sábado, setembro 06, 2008

II - Etapa 230

PSSSSSSTTT!... 'TÁ AÍ ALGUÉM?

Portugal, genericamente - e porque haveria o Ciclismo de fugir à generalidade? - é um País de "comadres".
Meia dúzia, uma dúzia de "tachos" conseguidos e defendidos até às últimas consequências - urge fazer aparecer em letra de Lei a limitação dos mandatos dos dirigentes desportivos -, uma rede que se forma, um sistema de "comunicações internas", dois ou três "previligiados"... as notícias a cairem sempre para o mesmo lado.

Ainda não fiz, e se calhar nem vou fazer, um balanço geral á última Volta - ou talvez o faça na próxima folga -, mas por cá, terminada a Volta e pese embora esteja na estrada um Prémio que me parece até está a ser bem disputado... no pasa nada.

Refiro-me às notícias... definitivamente velhas.

Quem ainda se lembra pelo que estão a passar as pessoas ligadas ao Cycling Clube da Póvoa?

A PJ fez buscas nas sede e residências de elementos de uma equipa, a notícia abriu os telejornais (na Imprensa, por acaso, nem sequer teve assim tanta publicidade, o que não significa que não tenha havido quem se... deliciasse)... entretanto o tempo passa e porque raio não se perguntaram ainda (já agora) os da TV, porque é que aquele "arraial" de seringas e muitas, muitas aspirinas... ainda não deu em nada?

Tout court... há uma notícia que ficou a meio. Quando se lembrarão de a concluir?

É isso que me incomoda! Que, passados mais e dois meses, e na ausência de press-resleases com as versões à medida, ninguém moveu uma palha.

O que sobra?
A imagem de uma equipa terrivelmente manchada.
Com razão?
A explicação ao público em geral do que, de facto, resultou daquela investida, tarda.
Está a tardar de mais, ainda por cima porque todo este processo "mancha" nomes.

O mal já não pode ser desfeito. Há gente que viu o seu nome associado... pois é!, associado ao quê, concretamente?

Porque a seguir àquelas imagens no Telejornal das 13 horas na RTP1 cada um pensou o que bem quis. E levou outros a pensarem o mesmo. Neste meio tempo, alguns já terão duvidado, franzido o nariz.

Porque falta o fim da reportagem... aquilo deu o quê?

E se, no fim disto tudo, esses nomes vierem a ser ilibados?
Que espaço vai ser dado àqueles homens "condenados" antes de se constituir prova contra eles? O mesmo que se deu às acusações mesmo que por terceiros?

Foram feitas acusações que não conseguem provar, e na sequência dessas acusações há homens impedidos de trabalhar.
Só peço que os advogados por eles contratados sejam mesmo bons.

Sempre quero ver se há algum crítico que denuncie esta aberração. Mas confesso, desde já, que não acredito... Se fosse para expor na Praça Pública o nome de meia dúzia de Corredores, ou técnicos, ou massagistas...

Mas um dia vai ter que acontecer um esclarecimento, mas nem acredito que essa "noticia" mereça grande destaque. Limitar-se-á a anunciar que, afinal... não há nada a declarar.
Arrasta-se no tempo uma situação intorelável.

........

Mas a história que eu queria contar remonta a dois dias atrás quando da chegada da Vuelta a Toledo, a Real Federação Espanhola de Ciclismo ter dado ao imortal Federico Bahamontes, primeiro espanhol a ganhar o Tour, em 1959, e seis vezes "rei da montanha" no mesmo Tour, a medalha de Ouro de Mérito da RFEC, agraciando e homenageando a velha glória. Em vida!...
Os velhos adeptos recordaram os feitos do apelidadado "Águia de Toledo", os mais novos, ou os que não sabiam, ficaram a saber quem é Federico Bahamontes.

Falei em velhos adeptos e ainda os há, ainda não morreram todos e acredito - e aceito - que não se contentem com ler no seu jornal de eleição (seja ele qual for) um resumo mal apanhado daquilo que viram, na véspera, e em directo, na TV.
Não se deu nada de novo.
Ao fim da tarde o site da organização dava o "filme" da etapa, as clasificações - correctas - mais a gravação áudio das declarações do vencedor e até um pequeno filme da chegada.

Nenhum jornal me deu novidade nenhuma no dia seguinte.
Por isso sustento que vai ser preciso repensar o forma como a Imprensa aborda um evento já por demais mediatizado.

Os espanhóis - que, por muito que nos custe, são mesmo mais espertos do que nós - aproveitarama chegada a Toledo para homenagear, não só o mais famoso toledano na História do ciclismo, mas um dos Corredores que permanecerá imortal na história do Ciclismo.

Em Portugal o objectivo, na parte do "enchimento da transmissão", aquela parte que "vale dinheiro" porque é quando os presidentes das Câmaras aparecem - e é só por poderem aparecer é que apoiam o Ciclismo - cai para o espectáculo mais pimba possível, ainda com a agravante de só lá conseguir ter quem está em fase descendente, porque de outra forma teria a sua própria agenda, e preenchida, e não dava uma de "benemérito".

Por acaso - não o terá sido, com certeza, ainda acredito nisso - o meu jornal fez um trabalho com o Jorge Corvo em vésperas da Volta.
Pena não ter repetido depois de a sua equipa ter ganho pela primeira vez a Volta.

Pela enéssima vez a Volta esteve em Fafe. Quantos adeptos com menos de 30 anos sabe quem foi o grande José Martins? E porque é que ninguém se lembra do homem?

Mas podia arranjar mais duas dúzias de exemplos.

O que está a acontecer, hoje em dia, quase todos o vão sabendo praticamente em cima da hora. Aproveitar a Volta para chamar velhas glórias, dando-as a conhecer aos novos adeptos, isso sim, seria uma jogada de mestre que o Ciclismo agradeceria.

Toledo, e a organização da Vuelta não se esqueceram da "Águia de Toledo".
Parabéns a eles. Sabem de Ciclismo. E não só, sabem como promovê-lo. À mingua de astros actuais, vão buscar os eternos heróis. E o aficionado gosta.
.............
Nota: Senti-me obrigado a alterar este artigo por duas vezes, sendo que, no seu essencial nada foi sujeito a mudanças de monta. Quero agradecer, primeiro, ao Paulo Sousa pelo merecido puxão de orelhas; depois, ao Amorim que mostrou compreender e até escreveu uma coisa que me tocou bem fundo... (é tremendamente dolorosa a auto-censura, acredita), finalmente, peço desculpa ao outro amigo, porque de facto, neste caso, o culpado fui eu, assumo-o - o VeloLuso não há-de servir para ofender pessoas, o que não é o mesmo que questionar procedimentos - por lhe ter apagado o comentário que deixou. Espero que não deixe de colaborar, com outras mensagens.

4 comentários:

Paulo Sousa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Paulo Sousa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
aamorim disse...

Ok. Aceito a "critica". Não merecem que nos rebaixemos ao mesmo nível.

Reformulando o comentário:

Respeitando a opinião do Paulao, pertinente e cautelosa, pude ler o post na integra, de madrugada.
Claro que era um post "duro". Mas verdadeiro. Infelizmente vivemos numa sociedade de "poderosos" que tudo manipulam, tudo controlam. E não tem escrúpulos em "estragar" a vida a quem quer que seja na defesa dos seus "interesses e vícios pessoais".
Por isso, Amigo Madeira, reconheço, aceito e até aconselho alguma prudência com os desabafos, fruto de um estado de espírito que não aceita tudo o que nos é imposto.
Mas eu, na minha "inocência", ingénuo como sou, afirmo alto e em bom som.
SÃO UMA CAMBADA, SEM VERGONHA, SEM ESCRÚPULOS, SEM ALMA.
Abraço para ti, Madeira. Bem o mereces.
Deve ser duro a auto censura!!!

Joana disse...

Não li o artigo na integra nem os comentários, pelo que fiquei a navegar :)

Só posso comentar em relação ao que restou.

Quanto ao critério de escolha de peças jornalisticas utilizado nesta Volta a Portugal, em relação à TV, não há muito a dizer, todos nós sabemos como as coisas funcionam. Em relação ao jornais desportivos, concordo com o Sr. Madeira, que não trouxeram nada de novo e que poderiam ter "pegado" em temas mais interessantes e importantes. Mas, como o Sr Madeira sabe melhor do que ninguém, a culpa não é dos jornalistas, mas sim das limitações impostas pelas redacções, onde os jornalistas têm de andar a implorar por mais espaço para os seus artigos. Qualquer das formas, os jornalistas podiam fazer melhor o "trabalho de casa". Quando revejo publicada a história do senhor que tirou a foto junto do Joaquim Agostinho, eu pensei: por amor de Deus, outra vez, não! Não há coisas mais interessantes, pessoas mais importantes para serem noticia de meia página? Se fosse o Sr. Madeira a coordenar o espaço de reportagem da V.Portugal, de certeza que aquele artigo não tinha lugar!
Foi com tristeza que também não vi publicadas fotos em andamento do pelotão, terá sido a primeira vez que os três desportivos cortaram com a moto-foto na Volta a Portugal? É pena...