sábado, fevereiro 27, 2010

ANO V - Etapa 40

(AUTO-CENSUREI O TÍTULO QUE AQUI TINHA)

Aos sábados, ao fim da manhã, até à hora do almoço, passa na RTP.1 um programa ligeirinho, despretencioso, que tem como objectivo ligar as Comunidades Portuguesas espalhadas pelo Mundo, aproveitando-se ainda o espaço para divulgar candidatos a artistas e, ao mesmo tempo, de forma a equilibrar o conteúdo, se convidam duas ou três individualidades que todos reconhecerão.

Falo do programa do José Alberto Moniz - como é que se chama?... esperem, vou ver no jornal... chama-se 'Portugal sem fronteiras' que, de quando em vez, quando me posso permitir chegar um pouco mais tarde ao Jornal, porque já deixei meio trabalho feito, ainda vejo um bocadinho.
Como aconteceu hoje.

Entre mensagens, através do correio electrónico, que os portugueses que trabalham e vivem por este Mundo fora, uma rubrica que dá direito a conversa em directo, recorrendo-se ao computador e a web-câmaras, momentos musicais e uma ou outra charla com mais ou menos interesse - depende sempre do convidado - acredito que o formato seja giro. Não faz o meu género, mas quatro quintos dos portugueses que, àquela hora, estão a ver a RTP.1 gostarão.

Mas porque é que estou aqui a debitar caracteres sobre um programa de televisão?

Primeira pergunta que uso em minha defesa:
Viram, alguém viu o 'Portugal sem fronteiras' de hoje?

Pequeno almoço reforçado, ou almoço ligeiro, como queiram, toMado... já me preparava para sair quando o apresentador introduz um dos convidados. Sinceramente, não sei se já havia falado antes, não naqueles minutos a que eu assisti. E nem apareceu nas imagens senão eu ficaria à espera de o ouvir. Mas tive a sorte (!!!?) de ainda o apanhar...

Com a bonomia que lhe é reconhecida - mas deixando claro que está totalmente por fora do assunto - o Carlos Alberto Moniz lança uma pergunta. Esta: 'Nos últimos tempos, quer-me parecer que tem havido menos casos de doping no esporto português...'

Opss!, parei o que estava a fazer e fixei-me na pantalha.

Resposta do questionado (mais ou menos, que cito de memória): 'É verdade, nos últimos anos avançou-se muito na luta contra o doping e podemos dizer que, hoje em dia há, realmente muitos menos casos.'

Gelei!

Então... e 'calço os sapatos' do inquirido, o caso PCC? E os três positivos daquela que era considerada a melhor equipa portuguesa que, inclusivé, valeu a perda da Volta a Portugal, ganha na estrada por um dos seus corredores? E os vencedores 'dopados' das voltas a Portugal de Cadetes, juniores e veteranos?

Claro que o entrevistado era um político. E claro que aproveitou para fazer política.

'Portugal tem um dos melhores laboratórios de análises anti-doping do Mundo. Sabe que a instituição que supervisa, a nível mundial, o problema do doping, a AMA, só tem meia dúzia de laboratórios credenciados e que o português é um deles? Mais, sabe que o cordenador-chefe, a nível mundial, desse núcleo de laboratórios é português? Exactamente o director da Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP)?...'

Fiquei banzado.

Claro que quem está a ver televisão áquela hora e, principalmente, porque o programa é transmitido em simultâneo pEla RTP Internacional, que está longe do País terá tido a mesmíssima reacção do mal informado Carlos Alberto Moniz:
'É uma óptima notícia sabermos isso.'

Mas é MENTIRA!
E foi o menbro do Governo com juriscição sobre o Desporto quem, sem corar nem se engasgar, o afirmou.

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