Antes de mais, permitam-me que neste texto faça uso de uma liberdade a que tenho direito e que me é garantida pela Constituição Portuguesa. Ser eu, o cidadão...
Defenderei, onde e se necessário esse direito que ninguém me pode negar.
Este artigo está a ser escrito pelo cidadão Manuel José Madeira.
Esqueçam o jornalista que foi ali e já volta.
Não me vou dar ao trabalho de procurar para poder ser preciso... genericamente não vou fugir à grande verdade. Aceitem-no.
"Acção da PJ contra a equipa la LA-MSS estava prevista para Julho, mas a morte de Bruno Neves, em competição, acelerou a operação..."
"Equipa da Póvoa alvo de buscas e apreenção de produtos não identificados, poucos dias após a morte do Corredor Bruno Neves..."
"Versões diferentes sobre a causa da morte de Bruno Neves em plena prova..."
Fico por aqui, que como exemplo chega.
Por mais de uma vez, em quase todos os OCS, foi impossível, ainda que de forma sibilina, NÃO O DIZER, mas FAZEREM-NOS LER que poderia haver uma ligação directa entre os dois acontecimentos.
Ora, como devem calcular - e só no Jornal 1X2, se tolera um jornalismo de palpite - todo este caudal de noticiário marcado pela insinuação, sem o mínimo respeito pelos familiares do inditoso Corredor, familiares e amigos, e gente próxima, não foi ainda claramente rectificado.
Foi grave - muito grave em muitos mais aspectos do que aqueles que simples "picadores" de telexes conseguem sequer imaginar - não terem resistido à conexão fácil entre dois acontecimentos lamentáveis. Mais o da morte de um jovem em plena flôr da idade.
Não vou invocar o período do Direito à Dôr, que os familiares e os seus mais chegados viram gratuitamente atropelado pela voraz tendência de se empolarem notícias;
Não vou invocar a regra número 1 do jornalismo: Sem confirmação oficial, dada por quem de direito, não há, não pode haver notícia, muito menos - ainda que, como referi, sibilinamente - agregá-la a outra notícia e porque esta tinha muito mais força, arrastar o nome do Bruno Neves para "ses..." que ele não merecia.
Desde o momento em que o Paulo Sousa, de voz claramente embargada me telefonou a dar a triste notícia do passamento do nosso comum amigo que eu prometi - a mim mesmo, mas não só, à família do Bruno Neves - que jamais iria deixar de fazer tudo o que estivesse dentro do meu alcance para que a memória desse extraordinário rapaz, amigo verdadeiro, não fosse de alguma forma manchada...
Daqui a pouco tenho 50 anos.
Aos 17 comecei a trabalhar. Na ferrugem. Trabalho duro. Mesmo. Aprendi a parte dura da vida. Só retomei os estudos cinco anos mais tarde. À noite e estudava nas viagens de comboio, porque durante o dia trabalhava. Convivi de muito perto com quem tinha muito poucos estudos, mas uma grande experiência de vida. Hoje em dia, os jovens colegas "saídos" jornalistas de uma faculdade onde quem lhes dá aulas nunca foi jormalista, acham que sabem tudo.
Falta-lhes, e isso para eles é irrecuperável, o mais importante curso que podemos tirar, o da Escola da Vida. Que me ensinou - uma vez mais peço desculpa pela imodéstia - a conhecer as pessoas, para lá do seu aspecto físico ou intelectual.
Raramente me engano em relação a uma pessoa. Em relação àquilo que ela realmente é, independentemente de vestir fato e usar gravata, ou não.Aprendi a perceber, em primeiro lugar, a pessoa. Depois e a partir daí, o profissional.
Voltemos ao Ciclismo.
Sei, tenho a certeza, porque nunca falámos nisto, que o Bruno ignorava esta parte da história da minha vida, e sei - e aqui entra a minha experiência - que a empatia de quase de imediato se gerou entre nós (mas há mais uma dúzia de Corredores com os quais tenho relações semelhentes) não nasceu expontânea, estava viva e crescida quando nos encontrámos.
Porque eu percebi no Bruno, o Homem, e porque ele, de certeza, percebeu que eu tinha percebido. E aí começou a nossa amizade. Tão simples assim... Acontece entre pessoas simples (perdoem-me a imodéstia, no que se refere a mim).
Para os mais... "despassarados" este artigo é a "almofada" daquele que leram imediatamente antes.
Agora...
... agora falta saber quem coragem para, publicamente, se retractar. Embora eu deixe aqui o aviso de que... não esperemos milagres. Fossem os resultados da autópsia do Bruno diferentes e veriam do que vive, nos dias de hoje, a CS. Assim... não é notícia.
Mas não devemos, nós, os amigos mais próximos e os familiares, deixar passar em claro o que aconteceu e, se apareceram coisas escritas, alguém as escreveu...
1 comentário:
ontem a sic esteve em minha casa para nos dar o direito à reposição da verdade, disseram que durante o dia de hoje daria, até agora ainda não deu nada....aguardamos
abraço
cristina neves
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