quarta-feira, novembro 05, 2008

II - Etapa 277

UM, DOIS, TRÊS ASSUNTOS E...
DEPOIS DEIXA ANDAR!

Quantos portugueses já se terão perguntado quanto é que custa ao erário público - porque ainda são as autarquias que tornam possível a existência de corridas de Ciclismo - uma partida ou uma chegada de uma prova de Ciclismo?
Eu sei.
Muitos sabem, mas era preciso "apanhar" uma declaração pública de um autarca...
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(O Mirante - 25 Out 2008, 10:06h)
Equipa profissional de ciclismo do Cartaxo custará 200 mil euros
O presidente da Câmara do Cartaxo garante que uma equipa profissional de ciclismo a correr com o nome Cartaxo-Capital do Vinho custará 200 mil euros por época. Segundo Paulo Caldas (PS) será esse o encargo de uma equipa profissional composta por 15 atletas portugueses, espanhóis e franceses.
“Para recebermos a chegada de uma etapa da Volta a Portugal, uma situação efémera, despendemos 100 mil euros..."

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As eleições no Centro de Ciclismo de Loulé (CCL) estavam marcadas para a passada quarta-feira, 29, mas não apareceram candidatos, cenário que obrigou a actual direcção a prorrogar o mandato até Maio, conforme ditam os estatutos. Mas, aparte o vazio eleitoral, uma coisa é certa: “Se não houver um forte patrocinador, não será possível continuar com o ciclismo profissional em Loulé”, garante Manuel Baptista.
“Não vejo saída, honestamente”, acrescenta o responsável, embora admita ser “prematuro” estar já a tirar conclusões. O Centro de Ciclismo de Loulé partiu para a época de 2008 sem um patrocinador empresarial de peso – tendo acrescentado a designação Loulé Concelho ao nome do conjunto, pelo apoio da autarquia – mas no próximo ano a situação não se repetirá.
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Ciclismo: Doping - Amostras de sangue da Volta a Portugal reanalisadas na Suíça para detectar CERA
DOPING
2008-11-03

Lisboa, 03 Nov (Lusa) - As 18 amostras de sangue de corredores recolhidas na última Volta a Portugal em bicicleta vão ser reanalisadas na Suíça para detectar CERA, nova forma de eritropoietina (EPO), tal como aconteceu no Tour e nos Jogos Olímpicos.
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"Propusemos e sensibilizámos os responsáveis da União Ciclista Internacional (UCI) para a importância da reanálise. As amostras já tinham sido testadas em relação a transfusões homólogas, hormona de crescimento e hemoglobinas sintéticas", disse à Agência Lusa o director do Laboratório de Análises e Dopagem (LAD), confirmado a informação avançada pelo Diário de Notícias.
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Luís Horta sublinhou a importância deste processo na prevenção do doping, pois "mesmo que os resultados sejam negativos, os atletas vão perceber que há sempre a possibilidade de virem a ser efectuados novos testes", acrescentando que as recomendações internacionais estipulam 10 dias úteis para os laboratórios obterem os primeiros resultados destas reanálises.
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"Como o nosso laboratório não dispunha de todos esses métodos de detecção, nomeadamente das transfusões homólogas, pois só há dois laboratórios do Mundo que o fazem, as amostras foram enviadas após a colheita para Lausana (Suíça) e o resultado foi negativo naqueles testes. Agora, vão ser testadas só para detectar a CERA", esclareceu Horta.
A autorização da UCI para serem efectuados novos testes àquelas amostras foi conhecida na sexta-feira.
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O presidente da Associação Portuguesa de Corredores Profissionais mostrou-se "favorável a tudo aquilo que contribua para a transparência do desporto".
"Vamos aguardar. Até agora nada de irregular foi detectado na Volta a Portugal. Faço votos para que assim continue",
disse à Lusa Paulo Couto.
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Segundo o relatório do Conselho Nacional Antidopagem (CNAD) sobre a maior corrida velocipédica portuguesa, foram efectuadas 34 recolhas de urina e 18 de sangue, em operações de surpresa durante a corrida, nos hotéis que albergaram as várias equipas.
No total, foram realizadas 21 missões de inspecção pelas brigadas antidoping do CNAD, além das habituais 44 amostras de urina recolhidas no final de cada um dos 11 dias de competição, aos três primeiros ciclistas das etapas e ao líder da geral no final de cada tirada, totalizando 86 controlos.
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Além destes testes, foram também levados a cabo outros 42 controlos fora de competição no período imediatamente anterior à 70.ª Volta a Portugal, incluindo cinco recolhas de amostras em Espanha, previsivelmente junto de atletas daquele país, mas inscritos na corrida lusa.
Ainda segundo o documento, as referidas 21 missões de inspecção custaram mais de 50.000 euros ao Estado português, que financia as actividades do CNAD, através do Instituto do Desporto de Portugal.
HPG.
Lusa/Fim

x-o-x
Enquanto Cidadão, a pergunta que faço, e à qual gostaria que alguém respondesse é esta: o que é que justifica o gasto de 478 contos por cada uma daquelas 21 missões de inspecção!;
Os 478 contos por... "missão", são justificados como?
Como é que nós, contribuintes, podemos saber em que são gastos?
478 contos "dão" quantas seringas?
Na última semana o Correio da Manhã explicou-nos como é que três tristes administradores de uma empresa subordinada à Câmara Municipal de Lisboa conseguiam apresentar duas dezenas de facturas de almoços, todas elas superiores aos 400,00 €, em restaurantes que iam de Lisboa a Roma!
Estamos a pagar 478 contos a "missões" do CNAD... mas que missões?
Podemos ter acesso ao pedido - presumo que por parte da UCI, pelo menos aquela que conseguiu colocar uma equipa do CNAD no País Basco, ainda antes de o João Cabreira lá ter conseguido chegar... - de equipas portuguesas anti-dopagem em... Espanha?
Os espanhóis não têm?
É?
Então a quem poderei pedir para ver esses pedidos... e tentar rastrear os resultados?
Coisa simples... saber dos 478 contos quanto foi gasto em refeições...
Não estou a brincar... o CNAD é uma instituição pública e eu, enquanto cidadão, posso pedir que me expliquem, linha a linha, onde é que dois elementos do CNAD conseguem gastar... 478 contos por "missão".
Àparte isto e noutro contexto...
o LAD, supra-sumo do nosso CNAD, alter-ego do doutor Luís Horta, afinal de contas será que consegue medir-me colesterol?
Mesmo?
É que tomei como verdadeira a exposição do LAD como um dos... raríssimos laboratórios com direito a reconhecimento superior. E agora - e não é a primeira vez nos últimos quatro meses (vocês sabem do que estou a falar) - que leio que, afinal, está a enviar a outros laboratórios o trabalho que nos quiseram fazer acreditar que seriam eles a fazer sempre que os outros não fossem capazes disso.
Então porque é que é preciso mandar re-analisar as amostras colhidas na última Volta a Portugal?
Os resultados não fora, já homologados?
Caramba! digam-nos...
O David Blanco ganhou a Volta ou não?
E vai ser quatro meses depois que nos vão dizer que não?
Quem é que se acha com o privilégio de brincar com tudo isto?
Será que declarações tipo... "Há graves indícios de que existe doping em Portugal", exigem agora, de forma desesperada, confirmação?
Mas não há! Não há...
Vamos "inventar" casos?
O CNAD e a FPC parecem-me desesperados em encontrar resultados positivos onde os não há.

5 comentários:

monteirolms disse...

Caro Madeira, em relação à notícia de envio das 18 colheitas, pergunto-me de quem são?
Será que alguns dos que terminaram nos 10 primeiros estão incluídos? Não deveriam estar?
Para a verdade vir ao cima, teriam de ser recolhidas colheitas de sangue pelo menos dos 10 primeiros.
Como isso não deve ter acontecido, qualquer resultado terá alguma dúvida.
Pela lógica, os espanhóis deverão ter sido todos testados (todos sabemos como é a lógica).
Vamos preparar uma teoria da conspiração.
Portanto, os 6 primeiros classificados são espanhóis, por isso são potenciais candidatos.
Em 7º lugar, temos um português, estraga um pouco a estratégica, mas nunca se sabe.
Em 8º lugar, temos o português da verdadeira equipa portuguesa.
É uma boa tentativa, mas pode ser que resulte e no final ganha a volta.
Época ganha.
Caro Madeira, foi um desabafo e vale o que vale.
Para mim, todos os testes são válidos, mas estarmos a validar colheitas recolhidas em Agosto para talvez apanhar alguém.
Como diz, gastar desta forma dinheiro numa altura de crise, quando mais ninguém o faz, exceptuando o Tour e o COI, que sabemos do seu orçamento é para mim mais um exemplo de esbanjamento.
No entanto, também é compreensível para a carreira de alguém.
"Ora vejamos, se a UCI é contra este teste como o foi para o Giro, e se o Tour o quer, quando me candidatar a presidente da UCI quererei ter o Tour como aliado.
Por isso deixa-me colar às políticas do Tour.
Gasta-se muito dinheiro. Não é meu."
Tudo isto dá um filme do tipo Michael Moore, mas tudo é possível a partir do momento que se crucifica uma equipa pelo simples prazer de a crucificar com um total desprendimento em relaçao aos homens que a compôem.

Desculpe esta longa história e que poderá em certos momentos estar complemente à deriva.
Um grande abraço,
Luís Monteiro

cristina neves disse...

se todos os directores desportivos, e ciclistas deste país à beira mar plantado, gostassem mesmo da modalidade, apenas da modalidade disse eu, era a altura de insurgir-se contra esta "mentira" que alguns transformaram a modalidade. Estão aí as incrições, porque não blackout a 100%, ninguém se inscreve enquanto não fazem justiça aos injustiçados do ciclismo, que serviram de bode espiatório por vocês (ciclistas deste país).

Não metam como as avestruzes, a cabeça enterrada na areia, porque este ano foi quem foi, no proximo podem ser as vossas equipas, aí vai doer, os que têm casinhas a pagar...vão ter que as entregar, os que têm filhos em bons infantários...vão ter que os deixar em casa da "avó"...e vocês? um emprego qualquer a ganhar no máximo, 600 ou 700 euros.

Ah, e se pensam que têm muitos amigos e algum deles lhes dá a mão!!! enganem-se, são os primeiros a fugir como ratos, e os primeiros a crucificar-vos na praça publica se isso implicar manter os "tachos".

Pois é meus amigos, a vida é esta, e se os principais interessados na modalidade, deixam que façam o que bem lhes dá na cabeça, porque já não precisam do ordenado de ciclista para nada, porque já estão no inactivo, com boas reformas, e a modalidade´serve só como meio de prestigiar um bocadinho mais o ego de alguns, para o ano a percentagem de DESEMPREGADOS VAI SER BEM MAIS EXTENSA.

Enfim, nunca me apeteceu tanto que Portugal e Espanha fosse apenas a Peninsula Ibérica, alguns não faziam somente o que lhes dava na "gana"...

mzmadeira disse...

NOTA - Sairam duas linhas de texto que estavam neste artigo porque a informação que tinha tido não estava correcta.
Pelo mesmo motivo, retirei os comentários relativos a essa passagem.

* Entretanto peço publicamente desculpa a quem, ainda que indirectamente, se sentiu atingida.
Sou o primeiro a reconhecer, e dou a mão à palmatória, que situações deste tipo não devem acontecer.

Paulo Sousa disse...

Madeira,

Lá vou ser controverso novamente, ou melhor, ter opinião contrária á tua.

Se o suposto dinheiro que se está a gastar nestas novas análises é muito não questiono pois os valores apresentados por ti valem o que valem por falta de informação complementar, contudo são sempre passíveis de análise.

Se eu fosse corredor e estivesse com a consciência tranquila até agradecia as análises de despistagem da “cera”.

Mas deixem-se das “supostas teorias da conspiração” pois em nada vai alterar a posição dos “pseudo conspiradores”.

Eu não estou a afirmar nada de nada sobre as “conspirações” e não coloquem segundas interpretações ao meu comentário.

Pessoalmente concordo com o comentário do Presidente da A.P.C.P. “avorável a tudo aquilo que contribua para a transparência do desporto".

Vamos pois aguardar calma e serenamente pelos resultados e tal como disse um pouco atrás, a quem não pesar a consciência porquê estar preocupado?

Unknown disse...

Pois, parece que as duas linhas "extintas" eram capazes de fazer correr muita... tinta!!!