terça-feira, fevereiro 16, 2010

ANO V - Etapa 32

JÁ COMEÇOU...

Arrancou no passado domingo a temporada de 2010 com a habitual Prova de Abertura, há muito assumida pela Associação de Ciclismo do Algarve, mas este ano com uma ligeira nuance... em vez de haver duas corridas, para as elites e para os sub-23, a prova foi conjunta.

Por jovens de 18 anos a correr ao lado de veteranos de 38? Só mesmo em Portugal.
Mas estes 20 anos diluem-se facilmente nas ganas dos mais novos e na, inevitável, falta de pernas dos mais velhos.
E eis que PORTUGAL, habituado, historicamente, a dar 'novos mundos ao Mundo' inventou mais umam barbaridade.

Claro, porque é no meio que está a virtude.



Ganhou o Filipe Cardoso - que escapou à débacle da Liberty e que, mesmo enganado em relação ao que lhe foi prometido, e depois concedido pela equipa de Paredes - soube ser profissional num pelotão onde, oficialmente, este ano NÃO há profissionais.

E aqui, meus amigos, fica à mostra o porquê de a maioria daqueles que, nos bastidores, nada fizeram para esconder a sua - parecia que era verdadeira - oposição à política emanada da Rua de Campolide terem vindo a manter um ensurdecedor silêncio.

Já lá vou...

Por agora, parabéns ao ao Filipe Cardoso e à LA-Paredes (equipa sustentada pela autarquia mas que, por manifesta demonstração de solidariedade de causa, deixa que a Rota dos Móveis, que roeu a corda, se mantenha no nome da equipa; pode ser que assim... volte!)

E é assim que vai o Ciclismo português neste ano de 2010!

Facto: temos apenas cinco equipas AMADORAS, apenas 58 trabalhadores na estrada.

Diz, aqui, o Vidal Fitas que o Ciclismo Profissiomal português está em risco.
Estamos de acordo, só que os argumentos que ele agora aparece a esgrimir são exactamente os mesmo que eu, em primeira mão, lancei, logo após o Mundial de 2001, em Lisboa.
Não deixa, por isso, o Vidal de ter razão...

2010 não vai ser, como alguns já escreveram, o ano de não retorno do Ciclismo luso.
Vai, e aí estamos todos de acordo, ser o mais pobre das duas últimas décadas.

Permitir que a Volta a Portugal caísse de categoria foi um erro estratégico e explico porquê.

Neste momento, tal como aconteceu há um ano atrás, NÃO HÁ GARANTIAS NENHUMAS de que a PAD consiga montar a prova. A solução será, mais do que garantidamente, a mesma do ano passado, vai ser a Federação Portuguesa de Ciclismo a... chegar-se à frente.

Mas, se a Volta é a mais importante corrida do nosso calendário... porquê baixá-la de categoria?
E custa-me ler o que li em declarações á Agência Lusa, que, cito .... "a presença da Selecção Nacional de sub-23 será uma mais valia..."

Haverá, estou em crer, um contrato já anteriormente rubricado com a RTP que garante a transmissão da Corrida mas, todos nós sabemos o 'forróbodó' que se vive nas empresas do Estado, de qualquer forma, convinha não esticar a corda....

E quando acabar o contrato da PAD (morde aqui a ver se eu deixo) com a RTP?
Que outro canal vai pegar numa corrida onde, e volto a reportar-me à tal notícia da Agência Lusa, a mais valia é a presença da.... Selecção Nacional de Sub-23?

Eu sei que ainda é cedo para escrever isto, mas nunca ninguém conseguiu sobressair dos demais quando não foi capaz de ver mais à frente....
Não faço juízo de valores, não aponto ninguém.
Mas permito-me usar um dos mais usados 'clichés'...
DEPOIS DE MIM... O ABISMO.

Abram os olhos. Sejam honestos - quem tem de reportar notícias - e não vão em qualquer 'canto de sereias'....



Para terminar, por agora...
Quem vai ser o primeiro a ter a coragem suficiente para, preto no branco, sublinhar que as DUAS ÚNICAS PROVAS previstas no calendário nacional para "a jóia" da coroa deste executivo da FPC - que é o Velódromo de Sangalhos - serem duas corridas de Masters....

1 comentário:

Conan disse...

Parece que afinal o Paulão, naquelas notas de 1 e 2 de Dezembro do ano passado, tinha razão na sua análise. Só não percebo os motivos que impedem os responsáveis pelo ciclismo nacional (vulgo FPC) de tentar inverter este caminho. O que poderão ganhar estes (ir)responsáveis com a destruição do nosso ciclismo?
Em relação à descida de categoria da Volta a Portugal, li, não me recordo há quanto tempo, o Marco Chagas afirmar que reconhecia ter sido um erro ele defender a ascensão da nossa Volta à categoria de corrida internacional, a defender a desvinculação da Volta aos ditames da UCI, a tornar a Volta uma corrida popular, como o era há uns anos largos e a apostar somente numa corrida internacional, penso que ele afirmou ser a Volta ao Algarve. Será que o Marco Chagas está enganado?
(Peço desculpas, a começar ao Marco Chagas, se acaso a memória me atraiçoa neste assunto, pois não consigo encontrar a publicação onde li isto. Foi esta a ideia com que fiquei dessa entrevista, que penso ter sido concedida aquando do centenário do Sporting Clube de Portugal.)