[Acordo Ortográfico] # SOU FRONTALMENTE CONTRA! (como dizia uma das mais emblemáticas actrizes portuguesas, já com 73 anos, "quem não sabe escrever Português... aprenda!») PORTUGUÊS DE PORTUGAL! NÃO ESCREVEREI, NUNCA, NUNCA, DE OUTRA FORMA!
sábado, outubro 29, 2005
1.ª etapa
Estamos numa encruzilhada. Dito, desta maneira, até parece que foi de repente que se nos deparou a dúvida sobre qual o caminho a seguir quando, na realidade, há muito que esse caminho não é mais do que o somatório de encruzilhadas, com quase toda a gente a tomar, perfeitamente ao acaso, o rumo que institivamente lhe parece ser o melhor.
E tem tido muito de institivo o caminho que o ciclismo luso tem escolhido desde há uns anos a esta parte.
Convinha, contudo, que os mais interessados fizessem um pequeno esforço de forma a tentarem perceber se esta é, afinal de contas, só mais uma encruzilhada para somar às tantas outras que, de uma maneira ou outra, se foram passando, ou se, pelo contrário, a sorte pode estar prestes a acabar.
Sorte porquê? Porque, em tantas encruzilhadas, alguma vez se há-de ir dar a um caminho... sem saída. Já se pensou nisso? Nesta autêntica roleta russa, continua a arriscar-se. Conscientemente? Não, às vezes sou levado a pensar que não. De todo.
Mas somos um País de crentes. Apesar de tudo.
Ainda não se fez um balanço honesto da temporada finda há cerca de um mês. Provavelmente, e uma vez mais, esse balanço nunca vai ser feito.
Mascaram-se as dificuldades de 2005, acrescentam-se uns pózinhos de ilusão com o timbre de 2006, fecham-se os olhos e, outra vez, escolhe-se um dos caminhos que se oferecem. Pode ser que tenha saída.
E tem tido, para a maioria. Apesar de tudo.
Mesmo ganhando menos, os corredores conseguem enganar-se mais uns meses (que é o que os separa da primeira falha no recebimento dos honorários acordados); com a cedência dos corredores, as equipas técnicas acabam por ver salvo o emprego, nas mesmíssimas condições; com as equipas formadas lá se vão fazendo umas corridas; com as corridas que se fazem, disfarça-se a pobreza de um calendário desiquilibrado...
... desde que tudo dure até Agosto, pois o pensamento de todos está fixado na Volta a Portugal. Aliás e como se viu este ano, até houve quem se tivesse dado ao luxo de não comparecer em corridas - depois de se terem queixado que havia poucas corridas - para, supostamente, se apresentarem melhor na Volta.
E a Volta começou da melhor maneira para aqueles que desde Outubro do ano anterior só pensam em, quase vendendo a alma ao diabo, construirem um grupo na secreta esperança de, naqueles dez dias conseguirem um brilharete. A única equipa do pelotão que chegou a Oeiras sem uma singular vitória para amostra... ganhou a 1.ª etapa da Volta.
Estava justificada a temporada. Por esta hora, pisam-se os mesmos passos, sonham-se os mesmos sonhos, torneiam-se os mesmos problemas de sempre. Sempre fazendo fé que não será desta ainda que, na tal encruzilhada, o instinto de sobrevivência os não salvará do trilho sem saída nem retorno.
Que um dia, inevitavelmente, até por falta de mais escolhas, vai mesmo ser o escolhido.
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