quarta-feira, julho 09, 2008

II - Etapa 131

A MINHA CORRIDA DO CORAÇÃO!...

Começa, sensivelmente daqui a sete horas, mais uma edição do Troféu Joaquim Agostinho. É a segunda prova onde somei mais presenças. Se, entre 1991 e 2005 - 15 anos, consecutivos, sem falhas - fiz a Volta a Portugal, a corrida de Torres Vedras fi-la por 14 vezes. Falhei em 2001 quando, por exercer já cargo de chefia n'A BOLA, não me foi dada a hipótese de ir para a estrada porque "fazia mais falta lá dentro", na Redacção.

Mas 14 presenças já é algo de significativo. Deu para estreitar fortes laços de amizade, tanto com o Francisco Manuel Fernandes, como com o Luís Fernandes. E com todo o outro pessoal. Neste momento não sou capaz de precisar o ano, mas recordo-me perfeitamente do choque que foi para mim chegar uma tarde a Torres Vedras e não ver o meu amigo Carlos, da Fonotel. Um amigo que com pouco mais de 30 anos nos foi roubado pelo terrível e impiedoso cancro.

Lembro-me das vossas lágrimas, ali na escola C+S de Marvila por causa do textinho que escrevi, cheio de sentimento, em relação à abrupta partida do Carlos.
Sei que tenho ainda em cada um de vocês um amigo. Uma amiga.

E hoje, o quanto me dói, quase tanto como quando da perda desse Amigo muito especial que foi o Carlos, por saber que a corrida que leva o nome do nosso melhor Corredor de todos os tempos, que todos queremos lembrar como vítima, nunca como culpado, nas duas ocasiões em que viu ser-lhe retirada a vitória na Volta, como vejo que, apesar de não haver matéria suficiente para formalizar uma eventual culpa, a corrida sai para a estrada sem a melhor equipa do pelotão português.

Pergunto-me: será que o organizador tinha alguma hipótese de convidar a LA-MSS-Póvoa? Sei que tentou até ao fim. Sei que arrepiou caminho e, depois de lhe retirar o convite, voltou atrás para, na sequência da suspensão de cinco Corredores e do Director-desportivo, por parte da FPC, acabou mesmo por deixar cair a formação da Póvoa.

Sei das convicções, verdadeiras, despidas de hipocrisias, que o Francisco Manuel Fernandes cultiva em relação à Justiça Social, seja lá em que campo fôr. Custa-me - repito-o aqui - que tenha cedido perante um caso que eu não consigo ver senão sob a forma de inaceitável maquinação.

Saberá o Francisco Manuel Fernandes mais do que eu, em relaõa ao caso citado, contudo - e é isso que conta - até ao momento nada foi provado, que mereça a descriminaçãompura da equipa da Póvoa.

E porque é, e ninguém o duvida, um Homem do Ciclismo, todos sabemos que, dando ele o benefício da dúvida à equipa que está na mira de todos, poderia dar um "empurrão" de forma a que o projecto poveiro não morra agora, aqui.

E porque não acredito que haja mais do que suspeitas, ainda por cima levantadas por anónima denúncia, em relação à equipa em causa, o facto de esta poder correr uma prova cujo Director de Organização é cice-presidente da FPC seria um abrir de portas...

Porque o não fez?
Porque sabe alguma coisa que se me escapa? Então, enquanto membro da FPC também tem a responsabilidade de no-lo esconder. Não é assim que vamos avançar.

Há a hipótese da obrigatoriedade de solidariedade em relação à instituição FPC. Mas caramba... sem certezas classificadas, solidariedade para com quem?

Ditou o destino - bastante empurrado por alguns amigos da onça, diga-se por ser verdade - que eu me veja, actualmente, afastado da estrada.
Mas, por mais que tentem - tenham tentado ou ainda o venham a fazer - não acredito que a minha imagem saia minimamente beliscada, não em relação ao núcleo duro do Troféu Joaquim Agostinho.

A todos vocês, a todas vocês... o meu obrigado por se não terem esquecido de mim.

Quanto ao resto... quantas vezes é que, quem se apressou a fazer a cama, não acabou por ser o mais mal deitado?

1 comentário:

Avô Jorge disse...

Foi nesta prova que o MZM me meteu o bichinho no corpo. Já lá existia um gostinho, que despertou de forma irresistível.
Acompanhei durante uma dezena de anos este Troféu, considerado pela maioria dos que conhecem as provas nacionais deste tipo, como a melhor. Por motivos pessoais, não posso viver de perto esta prova, de volta dos livros, preparando os exames finais de uma licenciatura que está a chegar ao fim.
Foi até à beira da estrada aqui em Alverca, tentei acompanhar pela Net, mas nada... apenas a saudação inicial.
Recordei-me de uma frase do Luis Fernandes há anos atrás: "Se pusermos tudo online, a CC não vem cá. Será que vai ser assim este ano?
Valeu-me a minha Iris FM.