quarta-feira, dezembro 14, 2005

12.ª etapa


Nos poucos, incaracterísticos e... quase dizia... rascas, espaços onde alguns ainda acham que se está a discutir ciclismo, podemos rever, qual negativo de fotografia (quando as fotos tinham um negativo) ou como que, olhando-se num espelho, vai mesmo o ciclismo nacional.

As coisas, hoje em dia, não podem separar-se. O futebol português (selecção à parte, porque à frente tem um
CHATO brasileiro que pensa pela sua cabeça) é aquilo que é o adepto do futebol português... rasca. Que vai porque vai e, mesmo não tendo estado com atenção... tem a certeza do que viu. As imagens de televisão e os comentários nos jornais são ÓPTIMOS, se pendem a favor das nossas cores; em caso contrário... seja quem for que tenha dito ou escrito (até para as imagens não se consegue ter uma ideia concreta)... são BARBARIDADES.

Voltamos então ao ciclismo.

O ciclismo português não está bem. Culpa de quem? Há a incontornável crise económica; há aquilo que já se disse noutros locais, mas que repito sem sombra de problema... aqui vai: há quem viva do ciclismo; há quem use de todas as artimanhas (legais, aceitáveis até...) para garantir o seu emprego; e só por isso há equipas que sobrevivem ano após ano.

Mas o ciclismo português não está bem, também, porque lhe está a faltar o apoio popular. O ciclismo, talvez a mais popular de todas as modalidades (futebol àparte) está órfão de público.

Mas porquê?

Primeiro, porque temos vindo a roubar o ciclismo ao público.

Já o escrevi mais do que uma vez.

Enquanto, por exemplo, aqui ao lado, em Espanha, se move
Seca e Meca de forma a ter as partidas e, principalmente, as grandes chegadas, nos grandes corações das grandes cidades... em Portugal, em Setúbal fazem-se chegadas nas Manteigadas só com o pessoal que está à espera de levantar as barreiras e os 3 jornalistas de serviço... fazem-se partidas do Estádio do Algarve, que fica a pelo menos 15 km do local povoado mais próximo; não se publicita uma corrida localizada numa zona onde... não há sequer outra oferta desportiva!

(Estive no GP Centro e ninguém, nem nos tascos à volta da meta, sabia o que estava a acontecer... só que os seus clientes não podiam ir tomar café porquer a rua estava fechada.)

Mas voltemos ao princípio: se, os utilizadores de um dado Site nacional que se debruça sobre o ciclismo podem ser tomados como amostra, o ciclismo português não pode evoluir porque nem os seus adeptos gostam dele, nem o percebem, porque não percebem de ciclismo.

Como vamos defender um desporto que vive do retorno de quem investe em publicidade e o universo a que se destina... não percebe nada da modalidade?

Futuro?

Se alguém tiver alguma ideia... faça favor de avançar com ela.

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