domingo, julho 06, 2008

Testemunho

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2 comentários:

André Silva disse...

"Um jornalista não tem opinião", defendem os velhos do Restelo, mas Manel, tenho que assinar por baixo as declarações do João Cabreira e de tudo quanto tens escrito aqui. Um homem não é de ferro e tem as suas convicções.

A LA-MSS é o projecto mais ambiciosos do ciclismo português, uma equipa fantástica...e estão aqui, de pernas cortadas, à espera que justiça seja feita.

Não sei como será fazer a cobertura da Volta a Portugal sem a referência LA-MSS.

E claro, um (dos dois) corredores alentejanos no pelotão vai ficar de fora. Um homem fantástico, um atleta fora de série. A falta do Bruno Pires, meu conterrâneo, deixa-me ainda mais indignado.

Quero é ver se o critério da última Volta a Portugal, a tal que abriu portas à Operação Puerto, se vai manter neste caso...apesar de não sabermos os resultados das investigações, até prova em contrário, a equipa (desde o Zeferino, aos Corredores, passando pelo Paulo Silva e restante equipa técnica) é inocente.

Mais me dói saber que a estrela lá em cima estará sentada na poltrona a aplaudir os seus companheiros de equipa. Porque seja lá onde for aquele lugar, o Bruno estará sempre connosco.

André Silva

mzmadeira disse...

Ora aí está um dos principais males deste novo "jornalismo" moderno. Não sei se o escreveste por comvicção, se por de tento o teres ouvido.

É claro que um Jornalista tem opinião.

Basta ter a coragem de a sustentar, dar a cara por ela.

Um jornalista não o é por diploma. É-o pelos actos. Os jornalistas, infelizmente, perdem credibilidade todos os dias. E começaram a perdê-la a partir do momento em que se abstiveram de ter opinião.

Claro que eu sei que quem trabalha a recibo verde não pode ter opinião.

Mas ainda há quem não recei-e te-la. E manifestá-la. defend~e-la na praça pública.

Não, André... Um Jornalista tem, terá sempre opinião.

É obrigado a respeitar quem o lê, quem o ouve, quem o vê e, em trabalhos meramente noticiosos, remeter-se aos factos que conseguiu apurar. Depois, é claro que no presente niverso de Jornalistas poucos sobram com autoridade para imporem a sua opinião. Mas isso não significa que não tenham opinião. E se, tendo-lhe sido dada a oportunidade de se afirmarem perante um público que, por mérito próprio, cativaram como fiel, aí a responsabilidade multiplica-se e, mesmo que sejam "aconselhados" a abster-se de ter essa tal opinião, os que querem andar na rua de cabeça levantada e consci~encia tranquila nunca deixarão de ter opinião e, mais do que isso, de a manifestar.

Somos Jornalistas, caramba! Não somos marionetes nas mãos de quem julga que tem todo o poder.

O poder está na opinião pública. Para esta poder avaliar as questões, é preciso que o Jornalista não se demita das suas funções. Por isso, sem atropelar nenhuma das leis fundamentais que nos regem... se formos capazes de sermos homenzinhos, temos mais poder que essas figuras que perderam o norte. Perderam o tempo e a razão. E só sobrevivem graças á subserviência de meia dúzia de invertebrados.

Volto a citar (com uma ligeira adaptação, pela qual peço, sinceramente desculpa aos detentores dos direitos) o José Carlos Ary dos Santos...

Serei tudo o que quiserem... jornalista castrado, NÃO!