonte (Benfica), 11
3.º, Hélder Leal (Casativa), 4
JUVENTUDE
1.º, Nélson Oliveira (LA-SSS-Trevomar), 516 pts
2.º, António Carvalho (LA-SSS-Trevomar), 448
3.º, João M. Pereira (Tavira-R. Palmeiras), 360

II - Etapa 251

PORQUÊ?

Porque é que Portugal, com corredores indesmentivelmente talhados para o contra-relógio, abdicou do direito de se fazer representar nesta variante dos Campeomatos do Mundo?

Ninguém estaria à espera de medalhas... mas porque não participámos?
Quem nos explica?

Que raio de Organização é a dos Campeonatos do Mundo de Estrada que envia uma equipa de controlo anti-doping para analizar os portugueses que... não havia para fazerem o crono individual?
A delegação portuguesa não avisou que não ia apresentar concorrentes?
Se não, porque não?
Se sim... porque raio a brigada anti-doping foi à base da selecção Nacional, para controlar... ninguém?

Muito estranho!...

E... Mal y Soit Qui Mal y Pense...

Entretanto, o presidente da FPC foi eleito - sabem como são as votações dentro do núcleo duro da UCI? Tentem saber... - vice-presidente, ocupando o lugar deixado vago pelo seu guru, o holandês Heins Verbrugghe... confirmando aquilo que o doutor Artur Lopes deixara escapar entre dentes... Não, não existe uma monarquia, com uma linha sucessória pré-definida na UCI... Mas que parece, isso parece.

Vamos ver o que é que o Ciclismo Português ganha com esta subida do presidente da FPC ao segundo lugar da hierarquia do Ciclismo Mundial.
Ou temos agora a justificação daquilo que o Ciclismo português perdeu este ano?

Querem que seja mais claro?
Porque não?
Que tenho a perder?

Que jamais se venha a saber que esta vice-presidência da UCI, ultrapassando outros candidatos, não tenha sido obtida com o sacrifício de uma equipa Portuguesa.

Eu sei que sou chato, mas ainda não foram demonstradas publicamente provas que sustentem o "castigo" infligido ao Póvoa Cycling Club...

Eu fico-me por aqui.
Qual a ligação entre a promoção do presidente da FPC a número dois da UCI, e a "assassinato" de uma das equipas com melhores estruturas do nosso pelotão?

Hei.... calma.... não me venham falar em doping.
NINGUÉM me venha falar em dopings...
E os directamente interesados sabem perfeitamente porque é que não o devem fazer...

terça-feira, setembro 23, 2008

II - Etapa 250

VOLTA AO CONCELHO DA MAIA


Realizou-se neste passado fim-de-semana a Volta ao Concelho da Maia que terminou com os seguintes resultados:


Geral Individual final
1.º, Nélson Oliveira (LA-SSS-Trevomar)
2.º, Fábio Ferreira (C. A.-Pombal)
3.º, Rui Vinhas (Casactiva)
Final Equipas
LA-SSS- Trevomar
Final Pontos
Nélson Oliveira (LA-SSS-Trevomar)
Final Montanha
Sérgio Ruas (C. A.-Pombal)
Final Metas Volantes
José Gonçalves (Feira-E. Leclerc)
Final Juventude
Nélson Oliveira (LA-SSS-Trevomar)

II - Etapa 249

TINO ZABALLA VENCE NA BÉLGICA

O espanhol Tino Zaballa, ciclista que representou as cores da LA-MSS este ano, venceu a primeira prova da Taça Ciclocross da Bélgica, disputada na localidade de Knesselare.

Zaballa destacou-se pela sua técnica e estado de forma, mas também pela mensagem que levava na sua indumentária "Procuro Equipa", na esperança que alguma equipa aposte na sua contratação para disputar na íntegra o calendário belga de Ciclocross.

O ciclista foi ainda 18.º na prova de Neerpelt, onde estavam os melhores do mundo na especialidade, numa prova que venceu o consagrado Sven Nijs.

(Não é plágio, foi copianço mesmo. Desculpa lá Maria João. O tempo está tão apertado... Deixo aqui um bocadinho de publicidade - felizmente não precisas, mas pronto... pode ainda haver quem não saiba: foto e texto gamados de http://www.superciclismo.pt/. Já agora a Maria João dá-nos a fonte da noticia, podem ir ver so sítio da Super Ciclismo, ou clicar aqui...)

II - Etapa 248

SÉRGIO SOUSA, CORAÇÃO D'OURO

Sérgio Sousa, da Madeinox-Boavista, venceu o Prémio Gondomar Coração de Ouro, ao conseguir, logo na primeira das três etapas, uma vantagem que depois foi só preciso administrar.









Aliás, a equipa axadrezada esteve em grande plano pois, no segundo dia de prova – quando se realizaram duas etapas, entre elas um crono – defendeu o seu corredor… atacando!

E foi Tiago Machado quem venceu a dupla ronda de domingo. Parabéns aos dois. E à equipa, claro!...

domingo, setembro 21, 2008

II - Etapa 247

POR CAUSA DAS COISAS, ESTA NEM COMENTO!...


Nota

Em relação às duas últimas Etapas...

Limitei-me a citar declarações do doutor Artur Moreira Lopes, declarações que concedeu à Lusa e depois, mais ou menos trabalhadas, dadas à estampa em, pelo menos no que posso assegurar, quatro jornais diferentes. Público, Diário de Notícias, Correio da Manhã e Norte Desportivo.

Não fui eu quem lhe fez as perguntas; não o imagino a ser "obrigado" a dizer o que disse...

Disse-o porque é o que pensa; disse-o - e eu estou farto de aqui o sublinhar - porque é a sua maneira de ser, de estar... Frontal. Sem medos.

E eu sempre disse que gosto desta sua faceta, até porque, mesmo que estes o não percebam, ou finjam que não percebem, ele reduz à sua real insignificância todos os que fazem fila para o beija-mão. E ele não gosta disso. Mas aproveita-o o mais que pode.

Quem manda é ele. Ponto final.

Posso não ser, não sou de certeza, adepto da política federativa implementada pelo doutor Artur Moreira Lopes, mormente nos últimos anos, mas posso admirar o homem. E admiro.

Agora, mandarem-me mensagens a acusarem-me de estar a denegrir a imagem de um homem que muito deu ao Ciclismo nacional, isso não é justo.

Repito: limitei-me a colocar aqui o que li.
O que muitos - todos os que lêem aqueles jornais que atrás citei - leram.

Não me moam!...

sábado, setembro 20, 2008

II - Etapa 246

ALGUÉM QUE SE OFEREÇA
PARA ORGANIZAR A AGENDA DO HOMEM!...

Vejam, por favor, o que o Público escreveu - num link num dos artigos anteriores.
Mas vou tentar explicar-vos aquilo que nem eu consegui entender...
Então, é assim:

O doutor Artur Moreira Lopes, enquanto membro do CNAD, já sabe os resultados das análises fora-de competição feitas aos cinco - que foram seis (EU SEI QUE FORAM SEIS!!!!) - Corredores do Póvoa Cycling Clube. Contudo, o presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, o doutor Artur Moreira Lopes, ainda não sabe de nada.

Daqui deixo o apelo:
Senhor Doutor Artur Moreira Lopes, membro do CNAD, veja lá se consegue cinco minutos na sua agenda para falar com o doutor Artur Moreira Lopes, presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, até porque este, há meia dúzia de meses reformado da sua profissão (médico-cirurgião), tem todo o tempo do Mundo e, acredito, deva estar em "pulgas" para que o doutor Artur Moreira Lopes, membro do CNAD, lhe diga se há, ou não, motivo para a suspensão de quem está suspenso.

E depois, um dos dois que nos explique porque é que acontece este anormal atraso na divulgação dos resultados das análises feitas a SEIS dos corredor do Póvoa Cycling Clube, mais... porque é que, sendo Portugal um dos poucos, muito poucos, países com um Laboratório - pelo qual o doutor Luís Horta dá a vida e vende a fama - reconhecido pelas principais autoridades da luta contra o doping, foi preciso mandar amostras para serem analisadas noutros laboratórios, e é por isso que estamos à espera.

II - Etapa 245

E NÃO SABEM VOCÊS DA MISSA A METADE!...

No sítio do Cyclolusitano está, desde há alguns dias, um curioso repto aos amantes do Ciclismo em geral. Quem deveria ser o novo presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo?
Vão lá ver - os que ainda não viram - e constatem a divisão de opiniões.

Curiosamente, e aqui tenho que ser... eu, duro e implacável, em vez de brincadeiras, porque não se organizaram e, pelos menos, tentaram levar às urnas uma alternativa?
Que já se sabe não vai haver.

O actual presidente com, provavelmente, a mesmíssima equipa, vai ser o único concorrente, pelo que até ao final do próximo - já em curso - Ciclo Olímpico, se alguma coisa mudar será para que tudo fique na mesma.

Mas nesse tal tópico, no Cyclolusitano, onde várias opiniões foram deixadas, falta uma coisa: a actualidade. O conhecimento das notícias.

Ok, deve ser chato ser-se jornalista numa agência noticiosa, conseguirem-se declarações interessantíssimas e depois... ninguém as aproveitar.
Deixem dar uma ajuda.

Ouvido pela Lusa, o doutor Artur Moreira Lopes, para além da tal promessa propagandista de que - numa altura em que o Velódromo da Anadia/Sangalhos não passa de um desenho no papel - poderemos (?) vir a ter nessa mesmíssima pista que não existe, duas competições internacionais ao mais alto nível, disse outra coisa que merece, de facto merece e sê-lo-ão vocês - os meus leitores - a chancelar, ou não a minha opinião, uma reacção proporcional à enormidade da declaração.

Deixem-me citar o telex da Lusa...
"Outra das prioridades de Artur Lopes (.../...) prende-se com a preparação de uma equipa para a sucessão na liderança dos destinos do edifício da Rua de Campolide (.../...) porque será o último mandato."

Continuando:
"Não sendo isto uma dinastia, é preciso os mecanismos necessários, a nível de pessoal e da direcção, para se poder continuar este trabalho"...

Perceberam?

A grande prioridade do doutor Artur Moreira Lopes é... "não sendo isto uma monarquia" - e não dinastia (que isso seria de pai para filho) - antes de ir gozar a reforma, mantendo, claro, todos os lugares que ocupa na UCI, preparar a sua sucessão escolhendo, entre os delfins, o mais fiel seguidor.

Tal qual o holandês Heins Verbrugghen fez na UCI.

Mas eu, a título pessoal, tiro-lhe o meu chapéu!
O homem manda, mas manda mesmo. E sabendo que não poderá voltar a candidatar-se diz, sem pruridos (porque haveria de os ter?), que a prioridade é encontrar um herdeiro para pôr no "seu" lugar, de forma a que ele, mesmo de fora, possa continuar a mandar.
Tudo o resto é blá, blá, blá...

Se alguém tivesse a coragem de se apresentar nas urnas, "contra" o doutor Artur Lopes, aí eu ia aplaudir.
Agora... ficar a fazer "politiquices" mais ou menos às escondidas... isso é que não!
Ou se assumem, ou então calem-se.

Por mais que não seja, por auto-respeito.

II - Etapa 244

DESCULPEM O NARCISISMO...

No passado dia 18, quinta-feira ainda mal nascida - escrevi o artigo, como poderão ver, às 2.27 horas da manhã - deixei aqui mais um GRITO contra o atentado de que foi vítima a equipa do Póvoa Cycling Clube.

Pois bem, desculpem o narcisismo, mas esse meu grito fez agenda.
Pelo menos na Lusa que horas mais tarde pôs em linha (é linguagem técnica) um artigo que versava exactamente sobre o inexplicado atraso, em relação aos controlos inopinados realizados a seis Corredores do Póvoa Cycling Clube, comparativamente com a "certeza" - todos tínhamos a certeza que nesta edição da Volta, e depois de vetada a participação da equipa da Póvoa não ia pasar nada!... - de que na Volta não houve positivos.

Terá sido por isso que não foi permitida a participação do Póvoa Cycling Clube?
Pergunta parva, eu sei. Porque sei qual é a resposta.

Mas voltemos atrás.
Descupem-me o narcisismo, mas a verdade é que a Lusa, poucas horas depois relançou o tema, que foi aproveitado quase na íntegra pelo Público, e já com data de 19 de Setembro, pelo Diário de Notícias.

Sempre vale a pena não ficar calado!...

II - Etapa 243

VOLTA AO CONCELHO DA MAIA


Disputa-se, entre hoje e amanhã a Volta ao Concelho da Maia. Tive, como puderam ler, problemas com o Blogger, agora já não adianta falar muito da prova, entretanto, aqui fica o cartaz.


II - Etapa 242

TAMBÉM É CICLISMO
E PODE SER ESPECTACULAR

Confesso... melhor, afirmo-o: para mim, Ciclismo é aquele exercício não tão simples quanto o possam julgar, praticado na Estrada, por equipas mas assente em figuras individuais. Não é só o "partem todos ao mesmo tempo e o primeiro a chegar ganha", como eu próprio, bastas vezes digo, em jeito de brincadeira.

Ou no género do quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha, a eterna dúvida: será o Ciclismo (de Estrada) o mais individual dos desportos colectivos... ou o mais colectivo dos desportos individuais?
Mas há muitos ciclismos.

Podia começar por uma vertente que, vá lá saber-se porquê, se eclipsou totalmente em Portugal, o Ciclocross; na última década e meia - mais, lembro-me perfeitamente de, em 2002, ainda na velhinha sede da FPC na Rua Barros Queiróz, ter feito, para A Capital, uma entrevista de duas páginas com o mestre Alves Barbosa, à altura director-técnico nacional no consulado de Henrique Castro, enquanto presidente do organismo.

Disse-me o Alves Barbosa, desassombradamente, como é seu hábito, que "o BTT é o futuro do ciclismo".

Dizia, na última década e meia o BTT, mas também as suas vertentes, como o BMX, cresceu. Cresceu muito, não tanto como poderia ter crescido, mas cresceu.

E há o Ciclismo de pista, parente nobre da família do Ciclismo.
Por cá... não há!
Não chamemos às voltinhas cumpridas, de ano a ano, nas pistas da Malveira ou de Tavira, ciclismo de pista.
Não há em Portugal.

Mas o candidato, único, até agora, às próximas eleições para os Corpos Sociais da FPC, disse ontem em entrevista que, cito:

"Pensamos poder organizar os Campeonatos Mundiais de juniores e Europeu..." no velódromo da Anadia/Sangalhos, não sem se resguardar e volto a citar:
"Temos que ver se a pista está pronta em 2009".
Pois!...

(Voltarei a esta entrevista é que bastante curiosa... quando tiver tempo, isto é, na próxima folga.)

Mas já vai longo isto que pretendia fosse só o lançamento de dois documentos fotográficos, dos vários que vão chegando ao meu correio electrónico.

Não será o "meu" Ciclismo, mas não nego que é espectacular, principalmente os down-hill urbanos.

Nesta primeira foto, relativa, exactamente a uma prova down-hill urbana, disputada em Viseu, temos o piloto Emanuel Pombo (estão a ver? chamam-se pilotos, e não Corredores... entendem os meus escrupulos?); na segunda, um velho amigo - ou hei-de dizer... apenas conhecido, porque a fazer fé no que caridosamente me foi dado a saber, não tenho amigos no Ciclismo, tendo mesmo concretizado em relação a um desses amigos que terá dito, perante testemunhas, que, cito: "Só estive duas ou três vezes com ele e ele vem a chamar-me amigo?" -, em frente: a segunda foto mostra-nos o Rui Lavarinhas, durante o Extreme Xures/Gerês.

Um abraço para o Rui.


(Fotos: Vivex)

quinta-feira, setembro 18, 2008

II - Etapa 241

NEM DE PROPÓSITO!...

"Volta a Portugal sem casos de doping"
"ANTIDOPING - Volta sem positivos"

Dois títulos de duas pequenas notícias publicadas em dois jornais, hoje.

O LAD efectuou 86 controlos durante a Volta, sem que a FPC tenha sido notificada de qualquer resultado positivo. "No caso de existirem controlos positivos, a UCI tinha de nos notificar", explicou o presidente da FPC.

O CNAD efectuou 86 controlos antidopagem na última Volta a Portugal, não tendo sido detectado qualquer caso positivo.

A Volta decorreu entre os dias 13 e 24 de Agosto.
Terminou há... 25 dias!

Porque é que já sabem os resultados e os das analises de 19 de Maio ainda permanecem um mistério?

II - Etapa 240

QUATRO MESES NÃO É DE MAIS?
E ESTÁ NA HORA DE SE IMPOREM
AS CONSEQUÊNCIAS...

Há cento e vinte e dois dias que a Polícia Judiciária, através da sua Direcção Central de Investigação da Corrupção e da Criminalidade Económica e Financeira (DCICCEF) - em Comunicado com a data de 20 de Maio de 2008, e depois, chamando as televisões e os fotojornalistas para a lamentável cena que se banalizou, de mostrar urbi et orbi, toda uma panóplia, seja de facas de mato, de carimbos/selos brancos que chancelam passaportes falsos, ou, mais regularmente, moeda em papel amontoada pelo valor facial, ou então, pacotinhos que todos acreditamos (ou fingimos acreditar) que se trata de droga -, há cento e vinte e dois dias, dizia eu, que a PJ chamou os pés de microfone e os "bate chapas" que não fazem perguntas, para nos mostrar qualquer coisa que, sem que o tenha sido explicitamente dito, deixava no ar a acusação de que uma equipa de Ciclismo estaria envolvida num caso de dopagem generalizada.

NUNCA DISTO SE CONSTITUIU PROVA VÁLIDA.

Poucas horas depois, a Federação Portuguesa de Ciclismo, e ainda hoje - cento e vinte e dois dias depois, estamos à espera de argumentos sustentados em provas concretas - aconselhou as organizações a não convidarem a equipa em questão.



Repito, sem rabo de prova concreta que, cento e vinte e dois dias depois ainda não foi apresentada. Ultrapassando - porque o conselho partiu da Direcção, que não em poderes disciplinares - o estatuto de uma instituição que, por muito que vos espante, atropelando os seus próprios estatutos, continua a merecer o de Utilidade Pública.

Com todos os benefícios que disso lhe advém.

E não houve, nem no Conselho Superior de Desporto, até mesmo na secretaria de Estado (logo, Governo, que é quem, com o dinheiro do contribuinte, suporta estas... "utilidades publicas") quem se tenha dado ao trabalho de questionar o como e o porquê é que a Direcção Executiva de uma federação desportiva ultrapassa as suas competências e aparece a substituir o seu Conselho de Disciplina, numa primeira instância, e depois o Conselho Jurisdicional, derradeira figura estatutária com poderes para isso, não suspendendo, mas "aconselhando" as organizações a não convidarem um equipa que, cento e vinte e dois dias depois daquela palhaçada protagonizada pela PJ, através da sua DCICCEF, e do CNAD - faço questão de vincar que numa operação inapelavelmente ferida de legalidade - porque é que julgam que a coisa caiu no "esquecimento"? - ainda não foi oficialmente pronunciada como, numa primeira fase, suspeita do que quiseram acusá-la... Isto só pode estar a acontecer porque nada têm contra ela. Com força de prova, pelo menos.

Cento e vinte e dois dias de nevoeiro, tão cerrado que não houve, até agora, quem tenha tido a coragem editorial de nos contar a verdadeira história.
Falo da CS, claro.
Porquê?

E deixo outra questão no ar.
Sabendo - se eu sei todos eles sabem - que não há ponta por onde pegar neste caso que envolve o Póvoa Cycling Club, como é possível não andarem todos corados de vergonha?

São cúmplices por auto-demissão de uma obrigação deontológica que é a de informarem claramente quem os vê, quem os ouve ou quem os lê, do "assassinato" desportivo de uma equipa.

Peanutts!
O grave é que por trás de um nome de uma equipa estão Homens.
Homens que são cabeça de família.
Homens que estão, uns caricatamente suspensos sem que alguém lhes seja capaz de dizer porque é que estão suspensos, e os que o não estando suspensos, estão impedidos de exercer a sua profissão uma vez que a equipa foi "destruída".

Há homens com contratos de trabalho válidos e sobre os quais não pesa qualquer suspeita, muito menos acusação, mas, porque a equipa foi desfeita e os sponsors - logo, quem entrava com o dinheiro para satisfazer os compromissos laborais assumidos com todos, neste impasse, deixaram de meter dinheiro na equipa.
Confuso? Nada. Mesmo nada.

Tivessem ou não tido uma denúncia, quem assumiu a investigação não foi capaz de fazer prova. Logo, a equipa deveria estar a correr.

E não está não porque a PJ o tenha determinado, não compete há três meses porque a Federação Portuguesa de Ciclismo instigou as organizações a não convidá-la.
Sob que pretexto?
Mistério...

É evidente que, em primeira instância terá de ser a FPC a responder em sede própria pela sua tomada de posição. E, como já o disse milhentas vezes, mesmo que - sublinho, mesmo que - a PJ tivesse, no âmbito em que direccionou a investigação, que foi o de presumível importação ilegal de produtos proíbidos e - mas isto mesmo podendo ser a mesma história, já seria um capítulo diferente - eventual transacção, também ilegal dos mesmos.

Isto se, provando-se - o que ainda não aconteceu - a primeira parte, se fosse apenas para consumo interno enquadrar-se-ia numa moldura penal de todo diferente da outra hipótese, que seria a da transacção desses mesmos produtos.

Dito de uma maneira que todos percebam, é diferente a moldura penal para um indivíduo que seja apanhado com droga para consumo próprio, daquela que enquadrará a figura de tráfico, ou seja, a venda a terceiros.

Mas isto já é uma divagação - embora eu saiba que há santas cabecinhas a pensar que o "milagre das rosas" se repetirá e que o escândalo porque todos, babados, esperam, se concretizará mesmo.
Eu sempre disse que não.
Não!

Por isso é ilegal - não só em termos desportivos, mas principalmente no simples texto da Lei - a punição de que foram alvo nove dos elementos da equipa. Mais grave ainda é a inegável obstrução ao direito ao trabalho de que foram vítimas os demais elementos da equipa.

E nem a PJ, muito menos a FPC podem estender ad-eternun esta situação só porque acreditam que mais dia menos dias poderão encontrar provas que sustentem os actos já accionados, mormente por parte da FPC.

Uma coisa é certa, ninguém - nem dinheiro nenhum - poderá jamais ressarcir a equipa só pelo facto de não ter estado na Volta a Portugal.

Já aqui o disse, e volto a dizê-lo - e quem está no olho do furacão sabe bem que eu tenho razão - se contra a PJ, que, afinal de contas, nada fez que impedisse a equipa de correr, esta não poderá vir a reagir, já em relação à FPC e à organização da Volta a Portugal - e porque as Leis do Estado são feitas para proteger o cidadão, tome-mo-lo como figura individual ou coisa colectiva - a equipa da Póvoa pode accionar os mecanismos previstos na Lei, como indemnizações por perdas patrimoniais, acrescidas de inegáveis prejuízos morais e de imagem, tanto colectivamente, pelo lado da equipa (e aqui os sponsors iriam buscar o dinheiro que investiram), como individualmente, por cada um dos seus elementos.

E podem - e devem, na minha opinião - accionar de imediato esse direito através de tribunal competente.

Agora vem aquilo que nunca passou pela cabeça dos "doutores" que vêm crescendo como cogumelos no meio velocipédico.

A causa ficou, acho eu, claramente exposta - o amigo Carneiro pode dar uma ajuda, se eu não estiver totalmente correcto -, e quais poderão ser as consequências?

- O desvio, para pagamento das devidas indemnizações, dos dinheiros que a FPC deveria receber do Estado, sendo que compete ao Estado zelar pelos interesses do individuo, o que deixaria a FPC se não na bancarrota, pelo menos privada de generosa fatia do dinheiro que come aos contribuintes;
depois, e porque tratando-se de uma federação desportiva, haverá sempre lugar a uma penalização dentro desse quadro que passará, antes de mais, pela perda da figura de Utilidade Pública, com tudo o que isso significa (se não souberem, eu explico)...

- O pagamento imediato, ou congelamento e retenção de futuras receitas - para o mesmo fim de indemnizações - em relação às organizações que desrespeitaram o Regulamento Geral Técnico de Corridas da FPC ao não convidarem a equipa em causa, mesmo que tenha sido a... conselho da Direcção da FPC (que, repito, não tem poderes para tal)... mais, em termos desportivos, o impedimento dessas organizações realizarem por período a determinar por um tribunal competente, corridas oficiais...

segunda-feira, setembro 15, 2008

II - Etapa 239

FALTOU VINCAR QUE SE TRATA DOS SUB-23
(Embora conceda que está implícito...)

Sou surpreendido hoje com uma notícia que classifica o 2.º lugar do Rui Costa no Tour de l’Avenir, e a consequente conquista da Taça das Nações, em sub-23, por Portugal, como, e cito: “O terceiro maior triunfo do Ciclismo nacional…”
Importar-se-iam de repetir, por favor?

Este dia de hoje foi – está a ser - infernal para mim e a tormenta, mesmo que assente em base psicológica, só terminará lá para o final da tarde de amanhã. Por isso não escrevi antes.

Desta feita nem sequer me vou dar ao trabalho de me levantar desta cadeira para, à distância de meio-metro a metro e meio de mim, procurar documentação que me preenche parte das estantes. Citarei apenas de memória e é possível que não seja totalmente objectivo, mas nesta circunstância acho, em consciência, que isso é irrelevante.
Comecemos pelo princípio, que é sempre uma boa maneira de começar.

Nos finais do Século XIX, um Senhor chamado José Bento Pessoa sagrou-se campeão do Mundo, em Espanha, porque ainda não havia uma estrutura organizada do Ciclismo em Portugal.

Cinquenta anos depois, mais ano, menos anos, outro Senhor, de nome Alves Barbosa, terminou o Tour na 10.ª posição, integrando uma equipa mista que correu sob as cores do Luxemburgo.

Na década de setenta, do Século XX, um outro Senhor, de nome Joaquim Agostinho (e não vou citar, nem o pouco que sei de cor, do seu palmarés, apenas o essencial), ganhou 5 etapas no Tour, foi duas vezes terceiro classificado na geral final, duas vezes 5.º e uma vez sexto. Foi segundo numa Volta a Espanha, protagonizando um dos episódios mais polémicos da história da Vuelta, porque há quem, ainda hoje, se bata na defesa de que essa edição da Vuelta foi ganha por Agostinho e que interesses de patrocínios, e também nacionais, levaram a que o júri de comissários emendasse a mão e, in extremis, desse a Vuelta a José Manuel Fuentes, El Tarangu.



E não posso esquecer esse homem de fibra rija, temperada pelos frios invernos de Trás-os-Montes, que se chama Acácio da Silva, que é, até hoje, o único português que vestiu de amarelo no Tour, onde ganhou três etapas, e de rosa no Giro.

Está ainda tão viva na memória a vitória do Zé Azevedo numa etapa na Volta às Astúrias, no final da qual vestiu a camisola amarela; a vitória do mesmo Zé Azevedo numa etapa da Volta à Alemanha, que também lhe deu o direito de, no dia seguinte, sair de camisola branca, símbolo de líder da geral individual. Um quarto lugar na geral individual do prestigiado Dauphiné Libéré. Três quintos lugares, um no Paris-Nice, outro no Giro e ainda outro no Tour, mais um sexto, também no Tour.

A vitória por equipas da Maia, na edição de 2003 da Vuelta…

Como é que, de entre todos estes resultados – e repararam que não incluí nenhum conseguido por corredores estrangeiros, mesmo ao serviço de equipas lusas – a conquista da Taça das Nações de sub-23 será… o terceiro maior feito do Ciclismo Nacional?

Mas eu sou capaz de explicar-vos a “lógica”.
Em vez de lerem Ciclismo Nacional, leiam… no consulado do doutor Artur Lopes.

E as outras duas serão, é evidente, a medalha de prata de Sérgio Paulinho, há quatro anos, nos Jogos Olímpicos de Atenas, e a medalha de bronze, do mesmo Sérgio Paulinho, nos Mundiais de Zolder, em 2003.

Ainda assim, esquecemde forma propositada?a medalha de Ouro conquistada por Cândido Barbosa, em 1996, no Campeonato da Europa de Esperanças, na Ilha de Man…

Foi bom, muito bom, que nesta edição da Taça das Nações, nas sete provas que a compõem, Portugal tivesse ganho duas e terminado mais três em segundo lugar. Temos matéria prima… não há mal nenhum em querer exponenciar isso, mas a História não pode ser reescrita.

E este não foi, nem de perto, nem de longe, o, cito: “terceiro maior triunfo do Ciclismo nacional".

E é desonesto tentar fazer passar essa mensagem.
Devíamos ter vergonha... (o plural é propositado e pretende abranger todos os jornalistas de ciclismo)

II - Etapa 238

AI QUE SAUDADES, AI! AI!...
(Com a devida vénia ao grande

Carlos Pinhão
que inventou esta frase)

Há, mais ou menos, 105 meses - cerca de 8 anos e nove meses - que eu não cobria um jogo de futebol de onze.
(Há cerca de mês e meio fiz dois jogos de futsal).

Ontem fui destacado para fazer a crónica do Oriental-Feirense, a contar para a Taça de Portugal.




Gende do alto, os do clube de Marvila que me receberam com toda a deferência. Também, dos três desportivos, A BOLA foi o único jornal a considerar o jogo merecedor de reportagem.

A última vez que estive num campo de futebol, para escrever a crónica de um jogo foi em Dezembro de 1999, ainda para a A CAPITAL. Foi um FC Alverca-Salgueiros, se a memória não me atraiçoa.

Mas porque é que escrevo isto como "etapa" e não como nota, ou extra...

Ai, que saudades, ai! ai!...

Primeiro, porque no velhinho eng.º Carlos Salema - onde eu nunca tinha ido - sem mais repórteres da escrita, tive como companheiros na modesta, mas aberta de par em par com a melhor das vontades, "Tribuna de Imprensa", dois velhos conhecidos.
Do Ciclismo, claro.

Os enviados das rádios Águia Azul e Clube da Feira com quem me cruzei dezenas de vezes, nomeadamente nas Voltas a Portugal.

O primeiro toque de saudade.

A falta que me está a fazer o Ciclismo. Ao vivo, na estrada...

O segundo toque de saudade arribou quando os colegas começaram a fazer o relato.
É verdade, durante mais de dois anos andei por aí a fazer relatos de futebol e ontem, voltei a sentir o "cheiro" dessa impagável experiência....
Até as saudades do público, sentado mesmo abaixo da cabine, que se levanta e contesta, ali, em directo, a opinião do relator... do comentador....

Ninguém foi agressivo!
Mas, tantos anos depois - sei lá, o meu último relato terá acontecido para aí há nove anos - do que assisti hoje vieram-me à memórias tantas tardes de relatos...


Uns feitos em condições mínimas, outros muito abaixo disso... em que, quase cara com cara tinha que me aguentar perante a discordância dos simples espectadores....

Ah!, e tive, e há muito que não falávamos sem ser pelo telefone, a oportinidade de conversar outra vez com o Manuel Pedro Gomes. Um Senhor...

O Oriental perdeu por 0-1, como já devem saber, mas digo-o eu, saiu da Taça de cabeça erguida.

Nota

É evidente que esta jovem Selecção Nacional merece que se lhe prestem todas as homenagens, acho mesmo que o deveriam fazer, contudo - e sei que cada um deles, em consciência, há-de concordar comigo - que não se estenda a festa enquanto outros assuntos parece que estão a ser empurrados para o arquivo morto.

Que ninguém se esqueça que ainda nada de novo foi acrescido ao caso Póvoa Cycling Clube.
As pessoas que estão suspensas já sabem porque o estão?
E os que não estão suspensos? Podem contar com o seu posto de trabalho?

É muito bonito aparecer-se nas fotos quando há notícia, mas também não sou tão radical assim. Ontem foi domingo, não havia expediente a tratar, e foi bom a Selecção ter contado com a presença do representante máximo da modalidade a seu lado quando recebeu o troféu.

Mas hoje já é 2.ª feira, há 81 dias, quase, quase três meses que não saímos do impasse.

Numa abordagem desapaixonada, de quem não tem nada a ver com o Ciclismo e nem percebe o que se passa, só há duas leituras que se aplicam a esta situação:

TOTAL incompetência de quem já deveria ter chegado a uma conclusão, ou...
INTOLERÁVEL maningância que deixa a o propósito de arrastar o processo de modo a que, mesmo sem provas algumas, a equipa em causa não tenha hipóteses de continuar na estrada.

Tratando-se da primeira hipótese, e que nada, na segunda, possa sequer ser posta em causa... destitua-se o órgão que, é evidente, não tem competência.

Tratando-se da segunda hipótese... que todos os que, realmente gostam de Ciclismo se façam ouvir. Seria motivo para vestirmos de luto por um Ciclismo que ninguém de boa fé quer.

II - Etapa 237

PORTUGAL CONQUISTA TAÇA DAS NAÇÕES

Portugal venceu a Taça das Nações Sub-23, o mais importante troféu disputado por selecções nacionais, nesta categoria, promovido pela União Ciclista Internacional.


Após terminado ontem o Tour de l'Avenir, no qual Rui Costa foi 2.º classificado na geral individual final, Portugal somou um total de 145 pontos, terminando o Troféu - que agrupa sete provas -, com 38 pontos de avanço sobre a Itália.
A França completou o pódio com 99 pontos.

A nona e última etapa do Tour de l'Avenir - competição que tem no seu historial, como vencedores, nomes como os de Felice Gimondi, Laurent Fignon, Greg Lemond, Johan Bruyneel ou Miguel Indurain, entre outros – foi ganha pelo estadunidense Tejay Vangaderen, após um ataque bem sucedido na parte final da tirada de 144,5 quilómetros entre Seix e Mirepoix.

Na geral individual final, o belga Jan Bakelants levou a melhor sobre Rui Costa por apenas 36 segundos. Da equipa que Portugal apresentou à partida, apenas César Fonte (35.º) e Henrique Casimiro (57.º), para além de Rui Costa, é evidente, chegaram ao fim.

CLASSIFICAÇÕES
Geral individual final

1.º, Jan Bakelants (Bélgica), 36:44.59 horas
2.º, Rui Costa (Portugal), a 36 s
3.º, Arnold Jeannesson (França), a 42 s
4.º, Jérôme Coppel (França), a 1.36 m
5.º, Andreï Amador (Croácia), a 1.57 m
35.º, César Fonte (Portugal), a 34.23 m
57.º, Henrique Casimiro (Portugal), a 1:10.48 h


De registar que numa prova com o prestígio, que lhe advém também da dureza, do Tour de l'Avenir, os primeiros três classificados terem ficado dentro do mesmo minuto.

Ranking final da Taça das Nações
1.º, PORTUGAL, 145 pontos
2.ª, Itália, 107 pontos
3. ª, França, 99 pontos
4.ª, Bélgica, 83 pontos
5.ª, Alemanha, 79 pontos

(Texto editado a partir do Comunicado Oficial da FPC; Foto SUPERCICLISMO)

quarta-feira, setembro 10, 2008

terça-feira, setembro 09, 2008

II - Etapa 235

CICLISMO NA TELEVISÃO

Magazine TV Ciclismo
Quarta-feira, 10 Setembro, às 21.40 horas, Sport TV 1
Quinta-feira, 11 Setembro, às 19.30 horas, Sport TV 1
Quinta-feira, 11 Setembro, às 21.20 horas, Sport TV 2
Sexta-feira, 12 Setembro, às 20.30 horas, Sport TV 2

No Magazine TV Ciclismo desta semana:
- Guerra lidera Ranking APCP
- Temporada de 2008 estás quase no fim…
- Segundo lugar de Hector Guerra no Prémio Credito Agrícola reforçou liderança no Ranking da Associação Portuguesa de Ciclistas Profissionais
- Campeonatos Mundo Ciclismo Portugal a caminho dos Mundiais de Varese com participação mais numerosa do que é habitual
- Jogos Paralimpicos, Augusto Pereira é a esperança portuguesa no ciclismo dos jogos paralimpicos
- Já ficaram para trás os Circuitos de Verão...
- Tiago Machado venceu e convenceu em Nafarros
- Troféu Feira do Mato no Turfical (Torres Vedras)
Circuito animado pelos cadetes, juniores e pelo ciclismo feminino.

II - Etapa 234

ÁGUIAS DE ALPIARÇA SEM CICLISMO

Parece que há já dois anos que o clube de Alpiarça deixou de ter Ciclismo.
Fiquei a sabê-lo através de um jornal regional. É uma pena porque o Águias de Alpiarça é um dos nomes emblemáticos do Ciclismo português em geral, e do Ribatejano, em particular, e até andou vários anos entre a élite. As últimas aparições aconteceram pós-74, com o nome de Águias-Clock, quem não se lembra? E depois, nos anos de 1999 a 2001 ligada à equipa da LA-Pecol.

Mas recuando na História do Ciclismo português, embora cingindo-me apenas às participações na Volta a Portugal, reparem no palmarés das diversas formações que levavam o nome de Alpiarça.



A primeira aparição da equipa ribatejana aconteceu logo na 2.ª edição da Volta, em 1931, repetindo-se no ano seguinte, para depois só voltar a aparecer 23 anos depois, na 18.ª Volta, em 1955, para uma sequência de três participações, até 1957, não havendo, até aqui, quaisquer dados relevantes a destacar.

Em 1958 a equipa volta a não aparecer, mas em 1959 regressa e começam a aparecer os tais destaques.


Mesmo sem ter ganho qualquer etapa, o Águias de Alpiarça teve a honra de andar de Camisola Amarela. Foi só um dia, mas andou.
Foi no final da 9.ª etapa, que ligou Moura a Estremoz e que foi ganha por Sérgio Páscoa, do Ginásio de Tavira, que António Pisco ascendeu à liderança. Perderia o primeiro lugar no dia seguinte - aquele em que, de facto, correu de amarelo (8 de Agosto de 1959) -, após a ligação entre Estremoz e Castelo Branco.
Na classificação final, António Pisco foi 10.º, numa Volta ganha pelo portista Carlos Carvalho. Na classificação por equipas o Águias de Alpiarça terminou na 3.ª posição.

Em 1960, o Águias esteve muito mais visível.
Lima Fernandes venceu a 4.ª etapa (Vila do Conde-Braga), António Pisco ganhou duas, a 6.ª (Viseu-Penhas da Saúde) e a 9.ª, corrida na Pista de Alvalade e Agostinho Correia venceu a 15.ª etapa que saíra de Ferreira do Alentejo para terminar em... Alpiarça. Calculo a festa que não terá sido.
Na geral individual final, António Pisco foi 6.º. O vencedor dessa edição da Volta foi Sousa Cardoso, do Futebol Clube do Porto.

Na 24.ª edição da Volta (1961), o Águias venceu, nada mais, nada menos que cinco das 25 etapas e todas por Lima Fernandes. A 4.ª, Figueira da Foz-Malveira; a 16.ª, Chaves-Braga; a 18.ª, Circuito de Vila do Conde e depois, e no mesmo dia, 14 de Agosto de 1961, ganhou de manhã a 21.ª etapa (Vila Nova de Gaia-Sangalhos) e à tarde a 22.ª, o Circuito da Cúria. Mário Silva, ainda do FC Porto ganhou essa Volta, não constando nenhum corredor do Alpiarça entre os primeiros dez da geral final.

Passemos a 1962. 25.ª edição da Volta. Mais três etapas para o Águias de Alpiarça.
O insistente Lima Fernandes somou mais um êxito à 4.ª etapa que, partindo de Ovar terminou em... Alpiarça. Festa, de novo, para os locais. O mesmo Lima Fernandes voltou a ganhar o Circuito na Pista de Alvalade (6.ª etapa) e João Centeio venceu 12.ª etapa, Portalegre-Penhas da Saúde. Uma vez mais não terminou nenhum corredor do Águias nos primeiros dez da geral final ganha, outra vez por um portista, desta feita José Pacheco.


Nos registos de 1963 não constam "feitos" de corredores do Águias, mas no ano seguinte, na 27.ª edição da Volta, Agostinho Correia venceu a 3.ª etapa (Vila do Conde-Fafe), João de Brito ganhou as duas etapas (a 8.º e a 9.ª) disputadas no dia 21 de Agosto, Beja-Tavira, e depois o Circuito na Pista do Ginásio, e João Centeio ganhou a 19.ª etapa, a ligação Cartaxo-Malveira. A curiosidade de, mais uma vez o vencedor da prova ter sido um portista, Joaquim Leão.

Em 1965 não há destaques para a equipa ribatejana e, segundo os meus arquivos, em 1966 a equipa não participou na Volta, ausência que se prolongaria por longos dez anos, até 1977, quando, como referi no início, arrancavam em força as equipas de patrocínios e a formação de Alpiarça passou a ser Águias-Clock.
E ganhou três etapas. Duas pelo sprinter Alexandre Rua, em dois dias seguidos, na 2.ª etapa (Circuito de Vila do Conde) e na 3.ª, Vila do Conde-Chaves. Joaquim Carvalho ganharia a 9.ª tirada, o Circuito da Mealhada.
Esta Volta foi ganha por Adelino Teixeira, do Lousa e num honroso 5.º lugar final aparecia um então ainda muito jovem Marco Chagas, do Águias-Clock. Joaquim Carvalho também entrou no top-10, foi 7.º, e a equipa venceu a Volta colectivamente e ainda a classificação por pontos, com Alexandre Rua.

1978, 40.ª Volta a Portugal. Dezanove anos depois de António Pisco ter andado de amarelo, um outro corredor do Águias voltou a liderar a classificação e conseguiu mantê-la quatro dias, se bem com um dia de descanso - no qual não a poderia perder - pelo meio. Foi Alexandre Rua que a conquistou no final da 8.ª etapa Castelo Branco-Seia e haveria de a perder no final da 11.ª, Espinho-Guimarães.

Quanto a etapas... o Águias-Clock ganhou sete, em 18. E apenas por dois homens. Alexandre Rua ganhou cinco - a 3.ª, Lisboa-Ferreira do Alentejo; a 5.ª, Almodôvar-Beja; a 9.ª, Seia-Sangalhos (quando envergava já a Camisola Amarela); a 12.ª, Circuito de Vila do Conde - e aqui fica a curiosidade, neste dia15 de Agosto de 1978, disputaram-se duas etapas, de manhã a ligação Espinho-Guimarães, exactamente aquela em que Rua perdeu a Camisola Amarela, e à tarde o Circuito de Vila do Conde ganho pelo mesmo Rua, mas a liderança já estava perdida -; Alexandre Rua ganhou a sua 5.ª etapa nesta Volta na 14.ª tirada, a ligação Mondim de Basto-Macedo de Cavaleiros (no dia seguinte à estreia da subida para a Senhora da Graça, ganha por João Costa, do Campinense). As últimas duas etapas ganhas pelo Águias foram consecutivas, a 16.ª e a 17.ª, corridas, respectivamente, entre a Guarda e Mangualde e no dia seguinte, Mangualde-Aveiro. Quem as ganhou foi outro jovem - na altura uma grande promessa do Ciclismo caseiro - Alfredo Gouveia.

A Volta ganhou-a Belmiro Silva, do Coimbrões, que tinha terminado em segundo, por desclassificação do vencedor, Fernando Mendes, do FC Porto. Alexandre Rua foi 4.º na geral final, voltou a vencer os pontos e e equipa voltou a ganhar colectivamente.
Apesar da excelente Volta feita, a equipa desmembrou-se e tiveram que passar 21 anos, até que em 1999 o nome Águias de Alpiarça voltasse ao pelotão principal português, agora recebendo o bloco da LA-Pecol que desde 1996 estivera ligado ao Malveira, e que em 2002 se mudou para o Bombarral.

E logo em 1999, pela 3.ª vez na sua história o Águias voltou a ter uma Camisola Amarela. Foi no final da 4.ª etapa (Évora-Portalegre) que foi ganha pelo lituano Saulius Sarkauskas que, com a vitória na etapa subiu ao 1.º lugar da geral. Mas foi também só um dia já que na jornada seguinte, o crono Portalegre-Marvão, a Camisola Amarela mudou para o corpo de Vítor Gamito que só a perderia na véspera da chegada a Matosinhos para o espanhol David Plaza, do Benfica.

Em relação a etapas ganhas, foram três. Logo a 2.ª, Santiago do Cacém-Loulé, com Youri Sourkov; depois aquela do Sarkauskas e a 10.ª, Bragança-Senhora da Graça que foi ganha pelo italiano Michelle Laddomada.
Na geral individual final, o então muito jovem Bruno Castanheira foi o melhor da equipa, em 10.º, seguido de Laddomada, na posição seguinte. Castanheira foi o vencedor do Prémio da Juventude.

Em 2000 a equipa só ganhou uma etapa na Volta. A última, Évora-Lisboa, outra vez com o lituano Saulius Sarkauskas. O russo Andrei Zintchenko foi 3.º na geral final - o primeiro foi Vítor Gamito - e Joaquim Gomes o 7.º. o Águias venceu a Volta colectivamente e Sarkauskas venceu a classificação por pontos.


Neste ano de 2000, não posso ignorar aquele que terá sido o maior triunfo de sempre da equipa de Alpiarça, aconteceu na Vuelta, na etapa que terminou nos Lagos de Covadonga e que foi ganha por Andrei Zintchenko.

Zintchenko que, até agora, foi o último corredor do Águias de Alpiarça a andar de amarelo na Volta a Portugal.
Foi em 2001, depois de ter ganho a etapa Reguengos-Portalegre (Cabeço do Mouro), mas tal como acontecera, primeiro, e no longínquo ano de 1959 com António Pisco, e quarenta anos depois desta primeira amarela, em 1999, com Sarkauskas, também Zintchenko só foi líder por um dia perdendo a camisola na 7.ª etapa que ligou Portalegre à Torre. E também só ganhou aquela etapa que levou o russo à liderança.

Na geral individual final, Zintchenko foi 2.º (o melhor lugar de um corredor do Águias na Volta), Orlando Rodrigues foi 9.º e Youri Sourkov 10.º. Por equipas o Águias foi terceiro.

Entretanto, depois da saída do bloco da LA-Pecol, o Águias ainda manteve uma equipa de sub-23 que, vim hoje a saber, também foi extinta em 2006 e há dois anos que não há Ciclismo numa das terras que mais gosta de Ciclismo, numa das localidades onde está uma das raríssimas pistas de Ciclismo que há em Portugal...


Esperemos que esta situação seja apenas passageira. O Ribatejo merecia uma equipa no primeiro pelotão nacional.
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NOTA: Neste artigo, e embora tenha recorrido também ao livro "História da Volta", do meu caríssimo Guita Júnior, as classificações e outros dados retirei-os do meu arquivo pessoal.

Em relação às fotos a preto e branco, retirei-as do livro "História do Ciclismo em Alpiarça", uma obra assinada por João José Marques Pais, com quem tive o privilégio de já conversar, ainda que por telefone, e ao qual comprei dois exemplares. Isto foi há já quatro anos. Contudo, e como foi uma edição do autor, que dificilmente terá sido monetariamente compensada, para os que estiverem interessados - o livro tem 716 páginas repletas de documentação interessantíssima - na sua compra deixo aqui a forma como contactarem o senhor João José Marques Pais: jjmarquespais@iol.pt.