terça-feira, junho 08, 2010

ANO V - Etapa 53

WELLCOME BACK TO THE GOOD OLD TIMES!...

Rapidamente que o tema me causa alguma brotoeja.

Realizou-se no passado fim-de-semana mais uma edição da Volta a Trás-os-Montes. Que estava no calendário, esteve para não se realizar mas que, graças 'à boa vontade e amor pela modalidade' acabou mesmo por ir para a estrada.

Com duas etapas.

Na primeira, com uma chegada em alto, e segundo li, foram cronometrados (à mão) com o mesmo tempo meia dúzia de Corredores. Não vi, é possível que sim, pese embora a experiência que tenho me leve a torcer o nariz...

Numa prova com apenas duas etapas, na primeira, com chegada em alto, não houve bonificações intermédias... Pena, daria algumas hipóteses a que sobe menos bem.

Na segunda houve uma bonificação intermédia, uma chegada que, pela foto que vi, me parece inequivocamente passível de proporcionar um corte de tempo.

Uma vez mais, tirado à mão porque não havia transponders, nem photo-finish, nem vídeo !!!
Numa prova 2.12. A contar para o calendário nacional.

[À parte: hoje, até na loja dos chineses e dos indianos se compram telemóveis que filmam durante 30 segundos]

Mas, agora a sério... Realizou-se uma Prova Oficial SEM comunicações rádio, SEM moto-ardósia e... UPA, UPA, 50 metros de barreiras antes da meta. Os regulamentos obrigam a 300 metros. Regulamentos... a palavra não vos é de todo desconhecida, pois não?

Queixou-se o Paredes. em Comunicado, porque acha que poderá ter sido prejudicado.

Responde a Organização 'que é apenas mau perder' e que para a próxima a organizem eles...

À distância, felizmente à distância, não sei se hei-de rir ou chorar.

Vangloria-se a Organização de que 'a prova contou com uma segurança como poucas'...
Do resto, se falou - à parte aquele, 'se não gostaram, para o ano não há' - ninguém fez disso eco.

Li, e cito de memória, 'os cronometristas de chegada eram do melhor que temos'... Boa! Ainda bem...

Mas não brinquemos ao Ciclismo - e já não entro no clássico choradinho do 'andamos aqui por amor, não ganhamos nem para os reconhecimentos', pois não... a gente acredita! - e tenhamos todos vergonha (englobo-me porque EU ainda me sinto da família, nem que seja eu a ovelha negra), é melhor inventar do que não haver corridas? Eu digo que NÃO!

Não é esse o caminho. Mas tendo em conta a organização, sabendo como pensa o seu líder que ainda defende uma Volta a Portugal com três semanas, e pelos vistos, sem tecnologia de apoio nem respeito pelos regulamentos, também não fico de todo admirado.

É o símbolo que resta do Ciclismo dos anos 70/80... Cabe aos mais novos, sob pena do dever de se manterem calados, darem um passo em frente e tomar-lhes (aos adeptos dos 'good old times', sim esses em que, como também li, as vitórias e distribuição dos prémios eram discutidas ao almoço pelos directores, sem o mínimo de respeito pela competição) o lugar.

Quanto aos responsáveis máximos pela modalidade... só uma questão: é este o ciclismo que querem para Portugal?

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