"DÓI-ME CÁ DENTRO / AO CERTO NÃO SEI..." (*)
Sei que muitos de vocês acharão estranho o facto de, nem quando do Giro, nem agora, na aproximação ao Tour, eu tenha feito qualquer alusão, em forma de Crónica, a estas Corridas. Como não fiz em relação a nenhuma grande corrida este ano. Nem à Volta ao Algarve. A excepção foram três ou quatro entradas sobre a Volta às Astúrias.
Mas a verdade é que tenho escrito as minhas antevisões, as minhas observações, os meus comentários, os meus balanços e os meus destaques.
Só que não os publico.
O Ciclismo e eu não nos divorciámos. Não estamos de mal. Apenas a roda da vida, há algum tempo atrás separou. Claro - mas isto já o escrevi aqui - que tenho saudades.
Por outro lado - provavelmente porque num momento crítico para a Modalidade decidi, em consciência, aqui, onde ninguém me prende o direito à Opinião (embora tenha a consciência de que fui muito, sempre, repito, conscientemente, para além da mera opinião), assumir a defesa, dando sempre a cara, de um grupo de amigos que, continuo a sustentar, foram, ainda estão a ser, vítimas de uma orquestração mal montada - talvez por isso (quero crer que sim) senti crua e duramente, o afastamento por parte da esmagadora maioria dos agentes da Modalidade.
Uns, se calhar têm motivos. Pois se eu os critiquei... Embora ache que ninguém está acima da crítica, e, modéstia à parte, eu não caí ontem, de pára-quedas, no Ciclismo; outros... bem, porque não sei. Talvez porque ficou perigoso manter o estreito relacionamento que sempre tiveram comigo. Eu não faço ideia porquê. Talvez eles saibam.
Considero-me um bom analisador de caracteres. Não há muitos que se possam vir a gabar que me enganaram, pese embora o tenham pensado.
Os que ligavam duas, três vezes por semana para que eu não esquecesse de pôr uma noticiazinha no Jornal. Tudo contava para mostrar aos patrocinadores.
Agora eu não ponho notícias de Ciclismo no Jornal e, provavelmente, apagaram o meu número de telemóvel, que é o mesmo de sempre. Não falam comigo porque não querem.
......
Mas desviei-me do assunto desta etapa.
Hoje começa mais uma edição do Tour.
A Corrida que sonhei um dia fazer e que jamais farei. E que outros fizeram sem o merecer, digo-o frontalmente. Com 15 Voltas a Portugal, seis a Espanha, entre mais de uma centena de outras, a longo de 15 anos... não foi, com certeza, por dúvidas quando à minha capacidade que não fiz um Tour...
Tal como aconteceu com o Giro, vou perder a maior parte das etapas porque tenho outros afazeres que jamais descuidaria só por satisfação pessoal. Ficarei colado ao televisor nos dias de folga... E vou continuar a escrever antevisões, comentários, críticas e balanços - até porque era um segredo que revelo agora aqui, um dia, um destes dias, o VeloLuso pode acabar por aparecer em formato de livro, com as entradas mais pertinentes, as mais incitosas, as mais polémicas e as mais incómodas... para um número já razoável de 'queridos inimigos' - aqui apenas em figura de estilo que eu não quero crer que tenha inimigos dentro da família do Ciclismo... A sério!
Que não publicarei para que não seja olhado como concorrente do meu próprio Jornal. Isso não posso fazer. Mas que escrevo.
E lá volto outra vez atrás...
Hoje começa mais uma edição do Tour. Com dois portugueses...
Aqui tenho que dizer que achei engraçado como até há cinco anos atrás ninguém tinha publicado a lista dos portugueses participantes em todos os Tours e hoje todos apresentam a listinha como se tivessem sido eles a pesquisá-la e a apresentá-la em primeira mão...
Como disse, vou perder a maior parte das etapas. Na secção onde estou há canais que são prioritários à RTP1 e à EuroSport e não serei eu a mudar de canal... talvez veja os resumos á noite, mas vou estar sempre por dentro. Mesmo que pareça alheado...
(*) - Dois versos de uma velha canção do António Manuel Ribeiro, dos UHF, nos cada vez mais distantes anos 80 do século passado.
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