[Acordo Ortográfico] # SOU FRONTALMENTE CONTRA! (como dizia uma das mais emblemáticas actrizes portuguesas, já com 73 anos, "quem não sabe escrever Português... aprenda!») PORTUGUÊS DE PORTUGAL! NÃO ESCREVEREI, NUNCA, NUNCA, DE OUTRA FORMA!
quinta-feira, dezembro 22, 2005
13.ª etapa
Porque esta é a minha 13.ª etapa e, apesar de não ser suprestigioso, vou aproveitá-la para contar uma história negra. Claro que não é mais que uma parábola, embora algumas semelhanças com a realidade não sejam, de todo... coincidência.
Era uma vez... (começam assim todas as histórias da carochinha)... era uma vez uma família (digamos... o ciclismo, por exemplo) que como forma de sustento só tinha os ovos que as suas galinhas punham. Para comprar as galinhas... precisava que alguém entrasse com o dinheiro, mas depois, e como havia comprador certo para os ovos, as contas equilibravam-se e quem dava dinheiro para que se comprassem as galinhas, até acabava satisfeito porque, uma ou outra vez lá dizia o comprador (e dizia a muita gente e mostrava, que isto da globalização tem que se lhe diga) que os melhores ovos eram os daquele criador específico. Ora, quem tinha avançado com o dinheiro para o tal criador ter um galinheirozinho mais ou menos jeitoso... acabava por dá-lo como bem empregue.
E o que fazia essa grande comprador com os ovos que comprava aqui e ali, um pouco por toda a parte? Omoletes, é claro! E vendia-as a bom dinheiro também... ganhando a sua parte. Que nem era má...
Até que um dia, e como em terra de ceguinhos, quem tem um olho é rei... pensou:
"É verdade que eu ganho dinheiro a vender as omoletes, mas tenho de ter cozinheiros e pagar-lhes... tenho de gastar dinheiro em frigideiras e óleos... hummmmmmm!... Vamos dar uma volta a isto!"
E se bem o pensou, melhor o fez. Como tinha a faca e o queijo na mão, ou melhor, a frigideira e o óleo... fez saber: "Meus amigos... não quero mais ovos! Mas é claro que vocês precisam vender o vosso produto... Vamos então fazer uma coisa. Em vez dos ovos... eu comprovo-vos as omoletes já feitas!..."
Preocuparam-se os criadores. Tinham na mesma as galinhas que iriam continuar a por os ovos, mas se não vendessem os ovos não arranjavam quem lhes adiantasse dinheiro para comprar mais e melhores galinhas... E como fazer as omoletes se a única coisa que tinham eram mesmo os ovos?
Pérfido, o comprador adiantou o como... que já tinha antecipadamente engendrado:
"Vão ver que é fácil. Vocês em vez de me venderem os ovos, compram-me o óleo e eu dispenso-vos as frigideiras, só têm de pagar qualquer coisinha por isso. Depois de fazerem as vossas omoletas... mandam-mas prontinhas e eu continuo a po-las à venda."
E os criadores de galinhas engoliram o isco.
- Continuaram a ter de pedir adiantado para comprar galinhas;
- Deixaram de vender os ovos;
- Tiveram de comprar o óleo e alugar as frigideiras a quem lhe comprava os ovos:
- ... e puseram, de borla (ignorando aqui o facto de lhes terem dado dinheiro para o óleo e o aluguer das frigideiras) as omoletes - mais mal feitas, a maioria das vezes, porque ELES não sabiam fazer omoletes - na mesma montra para ser vendida, em qualidade bastante inferior... aos mesmos clientes de sempre. E depois as omoletes chegavam tarde. E umas sem sal. E outras mal cozidas. E em vez de chegarem à hora de jantar... chegavam já madrugada alta... quando havia menos gente com vontade de comer omolete...
E, num piscar de olhos... começou a faltar dinheiro adiantado para comprar boas galinhas. E as galinhas assim, assim... põem ovos assim, assim... e os ovos assim, assim... dão más omoletes, ainda por cima se não se é especialista em fazer omoletes.
Resultado: os criadores estão quase sem galinhas, com muito pouco dinheiro para lhes dar de comer, sabem que os ovos não vão ser nada de jeito; para continuarem a comprar o óleo e a alugar as frigideiras... vão ter que ter menos galinhas e muitas que ainda nem sequer chegaram à idade de poedeiras... e enfrentam outra ameaça: se as omoletes continuarem a baixar de qualidade, o comprador desinteressa-se.
Quem é que ganhou alguma coisa neste meio tempo? O tal vendedor e um grupo de amigos, uns que já tinham trabalhado com ele, outros que metiam folga para sairem de propósito a levarem as frigideiras e os óleos e até a fazerem eles, lá fora, as omoletes, com os mesmos ovos que antes tinham de comprar, mas que agora tinham de borla (para além do que ganhavam com a venda do óleo e o aluguer das frigideiras)...
Custos: ZERO!
Tudo lucro. Baixou o lucro? Vais baixar ainda mais? Abandona-se o negócio das omoletes.
Há quem esteja disposto a deixar-se levar nas mesmíssimas condições nos campos dos pipis, das moelinhas, dos caracóis e de seja o que for...
Até que percebam que, se são os donos dos bons ovos, e alguém quiser ficar rico a vender omoletas... pois que lhes comprem os ovos. E a preços justos.
E voltaria a concorrência entre os criadores. E os melhores, facilmente conseguiriam quem adiantasse dinheiro para comprarem boas galinhas...
E tudo voltaria ao que foi até há uns três anos atrás...
Mas houve quem tivesse atentado contra a galinha dos ovos de ouro. Já ganhou o que tinha a ganhar... só o dono da galinha perdeu.
Um Bom Natal a Todos.
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