[Acordo Ortográfico] # SOU FRONTALMENTE CONTRA! (como dizia uma das mais emblemáticas actrizes portuguesas, já com 73 anos, "quem não sabe escrever Português... aprenda!») PORTUGUÊS DE PORTUGAL! NÃO ESCREVEREI, NUNCA, NUNCA, DE OUTRA FORMA!
terça-feira, setembro 19, 2006
235.ª etapa
QUEREM UM EXEMPLO DE... "AUTO"-SUICÍDIO? (EU SEI QUE É ANEDÓTICO...)
Apesar de afastado fisicamente da redacção – e depois de um período de algum abaixamento da “forma”, em termos psicológicos –, vou reganhando os habituais contactos com muitos dos meus amigos e vou ficando (ainda) mais a par das novidades.
E algumas são de bradar aos céus.
Primeiro ponto: ainda que só oficiosamente reconhecida existe uma “Comissão de Estrada” para o ciclismo profissional português. Nela estão representadas, para além da federação, delegados das organizações (presumo eu) e das equipas (isso sei que é certo).
Segundo ponto: ainda hoje está para saber-se (oficialmente) de quem foi a ideia de inscrever a LA Alumínios-Liberty como equipa Profissional Continental na temporada de 2005 (quer dizer… eu sei, mas não consigo uma confirmação oficial), o que foi uma asneira de todo o tamanho porque à equipa portuguesa intersar-lhe-ia correr em Espanha, mas lá nunca pode correr porque a Liberty-“mãe” lhe tapava o lugar (não podem, segundo os regulamentos, uma equipa e uma sua filial competirem nas mesmas corridas) e, sendo ela Profissional Continental, não podia correr as provas nacionais – o que, por exemplo, nos dois anos anteriores aconteceu à Maia-Milaneza –, de repente surge nos regulamentos da FPC uma alínea que permitia (a qualquer equipa, porque isto não estava determinado no tal regulamento) apresentar-se como “equipa-mista” e, assim, disputar todo o calendário nacional.
E a Liberty, levando, ora um jovem da Feira, ora outro de Alpiarça… lá participou em todo o calendário. Houve, que eu sei que houve, resistências em relação a esta situação, mas a equipa não ficou uma corrida sem correr.
Este ano o problema nunca se pôs porque todas as formações eram do terceiro escalão mundial.
Entretanto, aparece o projecto-Benfica que se anuncia candidato a ter uma equipa no pelotão Profissional Continental.
Os seus mentores – quem vai negar que não foi olhando o exemplo de 2005? – avançam com duas equipas: uma elite, outra equipa de clube (vulgo, sub-23).
Eu próprio o escrevi aqui, não que a ideia não seria brilhante, mas que assim o Benfica assegurava poder participar em todas as corridas do calendário nacional. Bastava pôr 3 ou 4 dos seus corredores da equipa principal a fazer equipa com o SL Benfica que “entraria” com 4 ou 5 dos seus jovens.
Pelo menos não aconteceria o que aconteceu este ano na Volta a Portugal do Futuro na qual uma das equipas mais fortes do pelotão, no escalão sub-23, hipotecou a possibilidade de um seu corredor disputar o triunfo para “escudar” um corredor profissional que fazia dela uma… equipa-mista. Corredor esse que ganhou a Volta, está bom de ver.
Claro que nada tenho contra esse jovem profissional. Mas já questiono a intenção da sua equipa e a atitude subserviente da equipa que o acolheu.
Mas o que é que aconteceu nestes últimos dias?
Pois o tal "Conselho de Estrada" reuniu e DECIDIU que em 2007 equipas mistas só… feitas por duas do mesmo escalão. Isto é, se conseguirmos alhear-mo-nos do absurdo, apesar de, obrigatoriamente ter que ter 10 corredores, no mínimo, a Maia, para correr o GP Abimota (é um exemplo de uma corrida nacional) deixa metade dos seus profissionais em casa e põe 4 ou 5 a correr em conjunto com 5 ou 4 do Tavira (outro exemplo académico, apenas), fazendo os algarvios a mesma coisa; em vez de rodarem e darem competição aos seus corredores, deixa metade de férias.
Equipas mistas entre profissionais e sub-23… já era! Não vale mais.
Primeira consequência: o Benfica só correrá as provas nacionais se uma outra equipa elite resolver deixar os seus próprios corredores em casa e se "coligar" com os encarnados.
Isso de Gonçalo Amorim poder aparecer a comandar o Zé Azevedo, o Pedro Lopes, o Rui Lavarinhas e o Hélder Miranda, mais 4 dos seus jovens pupilos da equipa de sub-23 não vai ser possível porque, assim o decidiu o tal "Conselho de Estrada".
Chamando os bois pelos seus nomes: se a primeira alteração aos regulamentos não se livra de parecer ter sido um “fato” feito à medida para servir a uns… esta segunda alteração “cai” perfeitamente nas medidas do outro. E, tal como se diz desde os primeiros séculos da nossa era… à mulher de César não basta ser séria, também tem que parecer que o é.
Quando se se lamenta a falta de público, quando o regresso do Benfica ao ciclismo podia vir a dar uma preciosa ajuda no chamamento de mais gente à estrada… a primeira coisa que aqueles que lamentam não haver público fazem... é cercearem a presença do Benfica na mesma estrada.
Os pareceres deste “Conselho de Estrada” não são vinculativo. Mas estou com uma curiosidade enorme de ver o que vai fazer a federação. É que um daqueles “fatos” foi confeccionado na Rua de Campolide…
E digam-me lá que o ciclismo português não é autofágico?
Pelo menos gosta de dar tirinhos nos próprios pés!...
O pior é que a Associação de Equipas – que deverá acolher o Benfica – é um dos membros desse “Conselho de Estrada”.
Expliquem-me para ver se eu entendo…
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário