[Acordo Ortográfico] # SOU FRONTALMENTE CONTRA! (como dizia uma das mais emblemáticas actrizes portuguesas, já com 73 anos, "quem não sabe escrever Português... aprenda!») PORTUGUÊS DE PORTUGAL! NÃO ESCREVEREI, NUNCA, NUNCA, DE OUTRA FORMA!
quinta-feira, setembro 14, 2006
226.ª etapa
MAS QUE VUELTA!!!!
Grande etapa, mais uma, aquela a que ontem - já é ontem - pudemos assistir.
No início (da transmissão, claro), e lida a corrida, digam lá que não havia ali como que a presença de um certo "fantasma"? Aquilo de lançar o Kashechkin e o Sérgio fez-me lembrar a etapa de Pajares, há um ano...
A verdade é que a corrida está focalizada em três pontos de interesse: Vinokourov, Valverde e Sastre e a Astaná foi aquela que melhor mexeu as pedras no tabuleiro.
Ficou claro ontem que, tanto Valverde como Carlos Sastre apenas contam com a boa vontade dos colegas de equipa, enquanto Vinokourov os "abana", obrigando-os a ritmos que eles por si não imporiam porque a Astaná começa a fazer a "cama" muito cedo, lançando outros homens para a frente da corrida - e não são uns homens quaisquer - deixando os adversários a balançar na corda bamba. Mesmo sem ajuda das respectivas equipas - mas nem tem havido assim uma necessidade tão grande de controlar a corrida, apesar de, quando isso aconteceu, ter sido a Caisse d'Éparge a ter de assumir as despesas das perseguições -, Sastre e Valverde NÃO podem largar o Vinokourov, que ontem até deu 8 segundos de "borla" ao murciano da equipa de José Miguel Echavarri, para "pagar" a ajuda de Danielson nos últimos quilómetros.
O que significa que, apesar do que está em jogo, prevalece o desportivismo.
Curioso, e não terão deixado de estar atentos a isso, foi que o cazaque ganhou terreno a Valverde... na descida, terreno onde este é um dos especialistas do pelotão.
Creio que o factor psicológico está a marcar esta fase da corrida. E aí os responsáveis da Astaná estão a ganhar pontos. Vinokourov nunca seria um corredor de deixar ir mas, quando se sabe que, algures, na frente da corrida ele tem dois companheiros da estirpe do Sérgio Paulinho e do Kashechkin, que podem a qualquer altura ficar para trás para o "rebocar", e quando se olha para trás, desesperadamente à procura de uma camisola igual á nossa e não se vislumbra nem sombra dela, isso pesa em termos psicológicos.
Porque olhou tantas vezes o Valverde para trás? Esperava um milagre?
Se calhar, para o tranquilizar o Eusébio Unzué ia-lhe dizendo para manter as coisas como estavam que a ajuda ia a caminho (pode ter acontecido) mas o Valverde já devia, por esta altura, estar preparado para fazer pela vida. Sozinho. Como, afinal de contas, o Vinokourov está a fazer... as tais "ajudas" lançadas cedo, e que poderiam, sim, servi-lhe de preciosa "muleta" estão apenas a funcionar para desmotivar os adversários.
Num dia-bom, naquela descida, o Valverde não teria permitido tanto avanço a Vinokourov, nem teria permitido ao Sastre manter-se tão perto dele. Mas o Valverde viu-se ali, ao longo de toda a descida, num evidente combate contra si mesmo. Vinha ajuda ou não? Lançava-se ou não? Claro que quando se ataca é mais fácil assumir-se riscos. Nas descidas, por exemplo. Ninguém pediria ao Valverde que esquecesse tudo - principalmente que era ele o líder da corrida - e fechasse os olhos na descida.
São duas situações diferentes, a de se ser "maluco" para chegar-se aonde se quer... e a de defender aquilo que já se tem. Ter-se-á "cortado" um pouquinho, não digo que não, mas o que sobra da leitura desta etapa é que o Vinokourov foi-se embora quando quis e, sádico, feitas as continhas, deu-se ao luxo de dispensar 8 segundos de bonificação. Ou alguém tem dúvidas de que ele ganharia a etapa se quisesse?
O pior para Valverde e para Sastre é que hoje a etapa vai repetir-se. Tenho quase a certeza.
E vai ganhar o Vinokourov.
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