... CONTADO, NINGUÉM ACREDITA
Nota prévia
Que ninguém se atreva a interpretar esta 'etapa' como qualquer espécie de 'ataque' pessoal às duas pessoas que, inevitavelmente - porque lá estão, ou estiveram -, tenho que mencionar.
Sempre os considerei amigos.
Com um mantive sempre uma relação de cordial urbanidade, embora as nossas opiniões chocassem, sendo mesmo muitas vezes opostas. E discutimos isso, várias vezes, quer cara a cara, quer em troca de correspondência;
com o outro, que conheci dava ele os primeiros passos como Corredor profissional, cuja carreira acompanhei de perto e que, depois, já num dos cargos que ainda ocupa, passou a ser um precioso suporte para as minhas dúvidas, nunca tendo deixado de me esclarecer quando eu o solicitava e com quem troquei inúmeros telefonemas.
Sublinhado isto...
Para termos uma ideia da forma como o nosso Ciclismo está organizado - não, não vou imiscuir-me no trabalho do órgão máximo, que é a Direcção da FPC - tenho dois exemplos que, em conversa com colegas estrangeiros me vi aflito para explicar.
Uma vez mais, ressalvo que me vou referir a cargos institucionais e não às pessoas que os ocupam. As pessoas merecem-me todo o respeito, e são aquelas que motivaram a nota prévia...
Os cargos... atentem:
- O presidente da associação de classe dos Corredores há três anos que exerce, paralelamente, o cargo de Director-desportivo de uma equipa.
É incompatível?
Não sei... aliás, creio não haver nada que o impeça mas todos concordarão que a figura de Director-desportivo, nem que seja apenas no nosso imaginário, aparecerá sempre mais próximo dos interesses da entidade patronal do que dos seus subordinados/assalariados, dependentes daquilo que o patrão da equipa exigir, ou impôr. Decalcando as funções para, por exemplo, a minha profissão, daria mais ou menos isto: o delegado sindical dos jornalistas da minha redacção era o Director do Jornal que, como é óbvio, está dependente - e obrigado - às decisões da Administração da empresa.
Quer isto dizer que o Paulo Couto não está à altura das funções? Claro que não. Aliás, e com todo o mérito, JÁ NÃO É SÓ o presidente da associação de classe dos Corredores portugueses mas sim de todos os filiados nas diversas associações nacionais reunidas na Associação Internacional de Corredores Profissionais.
Mas percebem onde eu quero chegar...
O outro caso...
- O 'aborto' que foi - ainda hoje não tenho a certeza de que, legalmente tenha existido, com estatutos aprovados e publicados em Diário da República, como é obrigatório - a Associação de Clubes, a tal entidade patronal, teve (?) como presidente um assalariado de uma dessas entidades patronais. Também como Director-desportivo.
O 'presidente' dos Patrões era um assalariado do patronato.
Pode?... Sei lá. O nosso Ciclismo há muito que já nem navega à vista... anda completamente á deriva.
E, claro, ainda há os casos dos mecânicos e massagistas inscritos como Corredores para completarem o número mínimo exigível por equipa, ou para baixarem a média de idades de forma a que estas se pudessem inscrever como continentais. Todos se recordarão ainda do caso de uma brigada do CNAD se ter apresentado em casa de um não Corredor - mas que estava inscrito como tal - para lhe fazer um controlo surpresa.
Se eu vos contasse isto... acreditavam?
Claro que não.
Só visto!
2 comentários:
Madeira,
Permite-me uma pequena rectificação ao teu texto por imprecisão tua e que pode levar a interpretações erradas de quem o ler.
Refiro-me ao Paulo Couto.
Efectivamente o Paulo Couto ainda é o Presidente da APCP contudo nunca foi Director Desportivo de nenhuma equipa que os seus atletas pudessem estar sobre a alçada da APCP, ou seja, o Paulo Couto foi tão-somente Director Desportivo de equipas Sub 23 (nome correcto é Equipas de Clube) e tal como disse os seus corredores não podem ser filiados na APCP por serem considerados amadores.
Abraço
Tchi!!! Que grande 'argolada' da minha parte!... Até apenas como simples adepto tinha a obrigação de saber isso.
Obrigado Paulo (Sousa), pela correcção pertiente e oportuna.
As desculpas ao Paulo Couto terão, obrigatoriamente, que serpúblicas...
Abraço
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