CADA VEZ MAIS... INSENSATO!
A notícia, a triste notícia é de ontem, mas só agora encontrei alguns minutos disponíveis para aqui vir. Não tem, esta notícia, a ver com o Ciclismo mas, no fundo, tem tudo. Em relação a todas as modalidades desportivas.
Citius, Altius, Fortius é o lema dos Jogos Olímpicos da Era Moderna.
Mesmo que subentendido lá está o apelo à superação do atleta, pese embora o barão Pierre de Coubertain tenha instituído um sub-lema, bem mais prosaico: O importante não é vencer, é participar.
Pois!...
Embora nos últimos anos a tendência tenha vindo a ser a de alguma contenção, mesmo de algumas restrições, a verdade é que, antes disso, se abusou. Em quase todos os sentidos.
Carros de Fórmula 1 mais potentes e rápidos, a introdução de subidas impossíveis, como o Anglirú (um exemplo, no Ciclismo), ou de esticar etapas até perto dos 300 quilómetros - aqui emendou-se a mão -, ou conceber, e chegamos à notícia em causa, a pista de slide mais rápida de sempre.
O motivo é sempre o mesmo: acrescentar luzes ao circo, de forma a atrair, primeiro, mais patrocinadores, depois mais público. Aos primeiros explica-se-lhes que quanto mais duro for, quanto mais o atleta sofrer e esse sofrimento for mostrado urbi et orbi pela televisão, mais adeptos (!) vão querer ver. E é (tristemente) verdade.
Os atletas, os que têm que ir além daquilo que um ser humano é capaz de suportar para puderem cumprir as exigências impostas, esses nunca foram tidos nem achados. Embora tenham sempre sido eles a arriscar tudo, até a vida, porque o show must go on.
O georgiano Nodar Kumaritashvili morreu esta sexta-feira durante um treino, nos Jogos Olímpicos de Inverno que estão a decorrer em Vancouver.
Nodar Kumaritashvili, de 21 anos, perdeu o controle do seu trenó quando ia a cerca de 145 quilómetros por hora e acabou por embater num poste.
A pista de Whistler é considerada a mais rápida do mundo.
A equipa de assistência médica ainda fez as habituais técnicas de reanimação e o atleta foi transportado para um centro médico, mas não o conseguiram salvar.
Isto aconteceu poucas horas depois de a organização se ter vangloriado por ter 'apanhado' e, logicamente, excluído da competição, mais de três dezenas de dopados...
Clap, clap, clap!....
(a onomatopeia quer que percebam as palmas, de ironia e muita tristeza).
Para voar a 145 km/hora em cima de uma 'bandeja' na gloriosamente apresentada como a pista mais rápida do mundo não exigirá, para além de alguma pontinha de loucura, o condenado recurso a algo que alhei-e o desportista dos riscos que corre? Que, muito provavelmente, é proibido?
Pensa-se nisso quando se traçam etapas de 300 quilómetros, se inventam subidas de 27% de inclinação, carros que rolam a 380 à hora?
Não. Estou certo que não.
A opção é, depois, assim a modos que 'emboscados', armarem em caçadores de 'batoteiros'...
Várias dezenas de outros atletas fizeram aquela mesma pista. Kumaritashvili 'teve azar'...
Que descanse em paz!
3 comentários:
Só uma pequena correcção: o lema do Barão era: "Importante não é vencer, importante é competir para vencer." Penso que a frase correcta dá outra perspectiva a este assunto.
O importante é participar, não vencer...
horrivél Zé,,,,horrivél.
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