quinta-feira, agosto 04, 2011

ANO VI - Etapa 58




PRÓLOGO

FAFE-FAFE (CRI), 2,2 km



E saiu para a estrada, ainda que forma de apresentação individual, mais uma Volta a Portugal.

Começo por registar a fraca empatia mostrada pelos OCS. Só A BOLA manteve a tradição de publicar um 'caderno'. '

Chapa 4', é verdade, mas fê-lo. A concorrência apenas aumentou o número de páginas, não acrescentando nada.



Aqui sou obrigado a 'cortar caminho'.

Já vamos ao Prólogo.


A meio da semana vi, com estes meus olhos, o Joaquim Gomes defender na televisão que 'a passagem da Volta a internacional é fundamental'. Deduzi, como é lógico, que - na escola, no meu tempo, ensinaram-me a Lei de Lavoisier - o princípio dos 'vasos comunicantes' tem que ser recuperado.



Se queremos uma Volta (desistam, de uma vez, por favor, da história da Volta para consumo interno) que justifique o que, hoje já é falacioso, ser a 4.ª maior, na Europa, depois de Tour, Giro e Vuelta, não a podemos fazer com pelotões destes.



Aliás - e mudarei de opinião se demonstrarem que estou enganado - a nossa Volta, mesmo que a RTP a disponibilize no seu canal Internacional, não é vista a não ser pelos portugueses.


Quem é que tem, por esse mundo fora, a RTP Internacional... dizendo de outra forma, eu tenho a TVE 24 Horas (que é diferente da TVE Internacional) mas nem sei em que posição está na grelha.



Curiosamente, num dos jornais de hoje leio declarações do Joaquim Gomes diametralmente opostas àquelas que ouvi. Que o futuro da Volta pode passar pela (mais uma) descida de escalão e voltar a ter 15 dias. A notícia não está assinada e, hoje em dia, qualquer estagiário é escalado para a Volta sem ter o mínimo de preparação.


Foi isso que ouviu do Joaquim Gomes, ou o que julgou ouvir?


A mim faz-me lembrar uma velha, por demasiado batida 'tecla' desde há 'séculos' defendida pelo prof. José Santos que adoraria ter uma Volta a Portugal disputada apenas... pelo se clube!


É impossível, toda a gente que sabe os regulamentos da UCI o sabe.

E o presidente da FPC fez questão de o sublinhar esta tarde à RTP.


Mesmo que que a Volta baixe de escalão, eu diria até de outra forma: se a Volta baixar de escalão fica mais próxima das quatro etapas do que das 15, e quem sustentar o contrário está a brincar connosco.

(Mas ninguém os impede de bricarem com quem cai de pára-quedas no pelotão de jornalistas que cobrem a Volta. Só não percebi ainda o que querem atingir...)




Ainda antes de escrivinhar umas linhas sobre o prólogo de hoje, gostava de deixar no ar uma pergunta que, creio ser mais do que justo, merece uma resposta e não exclui o Camarada que, não a tendo feito, escreveu a resposta.



Refiro-me à curta entrevista que o Miguel fez ao José Martins.

A dada altura este diz - podem ter a certeza de que está absolutamente certo - que 'apesar do seu tremendo valor, a maioria dos Corredores não recebe mais do que o salário mínimo'.




Com as saídas de David Blanco e de Cândido Barbosa eu duvido mesmo que haja algum Corredor no pelotão nacional a receber 1000,00 euros mensais, como sei que isso não baterá certo com o declarado - e aceite por esta - à FPC, que o sabe tão bem quanto eu, que dizer?


É ilegal? Pois é. A letra de um contrato é para ser respeitada.

Como provar?... Impossível sem a colaboração dos Corredores.



É então bem feito, já que o aceitam, sabendo que há 'balizas' para os orçamentos das equipas que, para além de 'verificadas' pela FPC são entregues à UCI.

Esta, é evidente, não vai confirmar caso a caso. Confia nas suas associadas!


Se estou a dizer que a FPC é conivente com estas irregularidades?

Não posso!

Precisava de ter em minha posse um contrato 'oficial' entre um Corredor e a respectiva equipa... e depois o seu recibo de vencimento!...




E até digo mais, há corredores que estão a pagar para correr.


Aqueles que foram 'tramados' pelo recuo da Liberty Seguros, que anunciou Urbi et Orbi que ia avançar com uma equipa Continental e depois teve que recuar, a maioria desses Corredores - os que ainda conseguiram encontrar uma 'mão amiga' para não ficarem no desemprego - estão a ganhar entre 200 e 350,00 € por mês.



Os jovens que 'estão muito contentes' por lhes ter sido dada uma oportunidade para serem... profissionais, a maioria deles estão a correr graças àquilo que, em momento de inspiração, há já alguns meses e reportando-se a atletas da canoagem, o Carlos Flórido [d'O Jogo] escreveu que sobrevivem graças a um... "paitrocínio".

Para quem passou os olhos sem ter lido bem a palavra: à custa dos pais.



É esta a realidade do Ciclismo em Portugal.

Este ano?

Mas que ingénuos...

Há anos que é assim!


O assunto não morre aqui... prometo.



E EIS A VOLTA!... VIVA A VOLTA!



Por alteração da consulta que tinha marcada para hoje, a meu pedido, que pretendia não perder um dia de Corrida a sério, afinal fiquei em casa e assisti ao Prólogo desta 73.ª edição da Volta a Portugal.



Tentar 'ler' num crono individual de apenas 2,2 km, sem dificuldades de maior, o que o futuro da prova nos reserva seria loucura.


Fiquemo-nos pela leitura dos resultados e... por algumas (curiosas) declarações de quem está demasiado habituado a uma Imprensa inóqua.
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Nota 10, claro para a LA-Antarte que, não só venceu com o Hugo Sabido - já merecia - como conseguiu o feito de meter cinco homens dos primeiros dez da classificação final. Há meia dúzia de anos atrás - e sem desprimor - diria que a equipa de Paredes tinha já feito a sua Volta. Agora não!



Só temos quatro equipas nacionais - com todo o respeito pelos jovens da Selecção, espero que saibam que se não tomarem alguma iniciativa individual, não esperem nada do carro - e todas elas viram a CS 'escolher' um ou dois homens seus como... 'favoritos'.




E o primeiro sinal, negativo, veio do Carlos Pereira.

'Que quem tiver que assumir as suas responsabilidades o faça!', afirmou.

Leitura imediata, e conhecendo-os a todos tão bem como conheço, amanhã ninguém vai mexer uma palha - e a etapa é longa - pelo menos até perceber que também tem os 'calos entalados'.



Que trabalhe o Paredes!


Mas posso a estar apenas a ser injusto, admito-o.

Ele também disse que 'quando tivermos que assumir, lá estaremos'

Até ficaria extremamente satisfeito se o Carlos Pereira me contrariasse.



Já afirmei que a 'escolha' dos candidatos foi iniciativa da CS, não das próprias equipas que, depois, não podiam contrariar o que já tinha sido escrito.



Não é verdade. Sejamos honestos.

Sejam honestos.



Só uma equipa apresenta, e faz muito bem em se... 'reservar' das atenções gerais, um conjunto para ganhar esta Volta. A não ser que, como o Marco Chagas não se esquece de (re)lembrar, das equipas estrangeiras 'salte' uma surpresa.


Atenção a Thomas Dekker (digo eu!...), até porque tem equipa!



Mas temos uma formação que já se 'habituou' a ganhar; que está perfeitamente oleada; que tem um director-desportivo inteligente... aquele que melhor lê a Corrida e o que menos medo tem te arriscar. E, repito-me, uma equipa perfeitamente oleada.

Digo mais ainda... E livre de ter de prestar vassalagem a nada mais que... nomes.



Querem que eu arrisque UM nome como principal favorito à Vitória Final?

Sem problemas...

... amanhã, depois de ler os vossos comentários




É algarvio e de Olhão!

3 comentários:

Carl Floyd disse...
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Avô Jorge disse...
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mzmadeira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.