[Acordo Ortográfico] # SOU FRONTALMENTE CONTRA! (como dizia uma das mais emblemáticas actrizes portuguesas, já com 73 anos, "quem não sabe escrever Português... aprenda!») PORTUGUÊS DE PORTUGAL! NÃO ESCREVEREI, NUNCA, NUNCA, DE OUTRA FORMA!
quinta-feira, dezembro 29, 2005
17.ª etapa
Porque isto é como as velas de um moínho de vento, ou as pás de um moínho de marés... é rodar ao sabor do momento, tentando tirar, desse momento, o maior partido possível...
Olhemos assim o ciclismo português.
Desde a última vez... entráramos na classe dos organizadores.
Não é a Federação, não é a PAD (que já tem um cadernos que não é de encargos é de procuações...) mas, assuma-o quem quiser sendo que, para isso, vai ser preciso ter bastante coragem... Apesar da crise nacional terão de ser estruturas, em princípio, alheias à modalidade, a perceberem o quando, onde e como, devem apostar em investir aqui.
E eu acho que ainda vale a pena investir aqui...
Trabalhe-se desde cedo e... ocupem-se espaços...
O resto será lucro.
Como explicar?
Vamos, e em definitivo, porque é imprescíndivel para umas das partes e perfeitamente exequível para a outra, deixar de ter a Volta ao Algarve da AC Algarve, ou a Volta ao Alentejo da AMDE, ou a Volta ao Minho da AC Minho.
Vamos ter estas entidades a avançar, primeiro com as ideias, depois com os projectos.... finalmente com o garante da organização técnica da corrida... Vamos colocar NOMES, marcas, seja o que fôr... a sustentarem a prova.
Quais os grandes encargos que uma prova de ciclismo actualmente acarreta?
(Mantemo-nos fora dos aspectos técnicos e de organização na estrada...)
... a contratação das equipas, dando-lhes as condições mínimas par poderem apresentarem-se de uma forma que, pelo menos, aos olhos dos leigos, possa parecer... digna; a disponibilidade de uma verba para publicitar, antes e durante.... o acontecimento.
Pessoalmente, acho que a Volta ao Algarve, porque tem um pedido alargado de participação por parte de equipas do primeiro escalão mundial -- que cá virão correr ao abrigo de um artigo de excepção que permite às equipas ProTour correr provas que não são do seu calendário -- não deveria ser obrigada a aceitar a inscrição de todas as equipas nacionais.
Principalmente quando, comprovadamente, algumas delas correm ainda sem equipamentos actualizados, quando ainda não têm a sua frota automóvel completa e.... algumas dúvidas, inclusivé, em relação ao plantel. Numa palavra: ainda não estão definitivamente montadas.
Nos próximos anos não me chocaria a calandariezação de qualquer outra corrida meramente nacional... mesmo coincidindo com a Volta ao Algarve.
Depois, é urgentemente necessário que outras corridas (organizações) assumam, e com toda a consistência... a montagem de uma prova velocipédica como parte integrante de uma estratégia de divulgação regional.
A Volta ao Alentejo tem de esquecer o que (hoje por hoje) já não é mais do que folclórico. O 25 de Abril e o 1.º de Maio. E tentar colar a sua prova a outras manifestações de índole cultural e etnográfica mas, principalmente, a pender para o sector ecnómico... a Ovibeja poderia ser aproveitada, ou qualquer outra das grandes manifestações (repito) económico-empresariais.
Com a Volta ao Minho teria de acontecer a mesma coisa e corridas como o GP da Costa Azul, ou os bastardos... GP Estremadura, Oeste, Centro ou Rota dos Vinhos deveriam, não aproveitar-se DA, mas JUNTAR A ... com a sua imagem...
É preciso cativar o mundo empresarial para o ciclismo, e não há tempo a perder...
Aliás, embora num escala que, infelizmente, caiu para o minimalista e daí parece não querer saír..., neste momento, Volta à parte, parece-me que só uma corrida tem o seu financiamento garantido um ano antes: o Troféu Joaquim Agostinho.
Ao longo destes anos, os seus responsáveis, embora nunca o venham a admitir, conseguiram ganhar... um ano.
Isto é, o dinheiro que neste momento estarão a angariar para o Grande Prémio de 2006... é já para 2007 porque o de 2006 está garantido desde o ano passado.
Têm uma desvantagem estas organizações, certinhas, ano após ano: perdem ambição.
As etapas são as mesmas, as equipas são as mesmas... Invertem-se, de algum modo, os papéis... Liberta de uma eventual necesidade de "inventar", a organização aninha-se no mesmo figurino. E, caídos na rotina, não arriscam um mílimetro (fizeram-no, há dois anos, mas a substituição do Circuito de Torres por um crono individual... logo foi catalogada como má escolha e as coisas voltaram ao princípio).
De resto, Trás-os- Montes, Costa Azul -- e tantos, mas tantos outros pontenciais cenários para corridas de 3 ou 4 dias (também, já não podemos pedir muito mais do que isso) -- só teriam que agarrar numa época festiva local, ou noutra qualquer manifestação puramente regional... parta lhe colar a respectiva Volta.
O resto da temporada, deveríamos ter uma Taça Nacional... como os franceses.
Com corridas por etapas, sim, e cuja maior parte da despesa a Federação assumisse.
E havia de se organizar um agrupamento legalizado de organizadores, com verdadeiro poder negocial...
«À minha corrida não trazes 5 "neos"... para levares 7 "profs" à seguinte...», são coisas parara discutir a um nível geral, e não nas reuniões técnicas que antecedem, pouco menos de 24 horas cada uma das corridas...
O que é que custará organizar isto? Pergunto...
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1 comentário:
A minha opinião, que é a de alguém que acompanha o ciclismo há alguns anos sem nunca ter estado "metido" na modalidade, é a de que o ciclismo ficou para trás em relação a outros desportos.
Mesmo gozando de condições ímpares de visibilidade - é certo que só a Volta tem transmissões em directo, mas o destaque que obtém é maior do que o de praticamente todas as modalidades excepto o futebol -, o ciclismo não evoluiu. E creio que a culpa é dos dirigentes da modalidade, entre os quais se incluem, porque é isso que interessa para este texto, os organizadores de corridas.
Todos assistimos às enormes resistências que houve à entrada da PAD na modalidade. E porquê? Porque essa organização veio profissionalizar a "coisa", enquanto que o statu quo existente, porventura, preferia que tudo continuasse a rolar em torno de um grupo de amigos que até gostava de fazer umas habilidades, que eram a organização de provas.
Infelizmente, o exemplo da PAD ainda não foi seguido e era preciso que o fosse. As principais provas, aquelas que referiste no texto, que não pertencem ainda ao universo PAD têm de profissionalizar-se, não há dúvida. Com isso há organizadores que perderão o gosto de comandar a organização toda de uma ponta à outra. Paciência! Se gostam realmente de ciclismo têm de perder um bocado da sua vaidade e do seu gosto pessoal e deixar o ciclismo crescer. Porque sem esse crescimento organizativo a modalidade está condenada a definhar até à morte.
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