quarta-feira, junho 15, 2011

ANO VI - Etapa 47

O CICLISMO NACIONAL DEFINHA
(TAMBÉM) ÀS MÃOS DA CS

Só posso estar triste e, engolindo esta raiva que cresce em mim, assim mo manda o bom senso, ficar-me por um... lamentar que a CSl, na generalidade, se abestenha da sua obrigação de ser isenta e centrar-se naquilo que deve fazer.

O Ciclismo nacional, principalmente agora, que passa por uma das suas fases mais difíceis, é o mesmo (com menor qualidade, não tapemos o sol com uma peneira) que justificava o envio de equipas de reportagens para, no Tour, seguir apenas o Orlando Rodrigues, primeiro, e o Zé Azevedo, poucos anos mais tarde; que chegou a ter sete jornalistas na Vuelta, porque lá estava uma equipa portuguesa, e quem diz na Vuelta, diz nas Astúrias.

Na Andaluzia já aconteceu diferente. Enquanto o 'mecenas' teve dinheiro, dava para levar 'jornalistas' e amigos de jornalistas... tudo à custa dos mariscos... o homem arruinou-se, ficou doente (será que ainda é vivo? não me admirava nada que quem tanta caixa de sapateiras levou para casa já nem se lembre do seu nome), internado num Lar e... esquecido.

Já agora aproveito para deixar um apelo:
quem souber alguma coisa dele, que me diga...

Foi nos anos pré-dourados do Ciclismo português. Porque houve, de facto, e isso não apagarão da História - como não apagaram o Joaquim Agostinho ou o Marco Chagas - um período dourado do Ciclismo português que extravasou fronteiras. Uma equipa de sonho, que venceu, colectivamente, uma Volta a Espanha.

Não foi essa equipa, mas a estrutura era a mesma, foi, depois, enleada numa trama (assim mesmo, no feminino: 'trama/teia' - espécie de rede que se desdobra para apanhar algo) que abriu telejornais, noticiários radiofónicos e, na Imprensa, mas nuns títulos que noutros, 'acusou, julgou e condenou' na Praça Pública várias pessoas, desde o responsável desportivo - que do outro, o presidente do clube, teve engenho e ajudas externas, disso não tenho dúvidas que o 'apagou' do processo - a uma mão cheia de Corredores e Auxiliares.

E a FPC teve acção bastante interventiva nisso. E quem hoje escreve sobre a modalidade (não, não sou cego e jamais seria injusto, há excepções, claro) está demasiado 'dependente' da FPC. Alguns, nem tenho problemas em escrevê-lo, de uma forma promiscua.

Mas eu percebo-os.
Chama-se ao que fazem... Instinto de Sobrevivência.
Se o 'barco' está a ir ao fundo, é lá em cima no cesto da verga, junto dos que têm maior patente - mas que não deixaram de subir para o cesto da verga (lugar de marinheiro desencartado) porque calculam, só isso, que assim, num plano mais elevado, podem fingir que, como verdadeiros capitães, não abandonam o barco mas, com o conforto de saberem que têm alguns metros de mastro para poderem saltar para o salva-vidas mais próximo. E as pulgas agarram-se aos cães.

Há aqui umas semanas atrás, mais de um mês, talvez dois mesmo, realizou-se uma Corrida - o Grande Prémio da Costa Azul? peço desculpa por não estar certo, foi entre Santiago do Cacém, Sines, Grândola... - e estranhei que a cobertura, depois das 'luxuosas' entrevistas, principalmente ao Alberto Contador, que correram todo o espectro da CS, e das reportagens de duas páginas... a Corrida do Alentejo Litoral não tenha passado do linear, às vezes sem classificações... Estranhei.

Todos sabemos que vivemos em crise mas falei com o Director da Corrida que me confirmou que sim senhor, à imagem dos outros anos, a Organização arcava com as despesas de alojamento dos representantes da Comunicação Social... mas que só aparecera um, o Márcio Santos, da Rádio Clube de Matosinhos, sendo que apenas o O Jogo se dera ao trabalho de agradecer o convite, justificando o porquê de não poder estar presente.

Mais NENHUM se fez representar!

Agora, mais próximo no tempo, acontece, primeiro, a apresentação da 29.ª edição da Volta ao Alentejo - que eu, nem que seja em cadeira de rodas, ainda sonho em acompanhar uma última vez antes do fim... - recebo o 'press-release da Organização (obrigado a vocês todos) e vejo que é instituído um Troféu Xavi Tondo, em memória do Vencedor da Alentejana em 2005.

No outro dia, nos jornais, nem murmúrio, quanto mais eco desta informação.

Escrevi-o então, está escrito, isso só leva a uma de duas possibilidades:
- os 'enviados-especiais' a cobertura do evento não puseram lá os pés...
ou os editores, situação que é muito mais complicada de acontecer (pelo 'pleno') ignoraram a única coisa que foi notícia naquela tarde!

Mas HAVIA MESMO, nesta 29.ª Alentejana, um Troféu Xavi Tondo que visava homenagear o grande Corredor e o Extraordinário Homem que ele foi.
Ninguém, daqueles que com ele privaram, o negará.

Então, expliquem-me como se eu fosse um aluno do 3.º ano, porque é que raio nenhum jornal nos disse quem venceu esse Troféu?

Eu sei, mas sei porque recebo os mesmíssimos Comunicados da Organização que chegam às redacções...

Era mais importante dizer-nos que o Tyler Hamilton - depois dos outros 25, e a seguir ainda hão-de vir mais 50) - acusava o Lance Armstrong de toda a vida se ter dopado?

Notícia de agência...
Para dar a outra, era preciso lá ter estado! Essa é que é essa!...

Eu, como Jornalista, pelo menos de um Jornal que ainda é desportivo, que ainda não é generalista, deixaria essas 'baboseiras' para os generalistas porem nas últimas quatro páginas e abriria lugar para notícias positivas para o Ciclismo.

As Notícias dos eventos para as categorias mais jovens não conseguem mais que uma breve que só eu, que se não vejo nada de Ciclismo, volto atrás e, com uma régua, 'desço' página a página...

Corridas como a Grande Volta ao Alentejo são rodapé do Dauphiné... até o Rui Costa 'abafar' e, só no outro dia mercer Abertura de Página...

E o vencedor do Troféu Xavi Tondo ficou no limbo...

1 comentário:

Rui Quinta disse...

O cenário está negro, muito negro, e não se vê ninguém a tentar solucionar.

Abraço