APENAS E SÓ... UM 'FAIT DIVERS'
(Mas com piada, assim haja... poder de encaixe)
Não é anedota, nem uma estória. É uma história que vivi hoje [ok, ontem, já passa da meia-noite].
Ia a tarde a meio quando o telefone na minha secretária tocou. Toca várias, muitas vezes, por dia de trabalho. Mas é raro ser o segurança a chamar-me.
Que estava lá em baixo - a redacção fica no 2.º andar do edifício A BOLA - um senhor que gostaria muito de falar comigo! E disse-me o nome, claro.
Um velho amigo que não via há para aí quatro ou cinco anos. Antes ainda de ter estado todo aquele tempo de baixa médica. Amigo que, de passeio por Lisboa e passando pelo Bairro Alto, se lembrou de mim e fez um pequeno desvio até ao 23 da Travessa da Queimada.
Claro que desci para o ver, e até saímos um bocado para tomar um cafézinho.
Depois daquelas palavras de circunstância que usamos mesmo com os amigos, principalmente se não nos vemos há tanto tempo, e enquanto degustávamos o 'vitamínico preto' (a maioria não percebe, mas eu sei que há quem perceba...), enquanto nos queixávamos, ambos, dos males que nos apoquentam e porque a televisão do pequeno café, ali na Rua da Misericórdia, estava ligada e o malfadado 'caso-Freeport' vinha outra vez à baila, desviámos a conversa para a triste realidade que vivemos neste arremedo de País.
Ele é o Freeport, ele é o BPN, recuámos ao 'caso'-Casa Pia...
Amante do Ciclismo - foi aí que nos conhecemos e cimentámos a nossa amizade - de repente sou surpreendido com esta sua tirada:
"Sabes qual é o verdadeiro mal de Portugal? Não somos tão maus assim como parecemos ser. Temos é uma falta de organização que já não se usa, por isso, é difícil de entender".
E disparou: "Se trocássemos, por exemplo, as figuras que mandam no Magistério Público, por aquelas que mandam na Federação Portuguesa de Ciclismo e no Conselho Nacional Anti-dopagem, já tínhamos todos esses pedófilos, burlões e vigaristas presos. As provas? Essas logo se via quando seria possível arranjar, mas, e olhando o caso da equipa do Zeferino (este meu amigo também conhece o Manel), era de imediato accionada a presunção de culpado. Num País onde as Leis e os regulamentos são feitos para serem violados, não olhando aos danos causados a terceiros, estava tudo preso. Depois logo se via como justificar as prisões."
Eu ia rebentando a rir.
Mas acho que ele tem razão.
(Agora que te dei o endereço deste humilde espaço, espero que já possas ler esta Etapa. Um abraço apertado, amigo! Repito o que te disse esta... ontem à tarde: foi bom rever-te. É bom estar com os verdadeiros amigos.)
1 comentário:
Grande reflexão... Tem toda a razão o "amigo". Parabéns pela clarividência...Há muita falta de pessoas a pensar, e a pensar bem.
Abraço
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