[Acordo Ortográfico] # SOU FRONTALMENTE CONTRA! (como dizia uma das mais emblemáticas actrizes portuguesas, já com 73 anos, "quem não sabe escrever Português... aprenda!») PORTUGUÊS DE PORTUGAL! NÃO ESCREVEREI, NUNCA, NUNCA, DE OUTRA FORMA!
sexta-feira, fevereiro 24, 2006
21.ª etapa
A temporada de 2006 arrancou sem novidades de maior.
A Maia-Milaneza segurou-se com unhas e dentes, graças ao rigor de um senhor chamado Aires Azevedo e à coragem de outro senhor, Manuel Zeferino, que não teve medo de baixar ao ground zero e avançar com uma equipa sem estrelas e radicalmente rejuvenescida.
Apesar do excelente contrato com a multinacional Liberty Seguros, a LA (e chamo-lhe assim em memória de outro grande homem, Manuel Maduro e, já agora, do Luís Almeida que desde o primeiro minuto se empenhou no projecto), a equipa da Charneca apenas fez duas contratações. Dois jovens com provas já dadas mas que vão precisar de um certo tempo de adaptação a este escalão, contudo, Américo Silva saberá gerir estas preciosidades que reforçaram um plantel do qual se espera alguma predominância ao longo da época, com o cada vez mais novo (e cheio de ilusões) Cândido Barbosa, coadjovado por Nuno Ribeiro, atirada que está, para trás das costas, a patifaria de que foi vítima em Espanha. E há o Hernâni Brôco e o Luís Pinheiro mais o Hector Guerra... Uma boa equipa, que não nos envergonharia se tivese oportunidade de medir forças com o grande pelotão internacional. Mas isso, este ano é ainda mais miragem que o ano passado e, no futuro, tudo o indica, não passará mesmo de sonho.
Vítor Gamito também fez uns arranjos no plantel e ganhou o concurso de um grande profissional, que é Andrei Zintchenko. Só que a idade não perdoa, nem Portugal oferece corridas onde a sua experiência acumulada pudesse ser potencializada. Corre semprer o risco de, feitas as contas no final, parecer que não fez nada. Seria uma tremenda injustiça se alguém dissesse isso.
A Barbot manteve Claus Möller - está mais ou menos como Zintchenko mas tem um trunfo que jogará a seu favor nas alturas próprias... não há, ainda, neste pelotão português, um contra-relogista tão fiável como ele. E a idade aqui não conta. Manteve também Sérgio Ribeiro que terá a oportunidade de confirmar tudo o que prometeu o ano passado; o eterno Carlos Pinho e meia dúzia de jovens que garantem a continuidade do projecto. Mas Carlos Pereira vai sentir a falta de Alberto Benito.
A equipa de António Campos e José Augusto Siva parece ter herdado a aflição que já parecia imagem de marca do Tavira... andar no fio da navalha a cada defeso. Nenhum dos dois o merecia, pela paixão de que já deram provas para com a modalidade. O regresso do nome do Vitória de Guimarães (do nome e do apoio consequente) acabaram por garantir a permanência do grupo no pelotão nacional. A equipa é modesta. A possível. Mas atenção à especial queda do José Augusto para as surpresas menos esperadas e a verdade é que nos últimos 4 anos corredores delem andaram de amarelo na Volta a Portugal. Aliás, começa a urgir que o José Augusto possa comandar um projecto bem mais ambicioso, não que duvide da sua competência, antes pelo contrário, mas há coisas que é preciso provar na prática. Numa comparação, talvez abusiva, diria que ele é o Jesualdo Ferreira do nosso ciclismo. Competência e saber comprovados, mas sempre ao serviço de emblemas de menos grande dimensão (sem nada de perjurativo nisto). Um dia ia gostar de ver o Zé a comandar um grande projecto... Posso estar redondamente enganado, mas acredito que seria capaz de mostrar o grande estratega que é.
A Madeinox e o Tavira irão, concerteza, dar continuidade àquilo que já fizeram em 2005.
Emídio Pinto conseguiu manter a jóia da coroa e Bruno Neves já mostrou que têm que o ter em conta. Vidal Fitas recuperou Nélson Vitorino, mas desconfio que o vai guardar para a Volta a Portugal. Tirando ests nomes, ambas as equipas não têm alternativas. Mas só assim acontecem as surpresas, quando ninguém espera. Não é?
Paredes e Imoholding resistem no pelotão. Ambas sofreram grandes alterações nos respectivos efectivos e as ambições são, naturalmente, reduzidas. Mas, como eu próprio já escrevi, o pelotão (e o ciclismo, no geral) não é feito só com candidatos às vitórias...
Dentro do mesmo padrão temos o Boavista. 25 anos no pelotão, algumas vitórias - e grandes vitórias - a preencherem o seu historial, mas a sensação desagradável de que, nos últimos três a quatro anos, se vem a desinvestir na qualidade. Sobrará, não o ponho em causa, a boa vontade, mas a saída de Pedro Soeiro é exemplo da lenta mas continuada perda de qualidade da equipa, que, ainda por cima, parece não perceber o valor de alguns dos seus ciclistas e não ser capaz de os potencializar. Olhe-se para os últimos 5 anos e anote-se o número de corredores, medianos, sob a camisola xadrês que, depois, noutras equipas, mostram ser capazes de aparecer a um nível bastante superior. Um caso a estudar.
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