segunda-feira, junho 30, 2008

II - Etapa 118

COMEÇAM A APARECER OPINIÕES
CONTRÁRIAS ÀS MINHAS. E AINDA BEM...
(desde que se convençam que estão a querer
emendar um erro como outro erro ainda maior)

Reduzida a duas unidades, ainda assim foi da (forçadamente) mini-LA-MSS-Póvoa de Varzim que saiu o novo Campeão Nacional de Fundo.

É o João Cabreira. Poveiro, jovem de fibra, daqueles de antes quebrar que torcer e, principalmente - e é isto que define os grandes Corredores - capaz de sofrer.

Claro que depois de uma entrega total, do dar tudo o que se tem, por muito mais do que uma vitória numa corrida, ainda que essa corrida defina o Campeão Nacional, depois disso, dizia, sei que o João fez das lágrimas escape à dor e frustação que lhe vai na alma.

Sei porque ele mo disse.

Quinze minutos depois de se ter sagrado Campeão.

O que eu só um pouco mais tarde vim a saber foi que, no momento da "festa", o João foi GRANDE.

Recusou-a!
Em nome dos companheiros penalizados por uma suspensão não explicada.

E o que é que custará explicar aos amantes da modalidade o porquê dos castigos impostos a meia equipa?

Se os argumentos forem sustentáveis, por si, que remédio terão os incondicionais da equipa da Póvoa senão aceitar a penalização?

Agora, assim e ainda por cima na sequência de todo um processo - e isto sou eu que o digo - se não é, anda perto do kafkiano, isso é que não.

Fez bem o João em fechar o rosto aos flashes das fotos.



Fez bem ao abster-se de abrir a garrafa do espumante que finge ser champanhe.

Mostrou a sua fibra.
A fibra dos homens, jovens ou com mais idade, que o Manel Zeferino vai fundindo no seu cadinho. Ano após ano.

João... tão contente que o Bruno há-de ter ficado, esteja ele onde estiver...

Em relação às opiniões que, aparentemente, não concordam com as minhas, ainda bem que aparecem, embora tivesse sido escusado gastar teclado a repetir a mesma mensagem.

Só um aviso/conselho...
O amigo anónimo ou faz aqui prova do que insinua, ou não "cabe" neste espaço.
Entendidos?

9 comentários:

aamorim disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
aamorim disse...

Cristina Neves chamou-lhes "os irmãos do meu irmão". Ontem percebi-o um pouco melhor. O abraço sincero do Pires ao Cabreira, no final da prova, revelam a grandeza daqueles Homens.
O Cabreira foi um Senhor, a sua atítude no pódio foi exemplar. Pena, para mim, ter de estar ao lado daquele que, ao que parece, ficou em "SEGUNDO", que teve uma atítude verdadeiramente reprovável (infelizmente defende as cores do meu clube).

O atleta que cortou a linha de meta em segundo lugar, esse, como grande desportista e campeão que já é, felicitou e cumprimentou o justo vencedor.

Um palavra para o Pires, que teve um comportamento exemplar. Aguentou estóicamente o sol impedioso (que depois daquela prova não deve ser muito agradável), recebeu as felicitações de muitos colegas de profissão e elementos de várias equipas e, enfrentou, de frente para o pódio, olhos nos olhos, quem alí esteve. Não se escondeu, não se afastou, provou que "quem não deve não teme".
E, desportivamente, aplaudiu quem foi ao pódio receber a merecida medalha (com uma excepção, é claro, mas se até eu fiz o mesmo!!!).
Também ele merecia ter estado naquele pódio.

cristina neves disse...

compreende agora sr.antonio, quando eu digo que por amor e amizade se consegue tudo....obrigada pelas suas palavras,
bem haja

aamorim disse...

Cara Cristina Neves, em primeiro lugar, sou apenas o António. E não tem nada que me agradecer. Tive o privilégio de conhecer pessoalmente o Bruno, com a sua simplicidade e o seu sorriso de sempre, que tantas saudades deixa... Conheci também os seus Pais, por ele apresentados, quando venceu em Pedroso, na Volta a Gaia, etc. etc. etc. Imagino, se tal é possível, as saudades que sentem.
Falando de amizade, ontem tive o prazer de apoiar pessoalmente o Cabreira e o Pires naquela magnifica chegada. E nesta hora de dificuldades e angústia, eles e os companheiros de equipa, bem precisam da nossa amizade, do nosso apoio.

Miguel Ramos disse...

GRANDE JOÃO CABREIRA!
Para além de ser um grande ciclista provou que um grande colega e que nas horas difíceis não abandona o barco como muitos fazem!
pois as melhores respostas dão-se em cima da bicicleta!
MIGUEL RAMOS

Paulo Sousa disse...

Caro António,

Vai-me desculpar mas tenho que discordar do seu comentário sobre o jornalista em questão.
Eu não estive na prova mas já falei com algumas pessoas que lá estiveram e não vejo nada de mais na notícia, pura e simplesmente limita-se a narrar o que realmente aconteceu.

Mas será que alguém sabe mesmo o significado daquele gesto? Não me parece…

Outra boa noticia (apesar de má) é a situação relatada da agressão de uma pessoas do público ao Sérgio Sousa, isso sim, deveria ser também averiguado. Será que ninguém o conseguiu identificar e faze-lo pagar por esta atitude selvagem e covarde?

aamorim disse...

Caro Paulao, sobre a agressão ao Sérgio Sousa, só posso concordar consigo, é uma atitude inqualificável e cobarde. Sobre "aquele gesto", não tenha dúvidas, teve mesmo o significado que pareceu. Eu assisti e não ficou dúvidas a quem se apercebeu do gesto. A noticia também o confirma. Mesmo os maiores por vezes tem mau perder. Mas enfim, julgo que foram coisas do calor do momento, assim espero. Sobre o Jornalista, na realidade a noticia não estava assinada. Talvez me tenha precipitado, talvez tenha tirado conclusões no calor do momento. Se assim o foi, apenas me resta o meu sincero pedido de desculpas. Até porque uma outra noticia, assinada por J.S. (presumo que são as iniciasi do Sr. João Santos), retratou bem o que se passou na corrida. Fica o reparo. Cumprimentos

aamorim disse...

Retirado da edição online do Jornal "O Jogo" de hoje, dia 30/06/2008.

"""Cândido foi segundo

Foi visível o gesto de Cândido Barbosa ao cortar o risco: ergueu o braço e indicou, com a mão, a conquista do segundo lugar. O natural de Rebordosa não se enganou, mas escusou-se a comentar o significado do simbólico gesto, preferindo agradecer a ajuda de José Azevedo na conquista do terceiro lugar final. "Tenho de agradecer à minha equipa e ao José Azevedo em particular. Este lugar dá-me boas indicações sobre a minha condição física, tendo em vista a Volta a Portugal. Estou, por isso, bastante satisfeito", referiu. ^"""

Este excelente atleta, o mais adorado pelos adeptos, só se diminui com atítudes destas. Toda a gente percebeu o significado daquele gesto!!! Custa a engolir que haja outros que estejam em melhor condição.

Contráriamente ao que muitos julgavam, os atletas da LA MSS Póvoa do Varzim, pese embora as injustiças de que são vitimas, nunca baixaram os braços, treinaram sempre para participar nas competições onde devem e merecem estar.

E, a noticia não está assinada, mas Sr. Jornalista, aquele título é mal intencionado e provocador... Algo a que infelizmente já estamos habituados, a que só os mais desatentos ainda prestam atenção e levam em conta. Haja decoro isenção e Respeito, a sua profissão a isso o obriga.

Reposição de comentário, devidamente rectificado, com um pedido de desculpas ao visado.

Anónimo disse...

O acto da agressão ao Sérgio Sousa é algo digno de alguém que não merece estar estrada a ver ciclismo, sequer.
O autor do acto quem nem quero adjectivar deveria ser identificado e castigado, e o Sérgio Sousa ou a equipa em nome dele deveria levantar um processo por agressão, algo que, salvo erro ainda é permitido por lei.

Altamente reprovável este acto.


Quanto ao gesto do Cândido após cortar a meta, pode significar muita coisa apesar de tudo apontar para o obvio – O significado especulado.

Pode querer dizer que afinal também ia ao podium “Eu e mais 2”, Pode querer dizer “Eu ainda tenho pernas”, “A minha bicicleta tem dois pedais” enfim cada um com a sua interpretação uma vez que o Cândido Barbosa não explicou o seu significado e se a língua Portuguesa é bastante traiçoeira mesmo escrita, a gestual deve ser igualmente traiçoeira.

Eu dou o beneficio da duvida relativamente ao Cândido porque acho que ele não seria capaz de colocar em causa uma vitória de forma tão evidente do João Cabreira, nem a brilhante prestação do Tiago Machado.
Não poderá ele ter julgado mesmo que o João não chegaria ao fim, afinal estava sem competir havia um mês (Lembro-me de uma chegada da volta a Portugal de 2006, em que o André Vital chegou a celebrar a vitória terminando em segundo, numa daquelas chegadas ao alto em que os atletas dão tudo o que têm).

Do dia de ontem tiro várias conclusões

- O Azul da LA MSS Póvoa, dá muito mais alegria, muito mais cor, andamento e competitividade ao pelotão nacional.

- A LA MSS é uma verdadeira equipa, com automatismos que o grupo tem bem interiorizado, nem é necessário o técnico dizer como fazer para ganhar eles sabem como. Têm paciência para esperar e sabem qual o momento certo para atacar. A disciplina e rigor táctico não se deve conseguir numa equipa de ciclismo num ano, mas muitos (penso eu), e na, hora de subir ao podium e tirar a fotografia com a camisola, todos os que estão a sofrer com o processo são lembrados.

- O ciclismo é para quem gosta e sabe sofrer, não deve ter sido só uma corrida de força e raiva que o João Cabreira fez. Como deve ter sofrido ontem o João Cabreira, para iniciar, disputar e terminar a corrida da forma que terminou, depois de tudo o que se tem passado.

Mas como já comentei antes, valeu todo o sofrimento, pois no final a reposta foi dada no terreno de jogo, uma verdadeira chapada de luva branca.

O que não no mata torna-nos mais fortes.