sábado, novembro 05, 2005

7.ª etapa


Hoje é Sábado e, pela manhã, está marcada a Assembleia-geral da FPC.
Algumas cadeiras que, pela Lei de Bases do Sistema Desportivo, em vigor, bem poderiam estar ocupadas por quem mais interesse tem no que de desportivo se vai falar... estarão vazias.

Não existe, por muito estranho que possa parecer, num país pequeno, com um pelotão pequeno e a viver em permanência numa instabilidade quase insustentável... uma associação de equipas.

Por elas se pede dinheiro aos patrocinadores; em nome delas se oferece o que (nem sempre) se dá aos corredores e... elas não conseguem reunir-se numa associação!

Ao contrário dos corredores.
Ao contrário dos Organizadores.
Ao contrário dos Árbitros.

Quero dizer... No grande palco do ciclismo, a única parte que não consegue chegar a uma base de discussão para que, a partir daí, parta para, no local certo, tentar defender os seus interesses, que seriam os interesses dos seus patrocinadores, afinal de contas, quem lhes garante o facto de existirem (e de ano, após ano, pedincharem dinheiro)... são as equipas.

Porquê?

Se os organizadores encontraram uma plataforma a partir da qual, o maior e o mais pequeno conseguiram definir o que de melhor podia ser feito de forma a satisfazer todas as partes...
Se os corredores, os mais mediáticos e com emprego garantido, e os "pau para toda a obra" (com o meu devido respeito pelos operários do pelotão), conseguiram encontrar um ponto comum, a partir do qual se criou e se tem cimentado a sua organização de classe...
Se os árbitros conseguem estar unidos sob uma mesma bandeira...

... porque, ao fim de todos estes anos, os Grupos Desportivos Profissionais (por acaso, a nível internacional com uma associação tão forte que conseguiu fazer impor, em conluio com a UCI, um ProTour do qual ninguém gosta, estão unidos), porque é que em Portugal se consegue essa originalidade de termos "responsáveis" por equipas, ano após ano, a darem o peito às balas, na defesa do seu pequeno grupo de trabalho, se isto acontece com 70 por cento dos chamados "directores-desportivos", porque é que não há uma Associação de Equipas para, no geral e junto das entidades que julgasse necessário, a começar pela FPC (e a começar por questionar o calendário, que depois, individualmente, vão contestar) não defendam... mais que o seu lugar. Que é, aparentemente, aquilo que os preocupa acima de tudo?

E se há equipas que fazem os seus corredores assinar recibos de "x" para receberem o "y" previamente combinado (e aceite, porque ninguém será obrigado, quero eu acreditar)... não serão os seus "directores-desportivos" os principais responsáveis?

Mas caramba!... Se fazem (quase) todos o mesmo, porque não formalizam a maldita associação e concertam isso? Aproveitando para tentarem, pelo menos, salvaguardar outros aspectos que os deveria preocupar, no que diz respeito à equipa que, em princípio, comandam?

E se, havendo uma equipa em dificuldades para arranjar patrocinador, por exemplo, não haveria a Associação de Equipas (que não existe) poder tentar arranjar forma de ajudar a sua associada?

Ou é por causa disso que não há associação?

Hoje, Sábado, pela manhã, aconteceu uma Assembleia-geral da FPC. A meio da sala, havia cadeiras não ocupadas por um dos membros que nela tem, pela Lei de Base do Sistema Desportivo, assento. A associação de equipas.

Simplesmente porque ela não existe! Expliquem-me porquê.

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