terça-feira, fevereiro 24, 2009

II - Etapa 327

VOLTA AO ALGARVE

Não sei se o meu silêncio nestes últimos dias, concretamente em relação à Volta ao Algarve, terá sido bem compreendido por todos, contudo, sobressaem duas razões muito fortes que o justificam. A primeira é que, desde que saio de casa, directo ao trabalho, até que chego novamente a casa, por estes dias tem medeado as 14 horas. Sobra muito pouco. De tempo e de vontade.

Estou cansado!

A segunda razão é óbvia.

Mas agora, só depois de ter lido os jornais - como deve ser, e não transversalmente, como tenho sido 'obrigado' a fazer - não posso, em consciência deixar de vir a terreiro.

Foi com um indiscritível prazer que acompanhei - pelos jornais (não vi nada na TV) - a corrida que, finalmente, parece ter convencido os mais renitentes que já a assumiram como a principal prova velocipédica que se realiza no nosso país.
A Volta a Portugal é outra coisa. É importante... para nós.

Como diariamente recebo um 'clipping' de tudo o que na véspera saiu sobre Ciclismo na imprensa ibérica, deu para constatar que esta edição da Volta ao Algarve teve uma enorme repercursão em quase todos os OCS ibéricos. É bom. É óptimo.

E deu para notar o interesse que a corrida - mesmo que tenha sido apenas pela presença do Alberto Contador - despertou nos OCS indigenas.

A começar pelo facto de os colegas de O JOGO terem destacado, para além do João Santos, também o Carlos Flórido o qual sempre considerei, a par com o Paulo Felizes (JN), como o melhor jornalista de ciclismo que temos.

Aqui um àparte. Com toda a estima que tenho pelo meu caríssimo Luís Santos, não percebi a estratégia do Record...
Mas vamos ao que interessa...

Com todos os condicionalismos inerentes ao espaço disponível para escrever, gostei de constatar que, desta vez, ninguém achou que as estradas do Algarve, que são as mesmas de há meia dúzia de anos, não têm condições para albergar um pelotão do tamanho deste, que fez a Algarvia, e que, em vez das sibilinas críticas à Organização, desta vez toda a gente se dobrou em sinal de reverência.

Parabéns, pois, à Associação de Ciclismo do Algarve nas pessoas do Bernardino Caliço que me desculpará por aqui destacar o querer e a vontade, a entrega, do Rogério Teixeira.

Na única coisa que aqui escrevi sobre a Volta ao Algarve, deixei escapar um dado que, agora, passada esta semana, acho mais do que justo ressalvar.

'Aquela' Volta ao Algarve foi a que a Associação de Ciclismo do Algarve teve de resolver em oito dias depois de a PAD a ter deixado cair.
Lembras-te Rogério?
E do papel que o saudoso Chico Nunes teve?
Diria quase fundamental para que a prova se realizasse.

Quando estiver de folga voltarei a este tema.
Por hoje fico por aqui.

Parabéns a quem percebeu que, mais importante que a presença da namorada do Contador, o trabalho tinha que terminar com uma conversa com o Tiago Machado...
Parabéns Tiago!
Por tudo.

A tua ambição é que alimenta o nosso - o dos que acreditam, de verdade, no Ciclismo português - crer.

PS: Caro Rogério,
desculpa não te ter ligado de volta.
Já deves ter percebido porquê,
mas assim que estiver de folga ligo-te.
Fica prometido.

2 comentários:

FRINXAS disse...

Foi triste de (não) ver rigorosamente nada na tv acerca desta prova. Já não "falo" acerca do super pelotão presente este ano, mas possa, depois de uma organização daquelas, o brilharete do Tiago que se "meteu" lá no meio... Nada! A não serem os 3 desportivos, mais ninguém falou nada. Para não falar da pouca vergonha que se (não) passa no JN desde que perdeu a organização.... O ciclismo não tem culpa! Recordo-me que num dos dias apenas 6 linhas, num quadrado de 4x5cm falava da volta ao Algarve... SEM COMENTÁRIOS MESMO!!!

Se alguém aparecer nas malhas do doping, ou houver outra pouca vergonha como aquela que se passou na Póvoa, aí sim, o JN já se lembra do ciclismo!!!

Não entendo mesmo. Sei que sou um autêntico leigo na matéria, e alguns até se riem aoler isto, mas é a realidade amigos!!!

Portugal no seu melhor!!!!

mzmadeira disse...

Caro "frinxas" - ah, como eu gostaria de deixar de ver por aqui "nomes" estrambólicos (embora nada me garantisse que os Carlos, os Luíses, os Antónios e por aí fora, não fossem os nomes verdadeiros de quem escrevesse) - tanto quanto julgo saber, pelo menos vi as promoções feitas, a SportTv1 dava um resumo diário por volta das 23.30. Não vi nenhum porque a essa hora estou a caminho de casa. Li, algures - se calhar foi aqui no VeloLuso, que os resumos deixavam muito a desejar, mas parece que houve sempre.
Em relação à Imprensa, para além dos três desportivos, pelo menos o Correio da Manhã dedicou, diariamente um espaço nobre à corrida. Não era uma página, mas não deixou de ser um espaço significativo, especialmente se o compararmos ao que dá a aoutras corridas.

Mas estou de acordo consigo numa coisa. Ninguém ainda percebeu que a Volta ao Algarve - e só hoje li que este ano conseguiu aumentar o seu orçamento - é a corrida, disputada em solo nacional com maior impacto além fronteiras.

Porque, desde há alguns anos, muitos - desde as presenças de Alex Zülle, que até ganhou uma - a Volta ao Algarve em bicicleta é, futebol à parte e mesmo assim este está dependente do sortilégio dos sorteios, a competição que maiores estrelas, no caso, do Ciclismo, traz até nós. Ok, o Rali de Portugal, nos anos em que conta para o Mundial também traz cá os astros do volante, mas mais nenhuma.

É acertada a aposta da Organização em trazer até ao Algarve, quase todos os anos, uma grande estrela. Não sei quantos OCS espanhóis mandaram jornalistas para o Algarve só por causa do Contador, sei que há três anos, e com um pelotão sem individualidades por aí além, eram tantos os enviados-especiais estrangeiros como os jornalistas portugueses que acompanharam a prova.

Para o Algarve, enquanto destino turístico, logo, que tem tudo a ganhar com a sua promoção além fronteiras, se os jornais nacionais só dão meia página é indiferente. Mas quando chegarmos a ter mais jornalistas estrangeiros do que portugueses a cobrir a prova, então aí a questão terá que ser posta. Não percebem a importância do evento... ou é apenas má vontade? Ou falta dela, que parecendo ser pior, até nem o é.

O caso das televisões raia o ridiculo. A Eurosport não envia equipas próprias para cobrir as provas. Conta com a produção de cada país. Que depois põe no ar para meio Mundo ver. Pagando, claro. Qualquer merceeiro investeria o que pudesse se soubesse que, para além de lhe comprarem a mercadoria, ainda lha promoviam internacionalmente, pelo que até podia disso tirar dividendos. Alguns podem não perceber o que quero dizer, mas percebem os directamente visados.