(Mas as instituições não podem negar que não sabiam já... se toda a gente sabia...)
Isto sim… arrasou-me!
É mau de mais para ser verdade, contudo… parece que é verdade.
E a primeira questão que me veio à cabeça foi esta: mas não se falava disto há já tempo mais do que suficiente para que os organismos institucionais se tivessem posto em campo?
Que homens de 30 anos se arrisquem a tomar carreiros, em vez de ir pela estrada normal… caramba! Estamos a falar de adultos que, em princípio, estão conscientes dos riscos que correm.
(Já volto a este ponto…)
Agora que miúdos de 14 e 15 anos, conscientemente ultrapassem a fronteira da legalidade, disso ninguém me vai convencer.
Logo tirem os Corredores deste dantesco cenário.
O mal mora e vem de outros quadrantes.
Encontrar explicação para isto não é fácil… mas também não será muito difícil identificar os responsáveis.
E volto ao ponto anterior àquele parêntesis ali atrás.
Quando do ‘caso’-Liberty, vi eu, vimos todos [ainda por cima tenho gravado, gravei antes de ter sido, estranhamente apagado] alguém com ar de enterro a lamentar, e cito de cor… “que a ambição dos homens os levem a ir além do permitido”.
Ambição… de que homens?
Dos Corredores?
E pode-se provar isso?
Claro que sei que também não posso provar o contrário…
Por isso insisto.
Tivemos o caso do Sérgio Ribeiro que, por ter assinado um documento teve de assumir, sozinho, as culpas. Com o Pecharroman as coisas já não foram assim e o Benfica teve que o indemnizar… não se falou nisso?
Mas foi o que aconteceu…
Com o Sérgio foi o que se sabe… dois anos encostado…
Espero, sinceramente, agora que nada tem a perder, e depois de já ter caído numa, o Nuno Ribeiro, até para limpar o seu nome, não hesite em contar como é que estas coisas acontecem.
De quem era a tal ambição de quem alguém falou?
Do Corredor?...
Ai!, mas ficam em aberto outras possibilidades… porque é que ninguém as questionou?
É fácil queimar um (dois, três) corredores…
Entretanto, e no meio disto tudo fica aquilo que eu, pessoalmente, acho que era o mais interessante de discutir.
Usando o dinheiro dos contribuintes, que somos (quase) todos nós, existe uma entidade cujo facto de existir só é justificado por aquilo que o despacho governamental a instituiu.
E não é para, em viagens que eu gostaria de ver justificadas no respectivo mapa de contas – que eu também pago - apanhar alegados fugitivos que se escondem no País Basco, mas para zelar pela área da saúde pública no Desporto.
Que é que temos tido?
Uma perseguição não disfarçada a um Corredor, com a humilhação de sempre terem sido considerados… sem razão (mas insistiram).
E depois, com uma colagem – e só os mais ingénuos o não percebem – a uma dada CS que empolga os ‘excitantes’ resultados conseguidos… junto [leia-se... contra] os profissionais.
Atentai nesta notícia então.
Triste.
Demasiado triste…
Debaixo dos mesmos narizes empinados – e nem me arrisco a dizer que há descuro porque ‘apanhar’ um cadete NEM SERIA NOTÍCIA – aconteceu o que agora é tornado público.
Saúde pública?
Definitivamente… SIM!
Mas não me queiram comer por parvo…
Uma coisa, como já referi, é um HOMEM de 30 anos, sabendo os riscos que corre, arriscar pisar a linha…
… outra é um miúdo de 14 anos aparecer dopado.
Se a vontade é a de, por um lado, salvaguardar a verdade desportiva, mesmo que… ao mesmo tempo se pretenda zelar pela saúde pública… parem de mandar passear até ao País Basco duplas de médicos e inspectores.
Fazem falta, muita falta, aqui dentro do nosso rectangulozinho.
Eu sei que isso, em termos de impacto nos media dará quase zero mas…
… o que é mais importante?
É NÓS termos, de facto, uma política – ainda que desmedidamente repressiva em relação ao Corredor – de luta contra a dopagem… ou NÓS acrescentarmos ao nosso currículo mais meia dúzia de… apanhados?
Mesmo que eu seja o único, não deixarei – nunca – de ficar atento.
De denunciar perseguições injustificadas [no sentido correcto de que nunca provaram nada], nem de, a partir de agora ainda mais abertamente CLAMAR por aquilo que, acho eu, todos nos devíamos preocupar e sair, de imediato para o campo…
Se queremos salvar o Ciclismo, fica demonstrado que não é mordendo os calcanhares a atletas de 30 anos… é apontarmos todos os recursos possíveis de forma a estancar a vergonha do que está a acontecer na formação.
E que ninguém me diga que ficou surpreendido.
Sabia-se há muito que isto acontecia.
É mau de mais para ser verdade, contudo… parece que é verdade.
E a primeira questão que me veio à cabeça foi esta:
Mas não se falava disto há já tempo mais do que suficiente para que os organismos institucionais se tivessem posto em campo?
9 comentários:
Tens toda a razão. O problema já tu o viste qual é. Todos sabemos qual é. Suspeitamos de onde vem. E porque é que não se investiga e torna-se publico. Será que temos algo em Portugal identico ao caso Operação Puerto, em que tudo foi abafado porque interesses mais poderosos se insurgiram...???
Não são os corredores, os ultimos da linha em sentido descendente. Por causa disso não convirá investigar os primeiros da linha?
Ai que nos andam a querer tapar os olhos...
E a culpa é sempre dos Ciclistas... e o presidente da feredação que diz? Não sei, não sei, não sei...
Abraço
Afonso Azevedo
Amigo Madeira.
Infelizmente não fico surpreendido.
Talvez se recorde de, ainda no defunto forum da PAD, eu ter escrito que o doping no ciclismo ia muito para além dos profissionais e até já existia na formação.
Caíu-me tudo em cima...
Só faltou chamarem-me "pai".
Eu era doido e só podia estar a difamar...
Quando os Directores Desportivos, devidamente acolitados por médicos e outros dirigentes das equipas, começarem a ser "varridos" em cada caso de doping que apareça, aí, espero eu, que a modalidade entre nos eixos.
Aqueles que andam limpos no ciclismo, infelizmente, só têm um caminho, abandonar a modalidade.
É pena, mas é a realidade.
Muitos já o fizeram, e muitos mais o vão fazendo.
Alguém, que já abandonou (e que você bem conhece), disse: "Tirei uma licenciatura em Desporto, não foi em medicina nem em farmácia..."
Ganhar titulos nacionais e provas (aquem e alem fronteira) com hematócrito a 36-37...já não é possivel.
A galopada do doping nos escalões etários, em minha opinião, deve-se ao facto de cada vez, o contacto (entenda-se, treinos, conversas, etc.) entre os Profissionais e Sub-23 é maior.
Idem entre Sub-23 e Juniores...
Idem entre Juniores e Cadetes...
E assim sucessivamente.
Depois, toca a "provar"...e se 1 faz bem, 2 ainda fazem melhor, e então se forem 3? até dá para voar... etc. etc..
Lutar contra isto?
Quando se penaliza uns porque não se gosta da cara deles, e se abafam outros, porque são afilhados, certamente não se está no caminho certo.
É por isso que, para mim, o ciclismo/desporto, morreu, e apenas aprecio o ciclismo/espectáculo.
Gosto de ver bons resultados para Portugal, que venham muitas medalhas, carradas delas, mas....fica sempre um "mas".
Manel, ainda se lembra do que eu tinha escrito no rodapé dos meus posts lá no tal forum, ao lado da medalha do Sérgio, e da tradução que conseguiu obter para mim?
Era qualquer coisa referente á face cinzenta do nosso ciclismo....lembra-se?
Agora acho que teria de alterar e escrever "negra".
É triste, é degradante, mas é o que temos.
Nisto tudo não há inocentes, mas quem se lixa é sempre o mexilhão (entenda-se, ciclista).
Um abraço, e que a saude vá "arribando", para quaçlquer dia nos encontrarmos algures e beber uns copos...para afogar mágoas.
Manuel Vitorino
Respondendo ao Afonso:
Não sabe, porque a míriade de cargos que ocupa são no estrangeiro e ocupam-lhe muito tempo.Talvez comece a saber mais, se visitar com frequência as provas, com predominância para as camadas mais jovens.Tomar o pulso à realidade e saber se os formadores das escolas, treinadores e dirigentes estão a formar homens ou pequenos monstros e a protelar o negócio de alguns fazedores de poções mágicas, indústrias farmacêuticas incluídas.
Já agora e passando um olhar pelo programa dos cursos de treinadores, em vez de se lamentar os resultados positivos de doping, porque não introduzir nesses programas umas quantas horas de formação específica sobre "Prevenção e luta antidopagem".
Porque não alertar os técnicos para os perigos e consciencializar que a nova lei 27/2009 de 19 de Junho é altamente penalizadora e repressiva do doping, apesar de ainda não estar regulamentada.
Técnicos mais esclarecidos e conscientes das sanções em que incorrem, são técnicos que quererão o desporto mais verdadeiro.
Para quando tocar com o dedo nas feridas, chamar os bois pelos nomes e ser-se honesto. O exemplo tem que partir em primeiro lugar dos dirigentes, dos técnicos e todo o staff que vai formar e acompanhar os jovens atletas do futuro.
Já agora Madeira, como é bom ver que neste blog, não há vis " nicknames"
Há... um ou dois, mas eu sei quem são. Mas fico orgulhoso com isso. Primeiro, porque significa que quem aqui vem são amigos; depois, porque são homens/mulheres da minha estirpe... temos o direito à opinião, temos o direito à indignação, faça-mo-lo com os nossos nomes verdadeiros. Para que saibam - e eles sabem - quem somos.
Não quero - nunca foi esse o objectivo do VeloLuso - ser temido por ninguém mas quero que estejam cientes que, aqui, não se fazem 'fretes'.
Obrigado pelas palavras Marina...
Tomei a liberdade de pegar nas palavras da Dr.ª. Marina Albino como mote pois há um outro pormenor muito importante na formação que só não vê quem não quer ver e fazer mais um pequeno texto no meu blog.
Não o transcrevo para aqui dado o seu tamanho mas sei Madeira que não ficas chateado por utilizar este teu espaço como divulgação do meu num assunto que é do nosso interesse, ou seja, o Ciclismo.
Dr.ª. Maria Albino, apesar da Federação aparentemente não gostar muito de si continue pois o seu bom trabalho nos bastidores do Ciclismo pois os atletas e a modalidade necessitam de si.
Srº Madeira, muito me envergonho de tudo o que está a acontecer na nossa modalidade. Como treinador de camadas jovens, posso-lhe garantir, que muito me incomoda explicar aos meus ciclistas o que está a acontecer!!!muito lhes incomoda a eles continuar, sem ter que olhar para o lado, para a frente e ninguem atras deles... será que tenho "futuro" nesta modalidade? pensam eles...pelo menos tenho futuros homenzinhos, que muito prezo de orientar, que vibram ainda com as vitorias dos seus "idolos"...enfim temos a esperança agora de na pista (que ninguem leva a serio) mesmo com o velodromo, que os meus homenzinhos, ganhem animo...já aparecem "lobis", interesses, vamos aguardar, se os animos serenam...
Estamos na LUTA!
www.clubeciclismotdc.blogspot.com
obrigado
Carlos Pires (treinador ciclismo nivelII, director, massagista, amigo, cicloturista)
Pegando ainda no comentário da Drª Marina Albino, não estando a dar nenhuma novidade, pois já toda a gente sabe como funciona a UVP/FPC, vejam esta.
Aquando das últimas provas Pad, onde esteve presente a selecção com alguns representantes que estiveram agora, e muito bem no Campeonato do Mundo, era treinador da mesma, um homem sem curso de nível autorizado para dirigir equipas continentais quanto mais selecções...mas estava lá com o convite e a conivência de alguém.
Eu, quando vi a lista de inscritos nessa prova, e dei com a Selecção e esse DD, até me ri...(não dele, pois até sou amigo dele e dos filhos, mas dessa situação caricata)
Mas ao mesmo tempo, pensei: DD ou Treinador?
E aqui levanta-se uma questão pertinente: quem são os Treinadores e quem são os DD's?
Qual a missão de cada um?
Eu, sou Treinador nivel-3, e cheguei a aparecer em listagens como DD, cá e em Espanha. Porquê? Nem eu sei responder.
Como é bom ver estas trapalhadas todas "á distância"...
Amigo Madeira, prometo que tentarei reescrever a tal mensagem sobre esta etapa 521.
Era longa e não fiz nenhum copy daí que...só com a cabeça bem fresca, talvez agora no fim de semana.
Mas sei como a acabava...era a ver se qualquer dia a gente se encontrava para beber uns copos e afogar as mágoas dos ultimos acontecimentos da modalidade.
Um abraço
Nota:
Uma palavra de apreço á Drª Marina Albino, cujo nome não me é estranho, pelo que deve ser (ou ter sido) membro de algum orgão da FPC ou de alguma Associação.
Sem papas na lingua, e a dizer verdades nuas e cruas.
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