E A TOTAL FALTA DE VERGONHA...
A DESILUSÃO DE SENTIR QUE NÃO FUI CAPAZ
DE FAZER PASSAR A MINHA MENSAGEM
Não pode ninguém acusar-me de ser um defensor do uso de produtos dopante ou de práticas que atentem, principalmente, contra a saúde dos atletas. No caso, é é óbvio, sempre me cingi ao Ciclismo. A minha modalidade.
Bati-me, e vou continuar a bater-me até que me deixem, por um único, um só, objecto: a legalidade. Legalidade tem a ver com a Lei. As Leis estão escritas, a sua letra é para cumprir e jamais me convencerão que os fins justificam os meios. Ou então não precisaríamos de Leis.
As Leis existem e só o tentar contorná-las, violando-as, para se chegar onde, observando os trâmites legais, não se consegue chegar, é condenável. Inaceitável.
Por mais do que uma vez, usando exemplos, às vezes tão... terra-a-terra que, acredito, muitos se terão rido de mim, tentei alicerçar o que, de facto, está em causa.
Os Direitos e Liberdades dos Cidadãos.
Escrevi, por mais do que uma vez, que assumia determinadas posições porque, a melhor forma de evitar que a minha casa seja assaltada, passa também por zelar por que a do meu vizinho o não seja.
Será uma parábola, mas os menos indigentes a pensar devem ter percebido.
Ou não... É essa a dúvida que agora, neste preciso momento, me atormenta.
Quis fazer passar uma mensagem mas, aparentemente, não fui capaz.
Se calhar estou a dar-me demasiada importância.
Se há quem argumente que um comentário meu, aqui, neste cantinho, tem maior impacto do que se tivesse sido feito num jornal de expressão nacional...
[Olham para o número de visitas ao VeloLuso e não percebem que das, vá lá... 200 diárias, pelo menos há 30 pessoas que cá vêm espreitar, pelo menos, duas vezes. E então quando são publicados comentários, quem os escreveu vem ainda mais vezes, primeiro para ver se foi publicado, depois para ver se houve reacções... mas isto é outra história...]
Como alguém disse, e não posso creditar a expressão porque, francamente, não me lembro a quem a ouvi... deixemo-nos de entretantos e passemos aos finalmentes.
Em todo o 'caso-PCC', porque é à volta dele que têm acontecido as minhas opiniões, desde o primeiro minuto que o que defendo é a PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA.
Está na Constituição, não há volta a dar-lhe.
Engulam os sapos que quiserem.
E eu alertei, várias vezes, para o perigo de - mesmo tendo origem numa modalidade desportiva que há mais de década e meia percebi que tem tendências autofágicas - num estalar de dedos tudo fosse invertido e acabássemos, com o beneplácito da CS, por inventar uma coisa impossível que é o de CULPADOS POR PRESUNÇÃO.
Pessoas, no caso concreto, Corredores que, segundo parâmetros fixados à margem de tudo o que qualquer Lei Geral diz, são considerados culpados até prova em contrário.
Em nenhum Estado de Direito isso é aceitável e por isso mesmo o ónus da prova cabe sempre à acusação.
Vinha ontem na CS que cinco Corredores apresentaram valores anormais em relação a uma cadernetazinha imposta por entidade privada e vinha escrito que, cito "violaram o código anti-doping".
Violaram?
E as provas que têm de ser apresentadas pela acusação?
Mas o cinismo é tal, que quem "acusa" se demite de punir, deixando a terceiros esse ónus.
E depois vem a tal falta de vergonha - para justificar o título desta Etapa -, pelo menos, pelo que leio, há equipas que já castigaram corredores porque esses valores anormais dizem respeito à temporada transacta... quando o Atleta em causa representava outra equipa.
Conseguem antever a confusão que vai acontecer no futuro?
A equipa A, para parecer séria, apressa-se a castigar um seu corredor porque os dados... anormais, são referentes à época anterior quando esse corredor representava outra equipa.
Vai acontecer uma queda de dominós, porque qualquer equipa B vai fazer o mesmo, muito provavelmente com um corredor que na época transacta corria pela equipa A...
E por aí adiante.
Cinismo e falta de vergonha.
E sempre os mesmos a pagarem a factura: os Corredores.
Como cínico e sem vergonha é escrever que "castiguem-se os batoteiros para deixar respirar quem é honesto". (*)
(*) - Posso não escrever tudo o que sei, mas sei tudo o que escrevo!
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